[Goldenrod] (Re)Construindo lembranças

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Com uma noite tranquila, Ame logo adormecera, mas fazia questão de acordar antes do sol nascer. E acredite, ainda tinha gente que fizera o mesmo. Antes de 6h da manhã a menina fora fazer sua higiene matinal, enquanto os mais preguiçosos e os que menos se importavam iam depois. A sorte da treinadora fora tal que antes de 8h da manhã já estava pronta para o trabalho, devidamente limpa e alimentada.

O caminho de volta ao Centro Pokémon em reforma seguia com a treinadora debaixo do céu claro com poucas nuvens. Não estava muito quente, por ser bem cedo, mas aos poucos o céu estava começando a se abrir e o sol iria energizar toda a cidade. No campo de trabalho, um grupo de 5 voluntários se apresentavam a Tanner e Elias, que explicavam o trabalho e distribuíam os pequenos voluntários.

Bem, pela distribuição, Ame continuaria no térreo junto com outro voluntários, enquanto os outros 4 iriam se distribuir nos andares superiores e porão! Graças a menina, a energia do Centro Pokémon tinha sido restabelecida, através do gerador, enquanto toda a cidade encontrava-se no breu. Ame tinha a missão junto de Gustavo, o outro voluntário, de lixar todo o térreo para poder no dia seguinte (ou no fim do dia, dependendo do desempenho) pintar as paredes do centro Pokémon, enquanto as novas mobílias não chegavam...

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Gustavo se despertava de seus pensamentos após o sinal da Ame. O rapaz realmente estava perdido, afinal, primeiro dia era assim. Até Ame poderia julgar que em seu primeiro dia ela estava bem para trás, com poucas informações sobre o trabalho que desempenharia ali. - S-Sim!- respondia a menina em sua voz mais tremula. Era um rapaz de baixa estatura, tendo pouca idade também. Seus óculos grandes pareciam reforçar a ele o estereótipo de menino estudioso, embora óculos tivessem nada a ver com isso.

Ao ver a sincronia de Ame e Mr. Mime, o menino logo percebeu que era um trabalho para ele e seus pokémons. Três esferas de cores diferentes eram lançadas para cima e delas um flash esbranquiçado chamava para fora três monstrinhos. Ambipom surgia cum sua dupla cauda e mãos extras. De fato aquele espécime iria conseguir cobrir uma maior área. Nidoqueen era uma Pokémon alta, iria ser o suficiente para alcançar a parte mais alta daquele centro Pokémon, que era bem grande, então, tinha muito trabalho. Togetic era um Pokémon que conseguia voar, embora sua força física não fosse bem o que se esperava. Ele logo flutuava para os cantinhos mais altos para poder tirar a casca daquela parede.

O trabalho começava. Os andares superiores começavam o barulho de retirar os móveis que não prestavam... E eram muitos! Da escada, saia camas, sofás e vários outros móveis, especialmente de quarto, carregado por técnicas Psychic ou Pokémons grandes. Machamp de Elias fazia um bom trabalho ali. Infelizmente, eles tinham que passar pelo térreo em que Ame e Gustavo estavam trabalhando, mas longe das paredes em que a dupla cuidava...

O tempo passava com os dois no trabalho com seus Pokémons, tentando fazer o melhor, mas, após 3 horas de trabalho, apenas 60% de uma parede estava pronta... Era um trabalho difícil, no fim das contas....


Parede 1 - 60%
Parede 2 - 0%
Parede 3 - 0%
Parede 4 - 0%

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Aumentando o quadro de “funcionários”, Ame conseguia avançar o serviço com Gustavo. Infelizmente, a dificuldade naquela parede estava um quilo de mofo por metro quadrado (exagerado) que preenchia a parede. Ela ficava cascuda e mais áspera. O choque de água salgada que vinha da praia ao redor tinha afetado muito aquelas construções, promovendo oxidação com facilidade em várias estruturas. O grupo continuou até o almoço!

Eles se reuniam fora do centro Pokémon para o rango. Uma van vinha trazendo as marmitas para os voluntários cadastrados, os rangers e até um ou dois funcionários Sienna Co., técnicos de edificações e designers de interiores que estavam ali para auxiliar, afinal, ninguém ali era obrigado a saber nada de engenharia e arquitetura. Os Pokémons também comiam brevemente, fazendo com que tivessem a energia dispostas. No céu ensolarado, uma nuvem negra, pequena, daquela distância poderia supor que era um palmo de mão, mas que deixava o religioso com atenção preservada... O trauma estava ali!

