Pokémon Mythology RPG
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Capítulo 3: Lembranças

3 participantes

descriptionCapítulo 3: Lembranças - Página 2 EmptyRe: Capítulo 3: Lembranças

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Off: Oh, my... Tenho focado tanto em escrever nas rotas alheias que acabei esquecendo de escrever na minha! XD
Humph, essa Beedrill folgada que me aguarde. u_ú





Blake não gostava do que estava vendo. Já havia cogitado a possibilidade de que seu parceiro ainda continuasse preso, mas era a última coisa que ele queria que acontecesse. Cerrava os dentes revoltado ao ver a diabólica abelha atacar covardemente seu parceiro, que nada podia fazer para esquivar dos ataques. Estava sendo tomado pela ansiedade, mal podia esperar para ver seu parceiro livre, retribuindo sem dó todos os ataques que sofreu.

Como utilizar o peso de seu próprio pokémon não havia funcionado, pensava no que poderia fazer para que seu pokémon se livrasse daquela prisão. Beedrill ao menos havia destruido ainda mais a madeira, o que facilitaria o trabalho do pokémon venenoso.


– Duke, não sei se você vai conseguir... Mas peço para que use seu ataque Peck nessa madeira! Se conseguir se livrar, ataque essa maldita abelha! Caso contrário, ataque a madeira novamente para você se soltar!

Era a jogada menos criativa possível, porém, no nível de raiva e desespero que o treinador se encontrava, essa poderia ser a última cartada do rapaz para ver seu pokémon livre daquele maldito tronco.

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OFF: QIWUEHIUQWH, eu te entendo, fiquei assim nesses últimos dias 8D
Foi por sorte que eu lembrei da coitadinha, porque um amigo meu me mandou uma música chamada "Natalie", que por acaso é o nome da minha personagem, aí eu voei pra lá -q
Mas não se preocupe, eu sobrevivo com você postando apenas em rotas alheias... Não faz mal... -n
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A raiva e o desespero começavam a dominar a mente do rapaz. Cometendo a imprudência de ignorar as redondezas, ele apenas focava-se na desleal batalha que se seguia, onde sempre acabava obtendo danos para seu pobre Nidoran que, perceptivelmente, estava bem mais exausto que a espécime assassina. Trincando os dentes e cerrando os punhos, seu raciocínio lógico não mais existia, esvaindo-se por entre as profundezas de sua mente e o abandonando à própria sorte.

Em um instinto primitivo, suas ordens foram diretas, claras, e talvez loucas, visto que o próprio Duke poderia ferir-se com tais movimentos de batalha. Por algum tempo, o espécime fitou seu treinador, entre a descrença e o medo. Porém, novas rajadas de lâminas em seu corpo, partidas dos mortíferos braços de Beedrill, não abriram espaço para opções extras ou estratégias bem boladas. (Fury Attack/Fury Attack)

Duke respirou fundo, cerrando os olhos. Um brilho foi emitido do tronco da árvore e, hesitando por poucos segundos, o jovem Nidoran usou suas patas traseiras como impulso para impactar-se ainda mais contra a árvore. Dentre tantas coisas que poderiam ter ocorrido, o destino optou pela pior: Uma explosão se ocasionou, erguendo uma nuvem de poeira. McBride gelou por meio segundo ao ver seu pequeno parceiro voar pelo ar e cair estrondosamente contra o chão, arranjando ainda mais danos com tantos impactos desferidos. (Peck)

O animal ofegava, porém, tivera uma pequena vantagem: A abelha havia estancado seu voo, encarando com descrença o animal. Um olhar desferido à um suicida. Isso incomodou o espécime, mas seu chifre brilhou em um forte tom de branco e, tendo parte de sua confiança restaurada ao se ver livre de tal prisão natural, Duke atirou-se contra Beedrill, impactando fortemente contra esta. A oponente voou no ar e se chocou contra uma árvore, tendo como consequência alguns cortes básicos em seu corpo. (Peck)

Em meio segundo, a batalha havia virado como uma bomba atômica que explode contra um país. Finalmente, teriam alguma chance, para variar...

