Em busca dos pokémons perdidos

A ação ofensiva de Lucas foi bem mais efetiva do que tentar descobrir o que estava acontecendo, e até mesmo tentar fugir. Ele ordenava que seu Pidgeotto e sua Butterfree executassem seus movimentos característicos, o que daria mais eficiência e também perfeição em sua tentativa de se livrar daquela “prisão”. O Silver Wind e o Gust foram também o suficiente para conseguir limpar aquela onda de sombras que rodeava a caverna.

- Arrem... Ora ora... Cof... Acho que eu... – O senhor era interrompido por uma tosse bem forte que lhe fazia se abaixar e escorar em seus joelhos. – Klaus, tire ele daqui.

A sombra mais alta, no caso o senhor, ordenava para que seu filho, talvez, atacasse Lucas e isso era bem grave, já que o treinador estava em uma pequena desvantagem. Porém não foi o que fez. O jovem corria em direção ao grande pano preto que encobria algo misterioso e revelava uma grande incubadora a qual estava ligada a vários cabos. A incubadora certamente guardava algo ali, mas graças a uma grande fumaça e a grande quantidade de plasma não era possível identificar o que estava dentro dela. O único som que vinha de dentro dela era esse.

O senhor conseguia se recuperar, ainda que pouco, de sua tosse forte e pesada, ele olhava para seu filho com completa ira e também gritava contra ele, apontando para Lucas como se quisesse o acusar de algo que poderia dar errado. O senhor olhava para Lucas com ódio e também raiva, ele rangia seus dentes e proferia palavras quase que incompreensíveis.

- Arrem... Jovem... Cof... Coff... Você me paga, eu vou te fazer pagar por me atrapalhar. – Dizia com uma mão sobre a boca.

Seu filho corria de um lado para o outro revelando também várias outras incubadoras, porém, todas vazias. Logo em seguida ele se virava para seu pai e retrucava.

- Papai, vamos usar ele! – Dizia apontando para a única incubadora ocupada. – Ele já está pronto!

Lucas via aquilo e talvez ficaria confuso, mas com o tempo ligaria os pontos e perceberia em que situação estava metido.

Por consequência de seus atos, o senhor lançava uma Pokébola que estava dentro de seu sobre tudo de sombras. A esfera vermelha e branca revelava um enorme Mightyena, com grande presas e garras afiadas, ele rosnava de forma agressiva e também latia como um canino selvagem.

- Cof... Ainda não! – Dizia voltando sua atenção a Lucas enquanto apontava seu dedo a ele. – Vamos acabar com esse enxerido agora!

Era hora de lutar! Lucas ordenava que seu Butterfree atacasse o Mightyena do senhor misterioso, e isso foi o que ele fez. A sequência de Silver Wind se mostrava super efetivo contra o lobo noturno, que dada as suas ordens, retrucava com o Crunch.

Enquanto a batalha acontecia, Pidgeotto ia atrás do garoto tentando ver o que estava dentro da incubadora, ele conseguia perseguir o garoto, que por medo se esgueirava entre os aparelhos científicos e as mesas tentando se esconder do pássaro, e por consequência, talvez por ordem, conseguiu fazer com que o cabo da incubadora principal se rompesse de uma das ligações elétricas remotas que havia no local. Isso fez com que o aparelho começasse a liberar uma fumaça branca e densa em bastante quantidade, além de esvaziar de modo que seu interior começasse a ser revelado.

- Cof... Não acredito que esse projeto de borboleta vai te derrotar, Mightyena. Vamos! Aca... Cof... Acabe com ele. – Bradava o senhor. – Use Crunch novamente!

O lobo atendia as ordens e assim as fazia, correndo na direção do Pokémon de Lucas com uma velocidade incrível e a mordendo com suas grandes presas afiadas. O Butterfree sentia aquele golpe e, por alguns segundos, quase perdia seu voo e caia no chão. Porém seu treinador estava ali para lhe ajudar, logo continuou sua investida com mais um Silver Wind. O movimento criava uma ventania poderosa no local, fazendo com que tudo o que estivesse ali saísse voando, bagunçando toda a organização que ali estava.

Era interessante notar que tanto o Mightyena quanto o Butterfree sentiam a força de seus oponentes naquele instante, e além disso eles demonstravam ter total capacidade de derrotar um ao outro, mesmo mostrando ter uma certa vantagem pelo lado do Pokémon inseto. Além disso, a mordida poderosa do lobo noturno fez com que a defesa da borboleta ficasse um pouco mais frágil, o que poderia vir a ser um enorme problema futuramente.

Lucas precisava ficar atento não só a sua batalha como também a seu Pidgeotto, que estava a uma distância considerável e bem propício a golpes. Ainda que fosse um Pokémon forte ele seria um alvo fácil sem a ajuda de seu treinador.


Campo: Uma caverna escura e repleta de mesas e materiais científicos. Grandes lonas tomavam conta do chão além de uma enorme mesa estar no centro da caverna. As paredes estavam cobertas por panos pretos assim como o teto, e a única saída estava bloqueada por uma sombra escura.

A batalha foi relativamente fácil, a velocidade do Butterfree, ainda que fosse a mesma do Mightyena, teve sorte de conseguir atacar primeiro, mas a sorte estaria ao lado de Lucas novamente? Com as ordens de um novo Crunch e uma sequência de Silver Wind ambos os duelistas tinham certeza de que seus Pokémon iriam ganhar naquela rodada, restava descobrir qual se sairia vitorioso.

