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[02] As terras além do mar

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Já fazia algumas horas desde que o navio partira de Slateport. Longe da cidade grande, as estrelas tornavam-se mais visíveis, dando ao céu noturno um brilho muito mais belo do que o das construções humanas. Imagino se, para eles, realmente vale a pena ofuscar tamanha beleza com lâmpadas e holofotes que não possuem um terço da deslumbrância de uma estrela. É, de fato, uma espécie de mentalidade estranha… e, mesmo tendo sido criado em meio a eles, ainda não os entendo tão bem.

- Sapphire, aquela é a ursa maior? - Fui tirado dos meus devaneios pela minha treinadora, que agora apontava para um ponto específico do céu, tentando me indicar a suposta constelação que pensava ter encontrado. Ah sim, aquela menina… ela estivera tão quieta que, por um instante, achei que já tivesse dormido. De todos os humanos que encontrei, minha nova companheira é de longe a que mais me intriga. Parece estranhamente ingênua, mas imatura em igual medida. Depois de tudo o que passamos juntos, ainda sinto que não a conheço como deveria… bem, verdade que só faz poucos dias desde que a encontrei. Mas nesses poucos dias enfrentamos tantos perigos que foi inevitável me apegar a ela.

Yoshiro, aí não tem constelação nenhuma.” Após alguns tempo apenas em meus pensamentos, percebi que a humana ainda me olhava, esperando por uma resposta. Tive que apressar-me a responder, e minhas palavras foram seguidas por um aceno negativo com a cabeça, já que Yoshiro é incapaz de compreender minha linguagem. Olhando com mais atenção para o céu, quase ri com o suspiro decepcionado que a menina deu. Posso até não ser o maior entendedor de estrelas, mas até eu sei que aquele amontoado aleatório de pontinhos brilhantes é tudo, menos uma constelação. Onde foi que ela enxergou um urso ali?

- Puxa… achei que tinha acertado dessa vez. - Reclamou, voltando a deitar-se sobre a cama. Estávamos no dormitório destinado aos voluntários, minha treinadora não tinha saído de lá desde que a viagem começara. Ela até se deu o trabalho de escolher uma cama perto da janela, para poder olhar o céu lá fora. É claro, seria muito mais fácil de observá-lo se ela saísse daquele quarto e fosse até o píer… no entanto, eu entendia bem a razão de Yoshiro preferir ficar na segurança dos seus aposentos. Da última vez em que esteve naquele mar, ele quase lhe ceifou a vida. E acho que dois quase afogamentos em tão pouco tempo foram demais para a menina… - Será que já estamos chegando?

Sei lá, nunca viajei para outro continente antes.” E tenho certeza de que ela também não. Após aquela expedição, Yoshiro voltaria conhecendo mais de Johto do que da própria Hoenn, sua região natal. Afinal, pelo que tinha me dito, ela já tinha escolhido a cidade que iria ajudar...

- Tomara que não demore. Não estou com sono. - É claro que não estava, ela tinha dormido o dia todo. Tìnhamos sorte pelo mar estar tranquilo, sem sinal de temporais inesperados e muito menos de outra invasão da equipe Aqua. Mesmo assim, seria uma longa noite… quem sabe, até o final dela Yoshiro de fato conseguisse encontrar alguma constelação.


***


Quando acordei, já tinha amanhecido. Minha humana ainda estava deitada, parecia finalmente ter caído no sono. Para o azar dela, já havíamos chegado, a tripulação logo veio avisar aos passageiros que o desembarque seria feito em pouco tempo. Eu não sabia ao certo o que nos esperava lá fora, mas acordei minha treinadora com uma animação forçada, tentando transmitir a ela um otimismo que eu não sentia. Pode ser estranho, considerando que a noite anterior tinha sido tão tranquila… contudo, eu sentia algo diferente ali, seja lá onde estivéssemos. O ar parecia mais denso, carregado… não como uma tempestade que se forma, mas como uma catástrofe que se recusa a partir.

Por sorte, minha treinadora não pareceu notar. Estava bem sonolenta, mas ainda assim aprontou-se e partiu com os outros voluntários. A base de Sienna era… simplesmente de tirar o fôlego. Nunca vi nada parecido, e acho que nunca mais verei. Lá dentro, não senti o mesmo peso, meus instintos se acalmaram um pouco. Então, pude apreciar os detalhes tão estonteantes daquele lugar enquanto Yoshiro resolvia a parte da papelada. Ela parecia tão abismada quanto eu, apesar de ter crescido rodeada a tantos luxos, aposto que nenhum chegava aos pés daquela ilha flutuante. Bem, em algum tempo foi tudo resolvido e tivemos permissão para pegar um próximo transporte, que nos levaria à cidade escolhida pela minha treinadora. Ecruteak, uhn… esse nome não me é estranho, mas não lembro onde ouvi sobre ele. Não sei o que nos espera lá, só torço para que não seja nada perigoso.