Hora da Batalha
Campo: As copas das árvores confundem-se umas com as outras, e a escuridão suave domina o local, por sob a relva esverdeada que recobre o solo. Uma brisa fresca corre por entre os troncos das diversas árvores que se estendem por todo o local.
Capítulo 3: Lembranças - Página 2 015
Vs.
Capítulo 3: Lembranças - Página 2 032
Beedrill (F)
Trait: Swarm
Hold Item: Chesto Berry
Lv. 7
10%
Status: -5 Defense
Nidoran (Duke/M)
Trait: Poison Point
Lv. 6
30%
Status: Normal

_________________
O amanhã é efeito de seus atos. Se você se arrepender de tudo que fez hoje, como viverá o amanhã?
Capítulo 3: Lembranças - Página 2 Zeu0QEE
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Off: Let me guess... Natalie do Bruno Mars?
Se for, eu amo essa música! *O*





Blake acabou se deixando levar pela raiva e o pior acabou acontecendo com seu pequeno Nidoran: fez movimentos arriscados e consequentemente, se feriu ainda mais por causa disso. A visão de seu parceiro despencando da árvore fez com que o treinador quisesse repensar todos os seus métodos de batalha até então. Se preocupou tanto com o ego ferido de seu pokémon que acabou esquecendo de algo mais importante ainda: a saúde dele.

Esse modo de pensar não era típico do rapaz. Nesses segundos de reflexão, a única pessoa com quem Blake conseguiu se comparar era a tal jovem que ele tanto pensou naquela floresta. Por que ele não conseguia tirar aquela maldita garota de sua mente?


Hoenn, 5 anos atrás.

Um ano havia se passado e muita coisa havia acontecido. Blake havia encontrado sua paixão pela ciência e agora seus estudos eram mais direcionados. O garoto sempre foi estudioso, mas, diferente dos últimos anos, dessa vez ele não tinha algo para tirar o foco de seus estudos... Pelo menos não todos os dias. Aquele dia agora era uma simples exceção para ele, uma espécie de dia nostalgico.

O jovem estudante estava no porto de Slateport, esperando alguém. Poucos minutos depois, se deparou com aquela maldita garota loira folgada, mandona e antipática que tanto detestava, mas, ao mesmo tempo, não sabia viver sem. A garota estava acompanhada de uma pequena salamandra azul, que repousava em seu ombro.

– O-o-oi... – Disse o garoto, gaguejando de tão nervoso.

– Oi. – Respondeu a garota. Quem olhasse de fora acharia que a garota estava sendo fria, mas Blake a conhecia bem e sabia que essa frieza era apenas timidez.


Trocaram olhares intensos por alguns segundos. Segundos que mais pareciam horas, meses, anos, séculos... Tudo estava completamente diferente e não havia nada que pudessem fazer a respeito. O silêncio acabou predominando. Não sabiam o que falar depois de tanto tempo. No final das contas sobrou para o Mudkip da garota quebrar o gelo. Assim que Blake se aproximou o suficiente, a salamandra saltou do ombro da loira direto para os braços do estudante. O anfíbio olhava para sua dona com uma cara de deboche, irritando-a.

– Por que meu Mudkip sempre gostou mais de você do que de mim? Eu que sou a treinadora dele!

– Talvez se você tratasse os outros com mais carinho e respeito ele passaria a gostar mais de você!


E começaram a brigar. Mudkip os observava indiferente, já estava acostumado com a situação. Talvez nem tudo estivesse diferente...


De volta ao presente, Blake reparou que apesar de ferido, seu aliado estava finalmente livre e havia dado uma poderosa investida em Beedrill. A batalha estava muito próxima de um fim. Decidiu que iria auxiliar seu parceiro a vencer a batalha para depois fazer um pedido de desculpas apropriado. Não queria ser igual a... ela.

