Pokémon Mythology RPG
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[This is NOT a drill] – Mossdeep City –

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Rubro-negro. Essa poderia ser uma referência futebolista qualquer, mas o preto e o vermelho tendem a se complementar em muitas histórias... aqui, não seria diferente.

Sabe, eu nunca vi ninguém que eu me apeguei morrendo. Eu pensei (e penso) que um ou outro estivesse morto, mas nunca vi. Sair do impiedoso e maciço escuro não me trazia o conforto algum, apenas a dor de uma visão rubra. O grito de Liza não foi mais confortável, abrindo meus ouvidos e guiando meu pescoço rígido até as moças do lado...

... e me fazendo ver Karinna, deitada ao chão, colapsando.

Eu não sou médica mas sei tratar uns buracos de bala e, pra mim, ela já morreu. Quer dizer, ou este colapso passa ou vamos precisar renascer ela. A esfera de Eelektross estava por perto, "choque" a gente iria ter.

O problema é que a moçoila revirou a íris de um dos olhos, deixando claro que ainda havia vida naquele corpo alucinado. Ali, minha respiração pausou. Eu certamente demorei muito mais agir do que deveria, mas num ato bastante desorganizado, soltei a esfera de Vaporeon.
- Wish - Ordenei, apontando para Karinna. Eu não fazia ideia se aquilo ia funcionar, eu nunca tentei usar um golpe de cura em mim mesma, mas acreditei que mal não ia fazer. Logo em seguida, virei meu rosto pra Liza e supliquei - CONSERTA ISSO - Afinal, ela parecia ser a única com poder para tal. Depois, num ato desesperado, encarei minha Jellicent.

Sei que, apesar de ter o formato de um, ela não é um Drifblim. Não era como se ela guiasse almas para o céu (ou inferno) por conta própria, muito menos tivesse controle sobre isso, mas eu sei que minha Jellicent pode fazer algo, porque ela conhece muito bem a morte.

Com um ar indiferente, Freya caminhou até Karinna e colocou um de seus tentáculos sob sua cabeça, assobiou uma canção de ninar que não reconheci. Depois disso, rogou uma prece passageira e tentou entrar.

Freya já soube Dream Eater em seus primórdios, se tivesse boa memória, talvez conseguisse participar do que estava acontecendo ali. Foi num sonho que ela tentou comer minha alma, foi num sonho que ela também optou por me libertar.

EGG Pincurchim: 30
DAY CARE: 22
#Greninja #Pupitar #Togekiss


Última edição por Cocaine em Qua Nov 09 2022, 12:08, editado 1 vez(es)

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O Mahiro é o melhor do mundo <3

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this is NOT a drill


Era meio preocupante, se eu for bem sincera, o quanto eu gosto de surtar desse jeito. Existe alguma coisa muito confortante no efeito de estar coberta de sangue e entranhas e sentir as madeixas molhadas de rubro colando pelo seu corpo e os dedos machucados e a respiração ofegante. Não consegui nem colocar vírgula porque todas elas são igualmente confortantes. Não digo exatamente já que isso tudo está acontecendo na minha cabeça dentro da ilusão psíquica mas, sério, é quase uma sensação primitiva deliciosa de continuar batendo e machucando e matando e arrancando pedaço atrás de pedaço... Mas acho que vocês já entenderam.

Isso tudo é pra explicar que, mesmo se eu pudesse, não é como se aquele 1% de sanidade presente dentro do meu consciente pudesse me dizer para fazer algo além disso. Principalmente quando se trata de algo ou alguém que eu odeio com todas as minhas forças, com uma raiva que foi construída pelo tempo, somada a toda mágoa e tristeza que minha história carrega. Não existe um cenário, nem nesse e nem em outro universo em que minha origem se repete, que eu escolha abraçar esse Pokémon. É simplesmente ir contra tudo que meu próprio ser exala e, se isso aqui é alguma piada de um ser superior, é me dar uma falsa possibilidade de escolha já sabendo que vou falhar. O que, por si só, não é uma escolha. É traçar um destino já pré-escrito.

... Mas assim o farei.

