Cap 11 - Mudança de estação e de direção.

Off:

Tey:

Os ombros de Tey começavam a doer, talvez devido ao sangue quente e a adrenalina, o treinador não sentia os efeitos de sua ferida, mas agora, com o corpo mais relaxado, uma dor chata e incomoda persistia, levantar o braço acima da cabeça era uma tarefa quase impossível, muito dolorosa. Mas contanto que ele não se aventurasse nessa fronteira, suportaria a dor sem muitos problemas...

Connie se aproximou preocupada, avaliando a ferida o melhor que podia, ela torceu o rosto em uma expressão um tanto enojada. – Se não tratarmos isso logo você vai ter problema, em algumas partes os arranhões parecem profundos... Venha, vamos indo. – A ruiva começou a andar, olhando de um lado para outro em busca de um lugar agradável e protegido para descansar. Enquanto andava, ela se tremeu toda, um vento sul soprou do mar, trazendo o ar frio da noite, nesse momento o sol estava quase totalmente escondido na linha do horizonte e já era possível ver as belas estrelas no firmamento.

- Veja! Ali tem um lugar que podemos usar. – Disse apontando para um amontoado de pedras a 50 metros de distância, logo na entrada de uma floresta. Tey aceitaria ir para lá? Pela distância, Buneary e Lopunny não teriam problema em encontra-los quando retornassem.


Buneary:

Se olhasse para trás, Buneary ainda conseguiria ver Tey e Connie, parados conversando. Lopunny apressou o passo em segui-la, colocando-se ao seu lado, meio indiferente, altiva e com os olhos no horizonte. Elas se dirigiam a floresta contrária ao aglomerado de rochas para onde Connie caminhava, mas a linha das árvores não estava muito longe, apenas a 10 metros de distância.

Quando chegaram ali, uma mistura incontável de odores pode ser sentido, o cheiro da madeira, o odor da grama, o aroma de incontáveis perfumes e também do suor de alguma criatura próxima. Entre os odores ela identificou três que pareciam ser de ervas, um deles cheirava como hortelã, o segundo parecia um cheiro doce, como jujuba e o terceiro, liberava um odor estranho, como uma mistura de canela com limão... Qual deles pertenceria a erva necessária para ajudar Tey? Lopunny não parecia interessada na tarefa, apenas seguia a pequena coelhinha como uma escolta.

OIE Arkan, só uma duvida, no plot da rota, eu fiz das tripas o coração para ajudar os amores da Kyoko, sai todo machucado e capturei eles como ela queria, você poderia ver se isso aumentaria a happy dela?  

Off:

Tey:
Concordando em seguir Connie, os dois logo alcançaram as rochas, e ali descobriram que existia uma pequena gruta. Essa tinha altura suficiente para não incomodar um humano de altura média e não era profunda, no máximo três metros.

- Estou ficando com frio, espere aqui que vou procurar madeira... – A coordenadora não esperou por resposta e se afastou, entrando rapidamente na linha das árvores próxima a gruta. Tey agora estava sozinho com sua dor e pensamentos.


]Buneary:

Lopunny pisava leve, cada um de seus passos parecia não fazer barulho naquele lugar, era elegante e majestosa, uma criatura que transbordava beleza. - “Porque tenho que fazer isso” – pensava, preferindo estar junto de sua treinadora ao invés de estar do lado de uma criaturinha mimada.

Quando questionada, Candice farejou o ar e após algum tempo distinguindo os aromas, respondeu. – Não sei ao certo, lembro de Connie já usar essas ervas medicinais, mas não tenho certeza. Se for para apostar, diria que devemos seguir esse cheiro estranho. Afinal, remédio geralmente tem gosto ruim, o cheiro também deve ser igual... Vamos por aqui! – Lopunny pegou na mão de Kyoko e entrou mais fundo na floresta, seguindo o cheiro estranho de canela com limão.

Off:

Tey:

Sentindo-se sozinho, Karlov trouxe um de seus Pokémon para amenizar aquele sentimento de solidão, além do fato de aproveitar o pelo de Kedama para se esquentar. A temperatura parecia cair rapidamente, cada lufada de ar fazia o seu corpo tremer de frio, mas kedama tornava tudo muito mais suportável.

O tempo corria e a sensação de ter sido abandonado aumentava, mas após 5 minutos que pareceram quase uma hora, Connie saiu do meio das árvores com uma pilha de gravetos. Ela jogou a madeira na entrada da gruta e se sentou enfurecida, passou algum tempo encarando os galhos e finalmente bufou. - Como faz falta um Pokémon de fogo. Você por acaso tem algum com você? – Ele não esperou a resposta de Tey e já completou. - Você sabe fazer uma fogueira?