– Duke, vamos acabar com isso de uma vez! Aproveite que você está livre e ataque-a com Peck! Ela pode ser rápida, mas não é impossível de se acertar.

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OFF: Essa mesma. -q
Uh, desculpe por demorar a te narrar, é que eu acabei esquecendo >.<
Você joga no Shinki?
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Levado pelo arrependimento de não ter refletido antes de agir e permitir-se dominar pelo ódio, um flashback percorreu a mente de McBride. Enquanto seu corpo estremecia de culpa e dor, o jovem Nidoran ofegava, ao passo que suas patas tremiam e as forças começavam a se esvair de seu corpo. O cansaço invadia-lhe e os ferimentos que lhe eram desferidos sempre eram abruptos ou duros, isso se não ambas as coisas.

Enquanto o rapaz se perdia em pensamentos, sem guiar seu pequeno companheiro, Beedrill apenas se limitou a aproveitar a brecha aberta, erguendo seus braços e dando um rasante em Duke, enquanto diversas fincadas eram desferidas no corpo do animal, que gemeu de dor e se encolheu, recuando alguns passos. (Fury Attack/Fury Attack)

Isso despertou o moreno de seu transe temporário, finalmente o fazendo aperceber-se da situação que agora se encontrava. Ele cerrou os punhos, respirando profundamente antes de dar as ordens para seu fiel aliado.

O roedor hesitou, olhando para seu treinador. Ele encontrava-se claramente perdido, e não queria avançar. O animal desviou o olhar para a abelha, notando seus ofegos pesados e a dificuldade que esta mantinha para permanecer na batalha. Ele cerrou os olhos, respirando profundamente e se concentrando em tudo o que havia passado. Seu chifre adquiriu um forte brilho esbranquiçado, que cintilava ao ser envolvido por uma aura semi-transparente. Abrindo as pálpebras, se atirou sem pensar duas vezes na abelha, a fazendo voar para trás. A mesma cambaleou algumas vezes e, mesmo que lutasse para resistir, cedeu à fraqueza e desabou no chão, inconsciente. (Peck)

Hora da Batalha
Campo: As copas das árvores confundem-se umas com as outras, e a escuridão suave domina o local, por sob a relva esverdeada que recobre o solo. Uma brisa fresca corre por entre os troncos das diversas árvores que se estendem por todo o local.
Capítulo 3: Lembranças - Página 2 015
Vs.
Capítulo 3: Lembranças - Página 2 032
Beedrill (F)
Trait: Swarm
Hold Item: Chesto Berry
Lv. 7
00%
Status: Nocauteada
Nidoran (Duke/M)
Trait: Poison Point
Lv. 6
20%
Status: Normal


Hora da Experiência
Capítulo 3: Lembranças - Página 2 032Duke (M)
EXP Recebida: 375
Parabéns! Seu pokémon subiu para o Lv.8!
Duke recebeu 6 pontos de felicidade por subir de nível.
Duke aprendeu o movimento Focus Energy.


Demorou alguns segundos antes do rapaz finalmente aperceber-se de sua vitória, no entanto, antes que pudesse fazer qualquer coisa, o pequeno roedor que o acompanhava recaiu sob o chão, sem sua usual força nas patas para o apoiar.

E agora?

_________________
O amanhã é efeito de seus atos. Se você se arrepender de tudo que fez hoje, como viverá o amanhã?
Capítulo 3: Lembranças - Página 2 Zeu0QEE
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Off: Nossa, novamente demorei uma eternidade para postar aqui. XD
Se continuar nesse ritmo, termino essa rota só no Natal. -q
Sobre o Shinki, jogo não... Mas até tô pensando em jogar daqui a algum tempo quando eu tiver mais tempo livre. ^^'





Blake demorou alguns segundos para perceber que ele e Duke haviam vencido sua primeira batalha como uma dupla. O treinador ficou animado e feliz por sua mascote, mas demorou para perceber que o pokémon roxo possuia dificuldades para ficar de pé.

