11@ O Hóspede Maldito

Victoria assentiu e assim Vincent lançou sua pokéball vazia sobre o pokémon psíquico. Enquanto a esfera bicolor se remexia no chão, a bela morena fez uma proposta inusitada.

“Viajar juntos?” Vincent refletiu, incrédulo. Quando assumiu sua jornada jamais pensou que teria a companhia de alguém que não fossem seus pokémon. Nunca foi muito de fazer amigos, geralmente era daqueles que quase não eram notados em classe, sendo acostumado com uma vida solitária. Não sabia lidar muito bem com outras pessoas, mas, por outro lado, também não conseguia dizer “não”.

– Viajarmos... juntos? – Repetiu, corado. – Ah pode ser sim. Por mim tudo bem. – Respondeu enfim, com um risinho sem graça.

Vincent não sabia, mas já estava se acostumando com o fato de Victoria sempre o puxar pela mão. Enquanto caminhavam pelo corredor da mansão abandonada após uma sequência de aventuras malucas, o jovem monotreinador nem tinha suas bochechas coradas como no começo daquela missão. Limitou-se a andar rapidamente, em meio a tropeços, para tentar acompanhar a morena, já que esta costuma caminhar bastante depressa.

Já havia anoitecido e aquela fria mansão estava escura e vazia. Vincent se perguntava onde estavam aquelas crianças que vieram com ele no helicóptero, torcendo para que estivessem bem. A vida como treinador pokémon parece bastante tranquila, mas eventos como este mostram que as coisas podem sair do eixo afinal, pondo a vida de todos em risco.

Só quando enfim abriram a porta dupla por onde entraram que puderam respirar aliviados. Talvez o monotreinador não tenha ajudado muito os rangers e a nação, mas estar vivo era o suficiente para ele.