Re: Em busca de algo pra fazer

por **Victoria** Sex 01 Jan 2021, 15:25

8:10

Gabriel até entrara no Igreja sem muitos problemas. Lugar para sentar não faltava, afinal de contas... era uma igreja. Qualquer um dos bancos serviam: só tome cuidado para não sujar demais o chão. A construção estava organizada de uma forma um tanto quanto peculiar. O Altar na frente-fundo da instituição fora prolongado para "mais para frente", as cadeiras que costumavam ficar no meio foram retiradas e postas pra campo, os portões grandes e janelas de correr que vivem fechadas, se abriram por completo, fazendo daquela construção barroca estranhamente iluminada.

Igrejas costumam ser escuras e meio úmidas. Tudo isso conserva melhor os quadros, artes & esculturas. A madeira mancha com exposição ao sol... por essas e outras, a Primeira Igreja Católica de Vermilion quase nunca tem toda essa luz. Era privilégio de Gabriel visitar o local num desses momentos. Entrara de frente para um cristo-crucificado, caminhara mais um pouco até um banco e quando sentou/encostou, ouviu um ranger bem baixinho, porém continuo. Se movesse-se um pouco mais, repararia que seu remexer influenciava o ritmo e a altura daquilo.

Se olhasse ao longo do banco, veria um véu.

A velhinha estava indo em sua direção quando antes que ele pudesse verificar o barulho... ela ouvira ele e logo tomava um susto. Apesar de estar lá por 10 minutos, a dona-velhinha não tinha visto ainda o garoto:
- Meu Deus! Não me assuste assim rapaz, não te vi entrar! - Isso era bem estranho, visto que Gabriel passou bem na sua frente - Sou Luzia, da organização do dízimo.

por **Nerkon** Sex 01 Jan 2021, 17:45

Azurill [33/60]
Skrelp [30/40]

Bem estranho ver uma igreja tão tradicional e quiçá histórica estar iluminada assim, né? Talvez por ser hora da limpeza. Pois bem, eu tava quase brincando de me mexer no banco pra fazê-lo ranger (admito, não resisto a esse tipo de coisa tão facilmente), quando a velha finalmente me notou e veio até mim. Fiz aquela apresentaçãozinha meia boca e escutei ela.

- É um prazer... Bom, não sei se vim em boa hora. - Lógico que não. - Mas realmente queria saber melhor sobre o ensaio o quanto antes, talvez praticar ou ajudar em algo sobre a peça?

por **Victoria** Sex 01 Jan 2021, 20:56

8:15

Depois dele ter cagado pro que eu falei do véu, Gabriel decidiu se engraçar com a velhinha. Pois é minha gente, ele é um rapaz bastante estranho mesmo. De qualquer forma, o véu continuou ali, se ele quiser ver depois, talvez ele se faça de difícil, mas não deve ir embora não. No mais, a velhinha ouviu a dúvida e respondeu com um sorriso:
- O meu jovem, não precisa ensaiar não. É só na cena de carregar a cruz. Tu pode só andar, é só passar por ali oh - Ela apontou para o corredor recém-aberto e iluminado da igreja - Ai tu chega ali oh - Apontou pro altar - E põe a cruz em pé ali - Apontou para uma das paredes. De fato parecia ter uma cruz ali outrora, certamente foi retirado. Ficara ali a tantos anos que marcara a parede - Você só precisa tirar a roupa, caminhar e ir embora. Não deve durar mais de 3 minutos sua cena não, você quer mesmo ensaiar? Se quiser eu pego os chicotes.

por **Nerkon** Sex 01 Jan 2021, 23:07

Azurill [35/60]
Skrelp [32/40]

Chicotes??? Não, não mesmo, se realmente não precisa de ensaio eu vou é deixar isso quieto e só buscar outra coisa pra fazer.

- Ah, se é assim então não precisa não. - Falei um pouco atrapalhado mesmo, mas o importante é deixar aquilo de lado. A cena parece simples o bastante mesmo, então... bem, e esse véu aí? Sinto que tem olhos em mim querendo que eu reaja pra ele, sei lá. Custa nada perguntar né?

- A propósito, e esse véu ali no banco? Alguém esqueceu ele? - Será que teve casamento? ...ou terá? Vai saber. Só quero me livrar dessa sensação esquisita.

por **Victoria** Ter 05 Jan 2021, 05:58

8:20

Ah, me desculpa eu, me desculpa katia, é a desgramada da katiaça. Eu esqueci por completo de descrever o véu, mas ele não era de noiva!! Ele tava mais para um véu santo, algo bem católico mesmo. Coisa de Maria ou Nossa Senhora, sabe?! Quando Gabriel perguntou, a moça logo arregalou o olhão e disse:
- O QUE ISSO ESTÁ FAZENDO AQUI?! - Seu olhar fora diretamente para uma estátua na parede, bastante iluminada. A arte era Maria, mãe de Jesus, em pranto. Era mais uma das artes feitas para ilustrar a morte de cristo - Como isso foi parar aqui?! - Continuou se perguntando, descrente.

