Capítulo 16 - Em boa companhia

Blake, em uma de suas melhores demonstração de carinho, conseguiu com aquela singela fala tranquilizar sua amada de uma forma que, mesmo sem Miranda dizer nenhuma palavra, visivelmente havia feito com que a moça, que agora sorria de uma forma apaixonada, não temesse a reação de seu namorado. Isso, se o McBride, por algum motivo ainda obscuro, fosse perder seu controle emocional após o que ele escutasse.

No entanto, antes que Miranda enfim começasse a esclarecer toda aquela situação, a bela, depois de olhar a seu redor como se estivesse procurando algum tipo de apoio, mudou drasticamente sua feição ao olhar para um dos pontos da rota 102. Fato este que, com o fala exaltada da enamorada de Blake, ficou nítido o porquê daquele novo comportamento:

- ONDE ESTÁ A MARGO? ELA NÃO ESTAVA SENTADA DE BAIXO DAQUELA ÁRVORE? - Exclamou Miranda com um olhar ao mesmo tempo preocupado quanto assustado.

Deste modo, agora, com aquela estranha nova situação, que se somava o tudo aquilo que vinha acontecendo naquele calmo lugar, restava saber o que o McBride faria com esta nova informação. Pois, independentemente do que Miranda tivesse para falar, o sumiço de Margo certamente atrasaria aquela conversa. Mas, isso, era ouro assunto, já que, sem pensar duas vezes, a treinadora já caminhava em direção ao último lugar onde Margo foi avistada.

O modo com que o destino vinha trabalhando para que Blake não conseguisse descobrir o que sua amada tanto queria lhe conta poderia para alguns soar até como alguma espécie de brincadeira do "senhor do tempo". Entretanto, mesmo incomodado com tudo aquilo, o que era compreensível, o futuro criador pokémon partiu direto em busca de tentar resolver toda aquela situação, já que, mesmo achando que Margo estava bem, o McBride tratou logo de convocar seu Rufflet, a pequena ave do continente de Unova, para auxiliar na procura da bela de cabelos platinados.

Então, enquanto acompanhava seu parceiro voador bater asas pelas proximidades, em busca de algum sinal da jovem, Blake acabou se dando conta que Miranda, que aparentava estar realmente preocupada com o sumiço de Margo, estava cada vez mais distante dele, o que poderia indicar que a garota parecia aproveitar aquele tempo para se preparar para o que ela estava prestes a falar. Contudo, antes mesmo que ele a questionasse, ou  simplesmente se aproximasse dela, ambos foram surpreendidos com o surgimento de uma pequena criatura a poucos metros da posição de Miranda.

Com isso, agora, restava esperar pela ação que seria tomada por ambos. Afinal, por algum motivo que o casal ainda não parecia ter descoberto, a pokémon Psychic/Fairy observava ambos como se estivesse a avaliar o que cada um pensava. Fato que, no fim, se somava as outras incógnitas que tomavam conta da calma rota 102.

Durante alguns instante, um silêncio intrigante tomou conta daquele ponto da rota 102, afinal, assim como Blake procurava se comportar, Miranda havia percebido também que agir muito bruscamente poderia ocasionar algum comportamento ofensivo por parte da curiosa pokémon a frente deles. Fato este que, no andar da carruagem, pelo menos em comparação ao visto até aquele momento, tinha chances de causar novos e complicados problemas para todos os que ousassem se intrometer.

A aparente selvagem, por sua vez, alternava olhares entre Blake, acompanhado por Rufflet em seus ombros, e Miranda, o que, no fim, poderia indicar que a Psychic/Fairy parecia ter algum tipo de interesse para a dupla, principalmente pelos estranho sorrisos que ela demonstravam a cada novo observar direcionado ao casal. Entretanto, antes mesmo que qualquer nova conclusão a respeito de tudo aquilo que era visto pudesse aflorar a mente tanto de Miranda quanto de Blake, Kirlia, colocando sua pequena mão esquerda em sua testa, desapareceu sem que qualquer um deles pudesse esperar por algo daquele tipo, pelo menos não naquele momento.

Então, quando Blake e Miranda começaram a se entre olhar e procurar a seu redor por qualquer sinal da pokémon que anteriormente estava diante deles, ambos acabaram sendo surpreendidos com o surgimento de Kirlia a poucos centímetros da bela treinadora. E, certamente deixando o McBride sem ação, a pokemon tocou na garota fazendo com que a mesma desaparecesse da frente de seu namorado e de um de seus pokémons.

Com isso, se vendo agora sozinho, restava saber o que o aspirante a criador pokemon faria diante de tudo aquilo.

Diante daquela situação nenhum um pouco animadora, uma vez que agora Blake se via sozinho apenas na companhia de seu time de pokémons, que eram representados por um assustado Rufflet sobre os ombros, o treinador e futuro criador tratou de tomar uma decisão que, para muitos, era algo até curioso, pois, independentemente do que estivesse acontecendo, o McBride preferiu esperar por alguns instantes antes de tomar qualquer decisão. Fato este que, no fim, além de dar a oportunidade para que ele digerisse tudo aquilo que era vivido, poderia ser o tempo necessário para que ambas as garotas, eximias treinadoras, conseguissem encontram um meio de voltar para aquele ponto da rota.

No entanto, após alguns consideráveis minutos, onde aparentemente nada aconteceu, uma leve sensação de preocupação começou a tomar conta do jovem McBride, afinal, as coisas pareciam estar longe de se resolverem sem a precisar de sua intervenção. Só que, antes de que Blake enfim agisse, uma nova aparição pareceu deixar o rapaz ainda mais confuso do que ele certamente já estava.


Com isso, enquanto aquele novo pokémon os observava, deixando Rufflet ainda mais inquieto, restava esperar pelo próximo passo que seria dado por Blake. Porque, com aquele novo cenário, ficava mais do que claro que algo muito estranho estava mesmo acontecendo ali.