Cap 018 - No rastro de Mewtwo

Diante da dor de meu Membro inferior consegui arremessar a pokeball recolhendo meu Pokémon que estava fora de si, ao menos dentro da pokeball ele não traria mais problemas.

Agora eu estava preso não só em minhas fraquezas físicas, estava preso na incógnita de qual escolha fazer. Como eu poderia deixar a bola e garota ali? Mesmo que a certeza de que as íris vermelhas tinham dedo podre nesta história e de que me levariam alguma resposta eu deveria dar prioridades aos socorros.

Estando com muita dor numa de minhas pernas pedi para meus pokémons fazer o trabalho pesado, pedi para Ivysaur levar a garota com suas vinhas para fora da mansão, mal havíamos entrado, isso não deveria ser difícil, pedi para que Vibrava carregasse Voltorb para fora, considerando que ela teria mais facilidade para levar uma esfera comparando com Murkrow.

Após isso tentei me levantar para ver se meu membro havia quebrado, ou se apenas fosse uma dor passageira.

Era provocante e agoniante a maneira quais aqueles olhos brilhavam, numa nostalgia repentina lembrava-me do primeiro dia que eu viera um prostíbulo, a lâmpada vermelha brilhava incansavelmente, parecia estar sugando tudo para dentro de si embora a casa sugasse apenas dinheiro dos amantes da luxuria.

Na situação em que eu me encontrava eu não poderia dar-me ao luxo de simplesmente desvendar o segredo guardado sobre as escadas, em minha condição eu não poderia ir simplesmente com a companhia de apenas dois de meus pokemons. Isso sem considerar o que aconteceu comigo em minha ultima missão, pokémons perdidos e capturados por delinquentes... Não, desta vez eu teria de ser paciente! Enquanto Vibrava e Ivysaur não chegavam saquei um pequeno frasco do bolso direito de minha mochila, nele estava descrito “acetaminofeno”, um remédio para alívio de dores musculares, já que não havia nenhum suporte médico a única ação a qual me restava era calar a dor por hora. Ingeri um comprimido e guardei o frasco, passei o pulso sobre meu nariz a fim de extinguir o desejo de coçar ele que vinha me perturbando desde que entrei na mansão, após isso tentei me levantar cuidadosamente, o efeito do remédio não era imediato, embora brusco.

Murkrow já havia pousado sobre a mobília jurássica, ele estava calado encarando a luz vermelha que incendiava a alma de quem a lhe encarasse, mesmo assim o Pokémon esperava sentado, parecia estar sentindo-se um segurança, muito provável pelo equipamento que ocupava nesse instante. Após meus pokémons voltarem de lá fora da mansão eu iria a encontro das escadas, abrir a cortina daquilo que nos encarava.

Conforme o tempo passava o efeito do remédio surgia, com isso comecei a sentir-me confortável quanto a dor que se amenizava, nesse ponto já era possível caminhar, para quem mal conseguia levantar-se sem apoio isso era um grande avanço, fiquei contente em estar preparado para esse tipo de situação. Porém o remédio é um tapa buraco que duraria por algumas horas somente, eu deveria ser rápido em tirar a limpo está história... Mas como? Vibrava e Ivysaur não haviam voltado ainda. Talvez eu estivesse exigindo muito da dupla, carregar dois pesos daqueles não seria tarefa fácil... Nesse patamar, tempo era algo precioso, eu não podia  esperar eles porém não poderia deixar os mesmos abandonados, eu precisava deixar alguma mensagem caso eles viessem, mas qual?

Observei o local ao redor, havia pedras espalhadas sob o buraco onde estava o lustre que agora estava em ruínas, observei os moveis todos empoeirados assim como o chão do local, dei um passo à frente e com um breve olhar para minha perna percebi que a mesma já não estava latejando, além disso, percebi que onde estava meu pé havia ficado um sinal: não havia poeira!

Isso me deu uma ideia que embora simplória fosse algo grandioso em meio ao tempo emergente. Com meu pé direito arrastei por alguns metros em direção à escada, fiz uma seta com o rastro de ausência de poeira, embora não fosse uma seta perfeita, era fácil entender para onde ela apontava. Agora só me restava torcer para que meus pokémons percebessem caso voltassem a esse cômodo.

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Olhei para trás na esperança que eles aparecessem, porém sequer sinal vinha deles, olhei para a escadaria e nesse instante aconteceu um forte estrondo que em sua balburdia tirou meu fôlego com um susto.  Fiquei eufórico com isso, seria o responsável pelas pedras que viera causar tal estrondo? O único jeito de sanar tal duvida era ir ao encontro daquilo, olhei para Murkrow com seriedade e inclinei minha cabeça para escada, dando um sinal de preparação que iríamos naquela direção, após isso comecei  a caminhar cuidadosamente pisando no primeiro degrau e então subir a escadaria.

