O Cemitério de Hoenn!

Decidido Dexony seguiu em frente, ignorando todos os avisos de seu instinto. Estava determinado a capturar um Pokémon fantasma. Assim que passou pela entrada que dava acesso ao interior do cemitério, encontrou um local parcialmente iluminado. Existia ali grandes holofotes que iluminava estrategicamente grande parte do primeiro andar, assim ele deixava a luz do dia para adentrar uma “escuridão” bem iluminada por luz artificial, como a noite em uma grande cidade.

Observou que o solo era feito de pedra, com grandes pedaços de “lajes” bem encaixados, dando um ar importante para o lugar que visivelmente foi trabalhado por mãos humanas. Ali existiam várias tumbas espelhadas de forma ordenadas, uma vastidão de tumbas com suas placas com dizeres sobres os enterrados, humanos e Pokémon. O lugar era tão grande que Dexony se perdia ao olhar, e bem lá no fundo, onde a luz já não alcançava, o treinador via que existiam outras grutas, passagens para sabe-se lá aonde. O importante na verdade, era uma grande escadaria a sua direita que lhe dava acesso ao segundo andar. Essa estava a apenas 20 metros de onde ele se encontrava.

Ali naquele andar, Dexony contou no dedo o número de pessoas que visitavam as tumbas. Uma senhora junto de seu marido, ambos idosos, choravam baixinho próximos a uma lápide. Uma mulher toda de preto se agarrava a outra lápide e um jovem de ar sério e determinado fazia uma oração silenciosa em outra tumba mais afastada. Para onde Dexony iria?  

Ignorando as pessoas que lembravam de seus familiares mortos, Dexony seguiu direto para a escadaria, subindo quase 10 metros até chegar no segundo andar. O ambiente ali era uma cópia exata do primeiro andar, as luzes dos holofotes afastavam a escuridão do interior da montanha, e algumas pessoas oravam em outros túmulos. Um pouco mais afastado das escadas estava tendo um enterro, um padre/sacerdote rezava enquanto um grupo de pessoas de cabeça baixa orava pela alma de um morto.

A escadaria para o terceiro andar ficava a 20 metros de distância da escada que Dexony usou para chegar naquele andar, e enquanto se dirigia para a próxima escada, uma risada de criança soou atrás dele. Sendo aquele lugar uma “grande caverna”, o som da risada ecoou pelo lugar e as pessoas olharam para Dexony com ar ameaçador, como se dissessem “Você não tem respeito pelo nosso sofrimento?”, os olhares incriminadores das pessoas fulminavam Dexony, aquele que eles acreditavam ser o responsável pelos risos desrespeitosos no cemitério.

Dexony procurou pela criança que o tinha colocado em uma situação constrangedora, mas olhando ao redor percebeu que não tinha nenhum por perto. Então a risada voltou, a sua direita, uma sombra escondida atrás de uma tumba... O que seria aquilo? Aproximou-se para averiguar e não havia nada, alguém estava lhe pregando uma peça.

Enquanto isso dois homens que participavam do funeral conversavam olhando para Dexony, se o garoto continuasse rindo, provavelmente aqueles homens iriam tomar alguma atitude.

Dexony decidiu usar o seu Breloom como auxílio para “capturar” a criança que estava lhe metendo em confusão. Caminhando entre as tumbas a dupla não viu nada, até uma nova risada soar a sua direita, a 10 metros de distância. Smash lançou sua “mão” até a tumba que acreditou ter sido a origem do som, mas nada tinha ali. Então o jovem treinador viu um vulto passar rapidamente pelo seu lado, quando se virou, não conseguiu identificar o que era, mas viu uma sombra atravessar o teto da catacumba. Seria um fantasma “fugindo” para o terceiro andar?

Nesse meio tempo, dois homens que participavam do funeral se aproximavam do jovem garoto, eles ainda estavam a 15 metros de distância do garoto e do lado oposto da escadaria que ia para o terceiro andar. – Ei garoto! Você ai! – Disse um dos homens com uma voz nada simpática. O que Dexony faria?

Dexony decidia encarar a situação de frente, aguardando os dois homens se aproximar, ambos pareciam irritados e pisavam duro enquanto andavam. – Pirralho, como tem coragem de rir no enterro do meu avô? Você não tem educação? – Disse o homem mais alto que aparentava estar na casa dos 20 anos. Enquanto o outro, mais baixo, porém visivelmente mais velho olhava o jovem treinador com um ar decepcionado. – Esses jovens de hoje não têm educação alguma, acham que podem tudo. Desculpe-se de joelhos em frente à minha família ou farei os seguranças do cemitério te colocarem para fora.