#01 - Em busca de um plano

As sirenes me colocaram em pânico. Policiais não eram algo que trazia boas lembranças á minha mente. Meu pai havia sido levado embora no dia que luzes vermelho-azul entraram pelas janelas e o som cortante me tirou do sono. As mesmas luzes e som invadiram a casa e so foram embora quando levaram meu pai na viatura.

O cão me segurava ali com suas últimas forças. Era o seu dever cumprir a lei. Por um momento tive pena do pobre Electrike fiel a seu dono e parceiro, mas eu tinha meu próprio parceiro para cuidar. Zyos estava acabado, com um dos imãs pendente e sem força.

- Zyos... – eu olhei de soslaio para o cão e apontei com a cabeça.

Electrike estava distraído tentando me manter preso ali, não esquivaria de um ultimo Tackle de meu Pokémon.
Mesmo assim eu precisava de plano após derrubar o cão. Precisei de tantos planos até aquele momento. Eu so queria que os céus pudessem me ajudam agora. Pelo menos uma vez...

Foi aí que bati o olho na grade de ferro. Com a carga elétrica de Zyos uma das argolas que uniam as grades tinha explodido. Eu poderia puxar a grade e fazer uma passagem. Colocaria Zyos em sua Pokébola e correria pela fresta assim que derrotássemos o Electrike. Correria para longe dali.

Relações Magnéticas

A polícia se aproximava com suas luzes azul e vermelho, além de um farol fortíssimo que praticamente cegava a visão de Jerome... Seu coração parecia subir até a garganta ao reviver emoções do passado tão marcadas em sua memória. Entretanto, não podia se permitir "travar" diante do perigo iminente, pois significaria o fim para suas aventuras e sonhos. Não haveria um amanhã se não pensasse rápido! Electrike ainda estava agarrado ao seu calçado e não o deixaria escapar tão facilmente, mas demonstrava claramente seu cansaço e confusão... Um rápido contato entre o exausto Zyos e seu treinador indicavam o que deveria ser feito. Era necessário retirar o canídeo dali a qualquer custo.

Contudo, antes mesmo que o Magnemite fizesse alguma coisa, o próprio Electrike parecia perdido sobre o que deveria fazer. Ele largou o calçado de Lítio e tentou morder o ar, cambaleando em confusão e finalmente se chocando contra uma caixa velha largada, desmaiando em seguida bem próximo de seu dono. Era a deixa perfeita para a dupla escapulir dali o quanto antes. Apesar do beco ser "sem saída", haviam diversos lugares para onde ele poderia tentar ir. Um deles era a grande, que parecia um pouco mais frágil depois das investidas e golpes elétricos de Magnemite. Entretanto, ela também parecia estar carregada de energia e um toque poderia ser fatal. Lítio poderia até tentar pedir ao seu Pokémon para resolver esse problema chocante, mas isso lhe faria perder tempo precioso.

Por outro lado, à esquerda de onde estava, era possível notar uma figura agaichada, segurando a escada de emergência retrátil. Se apertasse um pouco os olhos, o treinador poderia notar o vulto do Rocket que "salvara" anteriormente. Ele mantinha-se silencioso, mas tentava acenar para o garoto, indicando que abaixaria a escada para ele. Um pulo e um agarrão resolveriam seu problema... Mas ele estaria falando a verdade ou só usando mais uma vez o menino para escapar? Lítio então ficava com dois possíveis destinos... O perigoso gradeado do fim daquele beco ou a ajuda suspeita do jovem e belo Rocket. A polícia já estava "no seu calcanhar", apitando um sinal para que ele parasse ou sofresse as consequências. O que Jerome faria diante dessa bifurcação de escolhas? ◄

>> Zyos ganhou 690 EXP da batalha, +7 pontos de
felicidade e subiu para o nível 9!
 Zyos aprendeu Thunder Wave!

Campo: Beco escuro, com algumas latas e sacos de lixo ao redor, além de entulho acumulado. A única saída além da que leva a rua principal, é escalando um muro de arame, no fundo do local.

Uma vez eu li que o mal era belo para seduzir as almas fracas. O que poderia explicar eu ter parado naquela situação tensa, do que atração pela beleza da confusão, e também a beleza daquele desprezível Rocket. Ele me tinha nas mãos e poderia novamente me trair.