Última edição por Hanakko em Sex Jul 10 2020, 00:13, editado 2 vez(es)

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Saphire e sua treinadora, Yoshiro, chegavam na BASE DE OPERAÇÕES da Sienna Co. de navio após uma longa e tranquila viagem e com uma última noite mal dormida pela garota.

Lá a moça teve que preencher um formulário, que consistia em colocar o nome, idade, cidade em que pretendia trabalhar na restauração e os pokémons que levaria consigo para auxilar nas tarefas. O atendente pegava o formulário de volta, lia, carimbava e depois guardava o formulário. Então abaixava-se atrás do balcão e ao levantar-se, entregava um papel e uma mochila de mão, bem grande e um pouco pesada. O papel parecia um contrato, mas eram instruções, ou melhor, tarefas.


Tarefas Para a Reconstrução de Olivine City escreveu:


Tarefa 01: Desobstruir as vias de acesso da cidade!
Descrição: Devido as tempestades e enchentes, diversos deslizamentos e quedas de árvores aconteceram. O acesso para a Ecruteak foi prejudicado e os meios de transporte terrestres possuem dificuldades de acesso, o que dificulta a distribuição de suprimentos essenciais. Com o auxílio de seus pokémons, desloque o entulho para a central de descarte e viabilize novamente o acesso!

Objetivo: Plante mudas de árvore pela cidade.
Descrição: Deixar as cidades mais arborizadas é vantajoso: além da vantagem estética, há um equilíbrio térmico na cidade, afastando ondas de calor, além de uma melhora significativa na qualidade do ar. Voluntários conseguiram diversas mudas de árvores nativas da região e precisam de auxílio para a plantação. O treinador deverá escavar covas que abriguem bem as mudas e o auxílio de pokémons Grass e/ou Ground no processo de plantio é essencial para garantir que a planta receberá os nutrientes necessários para um crescimento rápido e saudável.

Objetivo: Acalme os pokémons nativos!
Descrição: Diversos pokémons que tiveram seus habitats destruídos ficaram alojados em segurança na base de Sienna. Com a normalização do clima, chegou o momento de reintroduzir esses pokémons para seus habitats naturais! Porém, muitos ainda se sentem inseguros e assustados com tudo o que aconteceu. Alguns pokémons selvagens se recusaram retornar para as rotas e estão se amontoando nos arredores da cidade Olivine. A Enfermeira Joy sugeriu que uma interação entre pokémons de treinadores e os monstrinhos selvagens podem encorajá-los.

Objetivo: Construa um poço artesiano.
Descrição: Há necessidade uma nova fonte de fornecimento de água potável na região. Com as chuvas, é possível que novos lençóis freáticos tenham se formado na cidade Ecruteak. Com o auxílio de um pokémon Water, encontre essas fontes e então escave um poço para que a empresa de distribuição possa aprimorar o fornecimento.


Ao entregar o papel e a mochila, o atendente fazia as explicações e depois agradecia:

- Essas são suas tarefas e nessa mochila há diversas ferramentas. Quando terminar, deixe com o encarregado da Sienna Co. que estiver trabalhando com você.
O helicóptero partirá em 15 minutos, no heliporto 6 da ala 4. Siga aquele corredor e suba as escadas à esquerda. Ou pegue o elevador do mesmo lado e vá até o último andar.
A Sienna Co e o povo de Tohjo, agradecem à sua colaboração e desejamos boa sorte.


Após ele passar todas as informações, Yoshiro e Saphire partiram para o helicóptero e voaram até Ecruteak City, carregando uma mochila com diversas ferramentas. Era pesada, mas suportável para a garota.

Ao chegar no heliporto, o helicóptero já se preparava para decolar, então entraram e partiram rumo Ecruteak City.

Ao chegarem, pousaram numa enorme avenida, num ponto vazio, o que seria impensável em tempos de glória e vida de qualquer metrópole, como aquela. A cidade estava devastada, nem parecia que tinha tanta vida há apenas 2 anos atrás.

Aquilo realmente devia doer muito mais nos nativos, o que não era o caso daquela dupla, mas poderiam imaginar. Ao sobrevoarem a cidade até o ponto do pouso, fora possível ver algas murchas por quase todo o chão e até nas paredes das edificações. Haviam carros e outros veículos abandonados e enferrujados, com vidros quebrados, pneus murchos e latarias amassadas. Alguns capotados, motos e bicicletas, caídas. Latas de lixo tombadas, lixo espalhado. Não lixos "leves" como sacos plásticos, mas coisas um pouco mais "pesadas" e que não poderiam ser classificadas como "entulho" ou "lata velha". Haviam brinquedos de diversos tipos, eletrodomésticos e eletrônicos de diferentes tipos, jogados aqui ou ali. Muitos estavam visivelmente bem quebrados, aos pedaços.