A primeira coisa que fiz foi voltar minha atenção pro lutador. O coque já havia se desfeito e, como descrito anteriormente, meus fios de cabelo loiros já tingidos de vermelho grudavam pelo meu rosto. Esse, por sua vez, era muito difícil de enxergar: as mechas das madeixas grudavam em blocos e cobriam acho que 70% dele. Eu mal conseguia enxergar, mas era o suficiente para o Pokémon ver que tudo que eu sentia era raiva. Cerrei os punhos, que doíam bastante, mesmo sendo uma dor fisico-psicológica; uma unha ou outra estavam quebradas e dois dedos estavam em carne viva pela violência que foram fragmentadas. A respiração, ofegante, fazia minha silhueta na areia se mexer bastante, algo que assustaria qualquer Krabby desavisado que saísse de sua toca sem entender o que estava acontecendo. Isto é, se isso aqui fosse verdade.

Peguei impulso com os pés e fui. Punhos para frente e olhos semi-cerrados e concentrados no rosto do lutador. Eu só pararia quando Throh estivesse igual, se não pior, ao meu progenitor.

... Se me orgulho disso?

...

A essa altura, a resposta realmente importa?

Day Care

Spiritomb: 293 posts;
Galar Ponyta: 163 posts;



The water filled my lungs... I screamed so loud but no one heard a thing.

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Bônus:
- Especialista II Psychic;
- Gestora Rocket:
- Skill Rocket: Queimando a Largada! (+3 Atk; +3 Sp. Atk para Pokémon em batalhas);
- Skill Rocket: Aprendizado Prático. (20% a mais de EXP em batalhas durante uma Missão Rocket);




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três espiãs demais, juntas.
Mossdeep, Armazém, interior.
Aproximadamente... Depois.
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Enquanto Natalie começava a molhar seus pés no oceano, podia sentir uma espécie de calma que nunca havia sentido antes. Como se todos os problemas do mundo tivessem desaparecido, como se apenas restasse ela se jogar no mar e aproveitar a imensidão azul e a paz que aquilo trazia. Era um sentimento extremamente confortante, poderia viver aquilo para sempre... Então ela finalmente mergulha.

No entanto, sentia ser puxada de volta. Como se uma mão invisível a agarrasse e trouxesse de volta pra terra firme. A voz que falava consigo, que era sua própria voz, agora muda. Era a voz de uma garotinha, uma verdadeira criança. — Ei. Não vai. — Caso resolvesse virar pra trás, notaria que a Natalie da 25 de março havia sumido e agora quem estava ali era a própria imagem de Liza. — É... Oi. — Ela parecia extremamente sem graça. — Eu... Eu só tô comprando tempo. Mas essa ilusão pode te deixar com danos permanentes, isso é verdade. Eu só não achei que ia cair tão fácil. Eu não quero fazer mal a vocês, só precisava de um tempo... E acho que deu tudo certo. Me desculpe por brincar com sua cabeça, tá? Não sabia que tinha tanta coisa...

Então aquele cenário aos poucos vai se desmontando. Ariel se desintegra em diversos pedacinhos coloridos, o oceano começa a secar e a areia começa a sumir. Tudo fica preto. Mesmo a própria Natalie ou Liza, não é possível ver mais nada.

... ... ...

Enquanto isso, Liza respondia a pergunta de Winnie dentro de sua própria cabeça. Matte, ou Thito, seja lá quem fosse, já não estava mais ali. Se transformava em Liza na frente dos olhos da garota, adquirindo um borrão roseado enquanto fazia a transição de um corpo falso para o outro. — Hehe! Isso mesmo! Vocês perceberam rápido. Mas não importa, não era sobre perceber a ilusão. Era sobre... Bem, isso também não importa. O que importa, é que comprei o tempo que precisava. Me desculpa por invadir sua mente! — Ela dava mais uma risadinha e sumia dali.

O fogo começava a se extinguir rapidamente, dando espaço apenas a uma grande floresta. Então todas as folhas começam a cair ao mesmo tempo, mesmo que ainda verdes. O chão fica repleto de folhas verdes, que depois se desintegram em partículas de luz rosa e, por fim, os troncos das arvores basicamente sofrem um processo de crescimento reverso instantâneo. Vão perdendo tamanho e grossura até virarem simples brotinhos para então sumir. Tudo fica preto. Mesmo a própria Winnie ou Liza, não é possível ver mais nada.

