Missão de Aprendiz 3: O Dragão De Hoen em minhas mãos!

Foi inevitável que os baixinhos se assustassem com as dragoas de volta à cena, mas dessa vez foi só por surpresa, a mesma com a que estranharam aquele potinho fedido que o treinador oferecia à elas. Realmente era algo bem esquisito.

– Montanha? – o pesquisador se levantava e olhava para cima, para onde Katakuri apontava.

Jarbas ficava intrigado com a ideia, sem entender exatamente por que o treinador queria ir até lá, sendo que a outra parte da trilha de odores seguia para além das montanhas em bunda. E o que os levou até ali, simplesmente acabava naquele ponto do vale. Ele olhou para os mineradores, esperando que algum desse um sinal do que estava acontecendo, mas nenhum deles esboçava qualquer reação a não ser estranheza e narizes tapados.

– Certo, vamos. É o tempo que eu tento contactar Blanca pra saber exatamente o que ela viu por aqui. – deu de ombros aceitando a sugestão e se dirigiu até Sindragosa, fazendo de novo a reverência para poder montá-la – Mas o que exatamente você espera entrar lá e por que essa montanha? – questionava.

Antes de partirem, Mes daria seu contato à Katakuri. Aí, quando voassem, os baixinhos mais gentis acenariam um adeus, os outros só voltariam ao seu trabalho. Visto de baixo não imaginariam o quão alta era aquela montanha, percebendo a distância só pelos minutos que levaram até no mínimo se aproximar de seu topo. Quando esse momento aconteceu, acabavam sendo recebidos por gritos de um Pokémon que estava ali, bem na borda.

Jarbas que até então se distraía com o Rotom Phone, teve que desgrudar os olhos do aparelho e apertar os olhos para ver a silhueta do bicho, pois ainda estavam longe o suficiente para não enxergar mais do que uma sombra. Era grandinho, talvez tanto quanto um Flygon. Seus gritos não eram de ameaça, dava pra inferir, mas sim de alerta, como se estivesse avisando alguém da aproximação de estranhos...

Katakuri – Bagon?! Nunca nem vi – Meteor Falls

Progresso de rota:

– Meu amigo, olha o tamanho daquela cratera lá atrás. É no mínimo impossível que um Bagon comum e sozinho tenha feito aquilo, tem sei lá quantas vezes mais o tamanho desse... – Jarbas tentava argumentar para melhor entender a ideia de Katakuri, mas os gritos do outro Pokémon lá no alto o fez parar.

A mando do especialista, Visenya gritou de volta, fazendo o outro se calar para escutá-la. Eles se comunicaram, de fato, e por isso as dragoas e seus passageiros seguiram com a aproximação. O bicho lá no alto só fazia um gemido grave e constante, se preparando para gritar mais um pouco apenas no caso de detectar qualquer hostilidade em quem se aproximava.

Lá, no topo da alta montanha onde Katakuri quis tanto ir, havia um Aerodactyl. Qualquer Pokédex ou bom senso afirmaria que essa espécie não é comum por aqui, então aquilo significava que ele não estava sozinho. Dito e feito, outra silhueta se mostrava quando os que vinham voando puderam enxergar com perfeição o topo da montanha.

Era um topo razoavelmente plano e largo, de aproximadamente o tamanho de uma arena padrão de batalhas, talvez um pouco mais. Na outra extremidade, a nova silhueta claramente pertencia a um humano. O sol for refletindo no cume não ajudava a ver daquela altura e distância. Certamente precisariam se aproximar ainda mais, pousar ou esperar que a pessoa chegasse até a borda onde seu Aerodactyl estava. Quem era?

Katakuri – Bagon?! Nunca nem vi – Meteor Falls

Progresso de rota:

Lábios vermelhos como o sangue, cabelos negros como o ébano, pele branca como a neve. Katakuri veria a silhueta se "transformar" em uma bela e jovem mulher de cabelos curtos e uma tiara vermelha, camisa azul de manga longa e calça num tom pálido de amarelo, ambas as peças bem justas marcando o corpo magro de curvas... interessantes. Uma de suas mãos tinha uma luva grossa de couro preto, já a outra estava nua e trazia uma maçã mordida. Lanche da manhã? [imagem ilustrativa]

– Aero, descanse. – ela comandou de longe, em voz alta e decidida, permitindo também que as dragoas pousassem ali – Olá, Katakuri e... Jarbas?! – estreitou os olhos e sorriu depois que reconheceu a outra pessoa que acompanhava o treinador de dragões.

– Blanca! Eu tava agora mesmo enviando mensagens pra você! – ele descia de Sindra, também sorrindo e indo na direção da mulher sem cerimônia para abraçá-la.

– Ah, que sorte então, porque eu não ia ver tão cedo. Minhas coisas estão ali com meu Pokémon. Parei pra dar uma aliviada num canto discreto. Sorte a minha que não vieram pelo outro lado. Iam me pegar com as calças na mão. – era bem humorada, dava pra ver, rindo ao debochar de si mesma e mordendo a fruta em sua mão com força.

Jarbas ria também e sua pele na região das bochechas ganhava um tom levemente avermelhado, mas é claro que podia ser só do sol, agora que estavam tão alto e consequentemente mais perto dele.

– Deixa eu adivinhar. Estagiário Nutella de Paleontologia? – cruzou os braços olhando de Katakuri para seus Pokémon, dando ênfase no "Nutella" exatamente por julgar que deveria ser muito fácil estudar coisas em cordilheiras e ermos com bichões como aqueles.

Katakuri – Bagon?! Nunca nem vi – Meteor Falls

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Blanca fazia uma expressão engraçada quando Katakuri complementou a apresentação, estranhando principalmente o "echanté" que ela achou engraçado. Depois, mal deu bola para Jarbas enquanto o ruivo falava, olhando-o dos pés à cabeça por mais de uma vez. Assim, sem muita discrição mesmo.

