Um mundo de sonhos é um mundo de...?

Com a singela confissão nem um pouco corajosa de Shion, sorri. Claro que ele esperava que eu lhe cobrisse numa eventual, gritante, falta de sorte, mesmo que fosse um treinador muito mais forte e mais veterano do que eu. Dito isso, partimos, junto ao ansioso Golbat, escadas a cima até chegar no andar propriamente dito e meus pulmões serem preenchidos por aquele maldito gás rosa. Nesse momento, Bruce que se preparava para sobrevoar as garotas da sala, parou e foi em meu auxilio, pois comecei a tossir muito, e bem alto. O gás estava me sufocando, felizmente o morcego batia as asas continuamente a minha volta para dispersar o gás e me dar uma chance de me recuperar. Ofegante e com olhos lacrimejando, sonorizei meu agradecimento ao morcego que apoiava meu braço direito em sua cabeça, enquanto me observava aflito.

- Estou bem, Bruce. Fica tranquilo. - E sorri para ele, enquanto limpava o canto dos olhos. - Obrigado, você me salvou de verdade. - Falei, para a felicidade do morcego, que suspirava aliviado. Ansioso, ele queria muito se aproximar da então mulher mais velha da sala, então me direcionei um pouco mais perto para ela e sussurrei para ele. - Apenas chegar perto. - E ele concordava com a cabeça, ficando cada vez mais feliz de estar perto da cientista, enquanto dividia sua atenção entre Senhora de jaleco e a mim.

Em seguida, respondia a garota da primeira pergunta, um pouco surpreso. - ...outro... mundo? - Disse, com visível dúvida pairando sobre mim, e após isso, a moça mais velha na sala, a de jaleco, quem presumi se tratar de Fennel, confirmava minha suspeita e colocava um vídeo para assistirmos a respeito do tal Dream World, e nos orientava sobre o que fazer.

Ela era direta.

Suspirei fundo, e quando estava perto de me apresentar, percebi que talvez Shion se tratasse de um terrorista louco. Enquanto passava o braço pelo meu ombro livre, ele verbalizava todo tipo de atrocidade, e tenho certeza que se mais algum ranger estivesse na sala, eu perderia meu título e minha patente quase que instantaneamente. De onde ele tirou toda essa merda?! Ainda rouco e atordoado, arregalei os olhos, dei uma cotovelada, leve, porém nada sútil em sua barriga e o tratei de desmentir no ato, enquanto tentava não demonstrar meu nítido desespero.

- Não, senhora. - Dizia, me dirigindo a Fennel. - Pelo amor de deus, Shion. Não se pode brincar com algo assim, ta tentando causar um incidente diplomático? Elas são cientistas com problemas seríssimos solicitando apoio internacional, não tenho qualquer intenção, ou autoridade sendo apenas um cadete, de lhes atribuir esse peso. - Falava para o homem de cabelos platinados, em seguida, com dificuldade, retirava meu Ranger Pad e me identificava, para evitar quaisquer problemas. - Perdoe o meu colega. Ele não sabe o que diz. - Disse, enquanto tirava o braço de cima de Bruce e me curvava de leve para a cientista, e forçava Shion a fazer o mesmo. - De fato, sou Ranger. Como pôde ver na minha credencial, me chamo Daisuke Fernandez. Sou apenas um cadete e não tenho qualquer intenção de pressiona-las com isso. Vim uniformizado, demonstrando intenção da coorporação estrangeira em lhes ajudar. Não vim a paisana com medo de causar um possível medo de estarmos nos aproveitando da situação para investigá-los, caso me identificassem como Ranger. - Me expliquei. Em seguida, me ajeitei e prossegui com o que era necessário.

Deixando a esfera de Hope em cima de um balcão próximo, junto de dois ovos que tinha comigo, eu peguei as esferas de Maru e Timid comigo, enquanto empunhava a de Bruce, preparando para retorna-lo, enquanto ele se aproximava, tímido e feliz, das pesquisadoras em questão. - Entendi sobre os procedimentos, mas eu não entendi o porquê de necessitarem da nossa ajuda, doutora. - Falei. - O que aconteceu no tal Dream World? - Perguntava.

Obtendo a resposta, assentia, colocava Bruce em sua esfera, e me deitava, onde era solicitado, para entrar no tal Dream World.

Scorbunny Egg 03/40
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Resolvida a confusão armada por Shion, Fennel nos orientou como prosseguir. Coloquei Bruce para dentro de sua esfera e adentrei na capsula, como me foi orientado. Só não obtive muitas informações do que estava acontecendo no Dream World, o que me deixou aflito, mas resolvi prosseguir da mesma maneira. Ao entrar na capsula, novamente o gás me acertava em cheio, e eu tossia um pouco no processo, mas acabava conseguindo adormecer, antes da tosse piorar.