... ... ...

Karinna era uma situação mais complicada. Incapaz de se permitir perdoar aquele Pokémon que apenas seguia ordens de um tirano, trouxe para ele o mesmo fim que gostaria de ter trazido na vida real. Ela sabia que era ilusão, oras, todas as três sabiam. Mas não sabia no que isso podia implicar. Para Karinna, a situação foi diferente. Liza não aparece. O sangue, tanto do homem quanto do Pokémon, começa a se mover, saindo dos corpos e envolvendo a loira numa espécie de banho. E Karinna vai se sentindo cada vez mais confortável nesse banho sangrento, conforme seu corpo vai ficando mais e mais vermelho, com mais líquido por cima, ao ponto dela ser apenas uma silhueta vermelha no meio daquela casa. Os corpos ao lado estão completamente drenados, perdendo toda a cor da pele e até mesmo ficando mais finos.

Foi uma sensação ótima. Karinna não podia ter se sentido melhor ali. No entanto... Tudo fica preto. Mesmo a própria Karinna ou Liza, não é possível ver mais nada.

... ... ...


As três acordam. A primeira cena que se deparam é de Miss B. apontando a pistola pra cabeça de Tate. O garoto está calmo, apesar disso. Liza está nos braços dele, ainda algemada, e também está acordando, um pouco desnorteada. No entanto, ela começa a ficar desesperada e tentar sair dos braços do irmão. — A loira! Ela... Ela... Ajuda, irmão! — Então, ainda desnorteadas, Natalie e Winnie olham para Karinna e notam ela caída e com os olhos e nariz sangrando. Mas ela parece viva, ao menos.

Karinna, por outro lado: Está vendo um Kadabra e uma Dragonair olhando pra ela. Na verdade, Karinna só vê Pokémon naquela sala. Tem uma Seviper apontando seu ferrão para um Solrock, que está dando apoio para uma Lunatone caída. Kadabra e Dragonair estão ao seu lado, com um olhar preocupado. Além disso, também tem a dragonite Ivy que Karinna ainda consegue reconhecer. E uma Jellicent ali próxima da Dragonair. Tem uma outra Seviper perto da Seviper que ameaça o Solrock. Tudo está tão confuso...
(c)

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Rubro-negro. Essa poderia ser uma referência futebolista qualquer, mas o preto e o vermelho tendem a se complementar em muitas histórias... aqui, não seria diferente.

Sabe, eu nunca vi ninguém que eu me apeguei morrendo. Eu pensei (e penso) que um ou outro estivesse morto, mas nunca vi. Sair do impiedoso e maciço escuro não me trazia o conforto algum, apenas a dor de uma visão rubra. O grito de Liza não foi mais confortável, abrindo meus ouvidos e guiando meu pescoço rígido até as moças do lado...

... e me fazendo ver Karinna, deitada ao chão, colapsando.

Eu não sou médica mas sei tratar uns buracos de bala e, pra mim, ela já morreu. Quer dizer, ou este colapso passa ou vamos precisar renascer ela. A esfera de Eelektross estava por perto, "choque" a gente iria ter.

O problema é que a moçoila revirou a íris de um dos olhos, deixando claro que ainda havia vida naquele corpo alucinado. Ali, minha respiração pausou. Eu certamente demorei muito mais agir do que deveria, mas num ato bastante desorganizado, soltei a esfera de Vaporeon.
- Wish - Ordenei, apontando para Karinna. Eu não fazia ideia se aquilo ia funcionar, eu nunca tentei usar um golpe de cura em mim mesma, mas acreditei que mal não ia fazer. Logo em seguida, virei meu rosto pra Liza e supliquei - CONSERTA ISSO - Afinal, ela parecia ser a única com poder para tal. Depois, num ato desesperado, encarei minha Jellicent.

Sei que, apesar de ter o formato de um, ela não é um Drifblim. Não era como se ela guiasse almas para o céu (ou inferno) por conta própria, muito menos tivesse controle sobre isso, mas eu sei que minha Jellicent pode fazer algo, porque ela conhece muito bem a morte.