As janelas de muitas casas, lojas e prédios, estavam quebradas, mas não todas. Algumas construções pareciam que haviam sido bombardeadas, pois faltavam pedaços, outras sobravam poucos pedaços. Uma parede, ou até um pouco menos. Foi possível ver ao longe, que a Torre persistia, mas agora seu esplendor era diferente. Era pelo motivo oposto, era por ser a única coisa que se mantinha quase intacta naquele cenário. Afinal, a torre também tinha uma famosa história...


[02] As terras além do mar Post-apocalyptic-cities-by-Vladimir-Manyuhin_8
Imagem meramente ilustrativa

Enfim, o caso aqui era a cidade como um todo. Era visível que as ruas estavam imundadas até pouco tempo, obstruídas por todos os tipos de "lixo" e algas murchas. Não era difícil de se imaginar, que a estrada que dava acesso à cidade, sofria do mesmo mal. Por isso nenhum caminhão chegaria ali.

Em todo o caso, ao pousar, logo fora recebido por uma moça loira e de olhos azuis, muito bonita e sorridente, estava uniformizada como o atendente da base e o piloto de helicóptero. Haviam algumas diferenças no design de cada uniforme, mas as cores eram as mesmas. Ela logo acenava e dizia:


- Bom dia, você deve ser uma voluntária, certo?
Sou a responsável da Sienna Co. pela restauração de Ecruteak.
Me chamo Carla Crobat, muito prazer.
Estou aqui para organizar os voluntários.
Posso ver o documento que te entregaram com as tarefas e seu time, por favor?


[02] As terras além do mar Original
Imagem meramente ilustrativa.

A jovem apresentaria-se e também seu time para Carla, que observava com olhos brilhantes, até brincou com a fofura do time da menina.

- Você tem pokémons muito fofos e que ao evoluírem serão muito poderosos. Deve ter um futuro promissor como coordenadora.

Então devolveu o "formulário de tarefas" para a menina e disse:

- Toma, este é um Wailkie-Talkie para falar comigo.
Já está ajustado na frequência certa, então não mova esses botões giratórios ou vai tirar a frequência. Tá bem?
Quando quiser falar, aperte esse botão de pressão na direita. Assim, óh...
Sempre que começar a conversa, diga o seu nome e ao terminar cada mensagem, fale "Câmbio" e depois, quando terminar a conversa, diga, "Câmbio Final".
Poderei tirar dúvidas e dar sugestões, mas estarei longe daqui para ajudar de forma prática.
Entendeu tudo?
Pode testar por favor?
...
Bem, acho que é só isso por enquanto. Então pode começar limpando essa avenida, por favor. Sei que é grande, mas aqui não é o centro da cidade e é uma das menores avenidas da cidade.
O principal é juntar tudo num canto em que não atrapalhe a passagem dos caminhões, para que possamos recolher e levar para os lixões em Fuschia depois.
Quando limpar, me avise, que informarei aos caminhões. Por favor.
Eu tenho que resolver outras coisas em outra área.
Até mais.


Ela aguardou que Yoshiro testasse o Walkie Talkie para falar com ela. E depois explicou sobre os últimos detalhes, por fim, se despedia e partia para outro canto, elas iam para o lado oposto uma da outra, observando o estado decadente de toda a cidade.

Havia de tudo ali. Era muita sujeira. Era até difícil imaginar que poderia limpar a avenida toda em apenas 1 dia, mesmo com todos os seus pokémons para ajudarem. O que dizer então de apenas algumas horas, para poder partir para outras tarefas?



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Após receber alguns equipamentos e instruções, tivemos que encontrar o caminho para o heliporto. Yoshiro nem considerou as escadas, foi direto para o elevador, mas enganou-se algumas vezes com os botões e nos levou para andares errados. Parecia mais avoada que o normal, talvez pela noite mal dormida, e assim fizemos um pequeno e indesejado tour antes de finalmente achar o caminho certo. Quando enfim encontramos o bendito helicóptero, ele já parecia prestes a decolar, e precisamos correr para garantir que não ficaríamos para trás. Francamente, essa minha humana…

Pelo menos ela pareceu aproveitar o início da viagem. Era sua primeira vez voando e estava bem animada com isso, com um sorriso de orelha a orelha e tagarelando sem parar sobre como sempre quis voar um dia. Sua alegria contrastava com o ar sério do piloto, mas a menina era tão boba que até conseguiu arrancar um risinho dele. No entanto, conforme nos afastávamos da ilha flutuante, eu senti o ar tornar-se novamente mais pesado. Era a mesma sensação que tive no navio… algo tão primordial que eu não conseguia explicar, como um instinto. Havia algo errado naquele lugar… muito, muito errado.

Subi no ombro da minha treinadora e olhei pela janela. O cenário lá fora me tirou o fôlego, e não em um bom sentido. Eu sabia que aqueles continentes tinham sido alagados… contudo, nem em um pesadelo eu conseguiria imaginar uma vista tão catastrófica. A cidade estava em ruínas, era até difícil acreditar que um dia a vida prosperou ali. Espalhadas pela rua, as algas denunciavam o responsável por tamanha desolação. Sempre senti-me tão bem em meio ao mar, ele faz parte da minha natureza… no entanto, naqueles últimos dias, eu estava conhecendo uma face dele que nunca achei que existisse. Como podia ser tão impiedoso?

