[RUAS DE VIRIDIAN] Work hard, play hard.

A onda de Starmie só não foi maior que a onda de felicidade que preencheu meu corpo, trazendo até mesmo uma certa “tranquilidade”, isso na medida do possível para tal situação. Fiquei feliz por Febo ter percebido o ataque antes que ocorresse, afinal, se aquela onda atingisse sua chama, provavelmente, seria o fim de meu charmander. Recuperei a concentração no gato que avançava para cima da estrela que me foi emprestada, agora, clamufava-se no ambiente, trocar seu tipo foi a melhor escolha como estratégia.

Estava preocupado com Starmie, precisava tirá-la de cena por alguns instantes, mas Charmander não aguentaria confrontar Persian cara a cara, meu pokémon estava mais para um auxílio, como suporte do pokémon aquático. - Febo, continue com seus rugidos, não se deixe levar pelo tamanho de persian. Queria fazer o pokémon de fogo sentir-se confiante em seus próprio ataques; já que, infelizmente, faltava-lhe experiência de combate. - Starmie, recue rapidamente e utilize recover, não te quero com a saúde muito baixa, ok? Assim que se recuperar, utilize swift; já que um banho não basta, vamos fazer esse gato ver estrelas. contava com a modificação do tipo de Starmie para normal para que o ataque funcionasse ainda melhor; já que nem mesmo surf adiantou para nocautear o gato.

Não percebi antes, mas o treinador que me enfrentava, havia deixado seu posto e agora encontrava-se nas escadas, segurando junto a si uma barra de ferro. Além de me preocupar com a batalha, precisaria também me preocupar com ele e ficar de olho para prever qualquer tentativa de ataque por parte dele. Precisava me livrar de um dos dois o quanto antes. Chamei, então, charmander para meu lado, existia, em minha mente, o que seria um rascunho de plano. - Garoto, vamos lá, temos um novo desafio. Vamos deixar esse gato com a Starmie e vamos cuidar juntos daquele homem, ok? apontei discretamente para as escadarias, as palavras saiam de minha boca cada vez mais rápidas e charmander limitava-se a assentir, sem emitir qualquer “char” tão característico daquele pokémon.  - Assim que ele aparecer, quero que utilize ember, mirando principalmente na barra que ele está segurando. Ela é de ferro e esquentará bem rápido, vamos torcer para queimar sua mão e fazer com que ele a solte, ficando desarmado. Cerrei meu punho quase que ao mesmo tempo que parei de falar, estava com um semblante mais sério em meu rosto, esperando pelos próximos movimentos, tanto de Persian, quanto de seu treinador.

OFF: Então, pelo que eu entendi, o treinador estava próximo, certo? Por isso resolvi atacá-lo logo nesse turno; outra coisinha, eu tenho que sair de Kanto e ir em direção à Hoenn, correto? Será que consegues pensar em um motivo dentro dessa trama mesmo e já aproveitar pra levar Marc para lá? Aproveitar que ele já foi sequestrado e tudo mais rs

Persian não suportou o ataque de Starmie e caiu desmaiado; o que levou a nós três a comemorarmos, Charmander parecia realmente contente por poder participar daquela batalha tão tensa e eu, sentia-me muito mais aliviado. Então, tudo aconteceu num piscar de olhos, mas, ao mesmo tempo, a cena desenvolvia-se em câmera lenta, como se todos nós estivéssemos congelados no tempo. O homem que outrora estava sob a mira de Febo e minha própria, agora atacava meu pokémon, atirando-o no chão e nos ameaçando com a barra, dizendo que já havia perdurado demais.

O frio percorreu minha coluna, estava, de certo modo, anestesiado e paralisado pela tensão e gravidade da cena que ocorria logo em minha frente. Queria correr e abraçá-lo, protegê-lo com meu próprio corpo, mas continuava imobilizado, meu peso parecia ser de toneladas, não conseguia mover um músculo qualquer, nem mesmo fechar os olhos para não precisar presenciar aquele momento eu não conseguia. Então charmander rugiu. E a áurea o envolveu, deixando minha visão levemente desconfortável com tamanho brilho. Meu olhos tremulavam e até mesmo marejavam, estava, finalmente, acontecendo, Febo estava evoluindo para sua forma secundária. Seu corpo começou a crescer, assim como suas garras e também o que seria um chifre em sua cabeça. A chama de sua calda intensificou drasticamente sua combustão - Febo estava mais vivo do que nunca. Deixara de ser uma criatura fofa e indefesa para trazer um olhar de intimidante para qualquer inimigo.

