Off :
Como sou mais humilde, por enquanto só vou comprar estes:
Waterfall (3 blue shards)
Crunch (3 green shards)
Waterfall (3 blue shards)
Crunch (3 green shards)
Não pude conter um sorriso quando vi que a humana tinha, de alguma forma, conseguido me entender. Virei-me para Yoshiro e assenti, mostrando que era realmente aquele o meu desejo, antes de voltar meu olhar para a Sra. Lee. Apesar de não saber o que viria a seguir, não sentia qualquer temor. Permiti que a senhora afagasse minha cabeça e cerrei calmamente os olhos enquanto escutava seus dizeres. Estes, aliás, logo cederam espaço a um doce cântico, entoado em mansos e cálidos sussurros que aos poucos ganhavam força.
O que seria aquilo? Uma prece, um feitiço? Eu não sabia dizer. E está tudo bem: aquele dia me fez entender que certas coisas não precisam ser entendidas. Apenas sentidas. E meu coração tratou de decifrar aquelas místicas palavras, as quais, para mim, eram apenas música a agradar-me os ouvidos. Eu sentia a mão da Sra. Lee sobre os meus olhos, embora não fosse necessário, pois não fiz qualquer esforço para abri-los. O mundo ao meu redor reduzira-se a trevas, mas aquela voz serviu-me de guia. Revelou uma forma de, por uma vez na eternidade, mudar os próprios moldes do destino.
Quando tudo terminou, eu soube que meu desejo tinha sido realizado. Um nevoeiro ainda mais brilhante do que o do Dreamy Lake cobria o cômodo, contudo, nem sequer ele superava a magia que a Sra. Lee esboçava em um simples sorriso. Olhei para aquela tão doce e sábia humana e, pela primeira vez em minha vida, dobrei minhas patas dianteiras e curvei a cabeça em uma clara reverência. Um gesto tão típico de Yoshiro, mas que jamais me submeti a imitar. Nunca antes encontrei um ser, fosse humano ou Pokémon, que eu julgasse merecedor. Agora, tinha certeza de que estava diante de um.
Aquilo foi a única prova de que Yoshiro precisava. Com uma expressão deslumbrada e até um pouco surpresa (imagino se pelo encantamento ou pela voz que os anos não pareceram castigar), ela colocou o pagamento no cofre que Ren lhe entregara. Laylah voltou para perto do seu treinador, e eu estava prestes a fazer o mesmo quando as palavras da Sra. Lee fizeram-me virar para ela novamente, assustado. Não por temer que tal profecia se concretizasse, mas por ter certeza disso.
A imagem daquele enorme anfíbio voltou à minha mente, e perguntei-me se minha teimosia estava apenas adiando o inevitável. Fitei minhas próprias patas, tão pequenas, mas que nunca me falharam. Um suspiro frustrado escapou enquanto eu tentava ignorar a ansiedade que começou a sufocar meu âmago. São poucas as certezas que tenho nesta vida. E uma, em particular, sempre foi a maior de todas.
Eu não quero mudar quem sou.
Acompanhei tristemente com o olhar quando Yoshiro devolveu o cofre. Na volta, a garota pegou-me em seus braços e beijou minha testa com ternura. Seus olhos pareciam querer dizer-me que ficaria tudo bem. Que ela jamais me obrigaria a qualquer coisa. Disso eu sei, claro… não é o que me preocupa, boba.
Antes que pudesse dizer qualquer coisa, a Sra. Lee estendeu os braços, parecendo chamar os dois humanos. Tanto Yoshiro quanto Ren aceitaram o convite de bom grado, e ela até me arrastou junto para o abraço. Apesar de inesperado, era reconfortante a ponto de acalentar os pensamentos ruins. Acho que não há sentido em sofrer por isso com tanta antecedência, não é…? Deixemos o tempo traçar seus planos… que eu farei o meu melhor para quebrá-los…
Os dois treinadores agradeceram quase ao mesmo tempo, fazendo-me rir um pouco. Tão semelhantes em certos pontos, e tão distintos em outros… é um equilíbrio interessante. Após alguns longos minutos assim, todos se separaram e um Pokémon de chapéu veio até os humanos, carregando alguns CDs que estavam à venda. Yoshiro pegou alguns e tirou do bolso algumas pedrinhas coloridas. São até bonitinhas, mas… ela vai mesmo pagar com isso?
- Gostaria destes, Sra. Lee. Muito obrigada. - Sorriu docemente para a mulher, e aproveitou a oportunidade para pegar um dos panfletos de Aoi e Choco em sua mochila e oferecê-lo para ela. - Ah, se não se importa… por favor, podemos lhe fazer um último pedido? Esses são dois amigos nossos. Caso tenha algum tempo, a senhora poderia visitá-los? Eles são uns amores, tenho certeza de que amará conhecê-los. E ainda fazem tortas maravilhosas! - O rubor em seu rosto denunciava que ela ficava nervosa em fazer tal pedido, no entanto, suas palavras soaram surpreendentemente firmes.
“Boa, Yo. Está aprendendo.” Sorri pra ela, sentindo uma pitada de orgulho, até Ren comentar que queria visitar a dita casa dos espelhos. Isso atraiu a atenção da minha dona, a qual mais que prontamente confirmou que iria acompanhá-lo.
