Não passou-lhe despercebido o olhar desconfiado que havia recebido em resposta à sua pequena pergunta a respeito da presença ou falta de companhia e, à ele, não reagiu ou retrucou. Em fato, ela própria provavelmente reagiria de mesma maneira - ou seja, já eram muitas coisas as quais encontrava semelhança com a moça, se fosse parar para pensar - mas, àquela altura, tentar consertar alguma coisa talvez só piorasse toda a curta relação que começara a desenvolver com a tal não-mais-tão desconhecida. Assistiu em silêncio o jeito com o qual ela cumprimentou o pokémon rochoso, e também ouviu em quietude os comentários a respeito dos pequenos e diferenciados ratinhos que despertaram o interesse da garota - chegou a erguer de leve uma sobrancelha com o comentário a respeito de tipo literal, mas a única coisa que pôde pensar foi julgar-lhe como uma monotreinadora, embora não comentasse nada a respeito. Sua atenção, aliás, só foi desviada quando duas pequenas sombras se moveram nas folhagens, aproximando-se com tranquilidade: Em especial, o que mais lhe chamou a atenção foi o insetinho voador, afinal, ele até se parecia bem com seu Rotom... Com a exceção clara de que era bem mais parado e menos enérgico que o elétrico mas, huh, detalhes à parte!
— Ei, olá! — Cumprimentou os animais, com um curto aceno de dedos. Para além disso, apenas ofereceu um pequeno sorriso com a confirmação de que não atrapalharia se passasse mais um tempo por ali - tinha a consciência de que não era lá muito inteligente adentrar demais o olho da tempestade com seus companheiros tecnicamente "desfalcados", e a cobertura das árvores parecia perfeita para uma parada de treino rápido. Mas não apenas isso pairou sobre sua mente, como também o comentário da moça a respeito de "boys embustes" o que, mesmo que não fosse bem o caso, acendeu uma curta fagulha em seu coração - ou melhor, ainda que de leve, o sentiu se apertar dentro do peito. Afinal, já fazia um tempo que não andava e se sentia sozinha, e não era bem por acaso... — Eu não vou ficar muito por aqui, também... Talvez a gente se esbarre mais pela frente, depois? — Comentou. — Boa sorte com os seus Rattatas. Espero que encontre algum por aí... — Desejou, e não foi preciso muito mais antes que a jovem partisse, achando graça de seu jeito de se despedir e devolvendo os gestos com um singelo aceno de cabeça.
A primeira coisa que fez a partir daí, em verdade, não foi retirar seus pokémons e partir para o treino. Muito pelo contrário: Saboreou na boca outra vez o gosto do silêncio e da falta de companhia humana, logo após tê-la outra vez. Sentiu os dedos trêmulos e, por um segundo apenas, fechou os olhos e respirou com profundidade, permitindo que o coração tivesse algum tempo - por mínimo que fosse - para se estabilizar dentro do peito. Agiu, mais por involuntariedade que por consciência própria, retirando o pokénav do meio dos pertences - e assim como o havia pego, a mensagem foi escrita antes que se desse conta propriamente do fato.
Em silêncio, encarou a tela cintilante por alguns instantes; Até que começasse a se sentir patética. Foi com o pensamento de que era ela quem tinha "saído na frente", por assim dizer, que acabou guardando o aparelho antes de sequer receber uma resposta, ainda que não tivesse certeza se seria capaz de ignorá-lo caso a ouvisse chegar - e, bem, talvez não devesse, considerando que tinha sido a responsável por... argh.
Balançou a cabeça, tentando dispersar os pensamentos. Em fato, não era culpa do rapaz que precisasse de algum tempo sozinha - o problema era que ainda tinha demônios demais para se permitir desabar com todos em seus braços, como se fosse algo que ele tivesse alguma obrigação de resolver. Uma ideia talvez tola e sem sentido, mas que era sem dúvidas implantada nas profundezas de seu coração; Se nem ela estava pronta, por qual raios de motivo qualquer outra pessoa estaria para receber aquele tipo de sobrecarga?
...Era demais.
