Mayhem Opera

E, por fim, num veloz embate a disputa foi decidida. Junto a toda a confiança e esperanças de sua treinadora, Combusken sucumbiu após ter sido atingido por um dos potentes Rock Tombs de Aron, que gradativamente estavam pondo-o em vantagem durante a batalha. O silêncio que pairou sobre o teatro foi então quebrado pela pergunta inocente de uma criança, que após receber sua desejada resposta fez ecoar seu pranto. Logo, aplausos percorreram por todos os cantos do salão.

-Você não me parece ser a pessoa orgulhosa de antes, Renata. – disse, secamente. -Sabe, chorar não vai alterar os resultados, mas se quiser, fique à vontade. Faz parte. – instruí, retornando meu ferido Pokémon à sua Pokébola. A partir dali, permaneci calado. Perguntar sobre o prêmio ou simplesmente abandona-lo só deixaria minha oponente mais abalada, logo decidi por aguardar a escolha que ela faria.

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-Muito obrigado. – agradeci, pegando o disco cróceo pela fenda rotunda de seu centro, puxando-o para o interior de minha mochila, em um de seus menores compartimentos. Assim guardada a recompensa, resolvi me retirar do salão, sob os aplausos da plateia.

Aron estava inquieto dentro de minha Pokébola, mas presumi que fosse mais um de seus delírios de felicidade. Logo que saísse do teatro, buscaria entender melhor aquele CD, e talvez até mesmo fazer uso de sua função em meu fiel companheiro metálico. Porém, Aron não parava de se remexer em sua cápsula de captura, mesmo que ferido. Enfim decidi libertá-lo, e num salto ele se impôs à minha frente, fitando-me com um olhar um tanto quanto assustado.

-O que foi, Aron, não está se sentindo bem? – perguntei, preocupado.

Aron parecia desconfortável... Quando, numa luz que surgiu, vi a forma de Aron a se alterar: sua estrutura física se tornava cada vez maior e mais robusta, juntamente de suas garras e cauda que ficavam cada vez mais enormes conforme o tempo se passava. Finalmente, a luz desvaneceu, deixando apenas uma figura peculiar em frente aos meus olhos.

-Isso... Isso é o que penso que é...? – apresentava minhas dúvidas gaguejando em minha fala.

Aron havia evoluído para um Lairon, uma aparência familiar, vista a minha história.

Agachei em frente a seus olhos cianos, que me encaravam com insegurança, e logo o abracei, mesmo que não fosse de meu feitio. -Depois de todos os treinos e trabalho duro... Finalmente conseguimos uma prova de que ficamos mais fortes, Aron... Não, Lairon! – concluí, com um sorriso de ponta à ponta.

Enquanto junto a Lairon, não conseguia pensar em nada mais que a continuação de nossa incrível jornada em busca de nosso fortalecimento. A evolução do meu antes pequeno companheiro era apenas um dos marcos que destacariam a nossa história entre as inúmeras outras do mundo Pokémon. Porém, enquanto transbordava de alegria devido àquele momento, um som vindo do meu celular interrompeu meus pensamentos. Uma mensagem curiosa e peculiar havia chegado para mim.

-De Gwen Willians e Carlos Monteczuma...? – disse por reflexo, movendo minhas pupilas conforme prosseguia com a leitura. -Lairon, parece que iremos sair em viagem novamente... Dessa vez, para Mountrock, ou melhor, o subterrâneo! – gritei, animado. -Mas antes, vamos passar no Centro Pokémon e tratar suas feridas novamente, ok?