Pokémon Mythology RPG
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[02] As terras além do mar

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Descobrir que por pouco não explodimos a rua inteira não era exatamente animador. Ao ouvir as palavras do ruivo, Yoshiro baixou a cabeça, envergonhada, e murmurou um pedido de desculpas. Nenhum de nós nem parou para pensar sobre o combustível… parece que foi mesmo por pura sorte que nenhuma catástrofe aconteceu. Felizmente, o humano que Hoothoot trouxe tinha mais bom senso e experiência do que todos nós juntos. Agiu com uma calma e segurança inigualáveis, guiando-nos da melhor forma para que aquela tarefa fosse cumprida sem tantos riscos. Diferente de alguém que conheço, ele de fato sabia o que estava fazendo.

Seguindo o que foi instruído, Yoshiro apressou-se para conseguir um balde. Por sorte, tínhamos recolhido vários mais cedo, então foi bem simples encontrar. Assim que os recipientes lhe foram entregues, o garoto conseguiu retirar o combustível de uma forma muito prática, impressionando o caçula do time. Para o resto de nós, era algo banal e leviano, mas a corujinha encantou-se pelo movimento do líquido ao longo da mangueira, sem nenhuma força aparente puxando-o. Chegava a ser engraçado vê-lo encarar com espanto os baldes sendo enchidos um após o outro, como uma criança que assiste a um truque de mágica. Aproximou-se aos pulos para ver melhor e quase derramou a gasolina no chão, nossa treinadora precisou tirá-lo de perto antes que ele fizesse alguma trapalhada. O pequeno piou, tristonho, mas entendeu que deveria ficar quieto para não atrapalhar.

Ver gasolina passando de um lugar pro outro… o que há de tão interessante nisso? Para mim, nada, porém Hoothoot ainda está tendo seus primeiros vislumbres do mundo, por isso as coisas mais simples bastam para cativá-lo. Nossa treinadora notou isso e tentou explicar à coruja sobre os princípios da diferença de pressão que permite o truque da mangueira, embora eu suspeite que ele não tenha entendido nada. Enfim, com todo o combustível retirado, podíamos atacar o caminhão sem medo de ele explodir na nossa cara.

- Certo, vamos tentar. Muito obrigada pela ajuda. - Minha humana sorriu para o rapaz e curvou levemente a cabeça em sinal de agradecimento, como ela tem o costume de fazer. Soltou Poochyena novamente e, assim, pudemos começar nosso serviço. - Koda e Budew, Howl e Growth até estarem com o poder máximo, ok? Vamos separar primeiro a cabine do lugar onde botam a carga.

Ela apontou para a região a qual deveríamos acertar para dividir as duas partes, no caso de alguém ter ficado com dúvida. Então, mandou-nos atacar com o Tackle com toda a força que tivéssemos, até que a estrutura do caminhão cedesse. Budew, por outro lado, não conhecia nenhum ataque físico, e eu duvido que um Absorb causaria efeito no metal. Mesmo assim, o poder físico dela não era algo para se ignorar - não depois de todos aqueles Growths.

- Budew, você pode tentar investir no caminhão também? É só imitar o que os outros estão fazendo. - A plantinha não tinha muita certeza, mas pelo menos pareceu disposta a tentar. - Se não der certo de jeito nenhum, pode usar o Absorb mesmo… só cuidado para não acertar seus colegas.

É só correr e se jogar na parte que você quer quebrar.” Aconselhei da forma mais simples que consegui.

Correr?” A coruja se aproximou, curiosa.

Você não, Hoot.

- Depois… uhn… depois de dividirem essas duas partes, Sapphire e Budew vão tirar os pneus. Sem eles, a carroceria deve ficar mais leve. - A garota continuou nos dando os detalhes do seu plano claramente improvisado. - Koda, lembra de quando tirou aquela porta? Faça o mesmo com a cabine, quebre o metal em partes menores que possam ser carregadas depois. Hoothoot, você vai ajudar o Koda com o Tackle. Quando todos os pneus tiverem sido retirados e a cabine já estiver despedaçada, ataquem todos juntos a carroceria, dividam ela em partes menores também. Depois é só levar todas as peças para a calçada.

Só?” Olhei para o caminhão, tentando não sentir desânimo ao imaginar quanto trabalho tínhamos pela frente. Bem, é como dizem… a forma mais rápida de acabar é começando logo.

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A garota e os pokémons dela se surpreenderam com as informações do homem e as dicas que ele dera. Após ele dizer que ela poderia começar, ela formulou um plano de imediato, na base do improviso.

Poochyena uivava, mas não aumentava mais a sua força ou tamanho, já estava no poder máximo. Ao contrário de Budew, que após algumas repetições, alcançou seu poder máximo também.

Então ela deu comandos para seus pokémons. A hiena se lançava contra o eixo que ligava a cabine com a carroceria. Budew estava insegura, mas correu de olhos fechados e se jogou também contra o tal eixo.

O golpe quase sincronizado dos dois, estourou o ferro, separando imediatamente as duas partes. Budew caiu de cara no chão, rachando o asfalto e rolando quase 1 metro, até parar. Levantar-se meio cambaleante e caminhar até sua treinadora como uma bêbada.

