Teatro - O espetáculo, os ovos e os pokémons de fogo

O orgulhoso sempre fora algo que acompanhou Joul em toda sua trajetória. O jovem, em nenhum momento de sua vida, soube lidar com qualquer tipo de critica ou questionamento quanto a sua capacidade para fazer algo, mesmo que, em muitos momentos, aquela situação vivida por ele fosse a primeira em sua vida. E, isso, no fim, fez com que o treinador, diante das novas palavras proferidas pelo diretor, apenas acenasse a cabeça, em sinal positivo, as palavras escutadas.

Então, com o iniciar de mais um ato, o Terri, para sua surpresa, ou quem sabe não, fora colocada novamente em um desafiador momento. Afinal de contas, com o fim das palavras da interprete de Alice, cabia ao aspirante a ator encontrar alguma maneira de incentivar o grupo que sairia em prol da mesma meta que o rapaz. Ele, por sua vez, depois de dois singelos passos a frente, olhou por alguns instantes para Karin e Alice, e, com uma voz tremula no início, começou a falar:

- Meus amigos... nunca fui um bom orador, nem muito bom com palavras de incentivo. Entretanto, diante do que esta por vir, clamo a nossos deuses que protejam as almas de todos e nos guiem a vitória. Sei que a batalha será árdua, o desafio será muito maior do que aqueles que ousamos encarar mas, em prol de tudo o que é justo e sincero, nossos deuses irão nos proteger e abençoar nossa camianhada. - E nitidamente um pouco mais confiante: - Reconheço a força, a coragem e a capacidade de todos aqui. Não vejo nenhum guerreiro pronto para desistir, vejo apenas indivíduos prontos para fazer história e dignificar quem é realmente merecedor de todo este reino. - Erguendo então o braço direito: - Por isso meus nobre companheiros de batalha, saibam que, em qualquer lugar que eu esteja, me lembrarei deste grupo e o quanto ele queria fazer justiça e dar paz a um reino tão devastado. Não seria um cavaleiro digno se me esquecesse de vocês. Sendo assim, vamos fazer história neste dia de hoje, deixar marcado em livros o que fizemos na busca pela paz de nossa civilização. VAMOS COM TUDO!! - Esbravejou Joul em suas ultimas palavras.

Agora, com o discurso feito, o ator aspirante olhou para Vivienne a espera da próxima ação. O que, querendo ou não, era um sinal de que sua fala havia sido concluída.

Depois de um feed back positivo recebido por parte do elenco, e até mesmo do diretor, Joul, que fazia o possível para controlar o êxtase sentido pelo resultado alcançado, logo iniciou a preparação para o derradeiro ato que estava por vir. E, antes mesmo que ele tivesse repassado pela parte final do roteiro, um sinal foi dado e o rapaz percebeu que estava tudo pronto para o retorno do espetáculo.

Então, com a nova movimentação do cenário, que naquele momento tomava um aspecto completamente voltado para a riqueza, um novo desenrolar do espetáculo se iniciou, completamente refém do script, o que era muito bom para se falar a verdade, dando certamente clima de tensão na plateia que ali estava. Joul, por sua vez, depois das orientações dadas por Vivienne, seguiu rumo a Bastilha visando o cumprimento de seu papel naquela estratégia.

Com isso, o aspirante a treinador, que durante todo aquele momento tentou transparecer ao público um olhar preocupado, que somava-se a certo nível de indecisão e, até mesmo, medo, acelerou pelo palco de encontro ao próximo desafio que seria vivido por sua personagem. Agora, aproximando-se da porta, que visivelmente destacava sua beleza quando se olhava para os telões do teatro, restava ao Terri esperar pelo que viria a acontecer.

Depois de atravessar um árduo caminho entre todos os acontecimentos que se desenrolavam no distrito de Ouro, o surpreso Joul enfim se via diante de mais um guardião. No entanto, diferente dos outros, aquele era completamente fabuloso, adornos de ouro envolvia a face e deixavam-na realmente com a aparência de algo grandioso e, acima de tudo, digno de guardar a entrada da Bastilha, o que, querendo ou não, poderia indicar que, toda a riqueza explicada por Alice, quando falava a respeito daquele lugar, era mesmo a pura verdade, não que o jovem cavaleiro por algum motivo tivesse duvido da mártir.

Então, com os dizeres proferidos pela face que, assim como suas antecessoras, sombavam do jovem Witcher, uma nova batalha mental se iniciou na mente do Terri, pelo menos era isso que ele tentava transparecer a plateia que se mostrava cada vez mais afoita, em busca da resposta para o novo enigma. E, enquanto andava de um lado para outro, a forma escolhida pelo aspirante a ator para indicar o período de raciocínio, algumas palavras eram balbuciadas por Joul:

- Quando diz: " - Os bens deste mundo não têm duração", a claramente uma referência de que, no fim, qualquer coisa vai mesmo acabar e que a utopia da imortalidade realmente não existe. Sendo que, isso, fica ainda mais claro quando ela continua: " - com a pressa que vêm com a mesma que vão", afinal de contas, muitas vezes ninguém pensa que tudo que é vivido pode mesmo acabar sem que se faça a menor cerimônia. - E olhando para a plateia com um olhar longínquo, como se estivesse de encontro a resposta, ele prosseguiu: " - E quando parece que fazem amanho,ela vem de surpresa e nos deita o gadanho". - Daí com o olhar, por alguns segundos, fixo no chão, antes de enfim retomar o olhar para a face, ele murmurou antes de enfim dizer em alto e bom som: - ... é a morte... É A MORTE!