Preocupado, o jovem se aproximou de seu parceiro e com a maior delicadeza possível, começou a fazer cafuné nele, evitando tocar nos cortes que foram ocasionados pela batalha. Inicialmente o Nidoran começou a se contorcer, incomodado com o afego.


– Duke, sinto muito pela forma como agi nessa batalha. E obrigado por confiar em mim. Você foi incrível. Estou orgulhoso de você.

Quando percebeu que seu mestre estava realmente arrependido e que suas intenções eram boas, o roedor se acalmou, inclinando sua cabeça para o lado e fechando seus olhos. Sua respiração ficou mais profunda e McBride teve a impressão de ter escutado um pequeno ronco. Nidoran estava dormindo tão à vontade no colo de Blake que o mesmo ficou com pena de retornar seu pokémon para sua capsula.

Ainda com Duke em seu colo, Blake observou a Beedrill que estava inconsciente perto dali e decidiu que seria uma boa idéia sair daquelas redondezas o quanto antes. Não queria nem um pouco estar ali no momento em que a abelha violenta levantasse.

Com seu pequeno pokémon roxo em seu ombro, o rapaz começou a caminhar para onde julgava ser o norte, direção que o levaria para Pewter. Sabia que ainda estava distante de seu destino, mas a sensação de estar mais cada vez mais perto de se livrar daquele local infestado de abelhas era agradável.

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OFF: Estou até vendo. Iniciada: 25 de Maio. Concluída: 25 de Dezembro. EQIWUEHIUQWHE, POR FAVOR, NÃO! -QQQQ
Entra no Shinki, você vai se divertir lá! *^*
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Ainda que a aura que McBride transmitisse a preocupação, o mínimo toque em seu pequenino roedor ocasionara uma sessão de retorcimentos no animal, que buscava se afastar da mão de seu Treinador. Foram precisas algumas palavras para que o espécime pudesse se acalmar e, então, adormecer nos braços do rapaz.

Blake liberou um pequeno sorriso, antes de erguer-se com o pequenino no colo, observando a abelha caída. Talvez, fosse melhor fugir dali o quanto antes, afinal, não seria uma boa ocasião permanecer pelas redondezas quando aquele animal tornasse a se erguer, ou tampouco caso o restante delas se agrupassem.

Caminhando em uma direção que julgava ser de Pewter, perdia-se na adorável sensação de estar livre daquelas tão temidas abelhas. E teria assim continuado, caso um forte clarão não inundasse a floresta, ofuscando-o temporariamente.

O rapaz recuou, fechando os olhos por diversas vezes, buscando retomar sua velha e boa visão. Sentia-se acuado, perdido. Quando finalmente pôde focar novamente a paisagem à sua volta, diversos gritos animais eram ouvidos nas proximidades. Era possível ouvir zumbidos que aos poucos paravam, assim como de outra espécie ainda impossível de identificar.

Novo clarão.
Nova sessão de cegueira.
Nova recuperação.

O que o rapaz faria agora?

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Off: OMG! A Cleffa virou Arcanine! *O*
Parabéns pela promoção! ^^
Sobre o Shinki, entrarei durante as férias, pois terei mais tempo para jogar. Very Happy





"Finalmente, livre!" Era o que McBride pensava ao caminhar pela floresta sem ter que se preocupar com os ataques daquela abelha sedenta por sangue que enfrentou há pouco. Seu rosto ainda ardia um pouco devido ao ferimento que a mesma havia causado, mas o garoto já estava se acostumando com a dor.

Caminhou sem pressa, com um Nidoran adormecido em seus braços. Seguia pela direção que julgava ser Pewter, aonde o garoto já pensava nos desafios que estavam por vir: novos treinadores, seu primeiro ginásio e, é claro: o museu de Pewter. Como um aspirante a cientista, conhecer o museu era uma obrigação para ele.

