Pokémon Mythology RPG
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(021) — Midnight Rain

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Oi, narrador ou narradora! Tô criando essa rota pra procurar a moedinha do Sky Pillar, mais conhecida como Moeda Antiga (021) — Midnight Rain VWrPx8L. Meu objetivo aqui é chocar o ovinho e treinar os bichanos, além de, claro, encontrar o item. A Karinna não está exatamente num lugar muito legal na sua própria cabeça, então vamos ter bastante melancolia e textão mas espero que a gente possa se divertir junto <3

Ah, pretendo passar no CP pra fazer uma mudança na party lá pro meio da rota, se possível.

Qualquer duvida é só me chamar no discord!



Midnight Rain

A solidão é um sentimento um tanto quanto peculiar, né?

A sensação de quando ela te pega de jeito e te deixa pensando em coisas que você parecia ter deixado para trás há um tempo é... inexplicável. Jamais imaginaria que tornaria a me sentir tão sozinha sem a presença física de uma face conhecida perto de mim. Não é carência propriamente dita, mas sim a necessidade de um peso na balança que me impeça de entrar na espiral que, bom, estou entrando agora. É quase como se Wooper, com quem passei as últimas semanas grudada, fosse aquele 1% que me mantém sã e com a cabeça no lugar longe do caleidoscópio de fantasmas que cismam em voltar quando o consciente permanece vazio.

... E acho que pra tentar me livrar disso que decidi vir pra Mu Island.

Longe de tudo, de todos, para umas férias forçadas que sinto que necessito para botar minha cabeça no lugar. Como se não bastasse toda aquela viagem interdimensional com doppelgängers nas últimas semanas, há literalmente dois dias Tate & Liza estavam entrando na minha mente e revirando memórias que mantenho trancadas atrás de duzentos cadeados. Só não morri naquela situação sabe-se lá Arceus o porquê.

...

— Quero ficar aqui, Ivy. — minha voz era abafada, com a cabeça deitada nos joelhos enquanto os abraçava e apreciava a vista do quarto superior do Centro Pokémon; a dracônica, sentada ao meu lado e talvez na tentativa de me ajudar, queria que fôssemos passear pela cidade — Sei que quer ajudar, mas... Tô bem aqui.

Sim, tô bem aqui. Trancada no mesmo cômodo há 12 horas, no meu pijama branco com estampas de Espeon. Desde que pousei não fiz nada além de ficar nessa cama, pensando e revivendo todo o pesadelo que Liza me fez passar naquele cômodo dois por dois. Ergui as orbes cerúleas, agora fitando o céu acima do oceano, com nuvens carregadas e um tempo chuvoso que combinava perfeitamente com a melancolia que exalava da minha pele.

Parece que o universo faz de propósito, huh?

Mais uma vez a lembrança da minha família era usada contra mim. E mais uma vez dava certo. Se Winnie e Natalie não estivessem lá, era capaz de eu nem estar aqui para contar essa história. Inclusive, a pior parte de tudo é já estar praticamente vacinada contra esse tipo de situação e, bom, ainda sofrer dessa maneira exatamente por conta disso.

Acredito que a pior parte daquela ilusão psíquica foi o começo. Na minha casa em Cianwood, do jeito que me lembro quando pequena, com as coisas exatamente da forma como minha avó gostava de deixar, mas sem nenhum sinal delas. É quase como ter o que você mais queria bem ali nas pontas do seu dedo mas falhar em alcançar. Porque você não é boa o suficiente para isso. E jamais será.

— ... — peguei o celular jogado em cima da cama, desbloqueei e fui até as mensagens para Natalie — ... Não. — bloqueei o aparelho e o joguei em cima da barriga da Ivy, que me olhava com um quê de "tem certeza que não quer mandar mensagem pra sua irmã que com certeza vai saber o que dizer?" — Ela tem os problemas dela, filha. Tenho que aprender a lidar com os meus. — a dracônica emitia uma onomatopeia em seu idioma ininteligível e se deitava, com a cabeça sob meus pés — ... Preciso aprender.

...

E lá se vão mais algumas horas. Caí no sono sem sequer perceber, com uma dor nas costas absurda de dormir debruçada nos meus joelhos.