- O que foi, Sapphire? - Pela primeira vez desde o início da viagem, Yoshiro desceu os olhos do céu, fixando-os na direção que eu olhava. O sorriso dela desfez-se no mesmo instante. Não disse mais uma única palavra até o fim do percurso.

***

Chegando em terra, fomos recebidos por uma menina loira e de olhos tão azuis quanto o céu. Era bem simpática e logo orientou minha treinadora, sem prestar muita atenção em mim. Pediu para ver a lista de tarefas e também para que ela apresentasse o resto do time que a ajudaria.

- Um prazer conhecê-la, Carla, sou Yoshiro. - Minha treinadora retribuiu o cumprimento com um sorriso educado, mas não muito convincente. De fato, ela ainda olhava ao redor com certo espanto… parece que eu não fui o único a me assustar com o estado da cidade. - Meus companheiros são esses. Vamos tentar ao máximo fazer um bom trabalho.

Dizendo isso, Yoshiro liberou meus quatro colegas de time, um por um. Poochyena foi o primeiro, latindo com sua animação costumeira. Ele nem dirigiu um segundo olhar ao ambiente desconhecido, apenas pulou de alegria quando viu minha humana e jogou-se nos braços dela, dando-lhe algumas lambidas na bochecha antes de voltar para o chão. Acho que Yoshiro já está até se acostumando a ter baba de lobo no rosto, mas como sempre ela fez questão de limpar. Os próximos foram Hoothoot e Budew, esta última foi com quem tivemos menos contato. A plantinha assustou-se ao ver que estava cercada por estranhos em uma cidade fantasma e correu para perto de Koda, buscando conforto no cãozinho. Hoothoot não parecia com medo, apenas confuso e curioso.

- Você tem pokémons muito fofos e que ao evoluírem serão muito poderosos. Deve ter um futuro promissor como coordenadora. - O quê!? Espere aí, não! Yoshiro, não dê ouvidos a ela! Nada de me meter em Contests, faça o desafio dos ginásios mesmo, pelo amor de Arceus.

- Ah, você acha? - Os olhos da minha treinadora chegaram a brilhar com a constatação, e o sorriso que abriu pareceu mais genuíno. Ai, agora estou ferrado… ela agradeceu pelo elogio e as duas humanas continuaram conversando por um tempinho. Ou melhor, a loira continuou. Yoshiro apenas assentia e confirmava, atenta, porém visivelmente envergonhada. Ela sempre parece meio tímida perto de outros da sua espécie, ainda não entendi isso direito, mas não é importante agora. Com o fim de todas as instruções, testes e comentários, a recém-chegada despediu-se. - Muito obrigada por toda a ajuda, Carla! Lhe aviso assim que terminarmos.

Minha treinadora agradeceu e acenou em despedida enquanto a outra partia. Agora estávamos sozinhos com uma rua enorme para limpar sem nenhuma ajuda. Eba… com tudo resolvido, pudemos começar o trabalho. Só faltava descobrir como terminar aquilo tudo antes do natal.

- Tem que ter alguma coisa útil aqui… - Yoshiro revirou a bolsa que tinha recebido até encontrar nela alguns sacos de lixo. Pegou um deles e curvou-se um pouco para que ele ficasse ao nosso alcance. - Ah, isso vai ajudar. Pessoal, podem ir pegando esse lixo todo e jogar aqui dentro?

Ninguém teve objeções. Começamos pelos objetos mais leves, pegando-os como podíamos e jogando para o saco que a garota segurava. Seria uma longa tarefa… contudo, eu podia ver o quão importante ela era. Se assim pudéssemos trazer alguma esperança àquela terra devastada, então eu ficaria juntando lixo o dia todo se fosse preciso.

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Ao sobrevoarem a cidade pós-apocalíptica, por assim dizer, Saphire e sua treinadora, ficaram um tanto assustadas e melancólicas, mantendo-se em silêncio, contrastando toda a animação anterior.

Ao chegarem na cidade e descerem do helicóptero, foram uma moça surgiu e abordou a garota. A qual mostrou seu time, o canídeo era um "bobo alegre" que ignorava tudo à sua volta, para poder divertir-se pulando na menina e lambendo-a. Budew era mais covarde e se "escondia" atrás da hiena cinza. A coruja por sua vez, era indiferente com tudo e apenas observava, um pouco confusa.

Para o terror de Saphire, Yoshiro pareceu animada ao ser elogiada como tendo um futuro promissor na coordenação. As duas humanas conversaram mais um pouco enquanto o aquático rezava para que a garota não mudasse de carreira.

Com tudo resolvido, foram começar o trabalho. Yoshiro pegou uma das muitas sacolas plásticas de diversas cores, que serviriam para separar o lixo de acordo com o material, podendo direcionar para a reciclagem.

