Em busca do Swarm!

Lysander encarava os pokémons cautelosamente enquanto estes pareciam buscar, do modo mais sensato possível, se comunicar com o grupo. Os sinais emitidos por estes, eram de fácil compreensão. Azurill não deveria estar em terra firme, mas por que? Os Carvanhas não viriam para a ilha por nada, afinal, deveria haver uma razão. Lysander encarou as vinhas, então os Carvanhas, depois para Azurill e então Taillow, caída sobre a areia... Os pokémons estavam próximos, e aparentemente uma batalha ali se iniciava. Lysander procurava entender rapidamente o motivo para que Azurill não devesse estar em terra firme, mas não conseguia chegar a uma conclusão satisfatória.  Não fazia o gênero do rapaz se intrometer em coisas assim, mas seria errado permitir que algo como a batalha que estivesse prestes a começar ocorresse, ainda mais sendo parcialmente culpado, uma vez que visivelmente a culpa era de Azurill, por algum motivo. Mas precisava ao menos tentar...

- Esperem! Esperem! - Corria até o os pokémons, levando consigo, arrastada pelo braço, Pia, que continuava abraçada ao pequenino. Mantinham-se na lateral, entre as duas espécies de pokémons. Buscava não parecer violento, mas mantinha um tom de voz severo. Apesar de sua momentânea, e rara, coragem, o garoto parecia tenso. Não sabia como mediar entre as espécies, mas pelo menos tentaria. - Não... Não batalhem, ainda. - Não tinha um plano em mente, nem as palavras exatas, e isso complicava a situação. - Primeiramente... Por que ele não deveria estar aqui? - apontava para Azurill. E neste momento Pia recuara um pouco, temendo que o jovem talvez entregasse o pequeno às criaturas, desvencilhando-se das mãos de Lysander. - Por que começar esta batalha? Isso é... Ridículo. - Então desviava olhares entre as piranhas e as vinhas, eles poderiam se comunicar, se desejassem, claro, e um dos Tangelas poderia gesticular mais uma vez, respondendo suas novas perguntas. Embora Pia não soubesse, não passara em momento algum entregar a qualquer um dos lados o Azurill.


A batalha havia sido finalizada, concluindo uma nova captura para Novak, que agora podia observar melhor oque se passou ao seu redor neste meio tempo. O tempo parecia piorar a cada instante, e Pia e Lysander continuavam na Ilha, mas o mar estava muito violento para que retornassem, ou que alguém se aproximasse. Mas Karina e Leny também tinham suas próprias preocupações agora. Leny tratava as duas focas com carinha, mas no momento em que aplicara a Potion sobre seus corpos, os pequeninos tremiam, talvez de dor, mas em seguida, um silencio estranho se formava no ar. Leny encarava as criaturas, com seu corpo barrando as gotas de água, suas mãos apoiadas sobre a pasta que agora era a areia, seus dedos se juntando e apertando os grãos.

Karina também abaixara-se, buscando avaliar melhor a situação. Os encarou por alguns instantes, e finalmente disparou. - Eles estão bem? - Quando na realidade, sua duvida era: "Eles estão vivos?" Neste momento, Leny voltara sua face para a garota. - Claro... Claro que estão... Só estão... Dormindo. - E então , voltava-se mais uma vez aos corpos roliços, talvez não acreditando em suas próprias palavras, temia pelos pequenos. Então, levantava-se bruscamente, encarava Novak e dizia. - Eu... Eu não sei oque fazer para ajudar... Então virava seu corpo, desta vez para o mar, dando as costas para todos ali presentes. Karina ainda não sabia de sua doença, apenas Lysander e Pia, então não poderia entender oque conseguir ajudar aquelas criaturas simbolizavam para ele, mesmo que nada estivesse definido, não ainda.

Graças àquela ação tola, porém corajosa, os dois conjuntos de espécimes paravam, e mais uma vez mantinham, de seu próprio modo, uma comunicação com Pia e Lysander. Um dos Tangelas repetiam o gesto já feito anteriormente, mais uma vez dizendo que Azurill não deveria estar na ilha, mas por que? Azurill mantinha um sorriso bobo em sua face, ainda nos braços de Pia, mas seu sorriso desaparece assim que um dos Carvanhas, o maior deles, grunhe algo para o pequeno, que logo tenta desvencilhar-se dos braços de Pia, visivelmente irritado.