— Era realmente o que faltava. — ergui o tronco, que estalava quase de imediato — ... Ivy? — a Dragonite já estava acordada sentada no chão e brincando com alguns dos meus pertences da bolsa para não ficar entediada — A bagunça que você fez, filha. — peguei o celular que estava jogado ao lado do chão da cama — Mas entendo. Você tá presa aqui comigo nesse quarto há horas. — suspirei; não queria sair daqui de jeito nenhum, mas era injusto com a pequena mantê-la presa aqui — Vamos sair. Rapidinho. Um doce ou sorvete e pronto, pode ser? — Ivy abriu um sorriso de orelha e orelha e, bom, não tinha exatamente como voltar atrás agora — Vou só escovar os dentes e tomar uma ducha e vamos. De pijama mesmo. Foda-se.

Arrumei a bagunça que ela tinha feito com a minha bolsa, escovei os dentes, tomei um banho e prendi as madeixas num coque desleixado enquanto me preparava pra sair na cara e na coragem.

Não dá pra ficar presa aqui pra sempre, né?

Quem me dera.

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Ah, Mu Island! Nenhum cenário é mais depressivo que a esmorecida cidade de Mu. Poucos cenários combinariam mais com o incômodo de Karinna. Se precisasse reclamar de algo em voz alta, poderia escolher: buzinas demais, cheiro de fumaça, ar seco corroendo suas narinas, tecido conjuntivo inflamando, clima quente-demais... em suma, tudo de ruim que São Paulo pode ter, só que pior. Pra tornar a passagem ainda mais incômoda, o Centro Pokémon ficava próximo do aeroporto pequeno da ilha, o que significava um BARULHÃO de avião de tempo em tempo.

Só que Karinna parecia até moradora de Congonhas: nem isso lhe fazia sair do seu quarto ou acordar.

O que lhe moveu foi o mais puro e tosco sentimento: o amor. O amor por Ivy lhe fez tirar a bunda (já cheia de celulite, em?) pra ir até a sorveteria. Fez o mínimo de esforço para se arrumar e acabou se deparando com seu possível pior inimigo, o espelho. Ali, naquela imagem refletida, viu uma menina sem vida nos olhos, com olheiras enormes, ataques de caspa (psoríase) no coro cabeludo, pele descascando de tão ressecada e o cabelo... o cabelo completamente desorientado.

No dia que chegou, tomou chuva. Deitou sem secá-lo e agora ele estava uma completa bagunça.

Para piorar, poderia olhar no relógio e calcular quantas horas está sem comer. Ivy, ao caçar entretenimento na bolsa de Karinna, achou uns lanchinhos satisfatórios, mas comeu tudo. Não pensou em sua treinadora, afinal de contas, ela não sabe muito bem como funciona esse lance de comida-e-dinheiro no mundo humano, então ela estava certa de que iria "spawnar" alguns biscoitos novos ali.

Ainda que não sentisse fome, levantar fez com que a loira se sentisse extremamente fraca. Um teto preto incomodou-a por um instante, mas se esperasse - sem desespero - veria que ele passaria sozinho em instantes. Respirar fundo doía, afinal de contas, seu diafragma estava em modo econômico e despertá-lo seria um trabalho que levaria alguns segundos.

Talvez por isso seu coração estivesse tão... silencioso. Não parado ou fraco, mas descompassado, delongado e preguiçoso.

O coque desleixado podia resolver parte do problema, mas os outros continuavam ali. Ao sair de seu quarto, cambaleou um pouco até que Dragonite optasse por lhe dar, literalmente, apoio. A cena foi tão peculiar que um transeunte jovem, de um metro e oitenta, parou por um instante no corredor, antes de rodar a chave que destrancava o seu quarto, e perguntou:
- Ta tudo bem? - A voz rouca anunciava a idade recém maturada do jovem. Ou então, ele acabara de sair de uma crise de choro... pode ser.

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É...

Acho que não planejei muito bem essa coisa de levantar bruscamente e decidir fazer ~ coisas ~ depois de horas sem comer. Preciso deixar bem claro aqui que sequer pensei nas consequências que isso traria, somente quando parei para olhar para minha mesma no espelho e não me reconhecer. Não sou lá a pessoa mais vaidosa do universo, mas sempre gostei de me cuidar, sabe? E jamais reconheceria aquela criatura que me observava de volta. Acho que todo esse episódio depressivo de horas a fio me fizeram bastante mal. Mas não é como se eu tivesse forças para tentar me recuperar dele... Pelo menos não agora.