A moça abria o saco e se agachava, para que os pokémons jogassem os lixos que pegassem ali dentro. Contudo, haviam muitas coisas grandes, que eles não conseguiam erguer ou arrastar e muito menos, caberiam naquela sacola. Mas o pior, é que em apenas uns 20 minutos, aproximadamente, a menina sentiu dores nas costas devido à se manter abaixada para que seus pequenos pokémons conseguissem jogar o lixo ali dentro. E agora o saco estava lotado, precisava fechar e jogá-lo fora, para começar um novo. Mas espantosamente, olhando ao redor, parecia até que ainda nem haviam começado o trabalho... Se não fosse o saco cheio em sua mão e a dor nas costas, ela poderia achar que tinha sonhado e nem havia começado à recolher o lixo.

Era incrível pensar que ela precisaria terminar tudo aquilo em poucas horas, para ainda dar tempo de ir para as demais tarefas e terminar tudo até o sol se pôr. Parecia impossível. Teria que pensar numa forma de otimizar e acelerar o seu trabalho. Mas como?


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Catar lixo não é uma tarefa tão simples quando você não tem mãos. Eu podia fazer como Poochyena, que mordia a primeira coisa que encontrava e jogava-a dentro do saco, mas me recuso a tocar minha boca nessa sujeira toda, seja marítima ou não. Ao invés disso, descobri que consigo arremessar objetos pequenos com a minha cauda, o formato dela funciona quase como uma raquete. Hoothoot enfim descobriu como usar suas asas e isso facilitou muito a tarefa, já que deixava suas garras livres para agarrar o que elas conseguissem carregar. Budew era de longe quem tinha mais dificuldade, ia chutando o lixo até próximo ao saco e de lá usava seu broto para colocá-lo dentro. Nossa treinadora era a única que não trabalhava, ficava apenas segurando aquele plástico que aos poucos se enchia de lixo, e mesmo assim foi a primeira que começou a reclamar.

- Aii, minhas costas… - A humana ergueu-se para se alongar e, nesse período em que o saco ficou sozinho no chão, continuamos enchendo-o normalmente. É, Yoshiro, seu serviço não foi dos mais necessários… e ela não pareceu muito feliz quando se deu conta disso. Ficou apenas nos olhando terminar e depois fechou a sacola, levando-a para um canto. Será que enfim estávamos nos aproximando de terminar aquele dever…? Um mero olhar ao redor foi um “não” desanimador. Ainda tinha tanta tralha no meio da rua que, se não fosse pelo saco cheio, pareceria que nem tínhamos começado. - Isso não tá dando certo…

A garota deu um suspiro frustrado e sentou-se um pouco, apoiando-se em uma parede para aliviar a dor nas costas. Seguimos o exemplo. Era desanimador notar que tínhamos trabalhado tanto para nada… e pior ainda saber que precisávamos cumprir essa tarefa dentro do prazo estipulado. Parecia simplesmente impossível. E Yoshiro era quem mais estava sentindo o peso desse provável fracasso, pois ela tinha jurado não decepcionar.

- Budew, nós ainda nem conversamos direito, não é? - O comentário súbito chamou a atenção de todos, em especial da mencionada. A pequena estava sentada perto de Poochyena, como sempre, e com certeza não estava esperando uma interação naquele momento. Yoshiro fez sinal para que Budew se aproximasse, e assim ela fez, meio hesitante. - Desculpe por ter te trazido aqui sem avisar… nem eu sabia que viria para cá, fiquei sabendo em cima da hora que Tohjo estava precisando de voluntários. Esse lugar já sofreu por tempo demais, precisamos trazer alguma esperança a ele.

A humana apontou para o cenário devastado ao redor, e Budew seguiu o movimento de sua mão com o olhar. Dizer que nossa ajuda foi pouca ainda seria uma hipérbole, nossos esforços foram totalmente insignificantes frente ao cenário caótico da cidade. Aquela terra… ela chorava por ajuda, não podíamos abandoná-la. Limpar uma rua era o mínimo que deveria ser feito. E meus colegas, até a tímida e inocente Budew, pareciam compartilhar do mesmo sentimento, pois todos se levantaram, prontos para continuar o trabalho.

Vamos, Yoshiro, levante daí! Ainda estamos longe de terminar.” A garota não deu sinal de ter ouvido. Aproximei-me, estranhando aquele comportamento, e notei que o olhar dela estava fixo em um ponto do horizonte. Virei meu rosto na mesma direção e pude ver, ao longe, a imagem de uma torre muito alta, que realmente se destacava em meio aos demais prédios destruídos. Era isso que minha treinadora estava fitando com tanto fascínio…? Por quê?