Enquanto eu travessava em meio ao local, era notório o quão assombroso era o ambiente desta mansão, a cada passo que eu dava tudo ficava mais escuro, e isso me deixava inquieto a ponto de eu suar frio.  Nesse estado meus sentidos afloravam, minha respiração era mais profunda, meus olhos estavam dilatados, leves movimentos de minha cabeça indicavam a sensibilidade com os ruídos. Isso era obra do medo, pessoas com medo têm seus sentidos aguçados devido à necessidade de estarem alertas quanto a ameaças. Embora eu tentasse omitir com minhas sobrancelhas cerradas, minha alma era englobada pela escuridão, a única coisa que me segurava em pé eram meu foco e objetivos.

Chegou um ponto em que nada mais era visível, eu já estava num outro cômodo e Murkrow parecia estar agitado com algo, porém eu mal via um palmo frente a meu bico, de alguma forma eu teria que resolver esse empecilho... Mas como?

Neste instante sou puxado pelo meu Pokémon voador, foi um susto e tanto ser puxado de forma brusca, na verdade quase sujei minhas calças. Mas o pior estava por vir, Murkrow encontrou um interruptor e conseguiu iluminar minha vida. Mas iluminar era a palavra certa?
Com o feixe de luz abrindo minha visão não pude deixar de perceber as imagens que se espalhavam pelo quarto, engoli seco e olhei para baixo, vi minhas calças molhadas, sim eu havia me urinado. Após isso vi um ser esquisitão flutuando como um Magnemite, porém ele era azulado, fiquei surpreendido e ao mesmo tempo empolgado a ponto de esquecer o líquido que escorria em minhas pernas. Percebi que o Pokémon estava com seu olho avermelhado, muito mais que meu Slowking, fiquei apreensivo deparando-me com tal cena,  não perdi tempo com hesitação e saquei a pokeball de Growlithe, eu não podia deixar o estrago que aconteceu minutos atrás se repetir.

Growlithe já havia saído de sua pokeball e em meio ao local falei firmemente ao mesmo, tentando passar confiança.

- Cara, cuidado com este Pokémon, ele pode ser perigoso, vamos manter a distância atacando com dois Fire Spins, se ele vier para cima salte para qualquer lado.

Com sei focinho empinado para frente Growlithe mostrava-se muito avivado para palavra, ele esticava suas pernas de modo que mostrava sua preparação para iniciar a batalha.

No primeiro instante a fonte de poder daquele ser metálico era uma incógnita, o resultado disso é que de forma espantosa o pokemon azulado mostrou tamanha brutalidade deixou meu leal canino flamejante em apuros. Fui muito imprudente em baixar a guarda num primeiro momento, porém do jeito que a banda tocava eu pude compreender o ápice do poder do ser dominado por fúria escarlate em sua íris, que atacava com toda sua voracidade.

Tudo indicava que ele viria atacar com golpes diretos, para resolver esse empecilho seria necessário ter bastante mobilidade para reagir contra suas abordagens lineares. Percebi que de alguma forma esse pokemon metálico tinha além de sua robustez e força, esse possuía uma velocidade dinâmica. Para eu evitar aquele tipo de choque eu precisaria aumentar a velocidade de Growlithe. Empunhei minha mão e estiquei o indicador para o pokemon metálico  falando.

- O ataque dele depende  de um impulso para fazer um ataque de pura força e velocidade, porém deve ser difícil manter isso com flexibilidade, espreite o primeiro ataque saltando para um lado, ao tocar seus pés no chão use Flame Charge. Depois rode a baiana com seu Flame Wheel!

Sem mais delongas decidi incluir Murkrow em meio a troca de danos,  velocidade não era o forte dele, porém ele era um pokemon voador e teria uma ótima capacidade de esquiva com mergulhos, além de que isso não era uma corrida de velocidade constante, dois “bate asas” de Murkrow são o suficiente para uma rápida espreita.

- Murk, você vai entrar agora, use seu Astonish para desestabilizar seu oponente, caso ele tente lhe atacar esquive e use Wing Attack, se ele focar em Growlithe ataque com Wing Attack mesmo assim! Fique esquivando pelo ar, não pouse no chão!

Para um oponente que tinha essa linha de combate objetiva e direta, o mais viável a se fazer era isso: usar o bater e correr inverso.  Murkrow entusiasmou-se, percebi isso através de suas asas batiam freneticamente lembrando um beija flor. O que motivava ele provavelmente era a mistura da chama da batalha com o uso de seu apetrecho hi-tech, que diga-se de passagem deixava-o com um visual futurista e moderno.