— Argh. — tive que me apoiar na maçaneta da porta para não acabar caindo com o teto preto; tentei andar para fora em direção ao corredor e fui acodida por Ivy para, outra vez, tentar não me estabanar no chão — ... Obrigada, filha.  

Por mim eu voltava a deitar ali mesmo. Essa tentativa toda de sair do quarto já estava se provando uma péssima ideia: meu corpo não estava bem para caminhar e parece que todo aquela situação com Tate & Liza ainda mostrava seus resquícios na minha mente e no meu corpo. Ou isso pode ser reflexo de todas as horas sem me alimentar, me hidratar ou me mexer, também. Sei lá. Só sei que tô bem fraca.

— Ta tudo bem... — falei para a dragoa que me observava bastante preocupada; tentei respirar fundo sem muito sucesso, mas pelo menos conseguia me colocar de pé e me manter sozinha— Acho q-

Não passou pela minha cabeça, nem um único segundo, que alguém poderia ver essa cena acontecendo. E foi exatamente o que aconteceu. Um garoto, um tanto quanto mais alto que eu, estava em frente a porta de outro quarto e, ainda recuperando meus sentidos de um breve teto preto, pude escutá-lo perguntar alguma coisa. Inclusive, minha visão estava tão turva que demorei alguns segundos para sequer conseguir ver suas feições e dar um rosto a voz.

— Desculpa, na-não entendi. — agora eu tentava me manter o mais "normal" possível; sabe quando você tá meio bêbada e precisa provar pra si mesma que ainda está 100% sóbria? nesse nível — ... Você perguntou se eu tô bem, né? — tive que assumir a pergunta mais comum que seria feita caso visse alguém agindo como eu estava há poucos segundos atrás — Tô... tô bem. — apoiei a mão direita na parede para ter um ponto de "âncora" enquanto ficava parada — Acho que essa cidade meio que deixa a gente meio assim. — dei uma leve risada, com Ivy terminando de fechar a porta do meu quarto por mim — E preciso comer alguma coisa. Mas obrigada por perguntar.

Imagino a cabeça dessa garoto me vendo — com uma cara de completa maluca, mal cuidada e quase desmaiando — dando a maior desculpa esfarrapada já inventada nas histórias de desculpas esfarrapadas. Não que eu deva uma explicação decente pra um completo desconhecido mas, sei lá, poderia ter pensado em algo melhor, né?

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O menino, por sorte de Karinna, também não parecia de muitas conversas. Talvez fosse uma versão menos sofrida da garota loira, que viera para Mu Island, em suma, chorar. Salvo esse caráter antissocial dele, sua pergunta foi pela mais pura e sincera educação. Se a moçoila dissesse que estava bem, não iria incomodá-la mais, afinal de contas, ela tem um Dragonite.

Isso o impressionava? Não, mas sem dúvida nenhum o intimidava e o incentivava a entrar logo no seu quarto e deixá-la em paz. Por isso, levantou um pouco a cabeça e disse em tom medíocre:
- Hmmm, comer é importante mesmo - A estranheza da conversa era que ele tentava finalizá-la mas, ao mesmo tempo, tenta ser educado - Hoje o Centro começou com a decoração meio natalina. O bandejão dele ta cheio de comidas e doces natalinos... - Já estava com a mão na maçaneta, virando-a ao mesmo tempo que dava a última volta na chave - ... Mu island e suas contradições, né? - Sua última frase teve como trilha sonora o som de uma porta rangendo ao abrir. A abriu completamente e colocou um pé para dentro - Ta gostoso... - O segundo pé foi parar dentro do quarto e antes que fechasse a porta, anunciou - Espero que melhore. Qualquer coisa, por bater na minha porta, ta? - Difícil dizer se aquilo era sinceridade ou educação, mas de qualquer forma ele começou a fechar a porta.