- Também não sou a maior fã de batalhas, mas o Sapphire gosta bastante. Acho que não custa nada tentar, né? - A menina se abaixou para que eu subisse em seu ombro, e logo em seguida prestou uma reverência à outra humana. - Muito obrigada por tudo, Sra. Lee!
"Sim, obrigado." Repeti o mesmo gesto da minha treinadora, o que a fez rir baixinho antes de seguir Ren para fora do cômodo.
O que seria aquilo? Uma prece, um feitiço? Eu não sabia dizer. E está tudo bem: aquele dia me fez entender que certas coisas não precisam ser entendidas. Apenas sentidas. E meu coração tratou de decifrar aquelas místicas palavras, as quais, para mim, eram apenas música a agradar-me os ouvidos. Eu sentia a mão da Sra. Lee sobre os meus olhos, embora não fosse necessário, pois não fiz qualquer esforço para abri-los. O mundo ao meu redor reduzira-se a trevas, mas aquela voz serviu-me de guia. Revelou uma forma de, por uma vez na eternidade, mudar os próprios moldes do destino.
Quando tudo terminou, eu soube que meu desejo tinha sido realizado. Um nevoeiro ainda mais brilhante do que o do Dreamy Lake cobria o cômodo, contudo, nem sequer ele superava a magia que a Sra. Lee esboçava em um simples sorriso. Olhei para aquela tão doce e sábia humana e, pela primeira vez em minha vida, dobrei minhas patas dianteiras e curvei a cabeça em uma clara reverência. Um gesto tão típico de Yoshiro, mas que jamais me submeti a imitar. Nunca antes encontrei um ser, fosse humano ou Pokémon, que eu julgasse merecedor. Agora, tinha certeza de que estava diante de um.
Aquilo foi a única prova de que Yoshiro precisava. Com uma expressão deslumbrada e até um pouco surpresa (imagino se pelo encantamento ou pela voz que os anos não pareceram castigar), ela colocou o pagamento no cofre que Ren lhe entregara. Laylah voltou para perto do seu treinador, e eu estava prestes a fazer o mesmo quando as palavras da Sra. Lee fizeram-me virar para ela novamente, assustado. Não por temer que tal profecia se concretizasse, mas por ter certeza disso.
A imagem daquele enorme anfíbio voltou à minha mente, e perguntei-me se minha teimosia estava apenas adiando o inevitável. Fitei minhas próprias patas, tão pequenas, mas que nunca me falharam. Um suspiro frustrado escapou enquanto eu tentava ignorar a ansiedade que começou a sufocar meu âmago. São poucas as certezas que tenho nesta vida. E uma, em particular, sempre foi a maior de todas.
Eu não quero mudar quem sou.
Acompanhei tristemente com o olhar quando Yoshiro devolveu o cofre. Na volta, a garota pegou-me em seus braços e beijou minha testa com ternura. Seus olhos pareciam querer dizer-me que ficaria tudo bem. Que ela jamais me obrigaria a qualquer coisa. Disso eu sei, claro… não é o que me preocupa, boba.
Antes que pudesse dizer qualquer coisa, a Sra. Lee estendeu os braços, parecendo chamar os dois humanos. Tanto Yoshiro quanto Ren aceitaram o convite de bom grado, e ela até me arrastou junto para o abraço. Apesar de inesperado, era reconfortante a ponto de acalentar os pensamentos ruins. Acho que não há sentido em sofrer por isso com tanta antecedência, não é…? Deixemos o tempo traçar seus planos… que eu farei o meu melhor para quebrá-los…
Os dois treinadores agradeceram quase ao mesmo tempo, fazendo-me rir um pouco. Tão semelhantes em certos pontos, e tão distintos em outros… é um equilíbrio interessante. Após alguns longos minutos assim, todos se separaram e um Pokémon de chapéu veio até os humanos, carregando alguns CDs que estavam à venda. Yoshiro pegou alguns e tirou do bolso algumas pedrinhas coloridas. São até bonitinhas, mas… ela vai mesmo pagar com isso?
- Gostaria destes, Sra. Lee. Muito obrigada. - Sorriu docemente para a mulher, e aproveitou a oportunidade para pegar um dos panfletos de Aoi e Choco em sua mochila e oferecê-lo para ela. - Ah, se não se importa… por favor, podemos lhe fazer um último pedido? Esses são dois amigos nossos. Caso tenha algum tempo, a senhora poderia visitá-los? Eles são uns amores, tenho certeza de que amará conhecê-los. E ainda fazem tortas maravilhosas! - O rubor em seu rosto denunciava que ela ficava nervosa em fazer tal pedido, no entanto, suas palavras soaram surpreendentemente firmes.
“Boa, Yo. Está aprendendo.” Sorri pra ela, sentindo uma pitada de orgulho, até Ren comentar que queria visitar a dita casa dos espelhos. Isso atraiu a atenção da minha dona, a qual mais que prontamente confirmou que iria acompanhá-lo.
- Também não sou a maior fã de batalhas, mas o Sapphire gosta bastante. Acho que não custa nada tentar, né? - A menina se abaixou para que eu subisse em seu ombro, e logo em seguida prestou uma reverência à outra humana. - Muito obrigada por tudo, Sra. Lee!
"Sim, obrigado." Repeti o mesmo gesto da minha treinadora, o que a fez rir baixinho antes de seguir Ren para fora do cômodo.