Pia forçava o pequeno azulado a permanecer consigo, apertando cada vez mais o abraço, enquanto liberava um olhar histérico para as piranhas. Lysander desviava olhares entre o Carvanha maior e Azurill, buscando entender a situação, mas por fim, dizia. - Pia... Ele quer descer... - Neste momento, a garota virara sua face, direcionando-a para Lysander, o olhar histérico em sua face. - Não. Ele é meu peixinho!- E apertava mais os braços. - Se eles quisessem fazer mal a ele, já teriam feito, Pia... E não tentariam "conversar"... - A garota começara a inflar suas bochechas, oque sempre fazia quando nervosa. - Não! - Solte ele, Pia! - Não! - Solte! Ele quer sair! - Nãaaaao!- Lysander agora esticava seus braços na direção de Pia, buscando liberar Azurill, oque com um bom custo, arranhões e algumas mordidas de Pia, conseguiu.

Azurill agora estava solto. Pia encarou Lysander pela ultima vez, e começou a correr atrás do pequeno, mas mais uma vez foi impedida por Lysander, que segurou seu pulso, mas mesmo assim, a garota arranjou força o suficiente para arrastar o garoto, que não era lá muito forte. Oque iria acontecer em seguida?


Leny continuava de costa para o grupo, observando o mar, na verdade, as várias gotas que despencavam do céu atrapalhavam sua visão, mas ainda assim conseguia observar a ilha um tanto longínqua e borrada. Karina mantinha-se abaixada, acariciando tranquilamente o corpo dos pequenos, e roliços, Spheals. Mas então, a garota, estreitando seus olhos, conseguia observar uma figura no horizonte, vestindo uma capa de chuva... Parecia se aproximar, mas quem seria?

- Olhem... Tem alguém vindo. - Dizia Karina, levantando-se lentamente enquanto passava a mão em sua face, buscando enxugar a mesma, porém logo em seguida voltava a ser coberta por água, a tempestade parecia intensa. - Ele poderia ajudar. - continuava, buscando pelo menos animar Leny. Por alguns instantes a garota pensou em correr até a figura e pedir por ajuda... Chegou a dar três passos para frente, mas limitou-se a isso mesmo, então olhou para trás, para Novak e Leny, que agora parecia prestar atenção na figura no horizonte.  - Vão lá. Eu fico aqui com eles. - Ao final, voltara para perto dos Spheal. Leny, refutou a ideia da garota por alguns instantes, mas em seguida, sem falar palavra alguma, pôs-se a correr na direção do mesmo; iria Novak segui-lo?

Pia parava de arrastar Lysander quando notara que o pequeno Azurill tentava manter um dialogo com os Carvanhas. Os dois simplesmente observavam a criatura movimentar-se pela areia, visivelmente irritado com algo, parecia falar sobre algo sério, mas a dupla não conseguia entender-lhe... Oque estariam falando? O clima pela rota estava cada vez mais preocupantes. Os raios no horizonte começavam a avançar em direção à ilha, fazendo com que o pequeno Wingull preso no braço esquerdo do rapaz, tremesse ainda mais. Não havia muito oque fazer numa situação destas, a não ser esperar... E torcer para que, seja lá oque Azurill estivesse tentando dizer, surtisse algum efeito positivo.


O grupo finalmente se aproximara da figura do horizonte, de barba ruiva e olhos caídos, com olheiras. Logo que se aproximara, foram questionados pelo mesmo se precisavam de ajuda, eis então que, Leny, arfando, com sua respiração pesada, devido à corrida, liberava algumas palavras. - Sim... O senhor sabe cuidar de pokémons feridos? - Breve pausa. - Tem dois Spheals... muito feridos logo ali. - E após sua frase, vira que o homem observava dois pontos distantes, perguntando sobre um tal Abra... Mas Abra? Ao ouvir tal palavra, o rapaz volta-se para Novak, perguntando. - Abra? Não teve um problema com Abras?