Se Karinna olhasse para o corredor em que estava, veria enormes paredes com NENHUMA DECORAÇÃO. Mas ao final dele, seus olhos poderiam chegar até o saguão, e TALVEZ ver o esboço de uma árvore de natal. Seria possível se a moça não fosse míope ou astigmatista (essa palavra não existe, tenho certeza).

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Acho que deu pra perceber que tanto eu quanto esse garoto não estávamos lá no melhor conforto para mantermos esse diálogo. Cá estou eu, moribunda, quase desmaiando duas vezes seguidas e parecendo uma doida e ele, sei lá, com uma voz de choro esquisita. Parece que não sou só eu que venho pra Mu Island afogar meus problemas na poluição desenfreada desse lugar.

Mas que seja.

— ... Natalina? Nossa. — respondi, tentando enxergar ao longe alguma coisa, já que o corredor que eu estava não tinha uma decoração sequer — Agradeço a... hm. — abri um sorriso e soltei da parede, começando a caminhar na direção do saguão com uma certa lentidão — ... A ajuda. Pode deixar. — o observei fechar a porta antes de continuar andando; de qualquer maneira, falei com as paredes em seguida — ... Me chamo Karinna.

A pausa entre as palavras foi mais por falta de força mesmo. Sabe quando você tá tão fraca que não consegue nem se comunicar direito? Exatamente. Agora com Ivy do meu lado, chegávamos ao saguão, onde víamos um projeto de árvore de natal. Não estava montada por completo, talvez por falta de tempo, mas não sei.

— Aproveitando que estamos perto, filha. — cutuquei a dragoa que já se encaminhava para sair do Centro Pokémon — Vamos pegar uns docinhos natalinos no refeitório pra me dar uma levantada. Não que eu saiba onde o refeitório é, mas acho que é só seguir as placas. — abri um meio sorriso ao ver Dragonite ficar toda serelepe com a possibilidade de comer DOCES + SORVETE num único dia — Cê não tem jeito. Depois de pegarmos os docinhos, vamos comendo enquanto andamos pela cidade.


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Poucos instantes antes de fechar a porta definitivamente, o garoto botou o rostinho para fora da porta e finalizou:
- Luís... - Indicou o nome dele e, logo em seguida, um "pow" sutil indicou a vedação completa do batente da porta.

... E então Karinna seguiu, né?! Foi pelos corredores e, a medida que andava, reconquistava um pouco de autonomia. Logo que chegou ao saguão, viu o que tanto imaginava: uma placa vermelha-e-verde, bastante natalina, indicando um "coffebreak" no refeitório do local. Se para lá fosse, veria um refeitório tão ordinário quanto o de qualquer universidade pública com bandeijão, porém muito menor. Além disso, o local estava agradavelmente movimentado, com o burburinho de pessoas para lá e para cá, além do barulho amigável de pratos esfregando uns-nos-outros enquanto são retirados de algumas pilhas.

Lá ao fundo, onde deveria ficar as comidas dentro de enormes "panelas" quentes, havia bandeijas com diversos cupcakes e docinhos. A única coisa que precisava fazer era caminhar até uma fila rápida e curta, além de bem organizada. Se assim fizesse, chegaria sua vez, e quando chegasse, uma bondosa senhorinha, vestida de mamãe-noel, com um sorriso falso no rosto e um Delibird verdadeiro nos ombros, iria lhe cumprimentar com uma piscadela bondosa.

A todos ela pedia a mesma coisa:
- Você poderia doar algumas coisitas para fazer o natal de crianças carentes mais feliz? - Com o mesmo sorriso performado, a velha mostrava o saquinho de doações - Com isso você tem direito a fazer um pedido pro Delibird - Logo em seguida, como se fosse ensaiado, o Delibird esticava os bracinhos e mostrava um saco cheio de papeizinhos dobrados - Tem um bloquinho ali e caneta, é só botar aqui dentro que a gente vai sortear.

O usuário do centro então fazia sempre os mesmos passos: quase que religiosamente, ia até a bancada, pegava uma folha do bloquinho, escrevia uma frase curta, dobrava e colocava no saco do delibird, agradecendo. Isso era um pouco engraçado, pois logo que chegavam na mesa se deparavam com um adesivo colado bem do lado das canetas, fazendo um pergunta simples, mas muito filosófica: "o que é que você mais deseja na vida?".

