[Goldenrod] (Re)Construindo lembranças

OFF: Yep, vamos nos divertir q.

Ame estava de volta em sua cidade natal e a coordenadora não nutria sentimentos muito doces por ela, ou pelo menos pela sua família. Sem receber nenhuma notícia de seus pais nesses últimos tempos, Sakigami acredita até que foi deserdada. Mas seja, por medo de julgamento ou medo de confrontar os pais, isso não importaria, pois ela definitivamente não os encontraria em Goldenrod: ou eles fugiram, ou na pior das hipóteses, morreram na calamidade. Ela desafiou a própria curiosidade e então não saiu andando por aí, a procura de sua antiga casa, o que foi uma decisão prudente, pois apesar da restauração já ter começado, ainda era meio perigoso sair andando pelas ruas.

Sua curiosidade foi inibida com sucesso e lá estava Ame, encontrando uma tenda branca bem na esquina em frente ao Centro Pokémon. Falando no Centro, parece que a reconstrução no estabelecimento ainda não havia começado, as janelas estavam todas destruídas, as paredes de metal um tanto amassadas. Já dentro da tenda eram onde os funcionários da Sienna Co. se agrupavam: na verdade dois deles. Ao chegar ela podia ver um homem de cabelos negros e uniforme de Ranger sentado em uma cadeira e um outro homem, mais velho, de cabelos prateados, vestindo o EPI necessário. Ao chegar, Ame ouvia o que estava sentado na cadeira falando.

- Não consigo acreditar que não deixaram nenhum pokémon elétrico pra gente. Precisamos religar o gerador no Centro Pokémon, mas como diabos vamos fazer isso? Vamos, me explique. - Ele falava basicamente para as "paredes" já que o homem mais velho não respondia nada. O Ranger ao perceber Ame, a abordou sem ela poder se introduzir.

- Finalmente, uma treinadora. Já vou te dando um "briefing" da situação aqui. Um pokémon elétrico viria a calhar exatamente nesse momento, para ajudar a religar o gerador no Centro Pokémon. Se você tiver um, você pode ir lá e aproveitar e dar um jeito na estrutura do prédio. - E então ele tossia um pouco, podia ver um maço de cigarros aberto em sua mesa.

- Mas se por acaso você não tiver ou não quiser ir no Centro Pokémon, afinal não estou te obrigando a nada, você pode fazer algumas outras tarefas. Retirar toda essa lama que tem nas ruas, pra então prosseguirmos com a pavimentação. Claro, que se tivermos tempo e você tiver disposição, podemos fazer coisas a mais que surgirem por aí. Infelizmente, não posso te mandar pra Torre de rádio agora, porque o trabalho lá ta pesado mesmo e é melhor ninguém entrar no momento. - O Ranger então pegava mais um cigarro e acendia: - Perguntas?

OFF: Acho que ta todo mundo livre por causa da quarentena qqq, daí foi rápido. qqq

- Bem, pra você ter perguntado isso você deve ter um elétrico, ótimo. - O Ranger dava mais umas tossidas: - O gerador fica no porão do Centro Pokémon e sim estamos encarregados dessa área pelo menos. E por uma falta de comunicação, não tivemos meios de religar o gerador. Enfim, me chamo Tanner e o outro aqui é o Elias, que inclusive vai te acompanhar, porque eu tenho que fazer um relatório. - Dava mais uma tossida e resmungava: - Por que eu tenho que ficar com a papelada? - O Ranger se virava para a sua mesa e organizava uns papéis, mas em um gesto súbito ele se aproximou de Ame e sussurrou:

- Umm... então, o Elias é uma pessoa difícil de se lidar, no mínimo. Ele fala algumas coisas estranhas, mas é inofensivo. Porém, se ele te incomodar, me avise, vou deixar meu contato com você. - E então ele levantava o tom de sua voz novamente: - Bem, você vai ter que vestir o seu EPI, afinal ainda não checamos direito como vai estar o porão. Vai ali na sala de trás.

Quando Ame finalmente estava pronta o Ranger chamado Tanner já estava ocupado com a papelada e o tal Elias esperava a garota do lado de fora da tenda, se apresentando de uma maneira nada convencional.

- Pax et prosperitas. Que a luz de Arceus esteja sobre você. Eu particularmente não concordo com essa tentativa de "reverter" a benção mandada por um dos filhos do "divino". Mas tudo será decidido no dia em que o Novo Mundo estiver pronto. - Sim, quem auxiliaria Ame naquela tarefa era um religioso, que a princípio parecia bem fanático.

Talvez a pessoa "desconfortável" que Ame estivesse esperando não fosse daquela maneira. Eu narrador, não teria como saber se o que a coordenadora esperava era algo pior ou não. Ame podia ficar refletindo sobre religião e seus dogmas, mas para alguém tão fanático por essa "benção do divino", Elias entrava rapidamente no Centro Pokémon, quase jogando no lixo tudo o que falou antes, afinal ele estava cooperando para reverter a tal "benção". Que seja, Ame havia entrado em uma situação estranha. Acho que ninguém que foi participar da Força Solidária pensou que teria um fanático religioso como monitor.