Blake continuaria perdido em seus pensamentos se não fosse por um clarão que inundou a floresta. Agora não era apenas o corte em seu rosto que ardia: seus olhos eram claros e extremamente sensíveis. Lacrimejaram e arderam intensamente, a ponto do treinador ter que segurar o Nidoran com apenas um dos braços para poder utilizar o outro para coçar a vista.

Assustado, recuou um pouco e tentou descobrir o que estava acontecendo. Começou a ouvir alguns zumbidos, o que o deixou ainda mais assustado.

Porém, antes que os zumbidos pudessem se aproximar, surgiu um segundo clarão. Dessa vez o garoto estava mais preparado do que antes e conseguiu fechar os olhos um pouco antes. Ainda foi afetado, mas se recuperou mais rápido. Pelo menos os zumbidos haviam diminuído, sendo uma preocupação a menos para o garoto.

Olhou para Duke que, milagrosamente, ainda estava adormecido. Decidiu então retorná-lo para sua pokébola, já que ele estava ferido demais para enfrentar uma possível ameaça. Colocou a mão em seu outro bolso e de lá retirou uma outra esfera bicolor. Arremessou a mesma para o alto e de lá saiu um raio esbranquiçado que aos poucos tomou forma de uma simpática tartaruga.


– Sheldon. Preciso de sua ajuda. Tem alguma coisa de errado aqui pela floresta, assustando inclusive os animais que vivem aqui.

Ao ouvir o comentário de seu treinador, o Squirtle ficou em posição de sentido, mostrando para Blake que estava preparado para enfrentar qualquer problema. O que seu mestre não havia notado era que o réptil aquático estava tremendo. Como de costume, Sheldon costumava fingir que era corajoso, mas no fundo, estava apavorado.

A dupla então começou a caminhar pela floresta observando tudo que estava em sua volta. Queriam descobrir a origem dos clarões. Depois disso, decidiriam se a melhor atitude a ser tomada seria lutar ou correr.

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OFF: Minha Cleffa era um Ditto! )o)
Obrigada! *^*
Aposto qualquer coisa que você vai ser também, você narra superbem e é competente com os horários Diferente de mim u.u
Okay! Estarei esperando! )o)
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Ainda meio atordoado com os acontecimentos, o rapaz desviou o olhar para o pequeno animal adormecido em seus braços. Como Duke possuía tal capacidade de permanecer em plena tranquilidade, era algo que McBride ainda não podia compreender. Enfim, de todo modo, muitos ferimentos ainda estavam marcados no corpo do pequenino animal, e não seria bom permitir que este enfrentasse qualquer outra pessoa ou espécime que por lá aparecessem.

Retirando uma das esferas bicolores de seu bolso, ele mirou o centro esférico principal da mesma na direção do jovem Nidoran, antes de embatê-la suavemente contra sua carcaça levemente dura. Observando Duke ser envolto em um feixe de raio de luz escarlate para logo em seguida desaparecer no ar, Blake fez uma rápida troca de objetos no bolso, atirando a mais nova esfera em sua mão contra o ar.

Em um rápido giro, o item partiu-se ao meio, impulsionado por um forte raio de luz esbranquiçada, que impactou contra o chão. Aos poucos, o formato de uma tartaruga de cauda espiral era aderido pela própria luz, que aos poucos detinha uma cor metamorfoseada entre o marrom e o azulado. Respirando fundo, o moreno rogou pela ajuda de seu companheiro, observando-o ficar em posição de sentido, corpo ereto e patas ao lado deste. Porém, um tremor tomava conta do corpo da pobre tartaruga, fato que passava despercebido aos olhos de seu Mestre.

Lado a lado, avançavam lentamente pela mata semi-cerrada de Viridian. Silenciosa, eis sua situação atual. Zumbidos ao longe, desesperados, sumiam rapidamente entre as profundezas da floresta. Aos poucos, diversos clarões apareciam por entre as copas, cegando temporariamente o jovem moreno, assim como a fiel tartaruga que o acompanhava.

Demoraram alguns minutos de caminhada. O vento fazia as folhas farfalharem ou rodopiarem entre as pernas do rapaz. Sheldon lentamente sucumbia ao pavor, já um tanto quanto encolhido e observando a paisagem receoso.

