Capítulo 9 - Tempestade [Tielo]

— Não é muita gente que pensa em entrar dentro da boca de um desses, eu acho... — O homem riu, descontraído. — Mas, pra mim, é o que parece mais seguro. Quer dizer, tá vendo? Nem dá pra perceber que tá rolando todo aquele caos lá fora. — Comentou, erguendo o indicador pra cima e o girando para indicar o ambiente tranquilo, extremo oposto ao exterior que há pouco enfrentavam. — Eu gosto de pescar por essas bandas quando o mar tá mais calmo. E o William sempre fica comigo, pra caso dê algum problema. — Respondeu, um sorriso ameno no rosto. — Mas sempre é bom vir preparado, e não só depender dos seus pokémons. Tipo... Se você não souber nadar, é muito pior pra ele lidar sozinho tendo que se preocupar em sobreviver e cuidar de você, sabe como é. — Acrescentou, num dar de ombros ameno, antes de enfim deitar no banco, tirando o chapéu e o colocando em cima do peito. — Tenho certeza que entende.

— ...Parece... — Hesitou o moreno, o olhar correndo pelo lugar de carne em que se encontravam. — ...Acho que é inteligente. Nunca tinha pensado nisso. — Comentou, em baixo tom, antes que os orbes enfim se voltassem na direção do albino. Com certa timidez, os dedos se afastaram um pouco de seu braço, e os ombros enfim relaxaram quando se convenceu de que, sim, não estavam metidos em mais problemas do que o necessário. — Pelo menos não precisamos mais nos preocupar, né? — Riu, desajeitado, respirando profundamente... E, acho que é válido dizer que acabou usando a câmera para tirar uma fotografia do exótico ambiente em que se encontravam, graças ao auxílio da iluminação do "farol" preso ao barco. — Não era bem o que eu esperava, mas acho que conta como boa paisagem! — Disse ao arlequim, em brincadeira desajeitada quanto à situação que se haviam metido.

Mas, sim, como já dito - só restava esperar.


— Mais uma vez, obrigado! E desculpe a confusão! — Pediu o retratista, quando finalmente saltaram do pequeno barco recém "desengolido" por William. Distante do epicentro da tempestade, o caos de outrora não mais existia para sufocá-los na tormenta. Foi com um aceno relaxado que o capitão se despediu da dupla, antes de enfim se afastar com seu dócil Wailord para sabe-se lá onde - e, bem, de certa forma, não era como fosse lá muito imprevisível. — ...Eu só tô triste que não deu pra aproveitar direito, por lá. — Comentou o moreno, com um riso sem graça, e segurou os braços em frente ao corpo por um instante antes de "soltá-los". Pacientemente, o rapaz revirou a mochila por algum tempo, e finalmente estendeu um pequeno cartão prateado para o bardo, até um pouco sem jeito. — Acho que vou ficar aqui mais um tempo, dando uma olhada em como as coisas tão. — Disse, num encolher de ombros tímido. — Você me liga, qualquer coisa? A gente marca de se encontrar, depois. — Sugeriu, num sorriso suave.

Lilycove já estava próxima - apenas uma rota de distância!
E então?