[ROTA 1] Let's get started

Levei uma das mãos para trás da nuca e ri, em leve vergonha, afinal, não havia acertado de primeira. -  Não era tão obvio assim... Observava todas as suas expressões a partir daquele momento, realmente queria ver como Liza se sairia naquele desafio proposto por ela mesma. Do jeito que era inquieta e tagarela, quebraria o voto o quanto antes. Era engraçado o quão diferente éramos, eu, totalmente quieto e introspectivo e ela totalmente expansiva e comunicativa. Tentei identificar o que ela cantarolava, tarefa que se mostrou impossível, o ritmo não possuía sentido ou melodia alguma.

E, então, dito e feito: Liza quebrou o voto de silêncio nos primeiros cinco minutos de desafio. Não iria reclamar por sua contagem, afinal, queria mesmo que ela voltasse a conversar; o silêncio começava a incomodar. Ri-me com sua atitude e parei assim que a figura de um homem apontou na linha de meus olhos. Talvez apenas um policial fazendo sua ronda para que os homens não atrapalhassem os novatos, mas, ele deveria estar mais alerta, não? Olhei ao redor e o único movimento era das árvores, assim como o único som era das folhas agitando-se com o soprar do vento. -  Liza... Esse homem... apontei discretamente para a cadeira logo adiante para que a garota pudesse ver. Esperava que ela o reconhecesse como o "bonzinho" nesta história.

Respirei aliviado com a afirmação de tratar-se de um policial; era por causa disso, quem sabe, que estava tudo tão calmo. Ninguém tentaria tirar vantagem dos novatos se algum guarda estivesse no local. Continuamos em nosso ritmo, sentia-me um pouco mais seguro com a presença do homem ali, mesmo que estivesse tirando uma rápida soneca. Observava a paisagem local e era bucólica demais para alguém como eu, acostumado aos grandes prédios de Celadon, mal havia iniciado a jornada e já sentia falta de casa. Lembrei-me, então, de não ter perguntado à Liza suas origens, assunto que poderia abordar para tentar passar o tempo. -  Liza, você nunca pensou em sair daqui? Seguir uma jornada, não sei... Algo do gênero?

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OFF: perdão o post mínimo, acho que um wild bloqueio criativo appeared. ):

Não pude simplesmente conter o riso ao ouvir sobre o tal "relicotero" que tanto se fala na tevê, mas também não queria deixar a garota constrangida ou envergonhada por sua simplicidade, então cessei as gargalhadas antes que ela se aborrecesse. Estávamos finalizando o comprimento do círculo e em alguns passos encontraríamos o policial, que continuava imóvel.

Chegamos até a cadeira do vigilante e optamos por não acordá-lo, afinal, não havia motivos para incomoda-lo apenas para efetuar a passagem. Fomos ingênuos ao pensar que nossa presença iria passar despercebida - um sino tocou assim que demos alguns passos e o "Zé" despertou de seu cochilo, havia uma espécie de sino dos ventos que denunciava o mínimo movimento. Era muita falta de sorte, afinal, anteriormente ele dormia como se fosse um snorlax e agora acordava no ruído singelo - e a minha falta de sorte começava a me desanimar. Respirei fundo, tentando acumular pensamentos positivos, afinal, poderia ser pior, não poderia?

Antes que eu pudesse responder a sua primeira pergunta, no tentando, o homem já emendou suas ordens e objetivos de estar ali. -  Barreira? Treinados fortes, mas... Mas... Eu PRECISO chegar até a cidade! Confesso que contive as lágrimas. Não podia acreditar que o destino pregou uma peça dessa natureza em mim; então era isso? Viajei até Pallet a toa? Perdi-me e quase cai em armadilhas por nada? Para ter que voltar para o ponto de partida, para o marco zero? Queria tentar argumentar, mas regras eram regras e eu estava longe de ser um treinador forte - nem sequer havia batalhado. Deixei que uma ou duas lágrimas escorressem por meu rosto, mas logo as enxuguei com as costas da mão esquerda, enquanto cerrava a outra na altura da cintura. Eu. Não. Vou. Desistir. Tentaria convencer o policial, esse era o plano "a", caso falhasse, teria o "b", "c" e quantas letras do alfabeto fossem necessárias. -  Senhor, você realmente não compreende, eu preciso chegar à cidade. Não é um capricho, mas uma questão de necessidade... Meu pokémon... Eu... Eu preciso chegar ao centro, entende? Era uma mentira, é verdade, mas uma mentira que poderia ser meu passe de entrada. Se não arriscasse, voltaria para Pallet e teria minha primeira derrota (e a pior de todas, pois tratava-se de uma derrota moral).