Se eu ficasse ali seria preso. Se tentasse fugir pela grade poderia me eletrocutar. Subir pela escada parecia a alternativa mais fácil, mas também a mais perigosa.

- Seu filho duma puta! - eu xinguei o Rocket ao ver ele escondido.

Eu peguei a Pokebola de Zyos e o puxei para dentro. Ele precisava de repouso depois daquilo tudo.

- Como espera que eu confie em você depois disso? – questionei o rapaz

Mas não havia tempo para dialogo. Eu acenei para que ele abaixasse a escada e pulei para agarrar a grade. Se esta era ajuda que eu havia pedido aos céus, esperava que o preço não fosse tão alto. Porém, assim que eu estivesse seguro com o Rocket eu lhe daria um belo soco.

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Com a polícia no encalço do treinador, Lítio tinha pouco tempo para pensar em uma saída para aquela situação. As grades eram uma opção tentadora, ainda mais quando a única escolha alternativa consistia em confiar no inconfiável. Entretanto, era notável que um choque o esperava de forma nada convidativa se fosse pelo caminho mais fácil. Sendo assim, o Rocket tornava-se a sua melhor opção. Sim, aquele mesmo Rocket que em primeiro lugar o havia colocado em maus lençóis e agora tentava,de forma muito suspeita, auxiliá-lo a escapar. Um momento arriscado tomado por Jeromé, mas afinal era baseado em riscos que havia iniciado sua própria jornada ali em Mauville.

Depois de retornar Zyos para a respectiva cápsula e desabafar um pouco sua insatisfação para com o Rocket das formas mais chulas e literais possíveis, Lítio amoleceu-se e acabou esticando a mão para pegar a escada ofercedia. Em resposta, ele recebeu um sorriso malicioso do rapaz de preto, que deixou um gostinho de dúvida no ar sobre sua ajuda, antes de liberar a escada, por onde prontamente o treinador subiu. Assim que Jeromé chegou ao topo, a escada foi novamente levantada, impedindo que alguém a utilizasse para segui-los. Não era lá o plano mais infalível de fuga que havia, mas até contornarem o edifício e usarem as escadas para alcançá-los, eles já deveriam estar bem longe dali, isso se soubessem para onde ir.

— Uau! Lindo e corajoso... — Dizia o Rocket, mordendo o próprio lábio ao ajeitar seu boné e observar Lítio diretamente nos olhos. — Desculpe, eu só sei ser direto... Vejo que você também tem um Magnemite. Não tão lindo quanto o meu, é claro... Mas o suficiente para que eu resolvesse te ajudar. Juro! Não tem nada a ver com o meu interesse em você...  — Dizia o Rocket despretensiosamente, mandando um beijinho para o garoto ao final, enquanto policiais cercavam a saída de emergência aonde estavam. — Oh, vida... Precisamos escapar. Vem, vamos subir até o telhado, de lá podemos saltar para prédios próximos e escolher um para descer. — Finalizou o garoto, subindo correndo as escadas em direção ao topo. Como Lítio reagiria a isso tudo e o que faria afinal? ◄

Meu ódio pelo Rocket so crescia cada vez mais. Como ele poderia estar calmo e sarcástico em meio a aquela confusão. Sendo que parte daquilo fora causa dele. Eu arrisquei minha pele para salvar alguém que eu mal conhecia e ele havia fugido na primeira oportunidade. Bom, pensando bem eu fui idiota em fazer aquilo.

O Rocket não sabia das minhas intenções implícitas. Ele era uma porta de entrada para o mundo do crime do qual eu queria entrar. Uma ligação entre meu pai e eu. Uma forma de descobrir se realmente ele era um bandido, e talvez de achar algo que prove sua inocência, ou até mesmo algo que eu pudesse trocar por sua liberdade.

Fui em direção a ele para socar sua bela face, mas me contive, porém, ao ouvir seus comentários enfadonhos eu quase não me segurei. Passou pela minha cabeça empurra-lo pela beirada e entrega-los a polícia. Ao invés disso eu segui o caminho indicado por ele.