OFF: (Charmander virando Charmeleon <3)
enfim, pode modificar o perfil dele?

Peso: 19 kg
Tamanho: 1,09 m
Personalidade: Um pokémon extremamente dedicado e focado, gosta de treinamentos e pega pesado quando está em um. Fora do ambiente de combate é amigável numa medida contida, utilizando-se de uma "máscara" que mostra ser um pokémon sério, reservado e extremamente maduro; digamos que gosta de se portar como o mais responsável entre todos ao redor. Desde que evoluiu, tem ficado cada vez mais reservado e centrado em suas próprias habilidades, desejando sempre ser capaz de superar os desafios a ele impostos. Sua personalidade, em partes, parece com a de seu treinador, Marc, e muitas vezes um é o espelho do outro; essa era uma característica desde que deixou o laboratório para seguir a jornada com seu treinador. Agora, para mostrar compreensão no que é dito por Marc, Febo apenas fecha a boca e assente veemente com a cabeça e, quando em combate, às vezes cerra os punhos para mostrar que está entrando de cabeça na estratégia que lhe foi oferecida. Gosta de agitar sua cauda sempre que está sem fazer nada, fazendo com que fagulhas das chamas se espalhem pelo ar e, com a evolução, seu medo de água e outros líquidos chegou a ser quase nulo. Quase. Há, entanto, apenas um momento que o pokémon se descontrola: este momento é quando deseja defender Marc, quando por ventura o garoto é atacado. Se o charmeleon presenciar essa cena, torna-se sanguinário e começa a atacar o inimigo sem grande ordem racional, utiliza-se principalmente de suas longas garras e de seus dentes, também diferindo golpes com as chamas da cauda quando possível. Só sai de cima da vítima quando a frenesi da raiva passa - o que pode significar o desmaio do oponente (e às vezes, até desmaiado continua a receber golpes do charmeleon raivoso).

Febo conseguiu atacar assim que terminou de evoluir, tornando-se um charmeleon completo. O homem já partira para cima de mim e meu pokémon lutava para manter-se em pé; via que havíamos encontrado o fim - e estava feliz, afinal, meu companheiro mostrava-se extremamente forte. Novamente o tempo congelou. Dessa vez, contudo, de uma maneira menos tensa, um tanto mais descontraída - mesmo que se tratasse de minha vez de correr perigo.

Charmeleon atacou. Uma esfera atingiu a barra de ferro, esquentando-a e fazendo com que o homem a soltasse. Então o barulho, que, admito, fez com que eu fechasse os olhos por alguns instantes e, então, o sangue escorrendo. Olhei para os lados e encontrei a figura do meu então salvador (por duas vezes); seus trajes estavam ensanguentado e não havia um fio de cabelo que se manteve no mesmo lugar desde que nos separamos. O liquido quente provindo do “vilão” escorreu pelo meu rosto, algumas rotas haviam respingado em mim. Passei meu antebraço direito, na esperança de me limpar ou de pelo menos me desfazer daquela sensação quente.

Recuperei-me o quanto antes e, novamente, revisamos a área. Desta vez, no entanto, nenhum sinal de growlithes, capangas ou qualquer outro perigo eminente. O homem, então, recolheu seu Starmie que me foi emprestado e ordenou que seguíssemos adiante - e, para isso, eu deveria pegar Lisa. Apanhei a garota e, com a ajuda de Febo, conseguimos carregá-la, apoiando seus braços em meu ombro. Notei que o homem possuía um novo acessório, uma bolsa que antes não estava ali. A dúvida fez-se presente, mas eu não poderia desconfiar dele, afinal, me salvara duas vezes e, até que estivesse novamente inserido na civilização, não poderia bancar o garoto crescido. Desviei o olhar para meus próprios pés e segui em frente, mas ainda sim com a cabeça cheia de perguntas.