Buneary:

Candice agora liderava a dupla puxando Kyoko pela patinha até um ponto em que se encheu daquilo. As perninhas da Pokémon de Tey dificultava que as duas andassem no mesmo passo, e Lopunny decidiu que era impossível andar tão próximas... - Connie é bela e forte, isso é tudo que importa! Ela pode parecer durona com humanos inúteis, mas comigo é diferente. – Candice terminou a explicação ali, deixando que Buneary interpretasse qualquer coisa daquela informação.

Não foram muito longe e Buneary freou o avanço quando encontrou uma pequena árvore com 5 Oran berries. - O que foi? – Questionou bruscamente Candice, irritando-se com o fato de terem parado de avançar. Pois tudo o que ela queria era terminar com aquilo o mais rápido o possível.  

Tey:

Tey não percebia o tom sarcástico da pergunta de Connie, mas a sua resposta pareceu deixar a jovem enfurecida. – Não seja um ignorante, seu ignorante. Não disse em momento algum que fizesse a fogueira, apenas perguntei se sabia fazer uma.

Aborrecida ela jogou um graveto no chão e depois amontoou outros ao redor, formando uma espécie de pilha. Depois com outro graveto na vertical e tocando as madeiras em baixo, ela começou a girá-lo rapidamente usando ambas as mãos. A tarefa parecia não funcionar, logo ela se cansou e precisou fazer uma pausa para respirar... – Malditos gravetos! – Connie pegou a sua mochila e começou a vasculhar dentro. – Não sei se é uma boa ideia andar no escuro, talvez seja melhor acamparmos aqui hoje?

O sol nessa hora já tinha desaparecido, e tirando a luz das estrelas no céu, aquela noite parecia bem escura...

Buneary:

A escuridão da noite chegou de repente, por um momento as duas Pokémon imaginaram ter entrado na sombra de uma árvore, mas perceberam que o escuro não se tratava disso. Apesar disso elas ainda conseguiam enxergar melhor que um humano no escuro e Kyoko não teve problema em avançar para pegar as 5 Oran Berrys nos galhos, mas quando ela ia descer, surgiram três Gulpins no pé da árvore.

- Solte nossa comida! – disse uma fêmea de voz rasgada.
- Isso, coloque todas elas de volta. – respondeu um macho de voz fina.
- Obedeça a mãe, pequena, e ninguém se machuca! – falou um segundo macho, maior que os demais e com um voz rouca.

- O que está acontecendo aqui? – Lopunny se aproximou questionando a todos com um ar irritado, ela parou a três metros de distância dos Gulpins...  

Tey:

- Eu próxima dessa coisa estranha? Nem morta! – Connie continuou vasculhando sua mochila até que com uma de felicidade tirou de dentro da bolsa um isqueiro no formato de um Infernape. – Sabia que isso poderia ser útil em algum momento.

A jovem pegou os gravetos e montou uma pilha bem próxima da gruta, depois ascendeu o isqueiro e lutou para colocar fogo na madeira. Fazendo cabaninha para proteger as chamas do vento, ela finalmente conseguiu ascender uma fogueira após 5 minutos incessante de tentativas frustradas.

- Agora esperamos! - Disse aquecendo-se próxima ao fogo.

Buneary:

- Quem disse que não conseguimos subir na árvore? – Exclamou o filhote de modo corajoso, como se desafiasse alguém a dizer o contrário.

- Sim, deixamos elas nas árvores para amadurecer, essa árvore é nossa e todos os frutos que ela dá nos pertence. – Completou a mãe.

- Por isso, pequena, agora que você já as arrancou do pé, devolva nossa comida! – Disse o pai e maior dos três.

Mas enquanto os três argumentavam, Buneary agia covardemente acertando um Quick Attack no menor Gulpin do trio. O filhote girou sobre o seu eixo ao ser atingido e urrou de dor. Os pais viraram imediatamente para encarar a agressora.

- Vadia, como ousa bater no meu filhinho! – Gritou a mãe furiosa.

- Você vai pagar por isso! – O pai começava a avançar, lentamente...

Agora Kyoko se encontrava ao lado de Lopunny que olhava a situação de forma indiferente, seus olhos eram recriminadores. Buneary tinha 4 berrys em suas mãos, quando olhasse para os Gulpins, veria que uma berry tinha caído no momento do seu ataque. O “Gulpin pai” já se encontrava a um passo de pegar a Berry. O que Buneary faria? Fugiria com as frutinhas que roubou? Lutaria pela quinta frutinha? Ou devolveria as berries? Isso é claro, se os pais não quisessem vingança pela agressão ao seu filho.