Foi quando se deu ao luxo de guardar novamente o eletrônico alaranjado que, quase oculto no meio de toda a tralha entre suas coisas, o olhar capturou o detalhe azulado de um tecido. Outra vez, o corpo parou momentaneamente de funcionar, como se fosse uma verdadeira estátua trabalhando vagarosamente para recuperar uma vida que não mais lhe pertencia. Tão devagar quanto, sentiu os movimentos retornarem quando os dedos pescaram o objeto dobrado com tanto... carinho, se tivesse que dizer, e o cachecol inevitavelmente se desenrolou sobre sua mão quando o acessório foi puxado por apenas uma de suas voltas ao invés de segurado como um todo. Em quietude, a ruiva observou os detalhes bicolores da costura e, ainda que por um instante apenas, o pressionou contra os lábios, apertando as pálpebras com sutileza e respirando o odor quase distante do perfume impregnado entre suas linhas.
Talvez fosse uma questão tola mas, naquele momento, temeu que sua despedida houvesse sido, de fato, a última vez.
Já não era algo que havia ocorrido antes, afinal?
...
A umidade entre os cílios nasceu antes que a própria ruiva se desse conta dela. A respiração falhou num parco suspiro de lamúria, banhado de uma mágoa distante que não raro assaltava seu coração. As gotas salgadas em si não chegaram a escorrer de imediato e, consequentemente, não se desalojaram de suas pálpebras: Entretanto, quando estas se entreabriram e o mundo surgiu manchado diante de si, a primeira reação foi tentar "desembaçar" essa visão e, com a mão tão próxima, o responsável por fazê-lo acabou sendo o cachecol acomodado sobre ela e, bem, a discretíssima mancha mais escura certamente não seria vista em tão baixa luminosidade.
Precisou de um tempo para si, observando o pedregulho ao seu lado. Por um segundo, questionou-se que tipo de coisa o moreno estaria pensando e fazendo naquele momento e, mais importante, como o rapaz reagiria diante daquela sua pequena sina em toda sua rebeldia; Consigo mesma, desejou saber como ele lidaria e contornaria todo o problema que pairava ao redor de tão aparente indiferente espécime que, querendo ou não, era tão... Explosivo. De maneira tão natural havia se acertado com Meo-Mey, logo após comentar que as coisas não estavam bem entre eles e, mesmo que em um sentimento estritamente passageiro, quase sentiu inveja de sua capacidade e desenvoltura com os pokémons que o acompanhavam. Querendo ou não, pensar no entrosamento que o moreno detinha com seus companheiros até era capaz de fazê-la se questionar a respeito de seu papel como treinadora...
Por bem ou por mal, não pensou.
Dentre tantas tormentas que enfrentava, não queria acumular mais uma ao caos.
Não agora.
— Ei, Nosepass... — Chamou, enquanto os dedos trabalhavam para amarrar o cachecol em torno do próprio pescoço. Se abaixou diante do rochoso, e tocou de leve a ponta dos dígitos - trêmulos - em seu nariz avermelhado, se permitindo um curto sorriso. — Vamos parar um pouco por aqui, tudo bem? Nós jájá continuamos e, daí, vamos direto para o Pyre, e você explora como quiser. — Prometeu. Então, checou o espaço do lugar; Analisou se seria suficiente para seus pokémons ou se seria necessário retornar um pouco mais "para fora", no corredor de árvores em si. Feita essa decisão, retirou duas de suas esferas e, uma a uma, liberou os monstrinhos que nelas descansavam.
O primeiro a ser liberto era uma baixíssima criatura - até menor que Nosepass - muito talentosa na arte de equilibrar bolas na cabeça. Não era um pokémon que tivera muita chance de interação, então aguardou abaixada à sua frente enquanto o feixe luminoso se moldava em seu formato arredondado. Um sorriso veio simples quando os olhos detectaram a expressão naturalmente sonolenta do gramíneo, quase como se não existisse nenhuma preocupação em seu coração. Ah, como queria tê-la para si, naquele momento...
— Oi, Gloom! — Cumprimentou, utilizando a ponta dos dedos para limpar delicadamente o canto da boca do animal... ... ...Que, bem, logo voltou a escorrer outra vez. — Eu acho que você lembra de mim, ainda... Tudo bom? — Perguntou, casual. Mas, bem, meio que não precisava se apresentar de novo e, vamos combinar, tinha que ser rápida por ali. — Eu sei que é repentino, mas você ainda tem um movimento que não domina muito bem, não é? Eu estava esperando que pudéssemos trabalhar juntos, pode ser? — Sugeriu, com um sorriso simples. — E, se der tudo certo, eu tenho uma coisa pra você quando acabarmos! — Segredou, com uma pequena piscadela. Ergueu-se, então - e contava com a boa vontade do gramíneo para que tudo desse certo, embora não o achasse particularmente problemático, huh. — Muito bem. Você tem que trabalhar um Energy Ball, não é? Se eu não me engano, você tem a base do Giga Drain, já... É praticamente a mesma coisa, mas ao invés de se concentrar em "sugar" vitalidade, você só precisa lançar a energia pra fora. Por que não tenta? — Sugeriu, indicando uma direção aleatória para que a planta fizesse seus avanços e, bem, só pôde esperar pelo melhor.