Enquanto a batalha acontecia, novamente era hora de ver como Pidgeotto estava se saindo na busca pelo que estava no interior do aparelho. Ele conseguia espalhar a fumaça vinda dos cabos do aparelho e também, graças ao vento frio que o pássaro produzia, liquidificava o plasma. Aquilo não só revelava a criatura que estava no interior na máquina como também fazia o garoto correr em direção a seu pai. Ele corria gritando seu nome e também olhava para o Pidgeotto de Lucas com um semblante muito assustado e aterrorizado. O pai do garoto não prestava atenção nisso e acabava por ser atingido em cheio, caindo no chão devido a isso.

Dentro da incubadora era possível ver um Pokémon muito raro, não só raro como também muito especial. Ele era de uma região um pouco distante de Hoenn e sua descoberta era através de experimentos científicos no passado. Ele foi desenvolvido em laboratórios e graças a isso adquiriu habilidades muito interessantes que o beneficiavam bastante. Era provável que o herói desta aventura não conhecesse, ainda, este Pokémon, mas graças a estes acontecimentos ele teve uma grande sorte de encontrar tal espécie. O Pokémon, Porygon, como dizia em um letreiro escrito no interior do vidro com letras arcaicas e bem malfeitas, estava repleto de cabos ligados a seu corpo. Ele mantinha suas características naturais, o que era bom, mas ainda permanecia inconsciente.

A batalha estava queimando, os oponentes se fitavam e também partiam um contra o outro com movimentos que fariam cair desmaiados com tamanho poder. Mightyena teve a sorte de atacar primeiro, e tal golpe vez com que a borboleta de Lucas fosse devorada e lançada ao chão com tremenda força, capaz de rachar o solo e algumas rochas em volta. O movimento natural do lobo noturno era algo bastante poderoso e sem dúvidas traria grandes danos ao Butterfree. A borboleta caía no chão completamente devastada, não só arrasada como também destruída. Porém, com um movimento de muita persistência e uma louvável perseverança, o Silver Wind acertou seu oponente em cheio fazendo com que o lobo fosse arremessado longe e contra a parede. Ele caía no chão completamente nocauteado e logo, com ira e ódio em sua expressão, o senhor o fazia retornar a sua pokébola.

- Grrrraaaarrrggh! – Exclamava com um grito com toda a fúria que tinha. – Você me paga garoto! Você me paga!!!!!

O senhor tinha muita raiva em sua postura, seu filho o ajudava a levantar e eles tentavam correr dali, mesmo que com dificuldades. O garoto também olhava para Lucas com dúvida e também confusão, porém ele se mantinha junto a seu pai o ajudando.

O treinador estava, finalmente, mais tranquilo, talvez. Sua situação melhorava bastante e isso era bom, afinal, ele tinha alguns assuntos pendentes a resolver ainda no local.


Campo: Uma caverna escura e repleta de mesas e materiais científicos. Grandes lonas tomavam conta do chão além de uma enorme mesa estar no centro da caverna. As paredes estavam cobertas por panos pretos assim como o teto, e a única saída estava bloqueada por uma sombra escura.

Lucas percebia o estado e sua preocupação era perceptível. Ele ia na direção do Porygon e tentaria tirar aqueles cabos e todos os aparelhos que impregnava o Pokémon. O jovem, ao decorrer do caminho, poderia tropeçar nos diversos matérias científicos e medicinais que haviam caído no chão devido as ventanias do Butterfree e também alguns cabos que passavam atravessando a caverna.

A pequena espécie tecnológica se remexia aos poucos com os toques do treinador, ele parecia despertar aos poucos, porém era algo que o jovem não esperava. Ele, ao abrir os olhos, liberava uma grande energia psíquica que atingia todo o quarto. Ele conseguia elevar seu poder o suficiente para levitar não só o treinador como também os matérias que estavam dispostos na sala. As mesas e tudo o que havia sobre ela, além de todos os cabeamentos e também algumas lonas que estavam pelo chão eram levitadas e elevadas pelo Porygon. Talvez aquilo fosse uma de suas habilidades.

Seria interessante não só tentar ajudar o Pokémon como também o entender, ele, afinal, sentia medo e estava assustado. E era bem compreensível, pois depois de anos sendo tratado como objeto de estudo o simples toque humano fazia com que ele reagisse de forma completamente abrupta.

Infelizmente o Pidgeotto havia se afastado o suficiente para não ser atingido pelos efeitos das habilidades do Pokémon, e isso, ainda que ele estivesse ciente, fazia com que o treinador estivesse novamente em perigo.

Lucas, elevado ao ar, deveria reagir e ver como sairia daquela situação. Ele deveria ter cuidado pois ser largado dali a aquela altura faria com que ele se machucasse.

Porygon ouvia as palavras de Lucas, mas não demonstrava nenhuma reação, ele também olhava profundamente no fundo dos olhos do treinador e mesmo percebendo sua honestidade o cibernético continuava apático.

A este momento Pidgeotto já voltava para onde seu treinador estava, ele havia seguido o senhor misterioso e seu filho até a saída daquele túnel. O pássaro voltava em disparada e logo, ao ver aquela cena, ficava parado, apenas observando, talvez aguardando alguma orientação.

É importante citar e caracterizar a “zona psíquica” que o Pokémon estava criando. Ele conseguiu abrir um grande quarto de truques, fazendo com que os movimentos fossem retorcidos, logo, qualquer velocidade era completamente negada e transformada em movimentos lentos, o mesmo vale para movimentos lentos, que eram transformados em rápidos movimentos. Isso é o bastante para fazer com que Lucas, a partir do momento que perceba isso, consiga se adaptar e criar um modo de sair dali, ou até mesmo, dependendo de sua coragem, acalmar e conseguir a confiança do Porygon, que continuava indiferente em relação ao jovem.