Sempre em frente, avançávamos algumas boas quadras e o melhor - charmander ainda esbanjava confiança em sua capacidade de deter os criminosos. A atmosfera do lugar é de deixar qualquer um tenso, já nem parecia que continuávamos em Viridian, que anteriormente parecia tao receptiva em relação aos novatos em suas jornadas, as paredes era úmidas e as ruas, sujas. As poças de água - ou seja lá o que for - formavam-se em quase todos os locais e praticamente todas as sacolas de lixo mostravam-se rasgadas com seu conteúdo espalhado pela sarjeta, seja obra de pokémons selvagens, seja obra de vândalos. Tudo que eu sabia era que não queria me demorar mais do que o necessário.
Agora estávamos abaixados aproveitando a sombra de um dos prédios dali, tentamos escolher o local "mais limpo" para usar como um esconderijo temporário. Eu estava abaixado, tentando englobar Febo com meu corpo em um verdadeira instinto de proteção. Foi neste momento que um ar quente encontrou meu pescoço, parecia uma fungada e, além de temperatura um pouco mais alta do que meu corpo, também era ligeiramente úmida. Podia escutar caminhar de algo ou alguém aproximando cada vez mais e então o gelado percorreu minha coluna, espalhando por meu corpo, o coração começou a bater mais e mais e o frio na barriga instalou-se. Não pode ser, fomos pegos. Preciso encontrar uma forma de me livrar disso... De soslaio, procurei alguma alternativa, mas não havia nenhuma, aparentemente, estávamos encurralados por paredes e maiores objetos que dificultariam nossa fuga; meus olhos, então, encontraram charmander, por incrível que pareça, ele continuava firme em sua posição, estava até mais relaxado do que antes e sua chama também brilhava mais forte. Mas que... Uma mão encontrou meus ombros. - Que que ocê tá aprontando? Aquela voz trouxe-me conforto. Só existia uma pessoa que poderia ser tão caipira e esse alguém é Liza.
Virei para encarar e por sorte ou alguma brincadeira do destino, Liza, a garota que me salvara na primeira Rota e que ingressou em minha jornada estava ali, parada à minha frente e a baforada anterior veio de seu Tauros, que parecia ainda mais animado do que antes - quem sabe porque está passando mais tempo ao lado de sua treinadora. Charmander cumprimentava seu parceiro de batalhas e abria sua boca constantemente (lembrando que, para meu pokémon, abrir a boca é um gesto de felicidade, como um sorriso). Não vai me respondê, sô? Agitei a cabeça tentando voltar à racionalidade e joguei a mão direita para minha nuca, enquanto inclinava meu corpo levemente para trás rindo - Liza, então você falou com seus pais? Tudo certo? Ela confirmava com a cabeça com animados "sim", a energia da garota era contagiante e nem parecia mais que estávamos atrás de criminosos. - Aliás, como me encontrou? Ela simplesmente apontou para Tauros, depois dando tapinhas em seu lombo - Torão fez todo o trabaio. Aquele touro poderia não ser um cão, mas ainda sim poderia sentir cheiros, não? -i já ia ti perguntá o que tá fazendo num lugar como esse, tão iscuro e sujo. Realmente, precisaria explicar - e envolver - Liza em minha busca, ela com certeza foi uma enviada do destino para me ajudar. - Liza, eu vi criminosos passando por aqui e resolvi persegui-los, já que a policia foi despistada... Na verdade, vim para treinar charmander, mas acabei me perdendo por aqui, neste local comandado por gangues. Liza tive alguns momentos de introspecção e logo confirmou sua participação na busca; provavelmente pensou que seria pelo bem dos pokémons e por isso deveria ajudar. Ela pode temer essas criaturas, mas também as respeita e quer seu bem; se alguém desequilibrar a balança natural, com certeza Liza tentará intervir. - Quem sabe não devesse voltar Torão para a pokébola, ele pode ser chamativo e eu estava planejando um ataque surpresa ao invés de um confronto direto... Olha olhou para o touro, que parecia não tão animado com a ideia, mas aceitou-a, por fim, retornando à capsula depois que sua trinadora ordenou.
Preciso dizer que minha confiança foi aumentava em, no mínimo, duzentos por cento depois de ver Liza. Parecia que a presença dela me trazia uma segurança a mais, sempre disposta a ajudar, ela era sempre bem vinda em qualquer momento. E também teríamos um pokémon a mais, seu Tauros era uma máquina de batalha e não media esforços em campo. Sim, daríamos um jeito naqueles bandidos. Continuamos em frente, guiados por mim e agora dávamos rápidos e longos passos ao nosso destino, sem mais nos esconder.