O próximo espécime a ser liberado não era nenhum novato na equipe: Muitíssimo pelo contrário, inclusive e, não obstante, também se tratava do maior dos pokémons até então disponíveis em campo (felizmente para ele, Ariel não estava ali para debater a conquista de tal posição). O projeto de dinossauro que se materializou no ar veio de maneira preguiçosa, se espreguiçando assim que seus tons arroxeados se cravaram em seu corpo e bocejando, esfregando a pata devagar no próprio rosto, fato que arrancou um breve sorriso da ruiva. Sem prestar muita atenção aos arredores (felizmente, talvez), o terrestre passeou o olhar até encontrar a imagem da treinadora e, com um espremer das pálpebras e um sorriso abobado, não escapou das mãos da moça em seu rosto, que afagaram o local brevemente e o fizeram emitir um barulho contente.
— Ei, meu garoto... — Sorriu, apertando de leve uma das bochechas do forte roedor entre os dedos. — Como você tá? — Questionou, e não demorou a receber um grunhido preguiçoso em resposta. — Você tava descansando, é? Foi mal... — Deu um riso meio sem graça. — Mas eu tenho que te interromper. Olha, esse é o tempo que eu arranjei pra gente terminar os seus treinamentos e eu juro pra você que já tá acabando... Só que realmente não dá mais pra adiar, então preciso da sua ajuda, tudo bem? — Pediu, recebendo outro grunhido em resposta... Embora esse parecesse mais uma reclamação? — Ah, não faz assim! Depois a gente vai na cidade e arranja uns doces pra você, que tal? — Sugeriu. A ideia, para sua felicidade, pareceu acender uma pequena chama de vontade no venenoso, que seria mais que suficiente para o momento. — Pois bem! Zuby, vamos começar com o Toxic, ok? Nada muito difícil pra você, eu imagino... Vamos fazer que nem com o Poison Jab: Só preciso que você acumule o veneno em seu corpo e se prepare pra "soltar". Vamos? — Incentivou.
Além disso, claro, tinha Nosepass, o qual precisava prestar atenção o tempo todo só pra garantir que ele teria paciência de esperar: Com sorte, ele se contentaria com a liberdade adquirida de explorar pelo Pyre e tudo estaria certo.
...
Como será que estariam as coisas por lá, aliás?
— Ei, olá! — Cumprimentou os animais, com um curto aceno de dedos. Para além disso, apenas ofereceu um pequeno sorriso com a confirmação de que não atrapalharia se passasse mais um tempo por ali - tinha a consciência de que não era lá muito inteligente adentrar demais o olho da tempestade com seus companheiros tecnicamente "desfalcados", e a cobertura das árvores parecia perfeita para uma parada de treino rápido. Mas não apenas isso pairou sobre sua mente, como também o comentário da moça a respeito de "boys embustes" o que, mesmo que não fosse bem o caso, acendeu uma curta fagulha em seu coração - ou melhor, ainda que de leve, o sentiu se apertar dentro do peito. Afinal, já fazia um tempo que não andava e se sentia sozinha, e não era bem por acaso... — Eu não vou ficar muito por aqui, também... Talvez a gente se esbarre mais pela frente, depois? — Comentou. — Boa sorte com os seus Rattatas. Espero que encontre algum por aí... — Desejou, e não foi preciso muito mais antes que a jovem partisse, achando graça de seu jeito de se despedir e devolvendo os gestos com um singelo aceno de cabeça.
A primeira coisa que fez a partir daí, em verdade, não foi retirar seus pokémons e partir para o treino. Muito pelo contrário: Saboreou na boca outra vez o gosto do silêncio e da falta de companhia humana, logo após tê-la outra vez. Sentiu os dedos trêmulos e, por um segundo apenas, fechou os olhos e respirou com profundidade, permitindo que o coração tivesse algum tempo - por mínimo que fosse - para se estabilizar dentro do peito. Agiu, mais por involuntariedade que por consciência própria, retirando o pokénav do meio dos pertences - e assim como o havia pego, a mensagem foi escrita antes que se desse conta propriamente do fato.