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Midnight Rain

Seguindo as placas na esperança do Centro Pokémon de Mu Island ser tão bem organizado quanto os do resto do continente, após alguns longos passos me deparei com um refeitório não muito grande e bem aconchegante. Não sou exatamente uma pessoa natalina, já que — e insira trilha sonora dramática aqui, tãnana — não tive muitas festas pra aproveitar quando criança, o que me faz ser muito pouco apegada a datas comemorativas.

Ou só sou mal humorada mesmo... Quem sabe?

Mas é inegável o esforço que os funcionários do local colocaram na decoração. Acredito que pela ilha não ser lá a coisa mais convidativa do universo, não esperava qualquer menção comemorativa vinda por parte dos moradores de Mu Island, o que é uma grande surpresa. Melhor ainda, inclusive, era ver os brilhos nos olhos de Ivy que pela primeira vez participaria de um Natal — às vezes me esqueço, mas Dragonite é talvez uma das mais novas adições do meu time; só Arceus sabe o quanto sofri para encontrá-la em Dragon's Den — ou de qualquer data festiva num geral. Culpa minha, eu sei... Quando se está ocupada demais se enfiando em ilhas perdidas pelo tempo, viajando entre dimensões ou fazendo o trabalho sujo de uma organização criminosa, é normal tender a esquecer de comemorar as coisas. Junta isso com o que eu disse anteriormente e, bom, dá pra ver que faz tempo que não participo de qualquer tipo de festa. Perceptível, eu sei.

— Quer cupcake e docinho? — é preciso falar aqui que Ivy sequer esperou que terminasse a minha frase, já se destambelhou de caminhar na direção da mesa — Não... Temos que entrar na fila. — puxei-a pelo bracinho, a deixando do meu lado na fila que andava em uma velocidade razoável — ...

Ao chegar nossa vez, fomos recebidos por uma Mamãe Noel que eu poderia jurar ser uma das pessoas mais carismáticas que já vi na vida. Talvez seja a falta de energia que faz meu cérebro imaginar coisas, mas assim como todo o ambiente, a senhora era incrivelmente aconchegante.

— Uma doação? — fui pega de surpresa, mas devia ter alguma coisa aqui nessa bolsa lotada, né? — Acho que isso, talvez. — uma das bonequinhas que carrego pra lá e pra cá sem intuito nenhum certamente serviria mais a uma criança carente do que a mim — Aqui está. — apesar de Ivy já ter se dado a liberdade de pegar vários doces pra si própria, peguei um cupcake pra mim também; dei uma única mordida enquanto dava um meio sorriso para a senhora e caminhava na direção para escrever no meu papelzinho — Senta aí, filha, já volto.

Seguindo o fluxo das pessoas, me encaminhei até a bancada, onde me deparei com uma frase um tanto quanto filosófica. O que eu mais desejo na vida? Papelzinho, se eu fosse parar pra escrever isso tudo, ia acabar com o bloquinho que tem aqui. Ia ser um papel pra cada desejo.

Veja, eu nunca fui uma pessoa muito supersticiosa, mas talvez por ter sido monotreinadora psíquica por bastante tempo e vivermos em um mundo onde coisas sobrenaturais acontecem a cada dia, talvez seja justo dizer que acabei me tornando por obrigação. Oras, já fui parar no umbral de Arceus junto com Natalie, né? Tudo é possível, inclusive pedir a um papelzinho algo que sempre precisei mas nunca consegui.

"Acreditar mais em mim mesma." , escrevi com letras garrafais, dando um leve beijinho no papel depois de dobrá-lo e caminhar até Delibird para depositá-lo.

— Vai que, né? — brinquei com Ivy, que estava muito entretida com o rosto sujo de glacê vermelho e branco para prestar atenção no que havia acabado de acontecer; dei uma outra mordida no Cupcake, agora deixando minha boca bem cheia, mas não me impedindo de falar em seguida — ... Não reclamaria de um milagre bom na minha vida. — terminei de engolir e sinalizei para Dragonite que levantasse — Vamos?

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Eu poderia dizer que Karinna errou a resposta da pergunta, que era uma clara referência a Claudia Milk. O que ela mais quer é uma garrafa de champagne e um baldinho de gelo. Mentira, ta?

... voltando.

