O tempo de voo não deixou muito espaço para descanso (exceto para Togekiss, afinal o Pokémon merecia). Deixei o Pokémon fada descansando na esfera, enquanto seguia a trilha que levaria para o monte onde desordens do tipo Fire estavam acontecendo. Confesso que o noticiário me deixou muito curioso acerca dos acontecimentos em Hoenn e embora não estivesse a serviço, extra oficialmente não custava nada dá uma investigada no Mt. Chimney.
O caminho parecia longo. Deixei o Pokémon Center da pequena cidade de nome engraçado bem cedo, de barriga cheia e um pedaço de pão na mochila. Parecia ainda não ter passado das oito horas da manhã e eu já dava um longo gole de água no meu cantil e seguia caminho até o destino...
O pé da montanha era famoso por diversas situações. Como era localizado próximo à uma cidade, era um refúgio da calamidade. Mesmo que Lavaridge não fosse caótica, era uma alternativa para deslumbrar de vez em quando.
A vegetação ao pé era ótima. O calor da montanha com o frio que se encaminhava como se fosse um corredor para passagem do vento, fazia as mais diversas espécies se encontrassem e conseguissem criar-se ali.
Isso se dava aos Pokémons também. Embora esses, mais timidos devido à atração, pouco se demonstrariam.
Neste dia em questão estava bastante movimentado ali. Ayzen podia ver alguns pequenos grupos percorrendo por ali no gramado. A caminhada poderia ser um pouco longa até o inicio do rochedo, onde encontraria um transporte para encaminhá-lo até lá.
Em seu caminho, em meio as árvores, um pouco escondido á direita. Era possível ver um garotinho, um pouco machucado e sujo. Deveria ter por volta de cinco anos. Tentava escalar uma árvore de frutíferas. Se conhecesse, poderia chutar Orans... Mas ele e seu Pokémon amarelo e verde com cara de cansado, parecia não conseguir alcançar aquilo.
Talvez Ayzen alcançasse as frutas e até conseguisse um ou outra para si. Mas ele perderia seu tempo com pouca coisa?
O caminho até o carrinho que levaria ao topo da montanha, e consequentemente para os mistérios e confusões do tipo Fire como era noticiado, parecia ter uma pausa diante de uma cena que poderia ser um pouco comum por ali. Não era natural da região, conhecia os espécimes específicos dali, embora tivesse certo conhecimento nos Pokémons de forma mais isolados. Eu observava aquele menino tentando alcançar a frutinha em cima e logo percebia a dificuldade. Quando eu tinha 5 anos também tinha dificuldade para muita coisa...
Não era de todo mal dá uma pausa para poder ajudar o menino, mesmo sabendo que no alto da montanha aguardava um mistério. Deixava a mochila bem presa nas minhas costas e me aproximava do menino, cujas tentativas frustradas dele, e talvez de seu Pokémon, deixavam claro o desejo do pequeno em obter a frutinha. Estendia e pegava para ele.
- Aqui... Daqui alguns anos você vai alcançar sozinho, até lá me deixe te ajudar. – dizia sorrindo para ele e pensando como era estranho o local misturar o calor do vulcão junto com os ventos de altitude gelado. – Você mora aqui perto? Sabe dizer se eu estou indo para o lugar certo até o bondinho que pode me levar para o alto da montanha?
O garoto olhou para Ayzen sem entender muito. Mas sorriu de maneira esplendorosa ao receber o fruto, e logo se apressou para entregar para seu amigo Numel, que saboreou-a rapidamente.
O garoto tinha uma peculiaridade, parecia não falar, mas era muito bom em mimicas. Apontou para um pouco mais alto onde tinha um cacho com mais duas frutas. Logo após apontou pra si mesmo e pra Ayzen. Parecia querer dividir aqueles outros dois.
Ayzen poderia ou não tentar resgatar aquelas frutas um pouco mais alta que seu alcance ou não, o garoto responderia seus questionamentos de qualquer maneira.
Quando questionado se morava por perto, balançou a cabeça positivamente, assim como o caminho à percorrer era exatamente aquele. Além disso, apontou para o topo da montanha e abanou-se com a mão e fez uma careta, parecia estar dizendo que lá em cima seria quente demais. Logo após isso imitou alguma espécie qualquer de Pokémon selvagem furioso. Talvez estivesse dizendo que algo estaria acontecendo e desorientando o clima. Ele logo sorriu novamente para Ayzen e ficou parado esperando ele perguntar algo mais ou se despedir.
Parecia que nenhum som era emitido pelo garoto, mas isso não interferia a comunicação entre nós. Embora uma palavra sequer houvesse sido emitida, as informações eram compartilhadas (embora eu confesso que demorei um pouco para ter a real noção). Em síntese, ele queria mais frutas. Numel pareceu adorar a comida, mas além disso, o garoto informava sobre como o clima estava quente (literalmente!) por conta da fúria de vários Pokémons mais perto da montanha. Aquilo era o meu caminho de objetivo. Eu apenas erguia mais uma esfera, na tentativa de atender ao pequeno.
Grovyle saia da esfera como um flash branco e aparecia no meio daquele campo. Diante do exposto, o Pokémon Grass tinha uma missão: pegar aquele cacho de oran berries para o garoto dividir comigo. O gramíneo era bom em saltar e escalar, não teria muito problemas com isso.
- Grovyle, pegue aquele cacho de oran berries para o garoto!
O garoto pegou o cacho com mais duas frutas. A primeira deu uma mordida e entregou o resto para Numel que apreciou novamente o gosto do fruto. A segunda fez questão de que ficasse com Ayzen.