A hiena mordia a lataria da cabine, rasgando-a quase como se fosse papel. Budew parou de cambalear pouco depois de voltar para onde estavam os demais. E juntamente de Saphire, começaram à tirar os pneus. Ou melhor, tentar. Porque eram muito duros e pesados, estavam presos nas rodas, que estavam parafusadas. Budew não tinha mãos para usar sua força. Mas logo irritou-se e se jogou contra o pneu, quase um Slam. Amassando a roda e o pneu, arrancando-os com violência. Deixando o metal retorcido. Mas novamente, bateu a cara no chão e ficou tonta... Cambaleando...

O rapaz observava tudo de longe, mas ia se aproximando, e ao alcançar aonde a garota estava, parou do lado dela e sem tirar os olhos dos pokémons dela, disse:


- Seus pokémons são poderosos.
Mas tem certeza que vai continuar assim?
Parece que Budew tá sofrendo um tanto...
E Mudkip tá com dificuldades...
Mas o Poochyena está indo muito bem.
Parabéns.


Ainda tinha muito trabalho para fazer, talvez a garota pudesse dar novos comandos que otimizassem e acelerassem o trabalho...

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Não prestei muita atenção no que Koda e Hoothoot estavam fazendo, contudo, considerei que todo aquele barulho metálico era um sinal de que os dois estavam se saindo bem. Muito diferente de mim e de Budew, pois nossa missão estava sendo um fracasso completo. A plantinha tinha força, sim, mas a ausência de mãos e braços realmente não facilitava a vida dela. E, a cada vez que investia contra o metal, saía cambaleando como se o caminhão que tivesse batido nela, não o contrário. Embora eu tentasse ajudá-la, não havia muito o que eu podia fazer, as rodas não cediam diante dos meus ataques.

Francamente, qual a necessidade de fazer pneus tão pesados e difíceis de tirar!?” Devia ter pelo menos uma dúzia de motivos para isso, claro, e a maioria derivava de “para não matar ninguém”. No entanto, ter consciência da importância de todos aqueles mecanismos de segurança não me impedia de amaldiçoar mentalmente a criatura que parafusou as rodas do caminhão.

- Budew! - Nossa treinadora correu para perto de nós, preocupada com a sementinha após esta bater a cabeça no asfalto. Não tinha sido nada grave, contudo, pedir para que ela continuasse daquela forma seria uma maldade enorme… e eu sabia que Yoshiro não faria uma coisa dessas. A garota quase chorou quando viu a cabeça de Budew toda arranhada, na mesma hora abraçou-a e começou a pedir desculpas para ela. - Desculpa, desculpa… eu não devia ter te mandado fazer isso...

Mais ou menos nesse momento, o outro humano se aproximou e fez um questionamento para a minha treinadora. “Tem certeza que vai continuar assim?” Cara, essa menina não tem certeza nem do que ela está fazendo aqui. Aliás, por que exatamente aquele menino estava nos olhando de braços cruzados enquanto trabalhávamos? Se alguém empilhasse Koda, Budew e eu, ainda seríamos menores que aquele Ponyta. Uma ajudinha aqui seria muito bem-vinda.

- E-eu… uhn… - Yoshiro não soube responder, atrapalhou-se com as palavras e preferiu ficar quieta. A garota parecia bem perdida, e eu não poderia esperar outra coisa. Para alguém que nasceu em berço de ouro e nunca aprendeu nada além das matérias escolares, aquele desafio estava sendo súbito demais. Ela sempre foi tão dependente, na nossa aventura anterior era eu quem precisava assumir o controle da situação e tentar guiá-la pelo caminho certo. Yoshiro cresceu sendo educada para seguir, não para liderar. E agora, vendo-se diante de todas as responsabilidades que seu título de treinadora lhe dava, aquele despreparo estava cobrando seu preço. - Moço, tem algum Pokémon que possa  nos ajudar? Os meus não são os mais apropriados para esse tipo de tarefa…

Meu orgulho doeu a ouvir aquilo, mas tive que concordar. Um anfíbio, um cachorro, uma semente e uma coruja recém-nascida. Tirando esse segundo, nenhum de nós estava tendo sucesso naquela tarefa. Nos faltava poder, experiência, técnica e até mãos.

Ela tem razão, humano, olha pro nosso tamanho e pro tamanho do seu cavalo. Que tal pedir pra ele dar uma forcinha aqui?” Mesmo que ele não me entenda, não custa nada tentar. Apontei para o equino flamejante, na esperança de que o ruivo captasse a mensagem.

Bem, com ou sem a ajuda do homem, teríamos que dar um jeito naqueles pneus. Eram pesados demais, seria impossível mover a carroceria se não os tirássemos. Só faltava descobrir como fazer isso.

- Uhn, quem sabe dê certo… - Após alguns minutos em silêncio, Yoshiro pareceu chegar a uma conclusão. Voltou a mexer na bolsa e de lá tirou um tipo de haste metálica que eu não reconheci, com duas regiões mais volumosas nas extremidades. É sério, qual foi o louco que organizou essa bolsa? A quantidade de coisas aparentemente sem conexão dentro dela está começando a me assustar. - Não deve ser tão difícil assim usar uma chave de roda, não é? Digo, nas questões de física parecia tão fácil…  todas aquelas aulas de torque têm que ter valido a pena.

É pra tocar o quê?” Encarei-a, sem entender o que a menina estava tentando dizer, enquanto ela caminhava até o caminhão. Encaixou a tal chave de roda no lugar e depois chamou Budew.