Quando estava acordado, senti meu corpo frio, e tudo estava molhado a minha volta. Não sabia que merda estava acontecendo, e tentei abrir os olhos, para o meu desespero, e assim eu só via água e gelo pra todo lado, o que não melhorou em nada a situação. Pude ouvir uma voz feminina, mas não sabia o que ela estava dizendo. Será que ela havia me colocado aqui? Bem, para todo caso, não poderia deixar que ela fizesse o primeiro movimento. Se realmente estava tentando me matar, eu precisava descobrir, e tinha trazido a Pokémon perfeita para essa situação. Estava ficando sem fôlego, e meus movimentos estavam bem restritos, mas eu conseguia ver uma luz por onde achava que podia levantar. Eu não sabia onde estava Shion, mas me preocuparia com isso depois.

Num movimento rápido, me joguei pra fora do que parecia um tanque enquanto arremessava pra cima uma Pokébola tingida de vermelho, destravada, libertando Maru de sua esfera. A escorpião-ogro ficava feliz em me ver, mas ao me ver finalizando um movimento evasivo, presumiu que a garota em sua frente era uma ameaça, então rapidamente a puxava para perto e restringia seus movimentos, enquanto fazia um som nada amigável.

Sem fôlego, eu tive dificuldades para levantar, mas agradecia Maru pela velocidade. - Obrigado! Segure-a um pouco mais, Maru. - Falava com dificuldade e ela assentia, amigável. Me dirige ao local de onde vinha e pude ver que se tratava de uma banheira de gelo, também conseguia ver Shion lá dentro, para meu alívio, e o ajudava a se levantar. Feito isso, me dirigia a garota.

- Eu não vou me apresentar, o momento dispensa as formalidades. - Falava, agora recuperado e de braços cruzados, me dirigindo a garota em tom sério. - Tenho três perguntas pra você. E quero respostas rápidas. Quem é você, onde estamos e por que estávamos nessa banheira esquisita? - Falava, olhando para trás e lembrando de uma cena de uma tal série Teen Wolf que Lisanna falava pra mim a alguns anos atrás.

Maru estava tão atordoada quanto eu, mas não dava espaço para que a garota se movimentasse apesar de não apertá-la com força.

O que aconteceria agora?

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Ver Shion lidar com a situação daquela forma me fazia dar um riso. Primeiro, claro, fiquei bem irritado com a forma que ela evitou Maru como se fosse nada, quer dizer, ela não tava na nossa frente? Como foi parar tão longe?! Enfim, isso não é exatamente um problema, mas a Drapion ficou meio enfezada, e acabei me sujeitando a retorna-la pra sua esferara, antes que a tal Sakura Mei tivesse uma morte nada agradável. Quer dizer, quando Skorupi, Maru pulava na minha cabeça, me mordia, me picava de pirraça ou de raiva por coisas pequenas, mas ela era uma Skorupi! Agora como Drapion, não tenho certeza se é muito saudável permiti-la fazer isso com alguém.

Enfim, vi meu amigo de sociedade reclamar a respeito de que estava molhando, e dar um olé argumentativo na tal Sakura Mei. Dei de ombros pra ela, e até tentei seguir minha vida, mas uma de minhas esferas não estava travada, e Bruce saiu de sua esfera, dançando, apaixonadamente em volta da garota. Puto, levei a mão à face. Por um momento, achei que iria me livrar rápido da garota e seguir minha vida.

- Okay, você pode vir junto. - Disse a tal Sakura. - Mas! Se você fizer qualquer coisa pra nos atrapalhar, eu vou tirar a minha Drapion de sua esfera e deixar ela te usar como brinquedinho pra descontar a raiva. - Falava, e suspirava, enquanto Bruce ficava alegre por ter a companhia da garota. Revirei os olhos e segui em frente com Shion.

- Do jeito que as coisas estão, acho que a gente vai dar sorte se tiver tido os órgãos levados. - Falei com ele. - Estamos num lugar esquisito, sem saber pra onde ir, molhados, e com uma pirralha atentada na nossa aba. - Reclamei. - Aliás. - Me voltava para Mei. - Você é a tal ajud-

Interrompi meu raciocínio. Uma garota inocente, com um senso de humor péssimo sendo a tal ajuda que Fennel mencionou, era no mínimo, de cair o cu da bunda. Eu prefiro acreditar que ela é só um produto da nossa mente no Dream World. Imediatamente ignorei e me voltei para Shion. - Enfim, para onde você ta levando a gente? - Disse, atento a minha volta para que nada esquisito acontecesse de surpresa, enquanto seguia o criador.

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