[Para Luch] escreveu:"Ei. Tudo ok?"
Em silêncio, encarou a tela cintilante por alguns instantes; Até que começasse a se sentir patética. Foi com o pensamento de que era ela quem tinha "saído na frente", por assim dizer, que acabou guardando o aparelho antes de sequer receber uma resposta, ainda que não tivesse certeza se seria capaz de ignorá-lo caso a ouvisse chegar - e, bem, talvez não devesse, considerando que tinha sido a responsável por... argh.
Balançou a cabeça, tentando dispersar os pensamentos. Em fato, não era culpa do rapaz que precisasse de algum tempo sozinha - o problema era que ainda tinha demônios demais para se permitir desabar com todos em seus braços, como se fosse algo que ele tivesse alguma obrigação de resolver. Uma ideia talvez tola e sem sentido, mas que era sem dúvidas implantada nas profundezas de seu coração; Se nem ela estava pronta, por qual raios de motivo qualquer outra pessoa estaria para receber aquele tipo de sobrecarga?
...Era demais.
Foi quando se deu ao luxo de guardar novamente o eletrônico alaranjado que, quase oculto no meio de toda a tralha entre suas coisas, o olhar capturou o detalhe azulado de um tecido. Outra vez, o corpo parou momentaneamente de funcionar, como se fosse uma verdadeira estátua trabalhando vagarosamente para recuperar uma vida que não mais lhe pertencia. Tão devagar quanto, sentiu os movimentos retornarem quando os dedos pescaram o objeto dobrado com tanto... carinho, se tivesse que dizer, e o cachecol inevitavelmente se desenrolou sobre sua mão quando o acessório foi puxado por apenas uma de suas voltas ao invés de segurado como um todo. Em quietude, a ruiva observou os detalhes bicolores da costura e, ainda que por um instante apenas, o pressionou contra os lábios, apertando as pálpebras com sutileza e respirando o odor quase distante do perfume impregnado entre suas linhas.
Talvez fosse uma questão tola mas, naquele momento, temeu que sua despedida houvesse sido, de fato, a última vez.
Já não era algo que havia ocorrido antes, afinal?
...
A umidade entre os cílios nasceu antes que a própria ruiva se desse conta dela. A respiração falhou num parco suspiro de lamúria, banhado de uma mágoa distante que não raro assaltava seu coração. As gotas salgadas em si não chegaram a escorrer de imediato e, consequentemente, não se desalojaram de suas pálpebras: Entretanto, quando estas se entreabriram e o mundo surgiu manchado diante de si, a primeira reação foi tentar "desembaçar" essa visão e, com a mão tão próxima, o responsável por fazê-lo acabou sendo o cachecol acomodado sobre ela e, bem, a discretíssima mancha mais escura certamente não seria vista em tão baixa luminosidade.
Precisou de um tempo para si, observando o pedregulho ao seu lado. Por um segundo, questionou-se que tipo de coisa o moreno estaria pensando e fazendo naquele momento e, mais importante, como o rapaz reagiria diante daquela sua pequena sina em toda sua rebeldia; Consigo mesma, desejou saber como ele lidaria e contornaria todo o problema que pairava ao redor de tão aparente indiferente espécime que, querendo ou não, era tão... Explosivo. De maneira tão natural havia se acertado com Meo-Mey, logo após comentar que as coisas não estavam bem entre eles e, mesmo que em um sentimento estritamente passageiro, quase sentiu inveja de sua capacidade e desenvoltura com os pokémons que o acompanhavam. Querendo ou não, pensar no entrosamento que o moreno detinha com seus companheiros até era capaz de fazê-la se questionar a respeito de seu papel como treinadora...
Por bem ou por mal, não pensou.
Dentre tantas tormentas que enfrentava, não queria acumular mais uma ao caos.
Não agora.
— Ei, Nosepass... — Chamou, enquanto os dedos trabalhavam para amarrar o cachecol em torno do próprio pescoço. Se abaixou diante do rochoso, e tocou de leve a ponta dos dígitos - trêmulos - em seu nariz avermelhado, se permitindo um curto sorriso. — Vamos parar um pouco por aqui, tudo bem? Nós jájá continuamos e, daí, vamos direto para o Pyre, e você explora como quiser. — Prometeu. Então, checou o espaço do lugar; Analisou se seria suficiente para seus pokémons ou se seria necessário retornar um pouco mais "para fora", no corredor de árvores em si. Feita essa decisão, retirou duas de suas esferas e, uma a uma, liberou os monstrinhos que nelas descansavam.