- Torque é basicamente uma força que gera uma tendência de rotação. E, rodando a haste, os parafusos devem se soltar. O problema é que devem estar bem enferrujados… eu com certeza não conseguiria mover a chave. Mas acho que você consegue, Budew. - Yoshiro começou a explicar, tentando parecer confiante no que dizia. No entanto, dava para notar que ela estava apenas desesperada para fazer algum plano funcionar. Já tínhamos perdido muito tempo em uma só tarefa e havia outros itens a serem cumpridos. - Tente empurrar a chave com o seu broto, ou então salte sobre ela para forçá-la a se mexer. Faça da forma que ficar mais fácil para você. Concentre seus esforços na extremidade do cabo, porque o torque cresce com o aumento da distância. E evite qualquer inclinação, aplique a força da forma mais perpendicular possível. Se conseguir um ângulo de 90°, o seno será máximo e o momento também.

Pelo menos metade do que Yoshiro falou era um completo enigma para nós, todavia, deu para entender o principal. Girar a chave. Focar na extremidade. A parte do ângulo reto foi mais difícil, mas a garota gesticulou para indicar como Budew deveria fazer. Por fim, a plantinha assentiu, mostrando que tinha entendido.

- Muito bem, eu vou ficar ajustando a chave para você. Vamos soltar o máximo de pneus que pudermos, tá bom? - Antes de se dirigir ao resto de nós, Yoshiro abaixou-se para afagar o Pokémon broto, recebendo deste um sorriso animado. - Koda, você continua incrível! Se a cabine já estiver terminada, pode vir ajudar aqui? Tire os pneus com o Tackle. Sapphire e Hoothoot, vocês podem tentar quebrar a carroceria. Trabalhem juntos, assim deve ficar mais fácil.

É, lá vamos nós de novo...

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Budew e Saphire sofriam para realizarem a tarefa deles, a sementinha rolava pelo chão à cada golpe dado. A dupla tentava tirar os pneus, mas não conseguiam. O aquático questionava-se sobre a necessidade de tamanha segurança, mas já sabia as respostas. Porém, não diminuía sua frustração.

A garota assustava-se com a forma como sua gramínea atacava o pneu, até gritou e correu até esta. Pegou-a no colo e ao ver a cara toda arranhada, chorou arrependida.

O rapaz da Rapidash questionava os métodos da menina, Saphire se impressionava com a pergunta. Tanto por ser óbvio o amadorismo desta, quanto por ele estar parado, sem fazer nada. Enquanto era óbvio, que ele e seu Rapidash, eram muito mais poderosos do que todo o time da menina, juntos.

A menina hesitou, mas depois, pediu ajuda. O rapaz então disse:


- Posso ajudá-la, mas tem certeza que quer isso?
Está na cara que você está começando sua jornada.
Então não seria melhor aproveitar pra usar isso como um treino?
Afinal, nunca se sabe quando estará sozinha e precisará se virar com seus pokémons somente.


A garota teve uma ideia, revirou a mochila de ferramenta e encontrou uma que parecia útil. O rapaz sorriu. Ela explicava o para que servia a ferramenta e como esta funcionava. Ela ao menos tinha prestado atenção nas aulas de física.

Ela colocou a ferramenta sobre um dos parafusos e pediu para a sementinha empurrar. Esta usou sua força extrema para empurrar. E não só o parafuso soltou com facilidade, como amassou um pouco, devido a grande força dela potencializada pela ferramenta. Mesmo que aparentemente, a sementinha não tivesse entendido nada da explicação da menina sobre a ferramenta. Ela apenas empurrou com a força que tinha, usando seu corpo para aplicar tal força, através de pancadas na ferramenta.

Após poucos minutos, o brotinho desmontou a primeira roda, extraindo o pneu. Enquanto a menina agradecia e afagava a gramínea, o rapaz elogiou-a:


- Viu?
Você só precisa de empenho e a ajuda dos seus pokémons, não a dos outros.
Se quiser, posso ficar por perto e ir te dando dicas ou motivações, de acordo com o necessário... O que me diz?


Ofereceu o rapaz, após ela mandar sua gramínea fazer o mesmo com os demais pneus. E a gramínea demorou alguns minutos para terminar o serviço. Nem 20 minutos.

Koda já havia terminado a cabine e levava os pneus, empurrando-os com Tackle. Saphire e Hoothoot batiam na carroceria, mas não tinham muito progresso, mesmo trabalhando juntos. Estavam quebrando, mas precisavam de várias pancadas para quebrar um tanto considerável. Ainda demorariam muito tempo...



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Por mais surpreendente que seja… aquele plano funcionou. Fazer uma planta sem mãos usar uma ferramenta parecia loucura, mas Yoshiro deu seu jeito de fazer aquilo funcionar. Com a ajuda da humana e alguns pulos bem direcionados, em pouco tempo Budew tinha tirado boa parte dos pneus, e Koda cuidou dos restantes. Pela primeira vez em um bom tempo, vi minha treinadora com um sorriso satisfeito no rosto, parecia orgulhosa de si mesma por finalmente ter feito o trabalho render. Eu desconto uns pontos pela demora, no entanto, ela de fato merece crédito por aquela ideia… essa garota age de forma tão avoada na maior parte do tempo que até me esqueço o quão esperta ela consegue ser.