Com um ar indiferente, Freya caminhou até Karinna e colocou um de seus tentáculos sob sua cabeça, assobiou uma canção de ninar que não reconheci. Depois disso, rogou uma prece passageira e tentou entrar.

Freya já soube Dream Eater em seus primórdios, se tivesse boa memória, talvez conseguisse participar do que estava acontecendo ali. Foi num sonho que ela tentou comer minha alma, foi num sonho que ela também optou por me libertar.

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Naquele momento, escuridão era um ótimo conforto para que pusesse os pensamentos em ordem, um por um.

Ponderar sobre quão irônica era a ideia de encontrar o próprio fim no abraço do oceano, ainda que fizesse todo o sentido do mundo.
Questionar sobre como estariam as outras, se aquela havia sido sua ilusão - e, querendo ou não, com notas de periculosidade.
Engolir a ideia de que um herói(zinho) mantinha a pose mesmo ao se deparar com um projeto de vilão.

Naquele momento, a escuridão era um ótimo conforto.
Até que ela se foi.

O desnorteio inicial era um detalhe consequencial de toda aquela situação. As pálpebras se apertaram, um zumbido irritante escoando pelo ouvido enquanto as pernas forçavam um erguer meio bambo do corpo. Precisou de alguns segundos, quiçá milésimos, para que pudesse engolir a confusão e, pouco a pouco, se situasse firmemente no ambiente que já haviam estado outrora.

...nada poderia prepará-la para o que a aguardaria por ali.

Admito: Em primeiro momento, embora fosse capaz de enxergar, não chegou a realmente compreender a imagem da companheira de eras se debatendo, o líquido rubro escorrendo dos orbes cerúleos e das narinas escuras. Observou o desespero de Winnie, a agonia de Ivy e a agitação de Balthazar que também a rondava, incapaz de fazer muito mais que tentar esguichar uma e outra cuspida curta d'água na esperança de arrancar alguma reação condizente com aquela carcaça epiléptica.

...quando o fez, porém, mesmo que não soubesse o que fazer...
Sabia bem quem o fizera.

Não disse uma única palavra. A cabeça pendeu para frente por alguns curtos instantes, a franja acobertando os sentimentos e as sombras que pulsavam pelos orbes cinzentos, uma a uma, montes em montes. Os dedos de uma mão se moveram em tique silencioso, suaves, dedilhando um código inexistente simplesmente pela necessidade de obter alguma ocupação.

Um pigarro divertido foi o único som que dela escapou.

O corpo, então, volveu-se outra vez na direção dos gêmeos aprisionados. Muda e em uma passada quase tortuosa, encaminhou-se na direção de ambos, os próprios ombros relaxados de uma maneira que não deveriam poder estar se levasse em conta as circunstâncias que pairavam sobre o grupo como uma pesada nuvem de tempestade. Aproximou-se devagar, relaxada, e só parou quando fê-lo o suficiente para estar próxima o suficiente das crianças.

Verdade seja dita, Karinna quem era a briguenta da dupla, mergulhando de punho a qualquer momento que sentia necessidade ou simplesmente vontade.
Não foi isso que impediu a virada repentina de corpo e o chute violento que aplicou no rosto da pirralha, porém.

Aqui eu te apresento também a participação de Navi que, aproveitando a distração geral, esgueirou-se com furtividade absoluta pelos cantos, pelas sombras, e estava no lugar certo, na hora certa, para que pudesse saltar em atividade naquele exato momento, as mãos de piche saltando da penumbra e da solidez de objetos próximos para envolver boca e corpo de Tate, puxando-o com certa violência mas, ao contrário dos outros até então, não o engoliu. Manteve o menino à vista, os dedos escuros se divertindo ao forçar sua boca aberta e invadir, pouco a pouco, forçando engasgo e incômodo inevitáveis que, cá entre nós, não deveria levar tanto antes de arrancar vômito também.

Cofagrigus não era o tipo de pokémon herói que saltava na primeira oportunidade para acalentar vítimas de infernos pessoais - muito pelo contrário!
Ele era um ótimo vilão cujo sadismo não se incomodaria nada de florescer em uma situação em que estivesse prestes a perder sua companheira de confabulações durante engolidas ocasionais.