- Vamos fazer diferente dessa vez, tá bom? - Murmurou, mais para si mesma do que para nós. Por fim, Yoshiro levantou-se e desviou sua atenção da enigmática torre. Suas próximas palavras foram pronunciadas com mais firmeza, transmitindo uma confiança rara de se ver nessa menina. - O principal é tirar o lixo do caminho, então vamos dividir as tarefas. Sapphire, você vai usar o Water Gun para limpar a estrada. Direcione o jato de forma que reuna o máximo de lixo em um mesmo ponto, ok? Pode ser perto daquela parede ali.

E apontou para a direção desejada, mostrando onde aquelas tralhas deveriam ser acumuladas. Antes de continuar dando as instruções, Yoshiro pediu para que Hoothoot ajudasse-a a pendurar alguns sacos de lixo em eletrodomésticos e retrovisores de carro, de forma que eles ficassem abertos sem ter alguém que os segurasse. Com isso terminado, olhou melhor ao redor, e havia muitos objetos de grande porte que eu não conseguiria carregar com meu Water Gun.

- Koda e Budew, vocês vão empurrar esses móveis para fora da estrada, ok? Todos para um só ponto também, mas longe do Sapphire. - Dessa vez, apontou para a direção oposta, garantindo que haveria uma distância segura entre nós. Era fácil entender o motivo: quando o chão começasse a ficar molhado, eles podiam escorregar e cair se estivessem perto demais. No entanto… como exatamente esses dois vão carregar coisas que nem eu consigo? - Budew, Growth. E Koda, Howl. Usem quantas vezes forem necessárias, o importante é terem força para completar o serviço, ok? Hoothoot, seu serviço vai ser diferente. Você tem a melhor visão, então separe os materiais que podem ser reciclados e coloque em sacos de cores diferentes.

Ela indicou para a corujinha quais materiais deveriam ser separados e a cor específica para cada um. Teve o cuidado de pedir para que o caçula não chegasse perto de vidros e objetos cortantes, para não se machucar. E, assim, pudemos recomeçar o trabalho, dessa vez com uma estratégia mais consistente. Todos estavam fazendo sua parte… exceto Yoshiro. A menina só estava parada, de braços cruzados, nos vendo trabalhar. Espere aí, isso é injusto!

Yoshiro, deixe de preguiça e venha ajudar! Você é a única aqui com mãos!” Mesmo não entendo as palavras, ela deve ter captado o tom, pois começou a buscar na mochila alguma outra coisa para ajudar. E tirou dela… uma pá dobrável? Ok, não é todo dia que se vê uma dessas.  Com ela, a menina começou a juntar o lixo que eu reunia e a colocá-lo nas sacolas. Não parecia muito feliz por estar fazendo trabalho manual, mas situações desesperadoras pedem medidas desesperadas. E acho que nem minha humana esperava encontrar um cenário tão crítico em Johto...


Última edição por Hanakko em Dom Jun 28 2020, 13:09, editado 1 vez(es)

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Inicialmente o grupo ficou desolado com a imensidão de lixo e a aparente inutilidade de seus feitos. A menina foi a mais afetada por tal choque de realidade. Ela sentia dores nas costas, desânimo e a tarefa parecia infinita e impossível.

E esse estado de espírito dela passava para seus pokémons, que não sabiam como reagir para animá-la. Saphire era o mais velho na equipe e até ele, tinha dificuldades para animar a menina, o que dizer então dos demais, que mal a conheciam? Isso é, se compararmos o tempo em que estavam juntos.

Contudo, após alguns minutos de reflexão a garota pareceu chegar à alguma solução que poderia levá-la à conclusão da tarefa de forma satisfatória. Seu ânimo fora renovado e isso também foi transmitido para sua equipe.

A treinadora deus seus comandos, então seus pokémons a obedeceram. A hiena uivou e seus músculos se enrijeceram, crescendo um pouco. Já o sementinha ambulante, envolveu-se de uma aura esbranquiçada e seu corpo cresceu significativamente.

A coruja voou e foi espalhando sacolas plásticas em vários pontos estratégicos. Yoshiro pegou luvas de sua mochila e também uma pá dobrável. Surpreendendo Saphire. Então, ela deu novos comandos para a coruja, que animou-se e começou à recolher o lixo e jogar nas sacolas, mas evitando os materiais cortantes.

Yoshiro recolhia o lixo com a pá e Saphire usava seu jato d'água pra lavar o ambiente e amontoar tudo num canto seguro. Agora sim, o trabalho estava rendendo. E em cerca de mais uma hora, eles finalmente terminaram e sem cansarem tanto quanto antes.

Haviam diversas sacolas cheias e fechadas pelo bando da treinadora. Tudo amontoado em cantos, porém. Isso tudo era apenas o lixo. Sim, ainda havia mais coisas. No caso, alguns veículos estavam tampando a passagem pela avenida. Alguns até foram usados pela garota para apoiar as sacolas em seus retrovisores. Mas não eram apenas carros, tinham motos, bicicletas e até 1 caminhão que estava tombado no fim da rua. Como ela resolveria isso?