E falando em esperteza… talvez Yoshiro conheça alguma lei da física que nos ajude a desmontar essa carroceria também, porque o Tackle realmente não está dando certo. Nós até conseguimos quebrar algumas partes, a custa de muito esforço e de alguns galos, mas naquele ritmo a tarefa demoraria o dia todo. E, se para mim estava sendo cansativo, imagine para o coitado do Hoothoot, que logo no seu segundo dia de vida foi colocado para despedaçar um caminhão. No lugar dele, eu estaria arrependido por ter saído do ovo.

- Muito bem, vocês foram excelentes! - Imagino que ela tenha dito isso para Budew e Koda, porque pra mim com certeza não foi. Olhei sem o menor ânimo para a carroceria que se recusava a ceder diante das minhas investidas, esperando que Yoshiro desse seus próximos comandos. - Até que enfim, estamos quase acabando. Ataquem com toda a força que tiverem, não vai ser difícil quebrar essa última parte com todos juntos. Koda, Bite! Sapphire e Hoothoot, continuem com o Tackle! Já você, Budew… procure por partes de madeira e use seu Absorb para tirar a água dela, tá bom? Madeira seca fica quebradiça, isso vai facilitar o trabalho dos outros.

Simples, prático e potencialmente destrutivo. O que pode dar errado? Tenho a leve suspeita de que Koda e Budew poderiam terminar esse serviço sozinhos, mas vou preservar o que resta do meu orgulho e ao menos fingir que a minha participação ainda tem alguma importância aqui. Enquanto voltávamos ao trabalho, pude ouvir minha treinadora respondendo o outro humano, mais tranquila agora que a situação estava sob controle. Ou parecia sob controle, pelo menos.

- Acho que você tem razão… quer dizer, em algum momento eu vou ter que aprender a me virar. - Estava claro que essa constatação não a agradava. Para Yoshiro, era muito mais cômodo ter sempre alguém por perto que lhe desse as respostas e soluções, afinal, ela nunca teve necessidade de ser independente. Acho que não pensou nesses detalhes antes de fugir de casa… estar longe de toda a pressão excessiva que era colocada sobre os seus ombros também significava estar longe daqueles que atendiam aos seus caprichos. Agora precisava lidar com o mundo real, gostando disso ou não. - Se não for lhe atrapalhar em nada, eu gostaria muito da sua companhia. Às vezes fico bem perdida quanto ao que fazer, então… suas dicas seriam muito úteis. Obrigada pela oferta.

“Às vezes” é eufemismo. Na verdade, eu não consigo pensar em uma palavra que descreva melhor minha treinadora do que essa: perdida. Acho que, no fundo, ela não é tão diferente assim de uma criança que se vê longe de casa pela primeira vez. Ainda é tudo muito novo para a garota, e chega a ser irônico quantas desventuras ela vivenciou nos seus primeiros momentos fora das asas da família. Mesmo assim, eu não diria que ela está se saindo mal… não para os padrões de uma pirralha mimada, pelo menos. Talvez, quem sabe… o dono da Trick House estivesse certo quando disse que viu potencial em Yoshiro.

Sapphire, não vai ajudar?” Fui arrancado dos meus devaneios por Hoothoot, que interrompeu seu serviço para vir falar comigo. O tom da pergunta não foi acusatório, ele não estava me cobrando nada, parecia apenas legitimamente curioso. O pequeno inclinou um pouco a cabeça, confuso, e isso me fez questionar quanto tempo fiquei parado, perdido em meus próprios pensamentos.

Ah sim, desculpe… já estou indo.” Após lançar um último olhar para a minha humana, virei as costas para ela e segui a corujinha. Ainda tinha muito trabalho a ser feito, não era hora para distrações.

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Aparentemente, todos se surpreendiam com o como o plano da menina havia dado certo. A garoto ficava contente e sorria. Saphire questionava a demora e certa "desconcentração" da menina, mas reconhecia que ela tinha boas ideias.

Saphire também esperava que a menina tivesse alguma nova ideia que pudesse ajudá-los a substituírem os Tackles, pois estavam se esforçando demais e criando calos em seus corpos. Talvez usar os conhecimentos dela fosse útil para arranjar uma maneira menos custosa para continuarem a tarefa.

Saphire preocupava-se não só com o seu próprio esforço, mas principalmente com o esforço da coruja recém-nascida.

Yoshiro elogia a equipe. Apesar de Saphire acreditar que o elogio fosse apenas para Koda e Budew. E tinha certeza que ele não merecia aquela parabenização.
A salamandra aquática estava com um olhar desanimado e desesperançoso, para com aquela carroceria quase indestrutível perante o seu poder.

A garota sabiamente mandou sua gramínea absorver a água da madeira da carroceria. Quebrando-a facilmente, já que seu Sp. Atk estava ao máximo. Koda continuava com suas "mordidas trevosas", que retalhavam tudo. A coruja e a salamandra, atiravam-se contra o objeto, usando o impacto de seus corpos para quebrar o alvo. O que era facilitado ainda mais pelo Absorb de Budew.

Enquanto o quarteto de pokémon atacavam e destruíam o caminhão, ou o que ainda havia sobrado deste, a garota bateu papo com o rapaz.


