Charlie estava travado com aquilo! Suando frio, borboletas no estômago, palpitação, mão suada. Enfim, todas as características de alguém que estava quase para passar mal. Thalia percebia isso com muita facilidade e gargalhava do jovem – Seu medo tem cheiro, cor e forma, moleque! Falar que não vai desistir agora, enquanto não entra nos brinquedos é fácil. Tem outros tão radicais quanto ai pra dentro. Sugiro ir de barriga vazia, Senhor “Não desistir”, caso contrário o pessoal da limpeza vai ter muito trabalho contigo! – voltava a gargalhar, com requintes de crueldade, como se estivesse se divertindo com a desgraça alheia.
Thalia adentrava o parque e fazia um leve movimento com a cabeça, chamando o criador. Mais brinquedos apareciam, agora em formatos menores, mas não menos assustadores e uma espécie de bar com uma grande placa “+18” no alto. Era cheio de neons vermelhos e revestido de preto, com grafites de mulheres e homens em trajes sexys nas paredes e um Galarian Moltes no centro do teto – Ah, esse ai não é pra ti, passa longe...se não quiser ficar traumatizado é claro. Ali perto, uma grande casa comprida com 3 entradas, desenhadas como se fossem 3 cabeças de um Hydreigon e o letreiro sombrio “Tártaro”... era bastante amedontrador, ainda mais pela música ambiente que se podia ouvir de longe, trágica e triste mesmo sendo apenas instrumental – Vai ter que ir no Tártaro, sinto muito para sua sanidade. Thalia não cansava de botar pilha no fazendeiro, um verdadeiro deleite para a jovem punk que ainda estava confiante que Charlie iria desistir.
Novos quiosques, banheiros e lojas apareciam, desembocando em uma grande roda gigante verde escura com azul onde cada vagão era um Houdoom, Houndour ou a Mega evolução. Ao lado, várias bancadas com jogos mais corriqueiros como tiro ao alvo, boliche, acertar a marreta para testar sua força, como no Doll, um Quiz, Acerta o Linoone onde a pessoa pegava um pequeno martelo e tinha que acertar os pokemons fuinha que iam saindo dos buracos. Por fim, uma área de carros de bate-bate onde cada um era representado por um pokemon noturno diferente...a priori esse não parecia tão ruim – Já cansou? Ainda falta a última parte, me segue!
Todavia, o criador tinha uma proposta antes de continuar o cronograma que divertia a aprendiz. Thalia virava para ele com as mãos na cintura e desconfiada, com seus olhos estreitados – Se quer desistir, não precisa desse teatro todo, você sabe não? Adoraria ser sua prima malvada, como minha cara parece mostrar – a face era fechada e séria – mas não daria certo...esse parque é apenas para adultos, pois o líder não quer ficar se responsabilizando. Quando se cria algo para crianças, tem muita burocracia e eles tem que responder um formulário...enfim, muito trabalho. Esse parque não é para todos, é pra quem vive na adrenalina ou quer desafiar seus medos, saindo de sua zona de conforto. Ele foi criado com base em várias pesquisas onde os turistas falavam que queriam algo mais radical...pronto, ai está!