Mas eu não paro por aqui, ou melhor, a ruiva não o faria. Mesmo sendo obrigada a se inclinar na direção do chão para que pudesse agarrar a gola de Liza e puxá-la para perto (com não muito cuidado, devo admitir), isso não a impediu de escorregar a boca para perto do ouvido da garota, a língua umedecendo o lábio inferior enquanto as palavras eram cuidadosamente escolhidas para a ocasião:

— ...Resolva isso. — As palavras escoaram da garganta, sussurros perdidos que se arrastavam como fantasmas que guinchavam em um inferno pessoal no pós-além. Sóbria, rouca, e com bem menos que um único pingo de hesitação. ...ou eu vou arrancar seus olhos e forçar o seu irmão a comer um por um.

E ao contrário de antes, a escuridão não seria um conforto.
Não mais.

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O amanhã é efeito de seus atos. Se você se arrepender de tudo que fez hoje, como viverá o amanhã?
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Era difícil realmente enxergar com clareza o caleidoscópio de memórias que refletem na minha cabeça toda vez que encontros desse tipo acontecem. Já estou acostumada mas é sempre uma experiência... Diferente. O turbilhão de lembranças me inunda e é como se eu não pudesse respirar dentro da minha própria cabeça, sabe? A cada soco desferido, a cada acesso de fúria e a cada grunhido primitivo de agressão, uma recordação passa pela minha cabeça e é incrível como eu nunca posso aproveitar estar de volta onde sempre quis estar. Claro que a falta da minha mãe e da minha avó nessa ocasião é significativa, mas se eu contasse pra vocês a quantidade de vezes que sonho somente em estar e existir aqui... Vocês ficariam chocados.

E não ter medo da morte é um problema, viu. Flertar com ela, então, é pior ainda. Não existe medo das consequências, não existe aquele amor à vida que vejo tantas pessoas terem. Acho que por isso que funciono tão bem como Rocket: amanhã pode ser o ultimo dia que vou acordar e tudo bem. Na minha cabeça, minha vida era para ter sido ceifada por mim mesma perto daquele deserto e desde lá vivo na hora extra. E sendo bem sincera, existe uma única coisa que me impede de finalmente parar esse relógio de vez: Isso mesmo, Natalie Chase.

E acredito que é por ela que não desisti mais até hoje. Oras, é por ela que estou tentando reconhecer esses Pokémon diante de mim. Seviper, Dragonair, Kadabra... Nada faz sentido. Sinto meu corpo mais fraco a cada segundo e minha mente lutando para permanecer acordada, mas sei que não posso dormir e não posso ceder. Já não basta ter perdido o equilíbrio e caído de costas no chão. Tento, então, erguer os braços na direção deles, mas parece que não enxergam, não me vêem. Será que estou mesmo esticando meus braços ou isso é só na minha cabeça?

... Isso sim nunca aconteceu antes.

E, então, uma canção de ninar ressoou pelo ar. Distante a princípio, mas certamente belíssima. Focar minha atenção naquilo era exatamente o que eu precisava para me manter acordada. O tom, a afinação, era tudo impecável, o que fazia meus olhos brilharem de imediato. Ergui um pouco a minha cabeça e consegui ver a silhueta do que parecia a Jellicent de Winnie se formando aos poucos diante dos meus olhos.

Será que ela veio me buscar?

Será que... Eu morri?

— ... Achei que seria di---ferente. — a pausa foi causada por um pigarro, minha voz era fraca e ergui um pouco das costas do chão com ajuda dos cotovelos; não tinha exatamente força para me levantar, mas consegui sentar com a ajuda da fantasma — Tá tudo bem... Não tenho medo da morte. Só não para de cantar, pode ser? — abri um meio sorriso, erguendo minhas mãos como se estivesse prestes a tocar meu violino; fechei os olhos, focando minha atenção em cada nota que saía da Pokémon —  Você me daria essa honra?

Se antes me faltava força, acho que toda minha reserva de energia foi usada naquele exato momento. Na minha cabeça, nos meus sonhos, no umbral, não importa onde estávamos: somente que meu violino se manifestou embaixo dos meu dedos. A queixeira perfeitamente posicionada e as cordas afinadas como nunca. Era inclusive meu violino antigo que tinha quando pequena e que fora destruído por Maxima uns tempos atrás; conseguia sentir pelo toque, sem sequer precisar abrir os olhos.