– Não tinha ficado claro não. Por um instante achei que fosse mesmo só um segurança típico BBB: Bonito, bruto e burro. Mas agora que você explicou, posso deixar o bruto em aberto. – dava uma piscadinha marota e ria, agora sim devolvendo sua atenção pra Jarbas – O Carlos, Carlos? Do ginásio? – indagava ao homem que respondia acenando positivamente com a cabeça, e Blanca fez o mesmo depois.

– É bem como o rapaz disse. Eu tinha detectado alguns eventos sísmicos estranhos por aqui e quando comecei a investigar achei que pudesse ter algo a ver com os dragões da região, ou no mínimo oferecer risco a eles, por isso entrei em contato com Carlos e ele achou por bem enviar um de seus aprendizes pra me ajudar nessa parte.

– Bom ter comentado. Cheguei por aqui à noite pra observar as Clefairy e Clefable na lua cheia, mas o que encontrei foi... Estranho.

Pronto, era tudo que precisavam para por o assunto em dia e convergir suas descobertas. Jarbas contava que os aparelhos de seu laboratório tinham captado os abalos e que não se tratava de terremotos comuns, por isso viera investigar. Já Blanca confirmaria com mais detalhes o que os mineradores já tinham dito.

A moça tinha presenciado um céu nublado inesperado para a noite anterior, que devia ser de céu tão limpo quanto o dessa manhã. Tudo tinha nublado muito depressa e ela se sentiu forçada a recolher seus equipamentos e partir antes da chuva... Mas aí é que tá. Não teve chuva também!

Ela relatou um tremor intenso antes das nuvens começarem a dispersar. Diz não ter visto nenhum meteoro nem nada do tipo, mas quando sobrevoou a área encontrou a cratera onde, hoje, os Sete - como ela os chamava - estavam trabalhando e coletando amostras para ela e seus colaboradores.

– Entendo. Katakuri acha que isso pode ter relação com Bagon... – Jarbas ainda não parecia seguro com aquela hipótese.

– 'Orra. Se um Bagon sozinho fez uma cratera daquelas, deve ser muito cabeçudo. Coitada da mãe! – Blanca arregalava os olhos numa expressão caricata e cômica – Mas então por que vocês vieram até aqui em cima? Você não tá só andando aleatoriamente atrás de Bagon ao invés de focar no caso, né?!

As perguntas agora eram dirigidas à Katakuri, principalmente a última, já que não ficava claro pra nenhum dos dois o motivo de o rapaz ter desejado ir até lá em cima, se todas as pistas encontradas até então se encontravam lá embaixo.

Nesse meio tempo, Sindra e Visenya já estavam livres para explorar e é óbvio que elas o faziam. Visenya farejou um rastro até a borda da montanha, mas parou ali mesmo para ficar conversando com Aerodactyl. Já Sindra olhava com curiosidade para um buraco pequeno, aproximadamente meio metro, e discreto, escondido atrás de uma rocha de tamanho mediano.

Katakuri – Bagon?! Nunca nem vi – Meteor Falls

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Era claro que Blanca sustentaria com maestria aqueles risinhos de mulher convencida, com autoestima elevada, sempre que recebesse os elogios nem tão discretos de Katakuri. Seu humor também ajudaria muito em manter as aparências já que ela achava muita graça do jeito e palavreado do especialista ao se dirigir para Jarbas.

Tanto ela quanto o Jarbas se entreolharam quando o ruivo terminou de dar seu ponto, mas não tiveram tempo de argumentar nada a respeito porque as dragoas roubaram a atenção de todos. A moça ficou perdida no que estava acontecendo, mas o outro homem logo entendeu do que se tratava.

O rastro seguido por Visenya, como dito, levava só até a borda da montanha, num ponto do qual até dava para ver a cratera dos mineradores lá embaixo. Já o rastro encontrado por Sindra era outra história. Era possível mover pedra que cobria a passagem com algum esforço.

– Ora ora! Será que elas acharam algo mais interessante do que vir até aqui em cima só pra me conhecer?! – brincava com um leve deboche, seguindo os homens até onde a Noivern estava – Viu?! Esse é um buraco pelo qual um Bagon passaria. – constatou.

– Será que estão seguindo ainda o rastro do cocô? – Jarbas perguntava ao especialista.

– Existe uma caverna nessa montanha? Pois eu nunca vi...

A maçã nesse meio tempo era finalizada e os risos da moça se dissipavam. Agora ela tinha um ar de intrigada, tentando refletir sobre a nova informação. Começou a se aproximar da beirada da montanha, sem temer, debruçando o corpo um pouco pra frente pra tentar enxergar lá de cima qualquer sinal que indicasse a entrada de uma caverna.

– O pior é que ela tem razão. Por esse espaço passa um Bagon ou outras coisas menores. Agora um Salamence... Só se ele vem e vai voando. – o pesquisador comentava com Katakuri, retomando os argumentos apresentados por ele – Ok, agora eu tô intrigado. Entramos num limbo das nossas pistas em que um Bagon aparentemente esteve aqui e pode mesmo ter saltado até lá embaixo. Mas como ele abriu uma cratera daquela? Mesmo que tivesse acompanhado, não teria sido tão perfeito assim...

– Pergunta, especialista ruivinho: tem algum movimento capaz de fazer algo parecido com aquilo? – Blanca perguntava em voz alta enquanto se colocava de joelhos no chão para olhar de forma segura numa das extremidades, pois ali ela se colocava contra a força do vento e podia cair.

Katakuri – Bagon?! Nunca nem vi – Meteor Falls

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