Capítulo 1 ♦ O calmo espírito da chama

A batalha havia terminado, Strider e Ichiro estavam felizes com a vitória, oque não podia ser dito do garoto e sua Mareep. Ele apertou o botão no centro de sua pokéball, e logo, um lampejo azul tomou conta do corpo da ovelha caída, que rapidamente foi sugada para o interior da pokéball. O rapaz estava abatido e de cabeça baixa.

- Hum... - Suspirou o garoto um pouco desanimado, mas então, ergueu sua cabeça, liberou um largo sorriso e logo continuou a dizer. - Sim, foi uma ótima batalha. E espere, logo logo nos veremos mais uma vez. E, meu nome é Zack. - Terminou o rapaz, ajeitando sua mochila em seus ombros.

Ao final, o treinador virou-se de costas, e logo começou a caminhar em direção ao leste. Como uma ultima ação, antes de desaparecer do ponto de vista de Strider, ele ergueu sua mão e fez um breve aceno de despedida. Agora, mais uma vez, Gyusuki e Ichiro estavam sós naquela rota, logo abaixo daquela estrondosa arvore. Oque eles fariam agora? Continuaram sua caminhada rumo a nova cidade, ou permaneceria ali, abaixo da arvore por mais alguns instantes?

Após a despedida. O jovem treinador decidiu sentar-se ali, logo abaixo da grandiosa sombra projetada pela estrondosa arvore antiga. A leve brisa continuava a pairar por ali, de modo que ela agitava as folhas dos galhos mais altos da arvore, fazendo com que algumas delas até mesmo caísse. Alguns galhos, os mais finos, também se moviam lentamente, dando a aparência de que a arvore realmente estava viva, uma vez que isso era verdade, pois arvores são vivas. Eis então que algo estranho ocorreu.

Strider sentiu um breve terror logo abaixo de suas mãos que estavam apoiadas sobre a grama. Ichiro, que estava sobre a cabeça de seu treinador, não sentiu nada, mas assustou-se ao sentir o garoto erguer-se bruscamente. Foi quando o solo, abaixo do rapaz se abriu, e como em uma escada projetada na terra fofa, o treinador rolou até chegar em solo "firme".

Por sorte, com a "escada", o rapaz não se machucou tanto quanto se tivesse caído em queda livre, e como resultado tinha apenas alguns arranhões em suas pernas e braços, porém nada alarmante. Não demorou muito para que Cyndaquil também descesse rolando a "escada"; e no momento em que tocou o chão, a passagem pela qual entraram, foi lacrada com mais um pequeno deslizamento de terra, oque fez alguns grandes grãos de terra tocar os pés de Ichiro.


Eis que Ichiro, assustado por não conseguir enxergar mais nada, nem mesmo seu treinador, fez suas costas arder em chamas, e assim iluminar o estreito corredor em que estavam. Strider, agora, com o auxilio da luminosidade emitida pelas chamas, pode observar onde estavam. As paredes do corredor era feita de terra compactada, oque era estranho, pois elas estavam perfeitamente planas, como se alguém tivesse se preocupado em faze-lo com perfeição. O chão em que pisavam era mais fofo, de modo que os pés do rapaz estavam levemente afundados na terra. Do "teto", que não era muito alto, surgiam algumas grossas raízes que pendiam para o lado das paredes, e outras finas raízes que ficavam pendidas por ali.

Logo, o treinador pode observar mais a frente, a unica escolha que tinham, uma vez que a passagem estava lacrada, era seguir em frente. E assim teriam de faze-lo.

O jovem rapaz começou a caminhar por aqueles estreitos caminhos que o guiavam pela frente, tendo como auxílio, a chama de Cyndaquil, que fazia todos os esforços que conseguia para mante-la acessa e intensa o maior tempo possível. O cheiro de terra molhada já estava irritando as narinas do treinador. Seus pés, a cada passo dado, continuava a afundar na terra fofa. Cyndaquil, como era mais leve, não tinha problema com a terra.

Eis que, a luz de Cyndaquil fraquejou, ele estava fazendo o máximo para mante-la acesa, mas isso estava o cansando. Strider pôde sentir a respiração ofegante de seu pokémon, que não demorou muito e decidiu acender novamente suas chamas, seguindo em frente. Logo, após mais alguns passos, os pés do jovem tocaram em algo sólido, várias pedras polidas e perfeitamente planas, como as paredes de terra batida, cobriam o solo. Porém oque o rapaz menos esperava era o primeiro obstaculo.