Aos poucos, as notas do violino começaram a ressoar, em um dueto tão fúnebre quanto você possa imaginar. O lamento traduzido em notas musicais, numa despedida que sequer sabia se a era ou não. Inclusive, é capaz de Jellicent nem estar aqui e tudo ser fabricado na minha cabeça. Não a conheço para saber se aceitaria fazer algo do tipo comigo, mas na versão do meu consciente, é o que está acontecendo.

Mas agora sim eu estava preparada para ir: fosse de volta à realidade, ao inferno, a eterna escuridão ou qualquer outro lugar que seja. Música é o meu escapismo e talvez o único talento que tenho nessa vida desde que me entendo por gente. Esteve comigo em todos os anos da minha vida e talvez seja a única relação que nunca se deteriorou. É amor e conforto, em sua mais pura forma, para o meu íntimo. É a minha forma de estar e, porque não, ir em paz.

E em caso de não poder mesmo me despedir...

Queria que você pudesse ouví-la, Wooper.


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TRÊS ESPIÃS DEMAIS, JUNTAS.
MOSSDEEP, ARMAZÉM, INTERIOR.
APROXIMADAMENTE 10:15.
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Para as outras pessoas que não estavam vendo todos na sala como Pokémon, Karinna estava "falando sozinha" mas, na verdade, se dirigindo à Freya de Winnie. E, por falar nisso, a Jellicent começa a rodear o corpo agora sentado da loira que está tocando um violino invisível. Estranhamente, Freya começou a sintonizar um som. Ela não mais "falava" e sim cantava. E, ao mesmo tempo, também tocava um violino (0:02) ... Ou isso apenas era a música que Karinna estava tocando em sua mente, ecoando pelos sons emitidos da fantasma? Difícil de saber.

A música ecoava por todo aquele "escritório". Natalie, enfurecida, deu uma bica no rosto de Liza, cujo nariz começava a sangrar imediatamente. Tate tentava se aproximar para acudir sua irmã, mas logo era impedido pela pistola de Miss B., que olhava pra Natalie como se a entendesse. Ela, então, falava. — Ok, você pode bater e torturar. Só não mata, precisamos deles vivos. — Nesse momento, Tate parecia um pouco preocupado e Liza estava constantemente - e inutilmente - secando o próprio nariz, que não parava de escorrer sangue.

— Tem um jeito... Mas, se você me atrapalhar, você me mata... E ela morre também. — Liza dizia, determinada. Afinal, pela forma como ela agiu durante suas ilusões, ela não realmente queria causar danos, apenas comprar tempo para alguma coisa. Então ela realmente queria consertar o que havia feito com Karinna. A garota com toda a coragem - e talvez estupidez - do mundo coloca a mão no ombro de Natalie e a empurra levemente pro lado, como se dissesse "sai da frente" e vai até Karinna.

As mãos de Liza começam a brilhar enquanto ela as coloca sobre a cabeça da loira, que continua tocando seu violino. Mas, agora, a música havia mudado. (8:37) Os olhos de Liza também brilhavam numa coloração levemente roseada e agora ela parecia estar sentindo muita dor. Não se sabe o que estava acontecendo dentro da mente de Karinna, mas a música não parava de escalar, enquanto a violinista tocava o violino invisível e Jellicent ecoava esse som pelo ambiente de alguma forma inexplicável, até um momento em que acalmava-se tudo e a música também.

Liza caía ao chão, deitando a cabeça no colo de Karinna. A garota parecia ter desmaiado e também estava com os olhos sangrando e o nariz também. Mas estava respirando. Parecia estar dormindo. A loira, por outro lado, teve um clarão rosa em sua visão novamente, assim como no momento que entrou na ilusão, mas agora enxergava tudo. Ela se lembra de ter ouvido Ivy falar "Eu sei que você consegue, mestra!" mas não tem certeza se a Dragonite falou isso mesmo... Mas pareceu bem real.