- Que bom que entendeu.
E não tenho nada mais para fazer, já terminei as minhas tarefas de voluntário, aqui. Meus pokémons estão bem cansados...


Ele sorriu, revelando mais um motivo para não agir.

- Não sei o quanto minhas dicas poderão ajudar, mas farei o meu melhor. E não precisa agradecer.


Respondia.

Saphire refletia sobre a concentração de sua treinadora, que estava embutida em sua fala. E considerava que ela minimizava um pouco a própria situação. Refletia também no tanto de desventuras que haviam vivenciado naquele início de aventuras, longe do seio familiar. Que para a salamandra, pareciam muito mais "graves" que as desventuras das demais crianças. Santa inocência do anfíbio...

Enquanto Saphire se perdia em seus pensamentos (seria um caso de: "tal treinadora, tal pokémon"?), Hoothoot lhe chamava a atenção. Saphire entendia que a coruja não estava cobrando ou acusando, apenas curiosa. Então pediu desculpas, encarou sua treinadora e retomou o trabalho.

Em sabe-se lá quantos minutos depois, o caminhão já estava todo desmontado e com suas partes removidas do caminho. Sendo colocadas de forma organizadas, nos cantos pré-determinados pela menina.


- Pronto, parabéns!
Essa tarefa está pronta.
Agora avise sua superior e vamos para a próxima tarefa...
Qual é?


Após a garota avisar Carla Crobat, essa avisou que chegaria um caminhão aonde ela estava, com algumas mudas, para que ela plantasse ali mesmo. E em poucos minutos, chegou um caminhão, que parou na frente da menina. O motorista perguntou a identidade dela e após confirmar, foi até a parte de trás e abriu a carroceria. Era um caminhão pequeno, a carroceria era de madeira, mas bem maior do que o caminhão que ela teve que destruir pouco tempo atrás. Haviam diversas mudas. O rapaz abriu a traseira e puxou-a, transformando-a numa mini rampa para que pegassem as mudas.

- Primeiro, vamos tirar todas as mudas e coloca-las aqui no chão, fora da via, para que o caminhão possa ir embora. Em seguida, a gente planta.


Após descarregarem todas as mudas, ele perguntaria:

- Como quer plantá-las?


Havia uma etiqueta em cada muda. Nas etiquetas haviam diversos dados sobre a muda. Tais como nome, tipo (florida, frutíferas e etc), e se gostava mais de Sol ou sombra. Como ela prosseguiria com tal tarefa?

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Nunca achei que ficaria tão aliviado ao ver um caminhão destruído. A alegria de ter finalmente terminado aquele trabalho, que antes parecia tão além das nossas forças, superava o cansaço e nos dava um novo ânimo para seguir à nossa próxima tarefa, embora o ardor em minha cabeça fosse difícil de ignorar. Ao contrário de Poochyena, que continuava alegre e saltitante mesmo após amassar carros inteiros, eu não era o maior adepto do estilo bate-bate-não-sinto-dor. Tomara que a próxima missão não envolva ficar amassando meu crânio em metal e madeira…

Observei, quieto, enquanto Yoshiro conversava com a tal loira que estava nos instruindo. Ou melhor, tentava conversar. Mais de uma vez a garota precisou interromper o que dizia para pedir silêncio a Koda e Hoothoot, os quais deixaram-se levar pela empolgação e estavam comemorando nosso sucesso alto demais. O canídeo latia a plenos pulmões, saltitando ao redor da nossa treinadora, enquanto Hoothoot, como o bebê que era, tentava imitar o mais velho e seguir o ritmo dele. Budew ficou fora da algazarra, era a única na equipe além de mim que sabia se comportar.

Por fim, Yoshiro conseguiu avisar que tínhamos terminado e foi informada que caminhões logo estariam chegando para o nosso dever seguinte. Ouvir isso fez os dois bagunceiros interromperem sua comemoração no mesmo instante. O choque se espalhou pelos nossos rostos de forma tão simultânea que parecia ter sido ensaiada - apenas ouvir que precisaríamos lidar com mais caminhões nos fez estremecer por inteiro. Os minutos que se seguiram foram de pura tensão, eu não sabia dizer qual Pokémon estava mais assustado e nenhum de nós entendia como Yoshiro podia estar tão calma. Será que ela não tinha ouvido!?? Caminhões, sua surda! Mais deles, vindo pra cá!

Infelizmente, ela não parecia entender a gravidade da situação. E foi apenas quando os tão aterrorizantes veículos chegaram que vimos a razão de tanta calmaria: estavam todos em pleno funcionamento e repletos de mudas de plantas. Então, teremos que bancar os jardineiros por um dia? Não parece ruim… de fato, esse lugar está precisando de grama, árvores e flores, são muito mais belas que o cinza sem vida usado pelos humanos nas estradas.

- Ah, eu que escolho como vão ser plantadas? - A menina inclinou a cabeça, meio surpresa. Pelo visto, ela não esperava receber tanta autonomia no paisagismo da rua. Bem, era um bom momento para colocar em prática aquela história de independência que eles tinham falado mais cedo… - Ahn, ok. Vamos plantar árvores ao longo da calçada, para oferecer sombra aos pedestres, intercalando as frutíferas com as que não dão frutas. Koda, você pode ir cavando os buracos para nós, por favor?

Com a confirmação do noturno, Yoshiro continuou designando as tarefas.