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A menina de cabelos azulados parecia bem experiente para não confrontar ninguém à primeira vista. Ela não contrariou o ranger religioso em sua frente, mas o seguiu logo atrás. O Centro Pokémon de Goldenrod era um dos locais mais importante da grande cidade. Ela sabia que muitos treinadores passavam por ali, seja porque tinha um ginásio famoso, seja porque ali era uma rota quase que obrigatória, que ligava duas outras importantes cidades. Embora a menina não tivesse tempo de verificar como estaria a sua velha casa, ela poderia aproveitar ali para ajudar! Ficaria um tempo em Johto para ajudar na reforma que poderia durar um bom tempo antes do helicóptero vier buscá-la.

O local?! Bem! Pense em um local destruído, este era o Centro Pokémon. A menina passava pela porta outrora automática que Elias abria. Embora fosse manhã e a temperatura fosse agradável, ali dentro era misteriosamente frio. Os vidros do Centro Pokémon foram todos destruídos e tinha vários cacos de vidro no chão. Alguns sofás estavam revirados, mofados e destruídos. A bancada em que Joy em bons tempos ficava precisava se removida. O telão estava quebrado. Havia também muito lixo e vários itens despedaçados. O Ranger religioso parecia fazer uma pequena oração de leve até o caminho que se seguia até o gerador.

O problema! Um amontoado de sofás velhos, cadeiras quebradas e caixas podres bloqueavam o caminho, fazendo o ranger religioso suspirar: - Tinha que ser mais difícil... Mas Arceus sabe de toda as coisas. - invocava o seu santo deus de novo - Acho que vai demorar um pouco até o gerador...- dizia enquanto tirava duas esferas bicolor e as duas rodopiavam no ar até que o flash revelava dois Pokémons.

Machamp e Maroak eram invocados ali no campo para poder desobstruir a passagem. Eles seguiam fazendo o trabalho pesado, seguido de Elias que usava dos seus fortes braços para abrir caminho... Seria uma jornada até o porão do Centro Pokémon...

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Para ajudar na desobstrução do caminho, a menina chamava o seu parceiro Psychic, um Pokémon mímico que saia da Pokébola já procurando alguém para imitar. Mr. Mime sorria para os companheiros de trabalho. Enquanto Marowak usava o seu grande osso para fazer uma alavanca e mover os objetos bem pesados de frente da porta, Machamp usava os seus vários braços e força bruta. Já o Pokémon feérico tinha seu poder paranormal junto de si e assim vários objetos eram movidos também, via, energia paranormal.

A menina não ficava atrás. Ela logo se moveu diante da situação e pegava objetos menores, como cadeiras, incluindo os que Marowak apenas tirava sem muita técnica do caminho. Alguns minutos foram o suficiente para ela perceber que o ambiente estava repleto de objetos destruídos, mas que a porta fora aberta com sucesso!

- Arceus é bom! Nem deu tanto trabalho...- refletia o religioso, enquanto estava ofegante e escorria uma gota de suor da testa. Ele mesmo recolhia os seus dois Pokémons e empurrava mais a porta, ouvindo um gemido de resistência das trancas para com o ambiente lá embaixo, totalmente escuro. As escadas de metal estavam enferrujadas, sabe-se lá se ainda estavam em condições de aguentar peso, mas o gerador era importante para começar a limpeza no Centro Pokémon... - Você pegou seu equipamento de reparos, moça?!- questionava o homem, enquanto tirava uma lanterna de sua bolsa lateral e ligava. Embora pequena, conseguia iluminar bem o caminho...

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Diante do deboche de Mr. Mime e da possibilidade de consertar o gerador, a menina se explicava, palavra atrás de palavra... O Ranger arqueava uma sobrancelha perante a forma faladora que a menina assumia e assim ele apenas erguia as mãos em um sinal para que desarmasse... - Uouoou... Por Arceus, tá tudo bem... Normalmente a equipe de Sienna Co. dá uma mochila aos exploradores com EPI e algumas ferramentas... Dentre as ferramentas teria uma lanterna... Você não foi escalada para arrumar o Centro Pokémon?! – questionava o religioso, afinal, esperava que ela fosse uma voluntária, não uma menina que estava tentando ver como sua casa estava e acabou naquela missão...

O mais velho apenas apontou a sua lanterna para o chão, ao ponto de fazer um clarão eu uma penumbra entre os seus pés e até os pés da menina. Ele queria evitar que ela caísse ali por tropeçar em algo. Mr. Mime parecia imitar às vezes a sua mestra, evitando a atenção dela, quando a menina olhava, Mr. Mime disfarçava, ignorando o olhar dela. A menina descia as escadas enferrujadas, que causavam barulho a cada passo. O ranger ia logo a frente, tentando guiar todos.

AO chegar no chão daquele porão, a menina sentia tudo úmido, cheiro forte. Era difícil ver o que tinha ali, mas de certo tinha menos objetos do que os que estavam lá no centro Pokémon... A frente, um contêiner que outrora fora branco e enferrujado. Era grande e parecia ser ali o gerador principal do centro Pokémon... o Ranger encarava aquele local... Abria a porta e via os mecânicos de dentro.... Corria até a lateral e pegar uma grande tomada que estava em um plug na parede, maior do que o normal... - O gerador normalmente era ligado para armazenar energia na época de bonança... precisa de uma boa carga para voltar a funcionar...- dizia para a menina...