Caverna verdejante e o meliante.

Caverna verdejante e o meliante

Petalburg Woods

O pássaro havia escolhido ser salvo. Ele não é tão orgulhoso, afinal... Talvez eu teria recusado, me conheço. De todo jeito, agora já foi. Olhando a batalha acontecendo lá embaixo, o lobão parecia estar lidando muito bem e poderia levar sozinho os outros dois. Mas eu achei que alguém merecia participar. Eu rapidamente liberei o pássaro, ainda no alto da árvore, colocando a Pokébola na direção de um galho próximo pra que ele saísse em um local que desse pra ele pisar. Depois que os raios brancos terminaram de materializar o voador, imediatamente chamei o Rotom Phone. — Ei, Rotom. Faz uma análise pra mim desse passarinho aqui.

O celular possuído por um Rotom voou do meu bolso da calça e fez uma breve análise do pássaro. Seu nome de espécie é Taillow, mas obviamente eu não vou chamá-lo assim, ainda precisarei bolar um nome pra ele... Espera, porra, eu já to pensando em apelidos? Não, não. Melhor não. Depois que você dá um nome acaba se afeiçoando. O Rotom me apontou o potencial nível de força desse passarinho em questão e também os possíveis golpes que ele poderia saber. Depois, fitei o Taillow.

— Tá afim de se vingar? — Imediatamente, ao ouvir aquelas palavras, a fantasmagórica se colocou na minha frente, com um olhar de reprovação. Eu entendo. Cassandra (a humana) não iria gostar que eu ofertasse algo assim pra uma criatura "pura" como um Pokémon. A fantasma tem o mesmo senso de moral e tenta a todo custo me impedir de cometer atos ilícitos ou duvidosos moralmente. Eu a respondi, encarando aqueles olhos gigantes. — Ele merece isso. Olha o que fizeram com ele. Mas eu não vou influenciar nessa escolha... — Eu coloquei a cabeça pro lado, tentando olhar pro Taillow por trás da Gastly. — Se quiser, pode juntar neles com o lobão lá embaixo. — E deixei isso a cargo do Taillow para decidir. Não dei nenhum comando de treinador, ele poderia lutar da forma que quisesse, caso quisesse. Já com o Mightyena era outra história.

Ainda no topo da árvore, agora começando a descer - que é sempre mais fácil que subir - dei os comandos para ele poder lutar, de longe. — Continua! Dessa vez, duplo Howl! — Eu quis deixar uma oportunidade pra caso o voador quisesse se aventurar na luta e retribuir o que fizeram contra ele. Caso contrário, logo em seguida o canino prateado acabaria com os dois, com duas mordidas.

Toxel egg: 07/60

Turno 05 VictorYena vs Gangue dos insetos (Nincada +2 Dustox)

Vingança...a palavra soou bem para aquele Taillow. Mesmo que Cassandra o reprendesse por isso depois. O rapino desceu do alto rasgando os céus. Seu peck encontrou o nincada com precisão e graça o tirando de combate (Crítico! -5 hp). VictorYena latia alto motivando seu aliado (+1 de atk para os 2) e desmotivando Dustox. A mariposa já queria dar o fora dali mas ainda tinha que ganhar tempo para seus aliados fugirem. Um simples gust foi lançado contra o Hiena inimigo (-2 hp) levantando folhas e terra na direção dos oponentes.

Turno 06 VictorYena vs Gangue dos insetos (Nincada +2 Dustox)

Taillow não desistia de sua caçada. Uma segunda sequência de bicadas pegava dustox pelas costas (-5 hp). VictorYena se manteve uivando (+2 atk para o time) enquanto o inseto já estava sem saber o que fazer. Mantinha o vendaval (-2 hp) e seus colegas começavam a fugir para dentro da mata.


Campo: Floresta fechada com grandes árvores, campo verdejante no solo, ventos tranquilos.

Enquanto isso...já descendo da árvore...

Cassandra talvez tivesse visto o seriado famoso do Chaves onde o seu Madruga dizia sua famosa frase: a vingança nunca é plena, mata a alma e envenena. Nunca saberíamos se realmente havia visto ou não mas ela discordava da metodologia aplicada por seu treinador. A fuga dos insetos continuavam enquanto Victor descia as árvores. Eles não eram loucos de continuar ali para sofrerem nas mãos de Taillow...o mais preocupante: do Mightyena.

