Chapter two: 4:00 AM.

It's four in the morning, you got one more chance to die. Like beautiful stories, the greatest chapters flew right by.
Música da rota: aqui.


O relógio do meu celular indicava quatro da madrugada. A lua ainda estava no seu ponto mais alto, esperando a hora exata para que trocasse com o sol. O ruído dos pokémons de hábitos noturnos era perceptível ao nosso redor; por um lado, pode ser bom, por apresentar a vantagem de capturar uma espécie noturna que é de grande ajuda. A única luz partia da labareda na retaguarda de Ann, em meu ombro, atuando como um segundo cérebro.

A viagem anterior não fora tão cansativa. New Bark e Cherrygrove não eram tão longes. Contudo, a Rota 29 apresentou-se ser venturosa apesar de ser considerada como “a rota dos iniciantes”. Aqueles eventos ocorridos na estrada anterior deixaram-me relutante em relação à Rota 30, na teoria mais difícil e com adversários mais formidáveis.

O caminho era mais amplo e labiríntico. Era necessário dar várias voltas até chegar ao seu final. O seu único curso para chegar à próxima parte do caminho era seguir ao norte, mas existiam também algumas segmentações a leste que levavam a casa de uma reconhecida celebridade de Johto, enquanto o norte apresentava à alternativa mais rápida para chegar À Violet. Meu objetivo era a cidade e o seu líder, então, seguiria retilineamente.

Como o horário estava bem próximo da alvorada, os soídos das criaturas noturnas iam cessando-se aos poucos, ainda havendo alguns resquícios. Duas espécies de pokémons Voadores com práticas noctâmbulas poderiam até estar presente ali, o que de certa maneira me deixava feliz, já que com apenas Joke e Ann não seria capaz de vencer Falkner; são necessárias mais opções.

Subi algumas escadas e deparei-me diante uma casa. À sua esquerda, um pequeno desfiladeiro de terra cujo eu seria incapaz de subir. À direita, um caminho com grama alta que se fragmentava em leste e oeste – sendo que a direção oeste era a correta para que eu chegasse a Violet. Permaneci alguns segundos tentando raciocinar o quão vantajoso – e prejudicial ao mesmo tempo – seria se eu fosse pela grama alta. No final das contas, era minha única alternativa, já que o barranco era inviável.

Calcorreei pequenas distâncias até chegar à grama alta, passando pelo pequeno lago próximo a casa. Respirei fundo ali. Eu e Ann nos entreolhamos por milésimos, até que concluímos que estávamos preparados para qualquer situação improvável. Com um simples gesto utilizando sua cabeça, Cyndaquil deu o sinal para que avançasse em direção ao desconhecido. Um pouco relutante, o fiz, aguardando surpresas boas a seguir.



Considerações [OFF].:

Imagem meramente ilustrativa.

OFF:

It's four in the morning, you got one more chance to die. Like beautiful stories, the greatest chapters flew right by.


Enquanto passava pelo lago, senti uma força externa me puxando para as águas fleumáticas do rio. Respondi imediatamente com a força igual, contudo, minha perna direita foi ensopada. A calça era de tecido jeans, logo demoraria mais para secar além por ser jeans. Amaldiçoei com meus pensamentos quem fizera tal coisa – apesar de ser um bom sinal, pois poderia ser um Pokémon útil no futuro.

Não tive tempo de respirar. Uma criatura emergiu da penumbra do lago surpreendendo a mim e a Ann. O Pokémon pousou no solo gramíneo e nos entreolhamos de maneira não muito amistosa. Provavelmente, estaria marcando território, como grande parte das criaturas fazem.

Seu corpo era envolto por uma concha roxa, um pouco mais clara que o comum. Uma grande língua se estendia pelo chão, com olhares de furor. O clima pesado indicava o desafio que Shellder propôs a mim, e como um bom treinador, jamais recusaria uma batalha. O Pokémon aquático poderia até mesmo me subsidiar em desafios futuros, portanto, batalhar com o mesmo seria bastante propício.

As costas de Ann ardeu em desafio. Ele preparara suas patas para saltar, contudo, apenas a parei com meu olhar. A desvantagem era nítida e o embate se tornaria desigual, além de prejudicial para mim. Cyndaquil sentiu-se pesarosa em um lapso de tempo, mas entendeu que minhas intenções eram as melhores para ela, então se conformou com minha decisão. Arqueei a Pokéball de Joke, fitando o Shellder.

— Vamos lá, Joke, conto com você! — exprimi, lançando a esfera bicolor no ar. Por sua vez, ela materializava um raio vermelho-sangue, libertando Mr Mime. Apenas correu os olhos para mim, entendendo que seus esforços seriam necessários nesse instante, já que um combate era previsto. Preparou seu corpo em uma posição confortável para combater e ficou atento aos meus comandos. — Joke, use o Magical Leaf duas vezes. Vamos ver do que ele é capaz.

Como uma águia, meus olhos tentavam ver as habilidades de Shellder minuciosamente, para que enfim, eu conseguisse excogitar alguma estratégia.

Hora da Batalha
Campo: Na beira de um lago que fica no começo da floresta da Rota 30 e ao lado de uma cabana abandonada.

	Vs.
Mr. Mime (♂) Joke Trait: Filter Lv. 09 27/27 Status: Normal		Shellder (♂) Trait: Skill Link Lv. 06 00/20 Status: Fainted

Exp escreveu:Joke (Mr. Mime) ganhou 252 de Exp. Upou 1 Lvl e ganhou +3 de Felicidade (Totalizando: 18).