- Como tem muitas flores que são sensíveis ao sol, podemos plantá-las nas sombras das árvores e de prédios. Elas são bem delicadas, então eu e Sapphire podemos fazer isso, para garantir que não quebrem. Sapphire, você também vai cuidar da umidade do solo, para garantir que ele não esteja seco demais. Hoothoot e Budew vão plantar as árvores. - Uma coruja e um brotinho… essa é uma cena que eu quero ver. - Hoothoot, leve as mudas para a beira dos buracos que Koda está fazendo. Não precisa plantar, seu trabalho é só carregá-las. Tente ser rápido, mas cuidado para não danificar nenhuma. Budew, use o Worry Seed para empurrar as mudas para dentro dos buracos. Mire na parte de baixo das mudas, onde fica a terra, não nos galhos. Vai ser mais rápido desse jeito.

Era um plano meio esquisito, contudo, parecia uma boa forma de contornar as limitações da pequena. Ela não tinha mãos e seus pés eram curtos, não era viável fazê-la andar até as mudas e plantar de uma por uma. Lançando suas sementes, por outro lado, o serviço seria feito de forma bem mais rápida. E, como Worry Seed não machuca, dificilmente causaria qualquer dano às plantas… afinal, Budew nem sequer estaria mirando nos galhos.

- Deve ter mais luvas por aqui... - Aquilo soou mais como uma súplica do que como um comentário, e me fez lembrar que Yoshiro não se dá muito bem com terra. Para a sorte da humana, ela de fato encontrou outro par de luvas e fez questão de colocá-las antes de começar a tarefa. Embora Yoshiro deteste se sujar, havia flores realmente bonitas ali e enfeitar a rua com elas seria um trabalho muito mais agradável do que lidar com lixo e automóveis quebrados, com certeza.

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Os pokémons mais espoletas, faziam muito barulho e se agitavam muito, comemorando o término da tarefa. Mas quando os monstrinhos ouviram que mais um caminhão estava chegando, quase entraram em parafuso. Temiam passarem por tudo aquilo de novo. E não entendiam a calma da garota.

Mas quando o caminhão chegou, eles entenderam o porque da calma da menina. Só que então, ao ouvir o rapaz, foi a vez da menina se surpreender. Ela não esperava que ela teria tanta autonomia naquela tarefa.

Após retirarem as mudas do caminhão, com a ajuda do rapaz. Ela mandava Koda começar a cavar, o pokémon ia cavando alguns buracos, consideravelmente rápido. Com toda a força que havia nele naquela momento, com poucas patadas, ele tirava uma quantidade substancial de terra. Depois, avançava alguns passos e repetia o processe, abrindo alguns buracos.

A garota ia planejando como trabalhariam aquela tarefa. Saphire umidificav o solo. Então o rapaz dizia:


- Boa, apesar do solo estar encharcado por estar submerso durante 2 anos, deve estar com a salinidade muito alta. E nenhuma vegetação que não é marítima, aguenta tanto sal na terra.
Usar a água do pokémon para lavar essa salinidade, deve ajudar.


O rapaz elogiou.

A coruja voava carregando as mudas com suas patas, com cuidado para não danificá-las. Budew jogava suas sementes para enterrar as mudas, o que também poderia servir de adubo, talvez.

Quando as sementes atingiam a terra com raízes, um pouco de terra sempre se soltava, mas sem causar grandes danos a muda e suas raízes.

A menina tinha pavor de sujar-se de terra, mas após encontrar um novo par de luvas na mochila, deixou esse medo de lado e começou a trabalhar.

As coisas progrediam muito bem naquela tarefa. Contudo, eram muitas mudas.


- Será que tem como acelerar? Já está ficando tarde e temos que terminar tudo antes do anoitecer....

Era de tarde, já havia passado a hora do almoço, a garota sentia a fome dominá-la. Mas ainda teria mais uma tarefa antes de terminar o dia e restaria pouco tempo para a próxima tarefa. Afinal, já estava chegando o fim de tarde... Ainda faltava um tanto pro Sol começar a se por. O que ela faria para acelerar?

- Diga como quer fazer, vou te ajudar.
Não posso pedir para meus pokémons trabalharem ainda mais.
Mas eu posso trabalhar.


Ofereceu ajuda. Mas mesmo com mais um par de mãos, precisariam de um plano que realmente agilizasse o trabalho. Só ter mais um trabalhador, não faria muita diferença.

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Não sei há quanto tempo chegamos aqui, mas o sol já não está tão alto como antes… não fomos nem um pouco ágeis na última tarefa, e esse atraso está cobrando seu preço. Precisávamos de uma estratégia melhor, caso contrário seria impossível terminar tudo antes do pôr do sol. Claro, mais fácil falar do que fazer… e o fato de todos já estarem cansados e com fome também não ajudava. Toda a motivação e energia que tínhamos no início do serviço foram sendo desfeitas aos poucos, e a troca de objetivo não foi capaz, por si só, de restaurá-las. Yoshiro até tentava ajudar, nos incentivando a continuar dando o nosso melhor, mas ela era quem mais parecia sentir falta de uma cama e de um lanche. Como não poderia comer nada até terminarmos, tentava se distrair da fome conversando com o outro humano sobre algo que não dei muita atenção, mas ainda assim ouvi quando o ruivo ofereceu ajuda. Um par de mãos extra seria muito bem-vindo, com toda certeza.