Ao longo da descida o rotom dizia todos os golpes do novo pokémon do jovem Crane. A voz robotizada tentava sair humanizada e natural...mas ainda sim era um robô então algumas coisas saiam um pouco travadas ou pouco naturais mesmo. O combate já se encaminhava para o derradeiro final mas dessa vez Victor pode encontrar algo novo nos galhos das arvores...um item que provavelmente havia sido pego em alguma das presas do passado. Ainda sim era um objeto estranho e pegar ou não iria depender do que nosso protagonista acreditava ser melhor para ele.

Turno 07 VictorYena vs Gangue dos insetos (Nincada +2 Dustox)

Taillow desceu bicando com raiva e fúria (-5 hp). VictorYena dava a bocanhada final na mariposa que ao contrário de seus amigos...estava desmaiada no chão (-21 hp)


Campo: Floresta fechada com grandes árvores, campo verdejante no solo, ventos tranquilos.

Pós batalha!

Cassandra tinha uma sabedoria estranha...mas funcional. Com o final dá batalha Taillow parecia ter tirado um caminhão de problemas de suas costas. Ele usou sua nova técnica Wing Attack para destruir as teias que antes o prendiam e por fim pousou no ombro de Victor (Humano). Ele parou na direção contrária de Cassandra. A ave entendia que havia uma hierarquia a ser respeitada por ali e ele era o último na cadeia de comando (Por enquanto :p). Com o fim do combate uma estranha calmaria se instaurava. O caminho para sair da floresta estava mais claro depois de subir na árvore. Os parceiros mais fortes e agora havia um novo companheiro para vigiar Victor.

Caverna verdejante e o meliante

Petalburg Woods

Achei estranho o fato do Taillow ter pousado no meu ombro depois da batalha. Cassandra ficava observando o pássaro com aqueles olhos enormes, enquanto sorria levemente pra ele. Já o cão que leva o meu nome se aproximou e praticamente montou em mim, ficando "em pé" e com uma das patas no meu ombro. Eu logo indaguei aos companheiros. — Gente, o que é isso? Nem sabemos se ele vai querer ficar. Já estão fazendo festa? — O lobo eu até entendia, ele adora uma bagunça, mas a fantasma também? Ela costuma ser mais ponderada...

Eu tentei fazer o Taillow pular pra minha mão, colocando a minha mão perto das patinhas dele que estavam no meu ombro (que começava a machucar porque as garras dele estavam meio lascadas e com pontas irregulares) pra ver se eu conseguia ficar cara a cara com ele, pra ter uma "conversa séria". Mesmo se ele continuasse no ombro, eu diria. — E aí... Eu só te ajudei a sair da árvore, você não é obrigado a ir com a gente. Se quiser eu posso te liberar da Pokébola de vez. Então... Já é ou já era? — Isso me lembrou um pouco o momento em que o Vick deu uma cabeçada na Pokébola lá na Rota 102. Salvo engano... Eu perguntei a mesma coisa pra ele.

Toxel Egg: 09/60

Dor e Fortalecimento

Ruas de Petalburg

Eu na verdade não esperava que o Taillow fosse querer ser "domesticado". Ele tem um espírito bem corajoso e, mesmo estando numa situação ruim, ele conseguia se defender da melhor forma que dava, sem se deixar abater. Então não imaginei que ele iria querer andar com um humano e ficar batalhando por aí, por conta dessa personalidade mais assertiva. Isso é... Meio estranho. — Certo... Se você quer ir, não sou eu que vou te deixar pra trás. Partiu. — Infelizmente eram três contra um, tanto o Mightyena quanto a Gastly queriam também a companhia do Taillow, que ainda não recebeu um nome. Dessa vez eu não tive como recusar... Mas talvez eu não quisesse recusar.

