[Diário de Akishisa Renan #1 - Rota 29] Uma nova jornada paralela

Eu continuava a caminhar pela Rota 29, seguindo o caminho que parecia ser o principal e que levava para Cherrygrove City. A caminhada era bem relaxante, pois eu podia sentir uma refrescante brisa pelo meu rosto e ouvir os pokémons voadores cantando nas árvores. Era tão gostoso e tranquilo que Cyndaquil acabou por dormir em meu ombro durante a viagem. Por isso, eu tentei deixar o meu passo mais lento e suave para que Cyndaquil não precisasse acordar tão cedo.

As luzes do sol acima de mim eram restritas devido ao grande número de altas árvores pela rota, o que formavam uma cobertura de folhas pelo caminho e impediam o excesso de calor sobre nós. Conforme eu continuava a caminhar, eu percebi uma pequena passagem entre algumas árvores logo a minha frente, que parecia nos levar a um pequeno lago cercado por algumas árvores. Parecia o lugar ideal para que eu pudesse descansar também, e claro, para que Cyndaquil continuasse a dormir mais sossegado.

Então, eu segui na direção do lago e parei próximo a ele. Para não atrapalhar o descanso de Cyndaquil, eu lentamente tirei-o de meu ombro e coloquei-o sobre a sombra de uma árvores.

- Hmmmmmmm! Que sensação gostosa! - Dizia enquanto me espreguiçava a beira do lago. -

- *ROOOWWN*

Então, um barulho de pokémon selvagem interrompeu aquele doce silêncio....Quero dizer, o barulho de meu estômago faminto atrapalhou aquela cena.

- Hehehe! Acho que vou comer alguma coisa....

Apesar de estar sozinho, eu fiquei um pouco constrangido pelo barulho do meu estômago. Então, eu tirei a minha mochila das costas e sentei com ela no chão, próximo a onde Cyndaquil estava dormindo. De dentro dela, eu tirei um pequeno pote retangular azul que minha mãe me dera antes de sair de casa. Na verdade era um lancheira com alguns sanduíches que ela tinha preparado para mim, caso eu sentisse fome durante a minha viagem. E, claro, como toda mãe faz, acertou em cheio a minha fome....

De qualquer forma, eu fiquei naquela posição e comendo o meu sanduíche durante algum tempo, enquanto eu aproveita aquela sensação única de poder descansar sem preocupação.

- Minha mãe realmente sabe como fazer sanduíches! *Hmmmmmmm*

Aquele lanche que minha mãe tinha feito para mim realmente estava me salvando da fome que eu estava tendo durante a minha viagem. Eu realmente gostaria muito de compartilhar esse delicioso sanduíche com Cyndaquil, mas seria uma grande pena se eu acordasse ele daquele gostoso sono que ele estava tendo, além de ele estar muito cansado com a batalha contra Sentret. Por isso, resolvi ignorá-lo e voltar ao meu "almoço" da tarde.

Passados alguns minutos, eu já tinha terminado de comer uma parte do meu lanche. Por precaução, eu deixara ainda alguns sanduíches e bolachas dentro da lancheira, caso houvesse a necessidade de matar a minha fome novamente ou de mais alguém. Assim que eu guardara ela dentro da mochila, algo me chamou a atenção: uma pequena criatura rosada e com umas folhas na cabeça flutuava ao redor de um "ovo" muito similar ao que eu encontrara com Sentret, porém este era de coloração amarela, enquanto o de Sentret era vermelho. Aparentemente ele estava se divertindo e brincando com o "ovo". Mas eu não quis atrapalhá-lho em sua hora de lazer e nem me importava muito com aquele ovo, por isso fiquei apenas observando-o de longe com um sorriso no rosto.

Aquele pokémon rosado ficava circulando e flutuando ao redor do "ovo" amarelo. Aquele objeto parecia fazer a alegria daquele pequeno e frágil pokémon. Era muito divertido e engraçado observá-lo enquanto ele brincava com o objeto. Enquanto isso, Cyndaquil permanecia em seu sono ao meu lado. A minha ideia era que assim que ele acordasse, nós voltássemos a nossa viagem para Cherrygrove City, e lá eu pudesse tratar dos ferimentos restantes de meu Cyndaquil e de Sentret no Centro Pokémon.

Assim que eu voltei a mim de meu pensamento, eu notara que aquele pokémon flutuante agora se encontrara a alguns metros de mim, deixando o seu "ovo" para trás. Aparentemente ele nos notara e estava curioso conosco, ou queria algo de nós. Talvez estivesse com fome, já que tinham algumas migalhas do meu sanduíche ao meu redor. De qualquer forma, eu continuei sorrindo e perguntei a pequena criatura:

- Olá amigo! Eu posso te ajudar em alguma coisa?

O pequeno pokémon rosado continuava encarando a mim e a Cyndaquil, enquanto eu perguntava a ele se eu poderia ajudá-lo em algo. O mesmo respondeu com um sinal de positivo e ficou circulando em volta de nós, e ao mesmo tempo gesticulando e gritando freneticamente:

- Hoppip...Hop...Hopip!

Por causa desse barulho daquele pokémon, Cyndaquil que estava dormindo tranquilamente momentos atrás, agora estava semi-acordado e confuso com aquela bagunça:

- Quiilll...?!

- Eu não sei Cyndaquil. Esse pokémon se aproximou de mim enquanto você dormia e, agora, olhando em seus olhos, parece que ele quer algo nosso. Talvez uma batalha?! - Perguntava para aquele pokémon desconhecido.

- Hoppiiip!!

Pelo tom da resposta e pelo sinal de afirmativo, parecia que minha intuição estava correta. Entretanto, eu estava um pouco preocupado com Cyndaquil, pois ele tinha acabado de sair de uma batalha pokémon e poderia ainda não ter se recuperado.

- Cyndaquil, você está bem para mais uma batalha pokémon? Eu não quero te forçar a lutar se você ainda tiver cansado... - Dizia preocupado a meu amigo.

- Quilllll! - Respondeu Cyndaquil, acendendo as chamas das suas costas.

- Okay, Cyndaquil. Entendi sua resposta! - E olhando para o pokémon rosado eu digo. - Bem, Cyndaquil e eu aceitamos seu desafio!

Então eu me levanto do chão, puxo novamente minha pokedéx do meu bolso e aponto para o nosso novo oponente. Enquanto isso, Cyndaquil pula para minha frente aguardando minhas ordens.

A minha pokedéx indicava tratar-se de um Hoppip, um pokémon caracterizado por sua leveza. A primeira impressão que eu tive dele como oponente, era que parecia mais um pokémon para brincar e fazer companhia do que um pokémon voltado para a batalha. Só que nós, treinadores pokémons, nunca devemos subestimar os adversários, pois o poder de um pokémon não deve ser medida somente pela aparência, mas sim pela força interior e por sua vontade de vencer.

Com as devidas apresentações feitas e com Cyndaquil empolgado por mostrar sua força mais uma vez, eu também fiquei pronto para o início da batalha e dei as ordens para Cyndaquil:

- Cyndaquil, não podemos subestimas Hoppip, por isso vamos começar com tudo que nós temos. - Tentava convencer Cyndaquil a não baixar a guarda independente que fosse o adversário. - Comece utilizando um Leer e corra na direção de Hoppip, e acerte seu Tackle nele.