EGG escreveu:
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Nosso esforço finalmente estava rendendo. Dava até um certo orgulho ver a quantidade de sacos que já tínhamos enchido, aquilo nos motivava a seguir trabalhando. Ou melhor, motivava a quase todos nós. Minha treinadora com certeza não estava acostumada a fazer trabalho braçal, em pouco tempo começou a reclamar de dores nos braços, nas costas e até nas pernas, embora estas últimas nem tivessem muita relação com a tarefa. Os resmungos e caretas que a menina fazia eram até engraçados, pareciam os de uma criança que foi obrigada pelos pais a arrumar o quarto. Mesmo assim, ela não desistiu e poucas vezes pediu pausas para descansar. O desconforto e a frustração eram visíveis em seu rosto, mas Yoshiro fez seu dever.

Se até alguém manhoso como ela estava trabalhando duro, imagino como os outros voluntários estão se saindo. Muito melhor que nós, provavelmente. Eu só desejava que nossa ajuda, apesar de pequena, pudesse fazer a diferença na vida das pessoas e Pokémons que um dia moraram ali. Afinal, todas aquelas construções com certeza tinham seus donos, não é? Pergunto-me se eles estão ansiosos para voltar pra casa...

- Não me diga que ainda falta mais… - Assim que conseguimos juntar todo o lixo da rua, Yoshiro jogou a pá para um lado como se estivesse com raiva da ferramenta. Desajeitada como é, calculou mal o arremesso e por muito pouco não acertou Hoothoot. A corujinha piou em protesto, fazendo a humana ficar vermelha de vergonha e abrir um sorriso desconcertado enquanto pedia desculpas.

Ei, não fique sujando o que a gente acabou de limpar!” Arrastei a pá até próximo da mochila, para que Yoshiro a guardasse depois. “E ok, não vou dizer.

Infelizmente, não pronunciar a verdade não tornou-a menos palpável. Ao nosso redor, ainda havia vários veículos espalhados pela estrada. Caminhão nenhum conseguiria passar por ali, então precisávamos nos livrar daquilo tudo, caso contrário nossos esforços teriam sido em vão. O problema é… como exatamente vamos fazer isso?

- Eu só queria um Machamp, ou pelo menos um Charizard… é pedir demais? - Enquanto colocava seus neurônios pra trabalhar em uma solução, Yoshiro aproveitava pra lamentar por não possuir algum Pokémon com mais força bruta. Obrigado, humana, me sinto muito valorizado agora. Não foi nenhum Machamp que limpou essa rua toda! - Eles são pesados, mas têm rodas, isso deve facilitar. Budew e Koda, podem tentar empurrar um desses carros, para eu ver se conseguem? A mesma estratégia de antes, Growth e Howl. Sapphire, você pode afastar as motos da estrada com seu Water Gun, e dê uma força para Budew e Koda se eles precisarem. Eu e Hoothoot vamos cuidar das bicicletas.

A jovem olhou sem muito ânimo para as várias bicicletas jogadas por aí. Isso pra não falar do caminhão… o gigante de ferro estava tombado no fim da rua, como se zombasse de nós. Como raios tiraríamos algo tão absurdamente pesado do caminho!? Yoshiro também parecia não saber, pois deixou-o fora das instruções. Acho que ela pretendia deixá-lo por último e cuidar dos mais fáceis primeiro. Logo a humana pediu para que começássemos o trabalho, e cada um foi fazer sua parte. Yoshiro aproximou-se de uma bicicleta e olhou para a coruja ao seu lado, esperançosa.

- Hoot, tem certeza de que você não sabe usar o Confusion? - O pequeno apenas ficou encarando-a, sem entender. É, acho que ele tinha certeza sim. Com um suspiro meio inconformado, a garota voltou ao trabalho manual mesmo, arrastando algumas bicicletas e Hoothoot, outras. Parece que nosso serviço ainda não está nem perto de acabar...

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A dificuldade do trabalho era muita para a moça, que sentia dores em várias partes de seu frágil corpo. Ela não era acostumada àquele tipo de atividade, então era ainda mais exaustivo para ela.

Isso frustrava a garota, mais que aos pokémons. Ela perdia a paciência e jogava sua pá longe, quase atingindo a coruja, que protestou com um piado irritado. Mas não irritou-se o bastante para sentir-se magoado, percebeu que havia sido um acidente por conta da irritação da menina. E ela havia se desculpado.

Contudo, como ela e seus pokémons poderiam terminar de desbloquear aquela área? Ela sentia-se desmotivada, pensou até em como seria melhor se tivesse um pokémon grande e forte, totalmente evoluído, para ajudá-la. E isso pareceu magoar um pouco Saphire, que mesmo não sendo compreendido em palavras pela menina, protestou. Mas ela compreendia o protesto dele.

Foi então que ela começou à traçar um plano. Budew e Poochyena voltavam à se bufarem, ficando ainda maiores e mais fortes. Assim, conseguiram empurrar os carros, mesmo que com muito esforço. Assim ia empurrando pouco à pouco, alguns centímetros de cada vez.