Felizmente, não encontramos muitas dificuldades no restante do trajeto até o lado de fora. Posso dizer, até mesmo, que nosso maior desafio foi arrombar uma porta, coisa que Febo fez sem muito esforço. Passamos pelo portal da porta e encaramos uma chuva torrencial sem igual. Há quanto tempo eu estava ali dentro? Pelo que me lembrava o dia estava estável quando sai do centro pokémon para conseguir alguma captura - e, por ironia, acabei sendo o capturado. Coloquei a mão acima da cabeça, tentando, em vão, me proteger, mas a verdade era que, em menos de três passos, já estava encharcado e o tecido da minha roupa estava extremamente pesado. Foi então que percebi que meu charmeleon não nos acompanhava, estava parado na porta nos encarando de braços cruzados e cara fechada. Imediatamente entendi o que se tratava - seu desconforto em relação à agua. Revirei os olhos me divertindo com aquele pokémon cara-fechada-medroso e enfiei a mão no bolso, sacando uma pokebola e “sugando” o lagarto de fogo com um raio de luz vermelha. Ele estaria protegido daquele tempo louco.

Fui, então, surpreendido pelas suas palavras, que me jogando ordens que, a primeiro ver, pareciam absurdas. Estendi a mão automaticamente pegando o dinheiro que ele oferecia, mas, assim que o valor estava realmente em minha posse, percebi tudo o que estava acontecendo e recuei alguns passos. - Espera… Espera um pouco. Parei ali mesmo em meio à chuva. Pouco me importava aquela abundância de água caindo sobre mim. - Eu só queria começar minha jornada em kanto. Em. Kanto. Não queria sair por aí, Não pretendia ir para Johto tão cedo… E Lisa… Lisa não pode me acompanhar, ela nem queria sair em jornada... Olhei para a garota desarcodada enquanto falava com o homem. - Eu nem sei do que se trata. Quem é você, quem eram aqueles homens… O QUE É ESSA MOCHILA?! Apontei para a bolsa que carregava, estava começando a cuspir tudo que passava pela minha mente e acabei explodindo, dizendo coisas que preferia fingir que não havia visto. Eu era novamente uma criança que recém saiu da barra da saia de sua mãe. Tinha em frente uma dificil decisão e um futuro incerto, seja lá qual opção eu escolhesse. Baixei o tom de voz, voltando a ser aquele garoto um tanto quanto inseguro. - Por favor, me explica o que tá acontecendo

Continuei estático em meio à tempestade, o homem continuava em minha frente e Lisa estava desmaiada.Sentia-me responsável por tudo aquilo que aconteceu - e que ainda aconteceria. Queria capturar pokémons e acabei numa encrenca gigantesca, tão grande que não conseguia mensurar a dimensão. Escutava o homem falar, mas não prestava atenção em suas palavras, ignorava, afinal, minha real pergunta.

Encontrava-me tão preocupado quanto o homem em relação aos passos que se aproximavam, de minuto em minuto olhava para o lado, em direção à porta que saímos para conferir se nossos adversários já haviam nos alcançado. Felizmente, ainda tínhamos tempo - mas os sons estavam cada vez mais alto.

Segundo suas instruções eu deveria ir para Hoenn, uma região totalmente tropical. Por que deveria ir para tão longe? E que tipo de desgraça assim tão mortal aconteceria com Kanto e Johto, as regiões interligadas? Se era assim tão perigoso, porque não avisavam as pessoas? E minha família? Minha mãe? Será que meu pai estava sabendo de algo - mas que não nos comunicou por algum motivo relacionado à própria jornada? Será que o encontraria em Hoenn? Eram muitas perguntas e meu cérebro começava a entrar em um turbilhão.

Então, fui puxado de volta a cena que se desenrolava quando o homem começou a se afastar, pouco a pouco, parecendo ainda receoso em relação às minhas atitudes futuras. E suas palavras serviram como facas. Sim, era minha responsabilidade o atual estado de Liza. Toda aquela problemática e o perigo que estávamos correndo. Antes de responder, porém, um enorme Pigeot apareceu e levou seu treinador consigo, deixando-me sozinho com a garota.

Cerrei os punhos e apanhei o corpo de Liza, apoiando seus braços em meu ombro e tentando carregá-la comigo. Segundo ele, o heliporto não ficava longe, tinha que dar meu máximo para chegarmos antes da gangue que agora nos me perseguia. Havia um veiculo próximo a nós, porém eu não sabia nem ao menos diferenciar o acelerador do freio, quanto mais conduzir até nosso destino. Decidi por seguir o caminho apé, em meio a tempestade. Era ariscado, mas era minha única opção.


OFF: pode apostar que não ficarei huauha