Enquanto isso olhava deslumbrado para Grovyle. Numel era seu único Pokémon, então adorava ver outros treinadores portando diferentes Pokémons de diferentes tipos. Porém ficou por isso. Sorriu novamente e ficou acariciando Numel. Hora de partir?
O caminho ensolarado, bastante ensolarado neste momento... A temperatura estava bastante alta à este momento. Era possível ver ao longo da estrada para o norte alguns treinadores soando demais e descansando à sombra de uma árvore. Isso seria um problema para Ayzen?
A medida que ele prosseguia, ao olhar para trás era possível ver o garoto espiando-o por entre as árvores. Acompanhando à distancia, junto de seu Numel desajeitado... Na verdade ambos eram desajeitados. Mas apenas observavam e sempre mantinham a mesma distancia. Talvez quisessem ver mais dele sem incomodá-lo. Uma inspiração?
Um dos treinadores descansando comentava alto com seu Pokémon raposa avermelhado...:
- Ouvi dizer que estão tendo problemas naquele 'bondinho'... Parece que vamos demorar um pouco pra subir lá.
Ayzen prosseguiria mais, investigaria ou desistiria e procuraria outro caminho agora?
Recebi a berry sem hesitar, afinal, sem falar nenhuma palavra, o menino insistia para que eu ficasse com a frutinha, como forma de agradecimento. Com mais uma vida feliz, recolhia Grovyle para sua esfera de descanso e acenava para o menino, despedindo-me dele e seguindo caminho até o bondinho que me levaria para o tomo dos problemas: Mt. Chimney.
No entanto, no decorrer do caminho até o local que poderia me levar para as manifestações curiosas de rivalidade do tipo fogo, eu percebia que o menino mudo e seu Numel lento me seguiam de longe, de forma que eu não poderia evitar olhar para trás diversas vezes. Era engraçado como ele tentava se esconder, desengonçadamente, uma vez que o espaço procurado não era o suficiente para colocar um Pokémon como Numel e um menino dentro. Mas mesmo assim, como ele morava por ali, ele estava mais em casa do que eu, então não era uma visão de preocupação.
Mas o calor ali era uma preocupação! Tentava fazendo vento mexendo em minha blusa de forma progressiva. Outros treinadores pareciam sentir a mesma sensação térmica do que eu. Ao longe, um treinador comentava com seu Pokémon sobre problemas no bondinho. Problemas? Achava que os problemas estavam no topo da montanha, não na base dela...
- Desculpe-me, você disse problemas com o bondinho? – aproximava-me do treinador na tentativa de obter mais informações. Poderia usar Togekiss para me levar ao topo da montanha, mas como o Pokémon estava cansado por conta da viagem, achei melhor eu mesmo resolver tais problemas (se é que poderiam ser resolvidos nessa altura).
- Err... É. Foi o que eu ouvi dizer na verdade. Alguns treinadores estavam comentando que um dos Pokémons que surgiram no topo da montanha é do tipo elétrico, e parece que uma equipe deles causou um curto no bondinho... Eu ia tentar ir voando mas, também ouvi boatos de que tem Rockets atrapalhando os treinadores voadores pois estão interessados tanto quanto nós nessas criaturas... Mas foi só o que eu ouvi, posso estar errado ou quem começou os boatos também... Não sei...
Enquanto isso, o calor persistia, a criança e o Pokémon os seguia, e o problema persistia. Qual caminho ou decisão tomar agora?
Foi uma surpresa para eu pensar que a Equipe Rocket estaria em Hoenn. Não esperava que eles migrassem de Kanto para aqui. Parecia que as minhas férias não estavam sendo uma boa escolha quando na verdade eu tinha um imã para atrair problemas. Mas como era Ranger, minha missão, antes do que profissional, mas como pessoa era trazer a ordem onde tinha caos. Um bonde quebrado, um bando de Pokémons revoltosos e uma equipe de criminosos era bem o eu precisava resolver. Fazia parte do meu ofício.
Depois de agradecer o rapaz pelas informações, eu segui até o bondinho. Iria perguntar se poderia ajudar em alguma coisa. Em seguida, iria atrás dos criminosos que estavam roubando os Pokémons. Criminosos não poderiam ficar soltos assim...
- Como assim, você não sabia da existência deles por aqui? Esses vaga... Malfeitores... Estão por toda parte! Quer dizer, depois que Kanto e Johto ficaram interditadas, eles migraram pra cá como todo mundo... Então não estamos livre deles. Por sorte, algumas vezes encontramos algumas policiais ou até mesmo Rangers para colocar eles no caminho... - Terminou sem reconhecer logo de inicio a patente do jovem Ayzen.
O bondinho já poderia ser visto à alguma distancia, e uma aglomeração em frente à entrada. Muitos treinadores estavam frustrados por não terem alguma outra maneira de subir à montanha. Nem todos estavam com voadores ou algo que permitissem a escalada. De qualquer forma, a engenhoca estava sem movimento. Apenas um homem, aparentando por volta de quarenta anos de idade e um porte fisico bom para sua idade, tentava acalmar os treinadores, evitando que todos entrassem no bondinho sem funcionamento.
Atrás dele, o garoto mal camuflado o vislumbrava, juntamente do abobado Numel. Havia muita coisa a se fazer. Talvez Ayzen achasse ótimas recompensas por ajudar a população em todos os quesitos. Mas por onde começar?
Desculpe a demora, chegando perto do Natal e eu me enrolei com compras e trabalhos...