De fato, a estátua estava sem nenhum véu e parecia muito que bem trancada na vitrine de vidro & fechadura, no alto de uma das paredes. Bem, a mulher estava tão perdida que não fazia ideia de como reagir; um pouco sem jeito, pegou o véu e tentou levá-lo para a sacristia. Quando Gabriel ficara sozinho com aquele banco, ele viu um pequeno brilho no pé do banco... como se a lanterna de um celular tivesse acendido sozinha no chão.

por **Nerkon** Ter 05 Jan 2021, 12:58

Azurill [37/60]
Skrelp [34/40]

Ah, então não é véu de casamento e foi "esquecido" pela estátua e... sabe-se lá como saiu de lá. Ok, deixa isso pra lá, acho que a velha resolve. Até porque parece que alguém esqueceu seu celular ou tablet por aqui, depois que ela tirou o véu que eu vi um brilho no chão, bem daquele jeito de quando teu celular espatifa ali sem tu perceber, né? Me abaixei pra encontrar a origem do brilho e pegá-la.

por **Victoria** Ter 05 Jan 2021, 14:59

8:22

O pequeno brilho fora alcançado por Gabriel e... sumiu?! Quando ele tentou agarrar a luminosidade, uma risada ecoou em sua cabeça, e talvez num ato reflexo ele olhasse para trás. Se assim fizesse, veria que o mesmo brilho havia se teleportado para o alto, mas não tão alto assim. Era um candelabro de parede, que apesar de apagado, tinha uma luz incessante em seu cerne de metal.

Olhando ou não, a risada ecoaria dentro de sua cabeça de novo e uma voz um tanto quanto infantil questionaria Gabriel:
- Vamos brincar!!! Brica comigo... o que você quer pra brincar comigo?

A velhaca ainda estava na sacristia, tentando não sujar nada daquele véu sagrado! A luz poderia ser alcançada se assim Gabriel quisesse, mas aos poucos ela ia começando a se mover em direção a janela, como quem quisesse fugir daquele ambiente sagrado aos poucos.

por **Nerkon** Ter 05 Jan 2021, 15:33

Azurill [39/60]
Skrelp [36/40]

Quando estive prestes a alcançar o brilho foi que ele desapareceu. Não era um celular, na verdade parecia mais aquelas brincadeiras que tu faz com um cão ou gato, até por isso me senti um Meowth ali... Bem, seria só isso se não tivesse escutado um riso que pareceu vir de dentro da minha cabeça. Num ato de reflexo (não percebi de início a "origem" do som) eu saltei e olhei pra trás, descobri então que a luz estava mais alta, num candelabro que mesmo apagado brilhava.

Escutei o riso novamente, mas dessa vez uma voz infantil falou comigo. Isso não é humano, na verdade deve ser um Pokémon psíquico pregando peças... ou estou ficando maluco mesmo, sei lá. A velha não pareceu ter notado a luz ou escutado a voz, enquanto isso vi que, mesmo que lentamente, a luz começou a se mover.

Quer brincar? Vamos brincar, eu vou pegar essa luz e descobrir a identidade dessa assombração. E aí eu posso te responder, né?

por **Victoria** Ter 05 Jan 2021, 15:48

8:25

Gabriel decidira entrar na brincadeira. Levantou-se do banco, correu atrás da pista e a viu se esvaindo mais uma vez de suas mãos. A diferença é que dessa vez ela não "teleportou-se", apenas arrastou-se do candelabro para a parede, e da parede para a janela. Quando o garoto a perseguiu, viu-se tocando o emoldurado de vidro baixo, que dava vazão à luz do sol, junto de uma vista praiana que projetava um porto para longe da costa.

Fora essa uma das últimas cenas de Gabriel até a luz decidir voltar ao seu encontro. Um vento forte tocou-lhe o resto e jogou seu cabelo para trás. Em reflexo, ele fecharia os olhos e quando abrisse novamente, veria uma estrela luminosa demais!
- Como você quer brincar?! - Disse o objeto brilhoso. Gabriel certamente não conseguiria vê-lo muito bem, próximo demais & luminoso demais, mas ouví-lo era inevitável. Sua voz parecia vir de dentro de sua própria consciência.

por **Nerkon** Ter 05 Jan 2021, 15:55

Azurill [41/60]
Skrelp [38/40]

Eis que a luz dessa vez não se teleportou. Não, isso seria muito fácil, o que ela fez foi correr de canto a canto sem me dar chance de alcançá-la. E, nesse meio, eu acabei indo de encontro à visão do exterior. Praia, porto, tudo normal, mas é difícil ver o bicho que estou perseguindo daqui, não é?

Talvez a "criança" tenha percebido isso quando voltou com força (e bastante vento), tanto que meu reflexo foi fechar os olhos e colocar um dos braços na frente do rosto. Quando abri... Já falei que a luz cega meus olhos? PORQUE ELA CEGA, CACETE. ESSE NEGÓCIO BRILHA DEMAIS.

- Começa tirando essa luz porque eu não consigo te ver e meus olhos doem! - Falei em alto tom, já sem dar muita bola pra possibilidade da velha me escutar, vir até aqui, descobrir que estou falando e fazendo gestos sozinho e pensar que estou lélé da cuca. Já é tarde demais pra isso.

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