Era um pouco engraçado pedia "amor próprio" e olhar ao redor naquele ambiente todo e ver (quase) todos cobiçarem seu Dragonite. Entenda, Karinna: só de você estar por aqui, metade dos treinadores cogitaram ter 50% de seu pedido realizado. Era um bocado estranho vê-los olhando um pouco hipnotizados para o dragão, como se fosse uma mulher gostosa que um pedreiro na rua começa a traçar uma estratégia para "cantar".

E a estratégia sempre sai muito ruim.

Como a maioria dos pedreiros faz, grande parte ficou em silêncio, apenas olhando para lá e para cá, ou assobiando de forma genérica. Fora um ou outro que arriscou chegar mais perto e fingir estar pegando mais doce para ver Ivy se lambuzar. Um outro, mais abusado, passou tão próximo e falou:
- Hmmm, ôh lá em casa, em? - O tom jocoso tornava aquilo tudo uma brincadeira, mas Ivy, sem entender o que diabos estava acontecendo, ficou levemente incomodada.

Era um bocado cômico como não era Karinna que estava sofrendo assédio: de modo algum. Quem era vítima de um olhar cobiçador era exclusivamente sua pokémon. Uma analogia um pouco estúpida, desculpem o mau jeito, mas faço isso tudo apenas para dizer o óbvio: provavelmente seu desejo foi o único nobre dali.

Se (e apenas se) estivéssemos num mundo onde desejos se realizassem, teríamos aqui um desejo relativamente fácil de se realizar. Ao se comparar com aqueles idiotas, certamente Karinna se sentiria um bocado melhor.

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Acho necessário dar um pedido de desculpas pro ser Etéreo que me observa durante essa empreitada por Mu Island. Queria ter pego a referência, mas acho que essa é um pouco nova demais pra mim: sou mais dos clássicos antigos, sabe? Põe uma referência a Extravasa ou Bola de Sabão que aí que pego na hora!

...

... Desculpa denunciar a idade.

Mas não era só isso que passou despercebido, infelizmente: assim que chamei Ivy para se levantar, finalmente parei para observar ao meu redor e, bicho, que nojo. Já é comum pra mim passar por isso volta e meia e principalmente quando estou desacompanhada, então já nem fico mais espantada. Afinal, depois de ser sequestrada por uma seita que me deixou literalmente pelada para ser resgatada pelo "meu príncipe encantado", espero sempre o pio-

Pera aí.

Eles não tão olhando pra mim.

Caralho.

— Caralho. — apoiei a mão direita na mesa, levando a esquerda até as têmporas, massageando-as em um ritmo frenético — NÃO É POSSÍVEL CARALHO — levantei a mão apoiada de forma brusca e dei um belo soco tão audível no objeto que mesclou-se junto com as palavras que gritei aos quatro ventos; isto é, caso alguém não tivesse prestado atenção, prestaria agora — VOCÊS SÃO NOJENTOS

Logicamente eu seria, no mínimo, taxada como louca como sempre acontece. Mas estou tão sem forças e com tantos problemas na minha cabeça que não posso querer acumular mais um sem querer explodir, né? Queria mandar Ivy dar um belo de um Iron Head nessa porra desse refeitório todo e matar todo mundo como fiz naquele asilo de Blackthorn, mas isso só traria problemas. Mostrar o poder que eles tanto cobiçam usado contra eles, sabe? Essa situação me causava um grande, GRANDE incômodo. Apesar do tom besta, era quase como se despertasse algo dentro de mim.

— Eu- — e foi aí que percebi que, cara, eu não tô bem, não mesmo; era para eu já estar voando em cima de um deles usando as técnicas que Daisuke perdeu tanto tempo me ensinando — ... A gente só queria comer alguma coisa em paz.

E aí está uma coisa que você precisa saber sobre mim, se é que já não deduziu pelo pedido inocente e sincero no papel segundos atrás: eu não acredito em mim mesma, duh. Diferente do que 90% das pessoas fariam no meu lugar, chamando todos ali para batalhar numa grande medição de pau Pokémon (1v1), eu só senti meu coração apertar. E as lágrimas começaram a aparecer, mas não de imediato: quando comecei a sentir os olhos marejarem, levei ambas as mãos até embaixo do tampo da mesa, ameaçando jogá-la para o alto. E aí deixo a critério de vocês aqui presentes... Caso eu tenha conseguido mesmo fraca, tudo bem. Caso não, Ivy percebeu minha intenção e assim o fez.

