Corona de Lágrimas! [Novela Mexicana]

Lysander notava o início positivo que seu pequenino ursinho tinha com aquela batalha, no entanto, não parecia tão animado com tal fato, primeiro por que aquele jogo poderia ser virado, e segundo por que Alvarez poderia não estar dando o seu melhor em batalha, para assim tentar reerguer o rapaz, ou ao menos era no que parecia acreditar.

- Certo, Pancham. Evite o ataque de Ekans, salte sobre as mesas, de mesa em mesa, para evitar seu bote, e então, assim que possível, ataque-o com seu Slash uma vez mais. Repita o golpe se necessário.

Lysander notava o olhar incomodo que vinha da figura de Alvarez, no entanto, não parecia ainda realmente confiante no desempenho do homem na batalha em questão. Pancham mesmo com seu corpo meio travado, debilitado, graças a sua paralisia, corria na direção de seu treinador, evidentemente feliz por sua vitória, muito diferente da aparencia de seu mestre, que parecia confuso diante do encerramento rápido da batalha.

Assim que o ursinho ergueu seus braços para Lys, este curvou-se brevemente e então o pegou em seus braços, esforçando-se para esboçar um sorriso em sua face. - Parabéns, Pancham. - Segurando o ursinho com apenas um de seus braços, permitiu que a mão de seu braço oposto escorregasse por um bolso de sua pasta e dali retirasse uma Cherry Berry, a qual entregou a seu ursinho, como uma recompensa ao monstrinho que adorava frutinhas e ao mesmo tempo uma forma de cura para sua paralisia.

- Foi uma boa batalha... Mas não sei... Acho que ainda não entendi a mensagem... Era para estar confiante? Foi apenas uma vitória... Uma entre tantas outras e outras derrotas. E bem... A vitória foi de Pancham. Ele é um bom parceiro, eu não. - Emitia enfim o rapaz, agora a Alvarez, um olhar perdido, confuso e meio sem foco estampado em sua face.

Lysander notava Alvarez se afastar, sem dirigir outra palavra qualquer para si, o que lhe causava certa estranheza. Alvarez não parecia ser do tipo comunicativo - essa parecia ser mais a "onda" de Éclair - no entanto, Lys não parecia apreciar a saída do homem sem que respondesse ao que tinha dito. Foi então que Éclair tomou a frente, e mais uma vez com sua voz calma explicou a situação para Lys, que suspirou por um instante até poder prestar total atenção nas palavras da jovem mulher. Pancham, enquanto isso, deslizava pela alça da pasta presa ao ombro de seu treinador, apoiando-se nesta quando seus pés a tocaram, e ali, ainda segurando-se na alça e com sua cabeça erguida, voltada à face de seu treinador, esperava, assim como Éclair, pelas próximas palavras que este dissesse.

O rapaz, no entanto, não parecia apto a responder, não de imediato. Precisava de algum tempo para refletir sobre aquilo. Sabia que estava sendo negativo, e que isto atrairia cada vez mais negatividade para si... Mas de que outra forma poderia expressar seu desgosto quanto a suas derrotas que não seja se deprimindo? Ao final do seu tempo de reflexão, o rapaz então erguia sua face a Éclair - Sua visão, enquanto pensava, estava focada no chão abaixo de seus pés. - e logo começa a liberar algumas palavras:

- Sei que não deveria me permitir abalar por minhas derrotas... Sei. Mas... De que outra forma eu deveria reagir? Como reagir quando tudo da errado? Continuar a sorrir mesmo que não esteja bem? Fiz isso por muito tempo, e sinceramente não me trouxe melhoras... - O tom de voz em sua voz deixava clara sua sinceridade a cerca da situação. - No entanto... - O rapaz parecia ligeiramente abalado, como um se um pensamento o surpreendesse, sua face agora baixava mais uma vez ao piso. - Ficar a reclamar e a chorar pelos cantos também não me trará benefício algum, apenas me fará afundar cada vez mais... - Então levantava seus olhos mais uma vez, e com um aspecto mais determinado, continuou. - Não acho que já esteja pronto para voltar a sorrir, para me recuperar completamente, ou se em algum momento serei capaz, mas, estou pronto para deixar de lado toda essa negatividade.

Off: QUE?! ÉCLAIR TÁ GRÁVIDA? O.O

- Claro... - Emitia o rapaz, esboçando em sua face o que seria uma tentativa frágil de sorriso, e ao mesmo tempo constrangimento, afinal, não eram bem boas memórias, na verdade, haviam sido horríveis, principalmente para Éclair. - Claro que me lembro. - Seus olhos se concentravam na mulher agora, suas mãos se agarravam à alça da pasta presa em seu ombro, a mesma pasta em que Pancham estava também pendurado, e o trazia para mais perto de seu corpo, fazendo com que Pancham se desequilibrasse e quase caísse, o que não ocorreu por ter se agarrado à alça.

- Alias... - Continuou o rapaz, parecendo perdido, seus olhos se voltando ao piso abaixo de seus pés uma vez mais. - Me desculpe... Estive aqui... Reclamando de minha vida, de meus problemas, que pensando bem, agora, não parecem nem metade de tudo que teve de enfrentar em suas escolhas. - Seus olhos voltavam a encarar a figura da mulher, tentando esboçar mais uma vez um frágil sorriso. - Perdoe-me, por ter sido tão egoísta. - Pancham, um pouco enraivecido de seu treinador nem notar que quase o derrubara da pasta, voltara a subir em seu ombro. O pequenino afastou sua pata direita, e então com um movimento atingiu a face do treinador, como em um tapa, e no momento seguinte, com um largo sorriso maroto em sua face, saltou para o chão.

Lys, agora com a mão levada ao rosto, esfregando o lugar do tapa, olhava de forma estranha para o ursinho. - Uai... - Emitiu o rapaz, meio incrédulo. - Depois conversaremos, pestinha. - O ursinho, a este ponto, já havia corrido para perto de Éclair. O olhar de Lys, no entanto, voltava para a figura de Éclair. - Deve ter sido realmente difícil superar seus problemas, Éclair... Você é mais forte do que me lembrava.

O jovem estava aturdido, era notável o estado de estupor ao qual estava preso diante da notícia que Éclair estava lhe dando. Bem... Era uma surpresa, realmente era. Mas, não fora o único motivo que levara o rapaz a tal estado, que devia-se mais ao fato do rapaz não saber ao certo como reagir diante de uma notícia daquelas. Éclair teria um filho - Era uma futura pretendente a menos para Lys, mesmo que seus sentimentos por ela não chegassem de forma alguma a algo romântico. - e o fato é que crianças, principalmente recém nascidos, não parecia ser algo positivo, aquela carinha de joelho e toda a moleza, fragilidade...

- V... Você vai ter um filho? - As palavras saíram de sua boca ao mesmo tempo que sua mente parecia surpresa com tal capacidade. - Ora, parabéns! - Continuava ele, ainda meio incerto. - Estou certo de que será uma boa mãe. Uma ótima mãe. - Sua voz ganhava certa confiança neste ponto, mas logo sua expressão parecia mudar, para algo próximo a uma careta. - Mas... Perdão. A ideia de ter crianças de colo nunca me agradou. São tão dependentes... Frágeis... - Ao final, esforçava-se para sorrir, um sorriso que logo desaparecera de sua face. - Alvarez deve estar muito feliz... Alias... Ele não anda um pouco estranho? Ou é apenas coisa da minha cabeça, afinal, nunca o conheci muito bem?