- Ah, obrigada! Vai ser bem útil ter a sua ajuda… eh… - A garota franziu a testa, só então reparando que ainda não sabia o nome dele. E tampouco ela tinha se apresentado. Com tanta coisa pra fazer, o básico da educação acabou sendo deixado de lado. - Desculpe, qual o seu nome? Eu me chamo Yoshiro, prazer em conhecê-lo.

Estendeu a mão para cumprimentar o rapaz, em uma formalidade bastante atrasada. Ele já estava conosco há quanto tempo? Uma hora? Bem, antes tarde do que nunca. Após terminar de falar com o humano, Yoshiro bateu palmas, chamando a atenção do resto do time.

- Ei, querem jogar? - Jogar? Ok, com isso ela definitivamente atraiu o interesse de todos, principalmente de Poochyena e Hoothoot. Paramos o que estávamos fazendo e olhamos para a menina, na expectativa do que ela diria. - Vamos aprontar o campo primeiro. Sapphire e Koda, fiquem em calçadas diferentes. Vocês vão cavar buracos até o fim da rua, deixando espaço suficiente entre eles para as árvores crescerem. O que terminar essa parte primeiro vai ganhar biscoitos quando sairmos daqui.

Poochyena quase pulou de alegria ao ouvir aquilo, já lambendo os beiços em antecipação. Eu queria poder dizer que não reagi da mesma forma… mas são biscoitos, quem pode me culpar? Essa humana sabe ser bem convincente quando quer.

- Moço, você ainda deve ter aqueles rolos de sacos de lixo, não é? Tenho uma ideia, é só imitar o que eu fizer. Acho que seu Rapidash pode lhe ajudar, não vai exigir muito dele. - A garota deixou um risinho escapar, como se estivesse pensando em algo divertido. Então, tirou da bolsa o referido objeto: um rolo coberto por várias camadas de longos sacos de lixo, todos colados entre si. Se fosse necessário separar um dos demais, teríamos que destacá-lo. - Budew, segure essa ponta e vá andando até onde Koda está fazendo os buracos.

A pequena estranhou, porém fez o que foi pedido. Mordeu a ponta livre do saco de lixo e foi puxando-o para longe, de forma que o rolo ia se desenrolando aos poucos conforme ela andava. Yoshiro deixou Hoothoot segurando-o para que ele não entortasse ou saísse do lugar, e logo começou a pegar as mudas e colocá-las sobre os sacos que estavam sendo esticados. Foi colocando as plantas uma ao lado da outra, em fileira, como se fosse uma esteira de produção em alguma fábrica.

Então é essa a ideia…” Colocar várias mudas na posição certa de uma vez só, ao invés de pedir para Hoothoot levar uma por uma… se desse certo, economizaria um bom tempo. E, quando o primeiro rolo acabasse, Yoshiro provavelmente tinha mais de onde havia saído aquele. Se a rua que limpamos foi uma das menores, então com certeza não usamos todo o estoque da bolsa.

- Você pode fazer o mesmo na outra calçada, por favor? É só pedir para o Rapidash puxar, mas com cuidado para os sacos não rasgarem. Ele com certeza é bem mais forte que a minha Budew. E tentem deixar as mudas de frente para os buracos que o Sapphire está fazendo, certo? - Ah é, os buracos… ops, melhor eu voltar ao trabalho. Poochyena já começou e eu me recuso a perder meus biscoitos pra ele. - Quando todos estiverem prontos, vamos para a parte legal!

E qual era a parte legal, você pode estar se perguntando. Bem… quando todos os buracos estivessem cavados e as mudas, em seus devidos lugares, Yoshiro nos contaria sobre a segunda parte.

- Ok, então vamos começar. Vai ser uma brincadeira de tiro ao alvo. Vão ser dois times: Budew e Koda ficam com uma calçada, o Sapphire com a outra. Koda, você vai correr até o último buraco e voltar. Budew, você vai aproveitar a carona para acertar o Worry Seed no máximo de mudas que puder. Lembre-se sempre de mirar na parte de baixo, tá bom? - A garota retornou Budew rapidamente para a Pokébola, apenas para desfazer o efeito do Growth, e depois liberou-a novamente. Estando de volta ao seu tamanho normal, foi colocada sobre as costas do noturno e teve as mesmas cordas de antes passadas ao redor do seu corpo, prendendo-a ao lobo cinzento. Nada apertado, apenas para garantir que ela não cairia, e Yoshiro foi muito delicada para não machucar nenhum dos dois. - Prontinho… está incomodando? É só por segurança, não quero que você caia e se arranhe de novo.

A garota sorriu ao ter sua pergunta respondida com um aceno negativo de ambos os Pokémons, era sinal de que estava tudo bem com eles. Então, voltou-se para o meu “time” de um anfíbio só. Sou autossuficiente, obrigado.

- Sapphire, você não precisa de carona. Já sabe o que precisa fazer, né? Corra também e use seu Water Gun para empurrar as mudas para dentro dos buracos. Deixe o jato fraco, não queremos danificá-las. Ah, e Hoothoot… você vai ser o juiz! Voe e fique de olho neles. Vence quem conseguir plantar todas primeiro. A recompensa… - Ela fez uma pausa antes de continuar. Será que estava tentando deixar a fala mais dramática ou tentando pensar no que oferecer?  - … vai ser uma surpresa! Mas eu prometo que vocês vão gostar.