O "concerto" havia demorado uns minutos, de dois a três de puro sofrimento para Liza enquanto Karinna tocava seu violino psicodélico e, ela própria, também se debatia um pouco no processo, mas sem perder o ritmo ou a melodia da música produzida. Agora tudo parecia calmo. A loira agora via Miss B. apontando uma arma para Tate, enquanto Winnie e Natalie pareciam apreensivas com alguma coisa, encarando-a.

— Eles chegaram. — Disse Tate.

Então o portão principal por onde Natalie e Miss B. haviam entrado havia uma grande mudança, que podia ser vista por uma janelinha no escritório. Haviam seis treinadores ali. Todos com Pokémon psiquico junto a si. Talvez fosse uma espécie de força-tarefa dos aprendizes do ginásio para resgatar seus líderes. Então as três espiãs demais teriam que lidar com um ultimo desafio antes de poder coletar seu prêmio.
(c)


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Devo admitir que é raro um plano meu dar completamente certo. Quer dizer, eu não sou uma pessoa de planos ruins, mas dar completamente certo já é algo complicado... Normalmente, quando dá, envolve Freya, por isso não irei admitir surpresa. Freya sempre é mais resolutiva que eu. Toda vez que lhe chamo para resolver um problema, é porque ela é o pokémon certo para resolver ele, e isso me orgulha.

Olhei-a lidando com Karinna com certo carinho, enquanto num outro polo Natalie lidava com Liza com um belo ponta-pé-inicial, se é que me entende.

- Começaram com o pé direito - Dei um risinho de alívio cômico. É algo que eu faço, mas também é algo que eu só faço quando eu acho que as coisas vão dar certo.

Por ter uma pontada de esperança, botei a mão no ombro de Natalie logo após o ato. Eu não tava "passando pano", na verdade, achei uma solução bem impulsiva e burra da parte da garota, mas aquilo poderia a "tranquilizar". Eu era o suficiente para tal? Não, mas ver Freya e Karinna sendo responsivas já me dava uma certa esperança:
- Ela ta voltando - Indiquei, tentando distraí-la enquanto Liza a empurrava para longe. Eu não queria que a líder de ginásio tomasse outro soco - Pelo que ela me contou, ela não é do tipo que morre fácil...

Claro que Natalie sabia disso, mas nessas horas a gente esquece, né?! Então é bom reforçar. No mais, caminhei até as duas malucas (no caso, as duas maluquinhas, que eram Karinna e Liza, as maluconas ficaram pra trás) e as observei por um tempo. Karinna, meio desnorteada, acordou primeiro, enquanto a gym leader se manteve no chão. Mordi um dos lábios, olhei para Miss B, depois para Tato e ouvi os passos próximos:
- É meio zuado a gente deixar ela lutar nessas condições? - Perguntei em voz alta. Apesar de todos ali presente ouvirem a pergunta, ela era direcionada especificamente a Karinna.

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Não sei te dizer aqui e agora o que poderia ter feito ou chegado a fazer se as coisas tivessem continuado do jeito que estavam naquele ambiente abafado e apertado.

Ira, ódio, desespero - cada um dos sentimentos pulsando de maneira desordenada dentro do peito, anuviando parcialmente o raciocínio lógico e permitindo que o emocional vibrasse de maneira claramente inconsequente diante do cenário ao qual era exposta sem quaisquer tipos de preparo ou coisa assim. Tal panapaná migratório e obscuro no estômago se rebateu e tentou forçar revoada, porém, sem muito sucesso e sem encontrar caminho, recolheu-se à própria insignificância de baques inquietos contra as paredes das próprias vísceras.

...tudo isso resumido em um singelo pressionar de dedos no próprio ombro.

Este toque gentil, eu admito, serviu como belíssima âncora. Afinal, foi com um sentimento completamente infame que observou a pirralha psíquica ao que ela abriu caminho em direção à loira e, não fosse a presença de Freda, tenho lá minhas dúvidas a respeito de como essa cena terminaria e se sequer alcançaria o fim narrado tão cuidadosamente por seu titereiro. Os ombros encolheram com sutileza automática, o pescoço girando 75º na direção da moça de madeixas róseas, os orbes estudando-a por milésimos infindáveis enquanto as engrenagens mastigavam as palavras cuspidas por ela.