Olhei para a Liza, meus olhos suplicavam ajuda. -  Por favor, quebra esse galho... Prometo que não arrumaremos nenhum tipo de confusão. Tentei mais uma vez, quem sabe ele se cansaria das súplicas e liberaria a passagem.

Minhas pernas tremiam, as mãos suavam e o coração estava acelerado - puros sinais de nervosismo. Liza era cúmplice de minhas lágrimas, a pobre garota realmente se comoveu com minhas palavras e agora também tentava argumentar com o policial, que fechava a cara ainda mais. Queria convencê-lo e mostrar que eu era merecedor de passar; não poderia, contudo, simplesmente desafia-lo para uma batalha, minha experiência era nula e ele com certeza já havia travado inúmeros duelos. Aceitei prontamente a alternativa dada, afinal, já tinha pensado nisso momentos antes, caso a passagem não nos fosse liberada; faltava convencer, contudo, Liza, que se mostrava bastante preocupada com os animais selvagens da região. Cerrei o punho e concordei firmemente com a cabeça, virando meu corpo para encarar as árvores -  Pode nos indicar a entrada? Olhei para minha nova companheira e, com apenas o olhar, tentei convencê-la a seguir em frente em meio à floresta. Dei alguns passos, distanciando-me do homem e puxei Liza para perto -  Vamos, não temos que temer pokémons selvagens, temos os nossos próprios e, aliás, que tipo de treinador eu seria se os temesse? Sussurrei para que só ela escutasse e sorri malandro, sacando a pokébola onde-se via-se um pequeno charmander dentro e segurei firme o objeto com a mão direita, como quem diz "confie em mim". Esperava continuar tendo essa mesma confiança durante todo o nosso atalho.

Não existia uma entrada? Coloquei a mão livre na franja e a ajeitei; não havia uma trilha a ser seguida, com certeza me perderia e Liza seria minha responsabilidade, se nós nos perdêssemos, a culpa seria minha. Relaxei quando a menina disse que sabia por onde teríamos que ir, estava mais aliviado, mas algo em sua voz soava estranho, de repente não era mais aquela menina despreocupada do interior, em segundo, sua personalidade envelheceu. Segui com Liza pela esquerda, assim como o homem havia indicado e deixei Liza ficar um ou dois passos a frente, afinal, seria minha guia - eu garantiria a retaguarda.

Surpreendi-me com o fato dela nunca ter falado com o pokémon; poderia ser um problema, já que isso demonstra que não havia uma confiança entre criatura e mestre, seu tauros poderia não obedecer os comandos e nada pior do que um tauros caótico. -  Como assim nunca falou com seu pokémon? Tipo assim... Nunquinha? Preocupei-me, mas não muito, não havia nada que não pudesse ser resolvido. Esperei que entrássemos na floresta e cogitei a possibilidade de tirar os pokémons das pokébolas. -  Liza, você gostaria de... Tentar? Não sei, quem sabe fazer um primeiro contato e ver como é que se sai? Uma hora ou outra você terá que falar com seu pokémon, afinal, vocês deveriam ser amigos... Não queria forçá-la a nada, mas também não queria lidar com um pokémon de força bruta descontrolado. Chamander e eu já tínhamos uma boa relação, não é verdade? Essa ligação sempre ajuda na hora de uma batalha e gostava de Liza, não queria vê-la tendo maiores problemas com um pokémon. Sorri para dar à garota uma confiança maior. -  Relaxa, você não tem com o que se preocupar. Repeti o gesto que ela fizera anteriormente, colocando a mão sobre seu ombro e dando leves tapinhas.

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OFF: Anne, a narração está boa para você? Algum ponto a melhorar?