Agora sim esse trabalho tinha ficado interessante. Troquei um olhar com Poochyena, e nesse gesto pude ver que ele também estava determinado a ganhar. Budew não era tão competitiva, entretanto, até ela pareceu animada com o suposto prêmio. Nossa treinadora começou a contagem regressiva e, assim que gritou o “já!”, o jogo teve início. Que vença o melhor... e espero que esse melhor seja eu, claro.

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AVISO :




O trabalho de Hoothoot como juiz foi totalmente desnecessário. Simplesmente não dava para ter dúvida de qual lado tinha vencido. E, percebendo isso, a corujinha pousou antes do fim da partida e começou a piar, decepcionada. Koda e Budew já comemoravam sua vitória, com o primeiro pulando e dando lambidas na plantinha, enquanto eu vergonhosamente ainda estava na metade da tarefa. O Water Gun foi uma péssima escolha, eu já estava tão frustrado com esse jato d’água que antes do final parei de usá-lo e comecei a empurrar as mudas com minha cauda. Qual o problema em quebrar o regulamento, se os outros dois já ganharam?

- Verdade, não foi uma escolha tão boa. - Ah, não me diga. Juro que não tinha reparado. - Mas é o único ataque de longo alcance que ele…

Yoshiro interrompeu sua frase antes do fim, parecendo dar-se conta de algo. A menina deixou escapar um grunhido frustrado e bateu a mão de leve na sua própria testa, como os humanos costumam fazer quando percebem a burrada que fizeram. Não, o Water Gun não é meu único ataque de longo alcance. Infelizmente, minha treinadora só se lembrou desse “pequeno” detalhe agora, quando não há mais necessidade de usá-lo.

- O Mud-Slap… Meu Arceus, eu sou muito tola… - Sim, nisso nós dois concordamos. Usar lama ao invés de água seria muito mais prático e não correria tantos riscos de danificar as plantas, já que é um ataque bem fraco. Se tivesse usado-o, eu poderia ter vencido.

Amadora…”  Encarei-a de forma acusadora, e Yoshiro pareceu entender o recado. Escondeu o rosto nas mãos, envergonhada, e isso abafou um pouco o pedido de desculpas que ela me deu logo em seguida. Após alguns instantes,  a garota espiou timidamente por entre os dedos, como se esperasse ver qualquer sinal de que tinha sido perdoada. Não, ela não tinha. E fiz questão de virar a cara para a humana, só pra ela não ter dúvidas quanto a isso.

- Ah, o trabalho… eu tenho que falar com a Carla. - Mesmo que suas palavras fossem dirigidas a Gilbert, Yoshiro não tirou os olhos de mim. O olhar tristonho em seu rosto, como o de uma criança que leva bronca dos pais, quase me fez me sentir mal por estar sendo tão duro com ela. Quase. - Só um minuto.

A garota tirou da bolsa aquele wakie-takie e chamou a loira, avisando que tínhamos terminado mais uma tarefa. Ainda restavam duas, acalmar os Pokémons e construir um poço. Ouvi Yoshiro perguntando se não podíamos fazer essa primeira tarefa agora e deixar o poço por último. Ela não explicou as razões, no entanto, suspeito que pediu isso para me dar um tempo pra me acalmar. Afinal, eu era o único ali capaz de achar um lençol freático, e a menina provavelmente não estava muito ansiosa para me pedir outro favor.

- Budew, pode vir aqui? - Após encerrar sua conversa com Carla, a garota acenou para que Budew se aproximasse. A pequena fez como pedido, seguida por um mais-que-satisfeito Poochyena. - Com isso tudo acontecendo, eu nem lhe dei um nome, não foi? Estive pensando, e… o que acha de Summer?

O brotinho parou por uns instantes, refletindo sobre a escolha. Por fim, abriu um sorriso animado e acenou em resposta, dando até uns pulinhos de empolgação por finalmente ter recebido um nome. Tenho que admitir, esse neném é uma fofura. Entretanto, não é o único bebê no time que ainda não tinha sido batizado. Hoothoot aproximou-se aos pulos, ofendidíssimo, e deu uma bicada na mão da menina por ter esquecido dele.

- Aai! E-ei, não faça isso! Claro que não me esqueci de você, Hórus! - Não sei quem ficou mais chocado ao ouvir isso, eu ou a coruja. HÓRUS? Essa humana só pode estar de brincadeira… - É um nome muito especial, e uma homenagem ao pássaro mais majestoso que já encontrei. Não são todos que merecem esse título… mas sei que você merece.

A intenção até foi bonita, porém… de onde veio a ideia de nomear uma corujinha hiperativa e atrapalhada em homenagem ao Talonflame que encontramos na Trick House? Aquele falcão salvou nossas vidas, era forte, grandioso e… bem, e provavelmente parte da ilusão de Zoroark e Gothitelle, mas isso é só um detalhe. Não consigo ver nenhuma relação entre os dois, tirando o fato de ambos terem asas… mas quem sou eu pra questionar os nomes alheios? Hoothoot pareceu muito contente com ele, e é isso que importa.


Última edição por Hanakko em Sex Ago 07 2020, 18:29, editado 1 vez(es)

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