Um mundo de sonhos é um mundo de...?

Com o meu acerto, recebia algumas congratulações que me tirava um sorriso, mas segui firme para o próximo enigma do boneco esquisito. - Isso é reconfortante, de alguma forma, né? - Me dirigi a Shion. - Pelo menos, a gente vai conseguir ir até o final com a coisa toda. - Disse, e dei de ombros.

Com o próximo enigma lançado, Bruce ouviu atentamente e ficou meio choroso, olhou para mim, depois para Mei e em seguida pro ventriloquo. Comovido, o morcego dava um abraço de asa no boneco em questão enquanto lamentava a solidão da marionete, e, só pra constar, eu tive que segurar muito o riso. Eu não sabia que ele era tão literal com tudo, o chamei para perto e o consolei, abraçando-o enquanto ele lamentava a solidão do boneco e ria um pouco.

Shion teoriazava a respeito de Rough Skin, mas eu lembro de ter visto que Iron Barbs fazia algo muito parecido. Comecei a me questionar, até mesmo se o ventriloquo não se referia a própria Sakura, mas me contive em provocá-los. Enquanto tentava fazer Bruce parar de chorar, e em meio a gargalhadas soltas de forma involuntária, eu ria e fazia a minha própria teoria. - Sei lá, parece Iron Barbs isso aí. - Disse, olhando pra Shion. - Toda essa situação me lembrou um Togedemaru carente. - E ria, enquanto apontava para o morcego que finalmente, parecia se recompor, com olhos ainda meio marejados.

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A resposta do ventríloquo era esperada. Ele provavelmente estava fazendo isso desde o início. Tendo acalmado o morcego, ele voltou a se apoiar no meu corpo, como se o usasse de um poleiro, enquanto eu tentava desvendar mais um dos enigmas do ventriloquo. - Dentre tantas regiões, sou mais do mesmo, mas de algo sou conhecida por ser mais cheia que outras... - Me virei para Shion, em questionamento. - Será que ta falando de água? Tipo, mar? - Perguntei para o jovem de cabelos brancos.

Enquanto raciocinava, eu repetia o enigma lido por Sakura Mei em voz baixa. Mato alto, impossível de se pedalar, e casas na árvore?! Será que ele se refere a região de Fortree? Bem, eram dois pontos para Hoenn, mas não sabia exatamente o que responder, nem quem se tratava de Rainha das Cobras, então me virei para Shion e sussurrei. - Olha, me parece Hoenn, mas não tenho certeza ainda. Você sabe quem é essa bendita rainha das serpentes? - O questionava. - Eu não tenho a menor ideia! O que tem mais do que as outras pode ser que metade do país é só água, e a descrição da grama alta e casas na árvore me lembrar de Fortree, mas... - E ficava pensativo. Por fim, desistia e chamava por Shion. - É, essa ta nas suas maõs. - Falava, enquanto me virava para o ventriloquo e o encarava firma.

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Taito começava divagando um pouco sobre o que havia encontrado em Hoenn, alguma relação com Rayquaza que eu não entendia muito bem. Certo, ele era o deus dragão, e certo, ele tinha o corpo serpentino, mas normalmente ele era referido num gênero neutro. Nunca havia escutado falar de alguém se referindo a ele no feminino, mas nem tive espaço de começar a divagar também, já que, com a confirmação de Shion, o ventriloquo confirmava nossa afirmativa.

Pelas minhas contas, esse seria o último, mas antes, tive de agradecer Shion pela ajuda. - Valeu, achei que fosse errar essa. - Disse, agradecendo, enquanto Bruce emitia seu cry amigávelmente para o homem de cabelos platinados. Ele não parecia prestar muito mais atenção em Sakura agora o que começava a me deixar curioso. Seria fogo de palha? Ou ele estava respeitando o momento? Era importante saber isso melhor, até para conseguir entender como lidar com essa sua característica.

Mas bem, eu tinha que resolver o enigma primeiro.

Se referindo a Pokémon que eram ótimos coletores de informação, eu começava a me lembrar do mês tortuoso que tive na academia ranger, que tipo de Pokémon precisávamos prestar mais atenção quando vissemos no ambiente e o que eles conseguiam coletar e transmitir. Um desses, covergiam com a descrição que o ventriloquo havia escrito, parecia até que era controlado por um ranger, né? Que engraçado.

Sorri, confiante, antes de externar meu raciocínio para Shion. - Blipbugs são Pokémon que aprendemos a ter cuidado na academia Ranger. Com alguns minutos, ele consegue colher muitas informações táticas do terreno e consegue transmiti-las de forma veloz com a telepatia. - Esclareci para meu amigo. - Num confronto antigo, Galar havia usado dessa tática pra recolher informações do terrenos dos países que iria bombardear. - Falei agora, meio cabisbaixo e me recordando das histórias tristes a respeito das guerras antigas enquanto Bruce me questionava se estava tudo bem. Sorri para ele antes de responder o ventriloquo. - Enfim, para registrar, são os Blipbugs.

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Com a afirmativa de Shion, dizendo que estávamos juntos nessa, fiquei um pouco mais aliviado, estranhamente. Quer dizer, eu nem sabia que tava carregando algum peso estando ali como Ranger, mas aparentemente, eu estava sim. E era meio exagerado, até, já que Shion era mais experiente do que eu. Ou será que eu estava assustado? Era difícil dizer. Normalmente, eu não me permitia sentir minhas fraquezas, em geral, e não me lembro exatamente de onde isso vinha. Tentando me recordar, sempre atribuia esse tipo de comportamento aos meus treinos pra lutas oficiais, mas, parando pra pensar, a gente sempre tinha um trabalho mental forte pra ficar bem pra luta, não era nada como impedir de sentir, era mais ter hora e momento pra tudo, conseguir focar no que importava e deixar de lado as outras coisas em momentos chave.

...então de onde isso vinha? Por alguma razão, eu não conseguia lembrar. Minhas mãos começavam a tremer e eu estranhamente ficava inquieto.

Respirei fundo e tentei me acalmar. Era sobre ter foco.

Me lembrei do que o mestre falava pra mim antes de uma luta: Tudo que importa agora, é você e o que ta no ringue. Foca no agora, e depois do agora, o antes e o depois, vão ficar mais claros e fazer mais sentido. É. Um bom mantra. O repeti algumas vezes internamente, enquanto mantinha uma expressão serena no rosto e escondia minhas mãos no bolso, até que parassem de tremer.

Enquanto tudo isso acontecia, reparei que Shion me olhava surpreso. Ri e o respondi, agora já mais calmo. - Qual foi, eu sou irmão da Lis, né? - Falei, olhando pra ele. - Ficar perto dela te faz ficar inteligente por osmose. - Disse, brincando.

Em seguida, o ventríloquo confirmava nossa resposta como correta e partia com Mei, para nossa felicidade, enquanto Bruce choramingava a partida da garota. Suspirei, então me virei para Shion, enquanto o chamava para segui-los caso ele não tivesse uma ideia melhor, do contrário, seguiria a ideia do platinado. - E então? Esses dois não falaram de nenhum outro lugar pra ir. Acho que só da pra seguir eles mesmo.

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