Energy Ball
O primeiro a ser liberto era uma baixíssima criatura - até menor que Nosepass - muito talentosa na arte de equilibrar bolas na cabeça. Não era um pokémon que tivera muita chance de interação, então aguardou abaixada à sua frente enquanto o feixe luminoso se moldava em seu formato arredondado. Um sorriso veio simples quando os olhos detectaram a expressão naturalmente sonolenta do gramíneo, quase como se não existisse nenhuma preocupação em seu coração. Ah, como queria tê-la para si, naquele momento...
— Oi, Gloom! — Cumprimentou, utilizando a ponta dos dedos para limpar delicadamente o canto da boca do animal... ... ...Que, bem, logo voltou a escorrer outra vez. — Eu acho que você lembra de mim, ainda... Tudo bom? — Perguntou, casual. Mas, bem, meio que não precisava se apresentar de novo e, vamos combinar, tinha que ser rápida por ali. — Eu sei que é repentino, mas você ainda tem um movimento que não domina muito bem, não é? Eu estava esperando que pudéssemos trabalhar juntos, pode ser? — Sugeriu, com um sorriso simples. — E, se der tudo certo, eu tenho uma coisa pra você quando acabarmos! — Segredou, com uma pequena piscadela. Ergueu-se, então - e contava com a boa vontade do gramíneo para que tudo desse certo, embora não o achasse particularmente problemático, huh. — Muito bem. Você tem que trabalhar um Energy Ball, não é? Se eu não me engano, você tem a base do Giga Drain, já... É praticamente a mesma coisa, mas ao invés de se concentrar em "sugar" vitalidade, você só precisa lançar a energia pra fora. Por que não tenta? — Sugeriu, indicando uma direção aleatória para que a planta fizesse seus avanços e, bem, só pôde esperar pelo melhor.
Toxic
O próximo espécime a ser liberado não era nenhum novato na equipe: Muitíssimo pelo contrário, inclusive e, não obstante, também se tratava do maior dos pokémons até então disponíveis em campo (felizmente para ele, Ariel não estava ali para debater a conquista de tal posição). O projeto de dinossauro que se materializou no ar veio de maneira preguiçosa, se espreguiçando assim que seus tons arroxeados se cravaram em seu corpo e bocejando, esfregando a pata devagar no próprio rosto, fato que arrancou um breve sorriso da ruiva. Sem prestar muita atenção aos arredores (felizmente, talvez), o terrestre passeou o olhar até encontrar a imagem da treinadora e, com um espremer das pálpebras e um sorriso abobado, não escapou das mãos da moça em seu rosto, que afagaram o local brevemente e o fizeram emitir um barulho contente.
— Ei, meu garoto... — Sorriu, apertando de leve uma das bochechas do forte roedor entre os dedos. — Como você tá? — Questionou, e não demorou a receber um grunhido preguiçoso em resposta. — Você tava descansando, é? Foi mal... — Deu um riso meio sem graça. — Mas eu tenho que te interromper. Olha, esse é o tempo que eu arranjei pra gente terminar os seus treinamentos e eu juro pra você que já tá acabando... Só que realmente não dá mais pra adiar, então preciso da sua ajuda, tudo bem? — Pediu, recebendo outro grunhido em resposta... Embora esse parecesse mais uma reclamação? — Ah, não faz assim! Depois a gente vai na cidade e arranja uns doces pra você, que tal? — Sugeriu. A ideia, para sua felicidade, pareceu acender uma pequena chama de vontade no venenoso, que seria mais que suficiente para o momento. — Pois bem! Zuby, vamos começar com o Toxic, ok? Nada muito difícil pra você, eu imagino... Vamos fazer que nem com o Poison Jab: Só preciso que você acumule o veneno em seu corpo e se prepare pra "soltar". Vamos? — Incentivou.
Além disso, claro, tinha Nosepass, o qual precisava prestar atenção o tempo todo só pra garantir que ele teria paciência de esperar: Com sorte, ele se contentaria com a liberdade adquirida de explorar pelo Pyre e tudo estaria certo.
...
Como será que estariam as coisas por lá, aliás?