- Por aqui podemos seguir até o Centro Pokémon. Os telhados dessa região são bem próximos um dos outros, vai ser fácil seguir por cima. – eu nasci naquela cidade e conhecia todas as rotas - Você vai me escoltar até lá e me responder algumas coisas, ou então eu entrego para a polícia.

Eu parei na beirada de um dos telhados e agarrei o uniforme do Rocket.

- O que vocês estavam fazendo ali? O que tinha naquele prédio antes das chamas destruírem tudo?

Era a hora de eu controlar a situação.

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Muita coisa se passava na cabeça de Lítio ao subir naquela escada e ficar cara-a-cara com o Rocket que o meteu nessa confusão. Seu primeiro impulso foi socá-lo no rosto e depois até lhe passou pela cabeça empurrá-lo da escada e deixar que a polícia o prendesse, mas se quisesse alcançar seu objetivo de infiltrar-se na Organização Criminosa, precisaria usar alguém como porta de entrada e este jovem treinador de um Magnemite Shiny poderia ser uma brilhante ferramenta...

Controlando seus sentimentos, o garoto seguiu o criminoso até o topo do edifício, confirmando que seria fácil chegar ao Centro Pokémon se usassem os telhados graças a proximidade entre eles — Muito esperto você, bebê... — Comentava o jovem, com uma voz macia e sedosa — Mas antes deixe-me trocar de roupa, pode virar para o ou... — Começou a comentar o Rocket, quando foi interceptado por Jeromé, que segurou seu uniforme e começou a fazer uma série de perguntas num tom ameaçador, num tom de quem buscava obter o controle da situação. Nesse momento o criminoso ficou quieto e apenas encarou os olhos de Lítio, com uma expressão difícil de decifrar, podendo variar do temor à admiração... Ou até mesmo paixão?

Depois de um silêncio constrangedor, o Rocket levou a mão na forma de um tapa até a mão de Lítio, afastando-o de si e depois ajeitando a própria roupa — Selvageria não combina com você.... Mas se você quer saber eu lhe digo... Estávamos fazendo o que sempre fizemos, compramos um prédio, usamos o subsolo como base e laboratório, enquanto na superfície funciona um Cassino de fachada apenas... — Contou o menino, caminhando pelo telhado e sentando em um dos canos que "adornava" a cobertura — Parece que algum cliente descobriu demais, denunciou para a polícia. Um dos nossos mais fracos foi preso e o resto é história. Queima de arquivo, entende? Ficou tudo para trás... Em brasas... — Finalizou o Rocket.

Depois de terminar a história e encarar Lítio por algum tempo, o Rocket ergue-se e começou a tirar o uniforme, revelando uma roupa bastante comum por baixo. Ele então apontou um poste com uma antena no topo e deu uma ordem expressa ao seu Magnemite — Lockpick! Use a antena como amplificador de seu movimento Supersonic e do Thunder Wave, assim confunde os policiais lá embaixo e ainda causa mais um Blackout na área para passarmos desapercebidos... — Explicou ao seu Pokémon, que prontamente executou o plano.

Lítio só teria tempo de colocar os dedos bem no fundo do ouvido para se proteger se fosse sensato e tivesse entendido o que aconteceria por ali. Em pouco tempo as lâmpadas próximas e até alguns aparelhos eletrônicos aleatórios começariam a zumbir e finalmente estourar, deixando tudo no escuro absoluto, assim como no quarteirão onde inicialmente ele se encontrava, antes de se meter nesta confusão toda. Com o caminho "liberado" bastaria seguir para algum lugar e ao que tudo indicava, o Rocket esperava a decisão de Lítio para apenas segui-lo. O que o treinador faria então? ◄

Queima de arquivo. Elo fraco. O jogo comum dos Rockets. Se algo não da errado colocam a culpa em alguém. Se alguma coisa é risco eles apenas cortam fora. Seria meu pai um homem mais fraco usado por um plano maior? Eu queria chutar ainda mais aquele garoto pra fora do teto. Ele estava inserido naquela doutrina ladina e em momento algum demonstrou remorso. Mas como poderia? O estranho não teria como saber quem eu era. Ou será que sabia? Por que ele me ajudou?