Assim que pisou naquelas pedras, ele escutou barulhos vindos de sua frente, como se alguma coisa tivesse sido disparada. Strider se surpreendeu ao ver surgir em meio a escuridão, algumas várias coisas pontudas, ele tentou esquivar-se das flechas, mas não conseguiu sair ileso. Assustado com o grito do treinador ao receber as flechadas, as chamas de Ichiro mais uma vez apagaram, mas em seguida, voltaram, de modo muito intenso, assustando-se novamente com cena. Sentado, encostado na parede de terra batida, sobre as pedras polidas, estava Strider, com um corte profundo em seu queixo, que apesar de tratado futuramente, lhe deixaria uma cicatriz na diagonal. Além de uma unica flecha presa na perna do rapaz, na altura da coxa; esta não causaria nenhum problema permanente no rapaz, isso, se ela for arrancada e tratada, pelo menos de modo que impeça o contato com a sujeira do lugar; além é claro, de um momento no hospital mais próximo. Mas enquanto isso, a calça do rapaz estava se banhando em sangue, teria de retirar a flecha, que não estava tão profunda, pois ela era muito precária e mal estava afiada; oque pode-se chamar de... Sorte.

Mais a frente, estava uma curva. O rapaz teria que encontrar alguma forma para se manter em pé, nem que tenha que andar em pulos, e sair dali o mais rápido que conseguiria.

Improvisando, o jovem treinador rasgou um pedaço da manga de sua camisa branca e a usou para enfaixar o local em que a flecha havia penetrado. O rapaz sentia uma dor intensa, como em fisgadas; e mesmo enfaixado, ainda rompiam alguns filetes de sangue que escorriam. Mas ignorando tudo isso, e usando a parede como apoio o rapaz tentou se levantar, colocando pé no chão, mas no momento que seus músculos se contraíram, ele soube que não conseguiria andar tão facilmente, então prosseguiu, apoiando-se nas paredes do labirinto.

Ichiro, tentava manter sua chama o maior tempo possível, porém em um momento ou outro, as chamas falhavam, mas logo retornava; a cada vez que ela voltava o pokémon parecia conseguir suporta-lo por maior tempo. Apoiando-se pela parede e prosseguindo, a dupla chegou à uma curva, eles não teriam nada a fazer a não ser continuarem no labirinto.

As paredes nesse nível continuavam ser feitas de terra compactada e perfeitamente plana, o solo ainda era feito daquelas pedras perfeitamente polidas; porém oque havia de novo no ambiente, era um grande aglomerado de finas raízes que caiam do teto, até as pedras. Mesmo com a dor na perna do rapaz, eles continuaram, e logo se depararam com uma escolha...


A escolha que Strider terá de fazer no momento, é: Continuar em frente, ou virar para a esquerda? Logicamente, cada uma das escolhas o levaria para um lugar distinto... O Rapaz precisaria de muita sorte neste momento, pois poderia ser esta que decidiria a situação que o treinador sairá dali... Se sair.

Ignorando as finas raízes, o jovem continuou, e logo se deparou com uma divisão de caminhos, uma seguia em frente e a outra ia para a direita. Não demorou muito para que o rapaz tomasse sua decisão e virasse para a direita. Aqui ele começou a caminhar. O corredor nesse trecho do labirinto parecia ser mais largo que os que o jovem já havia estado. Porém, algo mais diferenciava esse caminho, das finas raízes, menores que as de poucos instantes atras, escorriam gotas de água cristalinas.

As gotas que rompiam das finas raízes caíam sobre a superfície das várias pedras polidas que cobriam o solo, assim formando uma grande poça de água, as paredes de terra compactada também estavam úmidas. Se precisasse, o jovem poderia usar aquela água para consumo, caso estivesse com sede, oque realmente estava, ou quem sabe lavar seu ferimento. Seguindo o caminho pelo qual havia escolhido, o rapaz chegou mais uma vez a uma dúvida... Uma nova bifurcação, desta vez, ele seguiria em frente, ou viraria para a esquerda?