Foi quando um último clarão, um tanto mais forte, cegou-lhes. Perdidos pela demora na recuperação, pokémon e treinador separaram-se em um ato acidental, cada um indo para um lado diferente. Quando finalmente McBride pôde ver novamente, ele via-se sozinho no local. Com indícios de pânico, andou por alguns segundos por ali, antes de partir em correria, berrando o nome de seu doce e apavorado companheiro.

E o que viu, o deixou em choque.

Não, não era Sheldon. A coisa era diferente. Um roedor amarelado estava de pé no centro de um descampado. Ele ofegava constantemente, e faíscas reluziam de suas bochechas avermelhadas. Suas longas e extensas orelhas, de ponta enegrecida, cambaleavam no ar, detectando todo e qualquer movimento presente. Ah, se fosse apenas isso. Diversas abelhas, talvez até dezenas de Beedrill's, estavam largadas ao solo, completamente eletrificadas, contorcendo-se ou simplesmente inertes. Gotículas de suor brilhavam na testa do roedor, que passara a virar a cabeça de um lado para o outro, enquanto sua cauda, em formato de um longo trovão, sacudia suavemente. A estática rodeava o corpo do espécime que, atentamente, passava os olhos amendoados pelo local.

Esse ciclo repetiu-se constantemente. Um zumbido familiar inundou os ouvidos de Blake, e uma jovem Beedrill - possivelmente desavisada - adentrara o campo, antes de finalmente notar o que ali ocorria. Fora possível ver que ela tentara dar meia volta, porém, um brilho amarelado encobriu o corpo daquele estranho animal elétrico, e um raio partiu o próprio ar, ocasionando um forte clarão. Em segundos, o animal que há pouco voava, agora caía, impactando contra o solo, contorcendo-se em um ato vão.

O animal de pelugem amarelada passou suavemente uma de suas patas na testa, fitando o redor, antes de encarar diretamente o jovem treinador. Em um sorriso entre a calmaria e a ameaça, virou o corpo na direção do rapaz, caminhando pacientemente em sua direção, pisoteando relvas e abelhas que gemiam de dor.

Imóvel, McBride buscava desesperadamente compreender tudo o que se passava.
O que iria acontecer dali pra frente?

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Acho que me empolguei um pouquinho. -q
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Off: Nossa, fiquei mais 3 dias sem postar aqui na rota. Tomara que você não reclame de mim no SAN: Serviço de Atendimento ao Narrador. XD

E nem se preocupe de ter se empolgado tanto com o post, assim que é bom! o/





Depois que encontrou o emissor dos clarões intensos, tudo aconteceu muito rápido: seu parceiro desapareceu de sua vista e tudo que havia em sua frente era um pequeno roedor elétrico ceifador de abelhas. Ele com certeza teria sido um excelente companheiro momentos atrás, quando for a atacado por uma Beedrill nada amigável.

Apesar da aparência delicada do ratinho, o treinador estava horrorizado com o cenário em sua volta. O medo se agravou quando mais um daqueles insetos acabou passando distraída pelo cenário, sendo atingida por um forte raio e caindo no chão, inerte.

Com as pernas tremulas, o rapaz de cabelos castanhos não conseguia raciocinar e acabou ficando ali, paralizado. Procurava por Sheldon, mas não o encontrava. Até que, para sua infelicidade, o pokémon amarelo começou a se aproximar de McBride.

Ele sabia que fugir seria a pior opção, já que o pokémon poderia não interpretar sua ação muito bem e  poderia receber um choque. Assustado e com os pensamentos confusos, decidiu fazer algo ainda mais arriscado: interagir com aquele pokémon.

O treinador se agachou lentamente, olhando o pequeno ser amarelho nos olhos. Tentava esconder sua expressão de medo, mas não sabia se estava sendo bem sucedido na ação. Por fim, esboçou um sorriso amarelo e disse:


– Olá amiguinho. Você deve estar cansado. Tá a fim de um lanchinho?