Enquanto ele se despia eu puxei meu pokédex. Com alguns ajustes na programação do scanner eu consegui que ele tirasse uma copia digital do rapaz. Ao invés de um Pokémon ele registrou uma foto do Rocket. Aquilo poderia ser uma prova ou um artifício, não sabia bem como usar. Mas mandei uma copia a um email seguro.

Quando ele chamou pelo Pokémon eu acreditei ter sido pego. Felizmente ele apenas deu ordens para o Pokémon usar seus poderes em uma antena. Me agachei, escondi o rosto entre as coxas e tapei os ouvidos. Eu não sabia daquela capacidade do Magnemite alheio. Um conhecimento que eu poderia usar no futuro com Zyos.

- O Pokécenter é a algumas quadras abaixo. Vê se não apaga todas as luzes da cidade. Eu preciso recuperar meu Pokémon, já que me deixou lá sozinho para lidar com o policial.

Eu segui o caminho entre os telhados cautelosamente. Eu não era mais uma criança leviana brincando de forma perigosa pela cidade. Um passo em falso e eu poderia me machucar feio. Logo estaríamos no meu objetivo. Eu precisaria agir.

- Como você entrou pros Rockets? Mandou currículo? Vieram te buscar na escola? Lance de família? – eu disse enquanto pulava de um telhado para outro. Tentei ser cordial ao Maximo. – Sabe como é nessa cidade. Uma renda extra seria interessante. Poderia me indicar a seu chefe?

O estranho poderia ser uma porta de entrada para a organização. Não iria contar a ele sobre meu pai, seria arriscado.

Quanto a foto eu iria mostrar a ele caso ele tentasse algo contra mim assim que chegássemos no Pokecenter.

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Agora com roupas mais "civis", o jovem Rocket gerou uma distração para os policiais não os seguirem e caminhou ao lado de Lítio. Aparentemente o treinador havia achado interessante aquela estratégia e talvez até utilizasse ao seu favor em algum momento de necessidade. Além disso, Jêrome havia utilizado sua Pokédex para fotografar o criminoso... Apesar da estratégia ardilosa, a tela do aparelhinho não tinha uma resolução muito boa para tal como um PokéNav, revelando uma foto borrada e extremamente pixelada, mas que talvez ainda tivesse serventia ao rapaz. De qualquer modo, os dois seguiram pelos telhados até um Centro Pokémon.

— Hmm.. Você está fazendo muitas perguntas? Também quer se unir aos Rocket? Não sei se eu devo confiar em você... — Comentou o criminoso, saltando para um telhado próximo e se segurando em um cano para não cair de volta para trás. Em seguida, esperou que Lítio fizesse o mesmo trajeto e até o segurou em alguns momentos. — Mas por que não te contaria, não é? Se você se engraçar eu posso só te empurrar daqui de cima... — Disse de forma debochada o Rocket, estudando o terreno para ver em que direção saltaria agora. Depois de decidido, deu mais um pulo, dessa vez terminando em um rolamento não tão bom no outro telhado. Ele levantou e esperou que o rapaz o seguisse.

Lítio precisaria pular de novo e sinceramente, faltava bem pouco para chegar até o Centro Pokémon. Se o garoto olhasse para o horizonte veria que apenas mais dois edifícios o separavam do telhado iluminado do Centro Pokémon, em formato de abóboda escarlate. A distância do prédio atual para o do criminoso era um pouco maior do que a anterior e portanto, mais perigosa. Entretanto, se olhasse para a direita veria uma passagem mais segura para outro prédio que lhe permitiria contornar o Rocket e até mesmo fugir dele, mesmo assim chegando ao Centro Pokémon. Juntando isso a leve ameaça feita pelo rapaz, talvez fosse algo interessante a se pensar. Ou não... — Não vai vir? Está pensando demais por que? — Questionou o criminoso, já impaciente, olhando sempre para todos os lados. O que Lítio faria diante disso? ◄

Tirar uma informação de um ladrão é como tentar capturar um Pokémon com as mãos. Poderia dar certo, mas levaria muito tempo e o Pokémon poderia escapar a qualquer momento. Minha tentativa de saber mais dos Rockets foi invasiva demais. Agora ele olhava para mim do outro lado do pequeno despenhadeiro esperando se eu iria pular.