Saphire usava seu Water Gun, mas as motos eram muito pesadas. Porém, ele não desistia, até que após jogar tanta água, acabou criando uma poça, aí percebeu que conseguia empurrar com outro Water Gun. Mas era muito árduo e movia-se poucos centímetros à cada disparo. Era muito exaustivo tirar uma única moto, imagine todas aquelas, daquele jeito.

A corujinha acompanhou a treinadora, que questionava se esta não havia dominado ainda o movimento psíquico. E esta parecia confusa com a pergunta, ironicamente...

No entanto, recomeçaram à trabalharem. Pegavam uma bike cada por vez e levavam até um canto, desobstruindo a passagem. As coisas estavam progredindo bem, mas ainda, um pouco lerdas...

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Dividir os serviços não deu tão certo dessa vez. Reunir lixo e mover alguns móveis é uma coisa, porém arrastar automóveis mais pesados que um Kangaskhan? Isso é um nível totalmente distinto, e nem as rodas foram de muito auxílio. Para Koda e Budew, elas até ajudaram, mas as motos que eu precisava afastar estavam caídas e meu Water Gun não era capaz de movê-las direito. Lembrei-me com tristeza do poder que meus jatos d’água tiveram na luta contra Gulpin, quando meu corpo já mal se aguentava em pé… chega a ser irônico, o momento em que estou no meu limite também é o que me dá mais força. E todo aquele poder extra estava fazendo muita falta agora… por que não posso ativá-lo na hora que eu quiser?

- Ei, pessoal, venham cá. - Todos largaram o que estavam fazendo para ouvir o que a humana tinha a dizer, pelo visto ela também notou que seus comandos iniciais não renderam em nada. Tinha nos fragmentado demais, não tínhamos força para arrastar objetos tão pesados em grupos pequenos assim. - Vamos deixar os carros pra depois, tá bom? Budew e Koda, vocês podem ajudar o Sapphire com as motos, por favor? Vão trabalhar melhor juntos.

Yoshiro começou a mexer na bolsa de novo, e fiquei me perguntando que tipo de coisa ela tiraria de lá dessa vez. Cordas…? Não era pra ser um kit de limpeza? Por que raios tinha cordas lá dentro!? Bem, pelo menos a menina achou uma boa utilidade para elas. Amarrou duas na parte da frente de uma moto, e entregou as outras pontas para os meus colegas de time. Poochyena mordeu a dele, e Budew, que não teria tanta facilidade de segurar, teve sua parte amarrada ao redor do seu corpo.

- Está apertado demais? - A pequena (que agora não era mais tão pequena assim) negou, para o alívio de Yoshiro. Com certeza apertaria se ela resolvesse usar o Growth de novo, mas acho que não seria mais necessário. Se fosse, a humana teria que ajustar a corda para não machucar Budew. - Ótimo, então vocês dois vão puxá-la pra fora da estrada. Sapphire, fique perto deles e use o Water Gun no chão para diminuir o atrito e deixar mais fácil de carregar, ok? Quando terminarem, me avisem, que eu amarro as cordas em outra moto. Hoothoot, enquanto isso vamos terminar logo com essas bicicletas. Depois trabalhamos todos juntos nos carros.

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A garota estava cansada, assim como seus pokémons, mas continuavam se incentivando e tirando cada vez mais forças sabe lá de onde, para continuarem o trabalho.

Ela também tentava entender porque não conseguia mais acessar o maior poder do Water Gun de Saphire, pois sua inexperiência lhe faltava com o conhecimento sobre a mecânica funcional da Trait Torrrent.

Contudo, ela reorganizava sua equipe e mandava os dois pokémons bufados irem ajudar o aquático. Mas para isso, primeiro amarrou duas cordas numa das motos e deu as outras pontas de cada corda, para um dos dois pokémons crescidos. Eles então puxaram facilmente a moto, sem nem precisarem da ajuda de Saphire. Porém, a corda continuava amarrada em apenas uma moto e haviam outras...

Saphire se viu inútil naquela tarefa, já que os dois "fortões" terminaram com o carregamento de uma única moto em segundos, enquanto ele havia ficado cerca de 15 minutos, para movê-la por menos de meio metro.

Ele nem havia precisado usar o Water Gun mais uma vez, nem teve tempo para tal. Tamanha a força dos outros dois.

A garota foi lá e desamarrou as cordas e amarrou em outra moto e o resultado foi o mesmo, novamente. E isso se repetiu em todas as vezes. Em poucos minutos, as motos haviam sido deslocadas para um local que não atrapalhasse a passagem dos caminhões. Ela nem teve tempo para ir recolher as bicicletas. Saphire observava abismado com a força da dupla.

Felizmente, Hoothoot continuou recolhendo as bicicletas sozinho e em mais alguns minutos, terminou também. Quando a dupla terminou com as motos, só faltavam duas bikes para a coruja e ela terminou, antes que alguém viesse ajudá-la.

Porém, ainda faltavam os carros. E o caminhão...

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