Então, com o fato de ter visto o caminho até Rustboro por cima das árvores, somado com a ajuda do GPS que mostrava um sinal bem fraco mas que poderia ajudar em alguma coisa, eu resolvi seguir caminho. A situação estava controlada, os insetos que atacavam o voador haviam sido afugentados e os outros Pokémon que apareceram pra bisbilhotar também foram circulando. Então era apenas o momento de meter o pé antes que acontecesse alguma outra coisa pior. Eu abri minha mochila rapidamente pra procurar alguma frutinha que eu pudesse dar pro Taillow e vi que havia uma a mais daquela amarela e grande. Ao olhar para Vick, ele ainda estava com ela. Olhando para Cass, vi que ela segurava aquele papelzinho estranho. Bom, ela não tem mãos, mas estava com ele no topo da cabeça. — Por que pegou isso? Ah, quer saber? Deixa pra lá, pode ficar. Não deve servir pra nada mas se você gostou, pode ficar. — A fantasma sorriu e ficou brincando com o papel.

Antes de começar de fato a caminhar novamente pelo matagal, entreguei uma das frutinhas pro Taillow, já que a fantasma não parecia querer largar aquele papel e até mesmo trocou a fruta por ele. — Pega aí, carinha. Fica com ela pra quando der fome. Agora vamo que vamo, eu não quero ter que acampar aqui essa noite, já falei isso antes. — Aos poucos eu estou começando a tratar eles como se fossem humanos e isso é muito esquisito.

Equipar Sitrus Berry no Taillow
Toxel Egg: 10/60

caverna verdejante e o meliante

Petalburg Woods

Se eu estivesse apenas ouvindo essa descrição da moça eu já imaginaria uma bonita. Vendo, então... Bem, mas deixa isso pra lá, vamos ignorar os hormônios por um segundo. Ela estava me perguntando se eu estava afim de uma "aventura" ou "batalha emocionante"... De onde eu venho, se uma mulher pergunta pra um homem desconhecido no meio de uma estradinha se ele tá afim de uma "aventura", abre espaço pra muitas interpretações, a maioria delas levando pra um lado mais... Sexual. Mas eu não sou esse cara. Me veio o pensamento na cabeça, confesso, mas tenho certeza que não é o caso. Apenas uma batalha Pokémon... Argh, sinceramente, eu acho que vou recu-

O Mightyena deu um latido amigável pra ela e foi se aproximando com o rabinho abanando e aquela cara de bobo dele. Cassandra continuou ao meu lado, apenas observando a dama que nos falava. O Taillow parecia estar cansado e cochilou durante esse tempo que ficamos andando pela floresta, tentando sair dela. No entanto, com a situação dela ter se dirigido a nós e o Vick já ter ficado todo empolgado só porque é um rabo de saia - e nesse momento eu me dei conta que ele realmente parece comigo - o voador acordou e parecia disposto a batalhar também. Ele me dava algumas bicadas no cabelo, chamando a minha atenção. Mesmo sendo uma ave cheia de cicatrizes, parece que esse pássaro doido quer arrumar mais. Olhei para a Gastly, perguntando o que deveria fazer. — Você também tá afim, né? — Ela apenas respondeu colocando a língua pra fora em meio a um sorriso enquanto exibia seu papelzinho estranho pra moça, como uma criança que diz "olha só o que eu tenho!"

Suspirei, vendo que novamente estava numa situação de três - quatro, se contar com a moça - contra um. Não tem jeito, eles estão me empurrando cada vez mais pra dentro dessa história de Treinador Pokémon. Olhei pro canino, que a essa altura já estava se engraçando com a moça, pedindo carinho, e exclamei. — Vem aqui, seu safado, a gente vai batalhar... Ou você vai lutar por ela e não contra ela? — Eu dizia, em seguida olhando pra moça e lançando um sorriso meio torto, um tanto envergonhado pela atitude do mini-não-tão-mini-eu. Ele deu um latido animado e rapidamente voltou pra perto de mim, virando-se de frente pra moça que nos desafiava. — Acho que estamos afim. Só pega leve, eu sou meio novo nessas coisas. — Outro sorriso sem graça, antes de ir... Batalhar... De novo... Isso está se tornando mais comum do que eu gostaria, tenho certeza que existem pelo menos duas mulheres no mundo que achariam isso completamente fora do normal e tentariam me internar.

Toxel Egg: 11/60