Havia uma rota de fuga. O Rocket não me seguiria até o Centro Pokémon, ou iria? Eu não tinha nada para me proteger dele. Até mesmo meu Pokémon estava enfraquecido. E mesmo assim ele não me jogou dos telhados em momento algum. Por mais que ele tenha fugido antes ele voltou depois. Ele não tirou os olhos de mim...

Ele não tira os olhos de mim. Será que ele me conhece de alguma forma? Não. Eu não sou muito social. Será que ele poderia saber da história do meu pai? Talvez, não sabia no momento se os Rockets mantinham um registro de seus antigos membros. Não é só isso. Ele estava sendo muito cordial comigo, até mesmo displicente. Ele flertou comigo.

Eu precisava usar isso. Um trunfo, uma vantagem. A foto não saiu como eu esperava. Eu ia odiar isso no futuro, mas era uma ferramenta a ser usada. Minha estratégia de firewall foi falha na batalha, mas poderia ser útil contra o jovem estranho. Eu precisava invadir a cabeça dele, e pra isso usaria seu coração como entrada. Ou seja lá que o que no corpo dele eu fiz bater mais forte.

Eu ia pular. Ele não me deixaria cair agora depois de ter se arriscado tanto para me ajudar. Assim que eu pulasse eu jogaria todo meu corpo em cima dele. Cair em cima do Rocket poderia me dar um momento de toque a mais em seu corpo. Talvez um sorriso tímido fosse um extra. Litio Jeromé, use todo seu charme em cima desse bandido.

- Pois é. Eu ainda não sei seu nome. Que tal trocarmos nossos nomes e assim ficamos mais... próximos. Desse modo eu não seria um estranho e você poderia confiar mais em mim.

Eu podia ver as luzes brilhantes do Centro. Se algo desse errado após o salto uma joelhada certeira no meio das pernas dele me daria uma vantagem numa corrida até la.

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Lítio, depois de averiguar toda a situação, havia chegado em uma conclusão bastante interessante sobre o Rocket. Durante todo o momento, o criminoso havia demonstrado um certo interesse, sabe-se lá de qual tipo, pelo rapaz e se "dançasse conforme a música", o treinador conseguiria informações importantes e até mesmo alguma vantagem, sobretudo a vantagem de estar em segurança contra alguém que pudesse ser perigoso e que certamente era ardiloso...

Diante da possibilidade quase certa de conseguir escapar, Lítio resolveu que iria enfrentar o desconhecido e saltar na direção do prédio onde o Rocket o aguardava. Era uma aposta alta e perigosíssima, mas que talvez valesse a pena. Decidido, o garoto não só saltou, mas saltou na direção do criminoso, bem em cima dele. Como esperado, ao pousar do outro lado, Lítio caiu sobre o Rocket e o derrubou no chão também, ficando um sobre o outro e tendo a oportunidade, até mesmo, de jogar seu charme e timidez pela situação para cima do outro rapaz. O resultado disso? Fisgado!

— Putz... — Disse o Rocket ainda no chão sob o corpo de Lítio, olhando para o lado em um sinal de surpresa e até mesmo um pouco de vergonha, desarmado de sua arrogância anterior — Ainda bem que você é leve como uma flor...  — Completou ele, olhando para Jêrome e sorrindo. Com uma das mãos, o Rocket tocou a lateral do corpo do treinador e deu um suave apertão desejoso, mas não tão forte a ponto de machucar, enquanto ouvia o que ele tinha a dizer. Lítio propôs que trocassem informações, revelando seus nomes uns para os outros, o que pareceu ter acendido uma luz na cabeça do outro.

— Já que está sobre mim, podemos ser sinceros, não é mesmo? Meu nome é Dylan... E o seu? TALVEZ possamos mesmo nos conhecer melhor e trocar mais do que informações... Sei que está interessado nos Rockets, então posso te contar tudo o que eu sei e dar uma ajudinha extra se você for bonzinho comigo... Vamos até o Centro Pokémon e depois... Depois podemos ir na minha casa. Tudo bem para você? Eu moro aqui pertinho... — Completou o garoto, dando um sorriso enigmático e segurando Lítio com as duas mãos agora, virando-o no chão e dessa vez ficando por cima. — Que tal, topa? — Completou o Rocket, esperando uma reação. O que Lítio faria agora? ◄