Evitando movimentos bruscos, Blake colocou a mão em sua mochila e de lá retirou um sanduíche – seu (ex) almoço – e ofereceu para o roedor. Torcia para que ele gostasse do gesto e esperava ganhar tempo para que Sheldon pudesse encontra-lo.

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OFF: Vou ficar sete dias sem postar pra você ver o que é bom. E se tentar ir pro SAM eu invoco uma assembléia. -n
Eu não me importo com a sua demora ;U;
Me diga o que achou do desfecho do post! Eu fiz lindamente isso e entrei em combinação com seu título! *u*
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De imediato, a escolha de sair correndo dali feito louco por sua vida foi riscada da mente do rapaz. Afinal, aquele estranho ataque de raio parecia ter um longo alcance e não seria nada divertido sentir uma onda elétrica transpassar por cada célula presente em seu organismo. Ainda que meio perdido, uma ideia calma - e talvez suicida - transpassou cada um dos dendritos de seus neurônios. E se tentasse interagir com o animal?

Ainda que com certa hesitação, McBride abaixou-se quase à altura do roedor, observando o espécime que agora o encarava de frente, de braços cruzados e olhar estreitado. Com um curto sorriso amarelado, o moreno ofereceu uma pequena refeição ao rato elétrico, retirando um sanduíche de sua mochila a passo de lesma e o estendendo ao bicho. Secretamente, rezava para que o selvagem aprovasse seu ato e também que esta enrolação permitisse que sua pequena tartaruga acabasse por encontrá-lo.

O animal encarou aquilo por um momento, aproximando o rosto e movendo as orelhas suavemente, cheirando aquele estranho lanche que nunca vira na vida. Ele torceu o nariz, fazendo uma expressão de nojo que disparou uma sessão de pânico no moreno.

Porém, ele nada mais viu que não um clarão e, então, o mundo transformara-se em um negrume sem fim.

~x~

McBride abriu os olhos, no entanto, sentia cada pedaço de seu corpo dolorido. A noção que possuía do tempo havia dissipado-se por completo, e vagas lembranças do dia inundavam sua mente. Era quase incrível, mas de poucas coisas ele recordava-se. Diversos flashes de memórias transpassavam o cérebro do garoto, enquanto ele lentamente sentava-se, sentindo pequenos choques momentâneos em seu corpo que, para si, eram inexplicáveis.

Era algo estranho: Pequenas lacunas negras preenchiam sua mente, como acontecimentos deletados. Mas como poderia ter certeza disso? Sentindo a cabeça girar, ele olhou ao redor, entrando em choque com as diversas abelhas caídas ao longo do descampado. Ele também viu uma mochila, sua mochila, aberta e jogada ao chão, com os itens completamente espalhados. Só não tinha a certeza de que tudo estava ali.

Pior: Ele não lembrava-se do que havia ocorrido. Todos os seus momentos com o roedor haviam sido deletados de sua mente, no entanto, tinha a consciência de ter sentido medo. Desespero. Solidão. O que mais? Algo parecia ter sido deletado em junção com aquilo, e isso seria a pior coisa que estaria presente em suas lembranças daquele local, se alguma hora, dia ou ano acabasse por recuperar suas memórias.

Sheldon havia sido excluído de sua mente.

Mas, bem...

Quem poderia alertá-lo de tal situação? Ele estava sozinho, supostamente... Não haviam amigos por perto e não entendia línguas animais. Talvez, ele sentisse que a esfera bicolor que anteriormente era a moradia de sua pequena tartaruga, fosse apenas mais um objeto vazio, apenas aguardando seu lançamento para a captura de outro animal.

Sim, ele esquecera-se de seu pequeno, dócil e medroso inicial. Dele, e seu atual inimigo naquela extensa floresta.

O que aconteceria a partir de agora? Como Blake, se é que isto fosse possível, recuperaria suas tão especiais recordações?

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