It's four in the morning, you got one more chance to die. Like beautiful stories, the greatest chapters flew right by.


Em um borbotão de folhas rosadas, Shellder se rendia diante do poder de Mr Mime. Com apenas um golpe, o palhaço se sobressaía sobre seu adversário, mostrando que o mesmo fizera uma simples pose de durão – mas o golpe que Joke utilizara era efetivo na concha, o que facilitara o sucinto embate. O Pokémon psíquico parecera feliz naquele instante, vencendo seu primeiro combate comigo.

A ocasião era oportuna para que eu adicionasse Shellder ao meu time. Contudo, creio que ele não se enquadraria na minha futura equipe dos sonhos e, por seu comportamento enfezado, talvez não se adaptasse muito bem aos meus métodos de treinamento. Jazi ali parado, com meus dois pokémons me observando, esperando a resposta. Ao refletir, achei melhor não anexá-lo à equipe.

— Eu imaginei por um momento ele em nosso time, mas creio que ele não se enquadraria muito bem. Vamos devolvê-lo ao lago para que se recupere de seus ferimentos e, quem Sab, ele encontre seu treinador ideal.

Ao exprimir a seguinte frase, fui até a concha desmaiada, tomando-a em minhas mãos e devolvendo-a a seu habitat. Aos poucos, foi afundando nas águas serenas do lago da Rota 30, para que um dia, quem sabe, encontrasse alguém que o complemente.

— Bom, vamos andando, a caminhada até Violet é longa. E, antes que me esqueça, também exploraremos uma caverna que há para frente. O que acham? — perguntei às criaturas, respondendo positivamente a minha questão.

Agora, com Joke fora da Pokéball, tomava o caminho que era necessário para chegar à próxima rota. Nesse horário da madrugada com as curvas labirínticas, fora às ameaças que poderiam estar a nossa espreita, a atenção era redobrada.



OFF.:

Until our second chance, just enjoy the dance, and find who we are.


O caminho era repleto de curvas e era um tanto complicado. Também se tratava de uma floresta inclinada, além de ser densa, mas tinha todo o trajeto já em mente. Contudo, um mapa que vislumbrei no Centro Pokémon de Cherrygrove me deu uma pequena noção do que viria à frente, então, estava pronto para qualquer situação inoportuna que me surpreendesse.
O brilho púrpuro da alvorada indicava que a manhã já se aproximava. A escuridão, aos poucos, se esvaía pela Rota 30, clareando todos os caminhos aos poucos, tornando-os mais claros. O fogo na retaguarda de Ann ainda era necessário, pois a madrugada ainda continuava sobressaindo sobre o sol ardoroso da manhã.

Enquanto caminhávamos, passos eram audíveis. Consegui perceber aquilo, assim como todos os meus pokémons. Ficamos estáticos, correndo os olhos a tudo que nos circundava, sem sinal de ninguém. Tornamos a andar, e ao calcorrearmos uma distância curta, era possível notar passadas novamente. Repetimos o mesmo processo ao pararmos; e nada. Outra vez, e tudo bisou.

Decidi não dar mais algum passo; primeiro, era necessário perceber se havia alguém nos seguindo ou nos margeando esperando o momento exato para atacar – no caso de um Pokémon selvagem. Eu, Ann e Joke nos entreolhamos, tentando deduzir o que seria. Cyndaquil era destemida, o contrário de Mr Mime, que relutava um pouco.

Determinado em achar o que acontecia, requisitei que Ann descesse do meu ombro. Então, todos nós começamos a olhar a nossa retaguarda, já esperando sermos surpreendidos. Não demos uma palavra, com a intenção de mostrar o que quer que fosse o quão éramos aguerridos.

Permanecendo apenas olhando a retaguarda e prontos para qualquer espreita, permanecemos ali, esperando uma resposta daquilo que nos seguia.

Until our second chance, just enjoy the dance, and find who we are.


Prestes a continuar a andar pela Rota 30, uma aura violácea foi capaz de ser vislumbrada mais a frente, circundando a densa floresta. Senti que ele estava tanto atrás de mim quanto de Ann e Joke. Ao pensar sobre o que poderia ser, senti um arrepio se propagar pela minha coluna até minha nuca; minha suspeita não era das melhores. Corri os olhos para meus pokémons, que sentiram coisas similares às minhas.

Ao raciocinar um pouco melhor, notei que o mesmo apenas avançava ao perceber meu movimento. Ou seja, ele não atacaria enquanto eu estivesse parado. Portanto, olhei para cada um de meus pokémons, cada um tomando sua posição – Joke ao meu lado direito e Ann sobre o meu ombro do lado esquerdo –, voltando a andar pelas estreitas vias da densa floresta.

Pedi para cada um de meus pokémons que mantivessem alerta. Meu pressentimento em relação àquela coisa não era dos melhores; estava prevendo que o mesmo sobressaltaria contra todos nós, o que não é bom, ainda quando eu tinha como hipótese uma suspeita levantada assim que vislumbrei a aura arroxeada.

Pena que nada poderia fazer agora além de aguardar. Continuei a calcorrear pelos caminhos mofinos da Rota 30, esperando que aquela criatura nos surpreendesse e atacasse.