...e querendo ou não, foram elas que terminaram por a acalmar.

Respirou fundo.
Respirou uma, duas, três vezes.
Respirou até que não precisou mais - até que se deu conta da inversão de papéis entre ambas as treinadoras psíquicas.

É difícil dizer se a falta de foco a respeito da canção ecoada de Freya - que ficou só no subconsciente, talvez? - tenha sido pela movimentação instantânea para que pudesse deslizar para trás da loira e escorregar os braços pelos seus ombros, abrigando-a contra o próprio peito, ou se simplesmente pelo acúmulo de pensamentos negativos durante aquele breve farfalhar de tempo no escritório fechado.

— ...é, sim. — Surgiu uma resposta quase engasgada para Winnie, a testa deitando devagar no ombro da irmã enquanto o abraço apertava seu corpo contra si. — ...Mas ela não vai dar a mínima. — Soprou a premonição sobre a estrutura carcomida do armazém e, junto com o alívio que repousou sobre o eletrodoméstico alaranjado, veio também a preocupação quanto às novas presenças que tomavam conta do lugar: Sem querer dar corda para que se enforcassem, o elétrico imediatamente voou na direção da porta, criando barreira para que os aprendizes não invadissem o lugar em massa, as faíscas estáticas gritando que não avançariam um único passo sem o desenrolar de uma batalha ali, agora.

Ou poderiam ir embora, também.

E naquele momento, a ruiva particularmente não se importava.

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this is NOT a drill


Acho que já falei algumas vezes como a morte me é familiar, né? Quer dizer, nunca morri de verdade, mas já cheguei próxima tantas vezes que acredito já me surpreender quando, de fato, eu me for. Por isso sempre tendo a fazer desses momentos algo único, já que sabe-se lá se dessa vez meu tempo por aqui seja cortado de vez por alguma sádica entidade etérea.

Preciso dizer que foi com surpresa que percebi minha mente sendo trazida de volta à realidade, exatamente no mesmo segundo que parei de tocar o violino, que por sua vez desaparecia no ar. É necessário deixar claro que estou exausta. Cansada como nunca, sem forças nas pernas sequer para conseguir levantar sozinha. Os olhos cerúleos doem com o mínimo de claridade e os dedos com uma dor tão forte que parecia que, de fato, eu havia matado dois seres no soco.

— Woo- — estiquei o braço para o alto com o resto de força de que me restava, somente para deixá-lo cair outra vez — ...

Sabe quando seu corpo sente que pode desligar e descansar sem problemas que vai ser protegido? Pois é. Era quase involuntário como meu corpo sabia que eu estava sendo protegida por Natalie.

— Não fo-foi dessa vez. — me esforcei para conseguir falar e brincar com o que havia acabado de acontecer; pude sentir minha voz um pouco rouca, provavelmente por conta da fraqueza — ... — Winnie e Freya estavam na nossa frente; abri um meio sorriso para a Rocket quase como um "ta tudo bem" e consenti com a cabeça para a fantasma — Obrigada pela ajuda.  

Aliás, eu JURO que pude ouvir Ivy falando comigo antes da minha mente acordar de vez. Sim, falando português. Acho que essa ilusão psíquica deixou minha cabeça ainda mais doida. A presença de Miss B era completamente ignorada, assim como a dos gêmeos: se eu estivesse em condições, muito provavelmente partiria para a agressão infantil, mas infelizmente não estou podendo.

E, honestamente, aproveitando a deixa, deixei que a parte mais infantil do meu ser tomasse conta de mim mesma por um segundo. Ergui o braço, voltei meu olhar para ambos e dei o dedo do meio.

Sem julgamentos, ok? É minha manifestação de revolta.

Day Care

Spiritomb: 295 posts;
Galar Ponyta: 165 posts;



The water filled my lungs... I screamed so loud but no one heard a thing.

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Bônus:
- Especialista II Psychic;
- Gestora Rocket:
- Skill Rocket: Queimando a Largada! (+3 Atk; +3 Sp. Atk para Pokémon em batalhas);
- Skill Rocket: Aprendizado Prático. (20% a mais de EXP em batalhas durante uma Missão Rocket);




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