— Vamos. — puxei Ivy pelo braço e saí correndo com a cabeça baixa para fora do edifício — Que raiva — no mesmo ritmo, contornei o edifício, procurando uma parede para me escorar e poder chorar em paz.

Às vezes a gente só quer isso, sabe? E tá tudo bem.

— Si-sinto muito, filha. — abracei Ivy que acredito não ter entendido muito bem o que acontecera, mas me abraçou de volta com todo carinho do mundo — Mamãe te ama.

E talvez, somente talvez, aquelas atitudes sejam normais para você ou para quem trata Pokémon como se fossem troféus. Já cansei de ver outros Rockets tratarem os bichanos como meros objetos, mas definitivamente não é o meu caso. Meu único afeto, além de pequenas exceções humanas, são meus pequenos. Eles são tratados como meus filhos, como crianças inocentes (alguns não muito, admito), nenens que eu mesma pari, porra. E pode considerar isso mais um problema pra minha cabeça caso alguém não concorde, mas por muito tempo eles foram minha única companhia e amizade, então aquilo me tocava num lugar muito especial, entende? E se entrarmos nesse buraco, começo a pensar no porquê de colocá-los em batalhas e aí o buraco negro está formado.

Por enquanto, vamos focar em um problema de cada vez...

Cá estou, de pijama, toda fudida, com meu coque semi-desfeito e com a cara vermelha chorando por conta de abutres cobiçarem minha filha.

Começamos bem o dia, huh?

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Com o berro, um bocado de atendentes que não estavam de olho na situação, passaram a estar. Um deles saiu da porta e correu até Karinna, imaginando que um estouro maior estava por vir. A palavra "conter" era a que reverberava na mente destes, mas quando a menina se silenciou e começou a chorar, este homem que correu e todos os demais funcionários deram um suspiro aliviado.

Agora, os olhos estavam nela justamente porque ela se deu o trabalho de chamar a atenção de todos ali. Ainda assim, ninguém teve muita coragem de se aproximar de fato; o mais próximo da situação foi o tal homem-da-porta, que a olhava com um tom de pena.

Depois de alguns segundos chorando, ele decididamente caminhou em sua direção e ameaçou tocar seu ombro, porém antes mesmo de findar o ato, Karinna levantou a cabeça, apoiou os dois braços por debaixo da mesa e forçou-a para cima. Ivy, vendo a falha miserável de sua treinadora, repetiu o ato e ressoou as forças, somando-as e impulsionando o objeto pelos ares.

Quando caiu, a mesa chegou a quicar um pouco, passando bem próximo de Dimitri (o atendente), que deu um passo para trás e fez o nome-do-pai, agradecendo a "Paim" por não ter chegado a encostar na moça, pois não sabia o que ela poderia fazer. Com um jeito meio tenso, deu os passos para trás e deixou que Karinna saísse fumegante do estabelecimento.

Outras pessoas se afastaram, evitando que a mesa machucasse alguém.

Num dos piseiros estressados da moça, ela acabou esbarrando com Luís, que ouviu o barulho pelo ouvido esquerdo, mas ignorou-o por completo e marchou em direção a porta. Foi bem na porta que os dois se trombaram - literalmente -, e a força do ódio de Karinna fez com que o garoto cambaleasse um pouco e quase caísse para trás:
- Ei, ei, ei... - Disse, enquanto tentava retomar o equilíbrio em cima das duas pernas - O que rolou, moça? - Perguntou assim que se reestabeleceu. Bateu um pouco a mão na roupa para tirar a mancha de glacê que Karinna deixou quando bateu o queixo em seu peito coberto por uma blusa preta. Reparando que talvez não fosse tão bom falar com Karinna diretamente, virou-se para Ivy e perguntou - O que que aconteceu ali? - Apontou em direção a origem do barulho.

Ele não parecia curioso, mas sim preocupado. Ivy, por outro lado, não entendia o que diabos aconteceu ali, então teria uma pequena dificuldade de explicar sem sua treinadora.

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