Após o almoço, mais uma vez eles retornavam ao trabalho, finalizando uma parede indo para outra. Os braços da menina já doíam um pouco. Ela e Gustavo davam duro, enquanto avançavam na tentativa de finalizar mais uma parede.

O sol quente deixava o centro Pokémon abadado, algo que seria compensando quando tivesse um potente ar-condicionado. Aos poucos, os meninos iam terminando a segunda parede e até deu tempo de começar a terceira, mas o sinal tocava! Os rangers convocavam a equipe mais uma vez pra retornarem aos dormitórios, enquanto o céu alaranjado abraçava Goldenrod.... Mas pelo menos, a menina terminaria de lixar as paredes, com certeza, no dia seguinte, quiçá começar a pintura!




Parede 1 - 100%
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Os dias passavam na velha Goldenrod com grande trabalho. Talvez por isso tinha a percepção da velocidade do tempo um pouco distorcida, com o grupo trabalhando bem com afinco. Uma vez que Ame já tinha sido convocado para os dormitórios, o Centro Pokémon da cidade era deixado para trás, enquanto a menina caminhava de volta ao local. Fez suas necessidades, dormia e mais uma vez a rotina quase que decorada se repetia.

Antes das 6h da manhã ela estava de pé para usar os banheiros. Já tinha muita gente acordada, principalmente garotas que sentiam a necessidade do uso do local higiênico mais do que os homens. O café reforçado e promessas de mais um dia!!! Ela seguia para seu trabalho pouco antes de 8h, naquela sexta-feira. O céu estava todo coberto por nuvens negras e cinzentas, que dividiam o espaço com grande complicação. Era possível prever a chuva a qualquer momento. Ao chegar no local, ela via a movimentação dos voluntários de frente da porta do Centro Pokémon, com Tanner bater na porta fechada...

O ranger começava a bater e falar mais alto para quem estivesse do outro lado ouvisse. Ame tinha encontrado Gustavo no caminho, que já tinha comentado que talvez terminassem de lixar a parede naquela manhã mesmo e talvez a pintura fosse deixada para trás. Uma neblina de uma chuva fina caia, bem levinha, apenas ofuscando a visão, mas prometia que iria engrossar. Ao chegar mais perto do tumulto de voluntários, ela ouvia a voz de Elias do outro lado.

- VAI ACONTECER DE NOVO E DESSA VEZ TODOS NÓS VAMOS MORRER!- gritava o homem do lado de dentro do Centro Pokémon. Não precisava de um psicólogo/psiquiatra pra deduzir que o homem estava em crise. - ARCEUS IRÁ PUNIR TODOS NÓS!- embora Ame não pudesse ver, porque a porta estava trancada, era possível deduzir pela posição e orientação da voz de que o ranger religioso estava sentado próximo da porta, do lado de dentro do Centro Pokémon. Ame sabia que ali perto tinha uma janela e possivelmente Elias estava encarando aquela neblina caindo.

- Elias, deixo-nos ajudar... Você não precisa trabalhar hoje..- dizia o ranger mais centrado dando mais umas batidas na porta.

- A PREVISÃO ERA DE SOL, MAS TÁ CHOVENDO... ARCEUS QUER NOS PUNIR!!!





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Preocupada, Ame corria até aquele monte de voluntários e Tanner e tentava ter ideias de como ajudar alguém com síndrome do pânico em um momento como aquele. Tanner tentava a abordagem mais clássica, que era a conversa, mas o ranger estava longe de ser o mais sensível possível para poder convencer o seu amigo a sair. Os meninos ao redor abaixavam a cabeça em negação, enquanto a chuva parecia era engrossar, fazendo cada gota um barulho novo sobre Goldenrod. Tá difícil...

Ali dentro, Elias estava sentado, escorado na porta, tremendo e com olhos esbugalhados. Com o aumento da chuva, o som dela parecia ecoar dentro de sua mente como vários sons amplificados, forçando ao ranger, que já esteve em situações bem perigosas, a elevar as mãos ao redor da cabeça, mas o gatilho já tinha sido acionado! O religioso orava, pedindo misericórdia ao seu deus, que parecia ignorá-lo no momento. Trêmulo, ele olhava vez ou outra para a janela! Não queria sair e não tinha a noção de que tinha pessoas para entrar e saírem da chuva.

Do lado de fora, com a chuva engrossando, todo mundo começava a ficar rente a parede do Centro Pokémon, onde se espremiam para poder serem protegidos pelo telhado que sobrava no alto. A respiração de Elias ficava tão ofegante, que era possível ouvir do lado de fora. Embora tentasse se controlar, seu controle estava indo por água a baixo...


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