Com aquelas palavras, o Terri, que por alguns instante tentava transparecer a expressão de alguém que estava com o batimento a mil por hora, colocou-se a espera da resposta que seria dada pelo guardião. Agora, era questão de tempo para que a passagem fosse liberada ou uma nova sequência de pensamentos se iniciasse...

A cada evolução daquela etapa do espetáculo, Joul procurava transparecer ao público uma gama variada de sensações, afinal, ao adentrar o local, que de acordo com o roteiro era algo espetacular de beleza e fortuna admirável, o rapaz tentava mostrar todo um grau de incredibilidade diante de lugar a seu redor. Então, com a subida no elevador, o aspirante a ator tentava transmitir todo ar de tensão que aquela etapa merecia, já que, querendo ou não, não era de conhecimento da personagem o que poderia estar por vir. E, concluindo todo aquele momento, o enfim encontro com o último As acontecia, e, para a surpresa do cavaleira, uma proposta nada convencional para um inimigo lhe era feito, algo que, no fim, certamente mudaria a vida do Witcher de uma forma que ele provavelmente nem esperaria. Fato que fez com que Joul tentava demonstrar a platéia certo grau de indecisão diante da oferta.

Realmente para alguém que passara por uma vida nada agradável como a vivida pelo Witcher, aquela proposta faria toda a diferente e mudaria consideravelmente o destino do cavaleiro e o que ele faria de sua vida daquele momento em diante. No entanto, depois de olhar por alguns segundos para chão, como se estivesse buscando indicar ao publico uma vida ao passado e tudo o que o rei tinha feito por ele, Joul, com uma risada, de certa forma sarcástica, olhara para Myu e rapidamente se pronunciou:

- Algumas pessoas, certamente cederiam a esta tentação de vida ofertada por você, pois, no fim, independentemente de qualquer percalço, todos buscam conquistar uma vida tranquila para que, na velhice, não tenham que se preocupar com nada. Contudo, eu, que nem estaria aqui para falar a verdade se não fosse meu senhor, não teria o direito de aceitar algo deste tipo. Nunca fui ninguém, nunca fui nada, meu rei, o verdadeiro governante por direito destas terras, que me salvou de uma morte precoce e me fez quem sou. Por isso, em honra a ele, estou aqui para derrubar você As de Ouro. E, enfim, partir para eliminar aquele que você chama de mestre...

Com o fim de seu discurso, Joul, tentando ser o mais discreto que conseguia, olhou para a platéia a procura de qualquer reação de aprovação a atitude de sua personagem. Agora, restava saber qual seria o próximo dado por Myu, o que certamente os encaminharia a um possível confronto direto.

De certa forma, a provocação feita por Myu fazia mesmo todo o sentido, afinal de contas, o jovem treinador era sim fiel a seu senhor e, sem qualquer duvida, daria a vida por ele, principalmente alguém que salvara o cavaleiro de uma morte provável ainda na infância. Contudo, mesmo ciente que aquelas palavras eram verdadeiras, o rapaz não estava disposto a deixar que o dito passasse desapercebido:

- Não tenho nem o que discutir com você. Sim, como você mesmo disse, daria a vida pelo meu senhor. Entretanto, se pensarmos bem, o que faço por meu mestre é algo que, além de provar o quanto estou disposto a defendê-lo, dará direitos e oportunidades a todas as pessoas e criaturas que vivem em nosso país das Maravilhas. Algo completamente diferente do vivido graças as chances dadas por aquele que você diz defender.

Então, com alguns passos dados, o cavaleiro colocou-se em posição para algo que estava prestes a acontecer. E, com a entrada de seu novo adversário, ficava claro que aquele posicionamento era para uma batalha pokémon. Fato este que foi seguido por um novo discurso do treinador:

- Saiba que, mesmo em desvantagem diante de seu parceiro, darei o melhor para provar o quanto não medirei esforços para defender e honrar as iniciativas de meu mestre. - E lançando uma de suas pokébolas ao ar, vendo Magmar se materializar em campo, o jovem Witcher foi logo dizendo: - Magmar comece usando seu Psychic, em seguida, lance sobre nosso adversário seu Confuse Ray. Vamos ver o que poderemos esperar por parte dele...

Com aquelas orientações, restava ao Terri esperar pelo contra ataque de seu oponente. O que, no fim, poderia gerar grandes preocupações a Joul.