#004 - Seguindo a corrente.

A tentativa falha da Electrike em tentar paralisar Bloom, resultou em muitos benefícios para a equipe de Mísia. Era exatamente o tempo de "resfresco" que precisava para traçar uma estratégia de sobrevivência e foi exatamente isso que a garota fez, sacrificando um dos movimentos ofensivos para investir na recuperação da energia da própria Hatenna. Com isso, a Bloom retornava de vez ao jogo e poderia investir em dois movimentos Confusion na rodada seguinte, sob o constante suporte de Dante, é claro.

A selvagem foi a primeira a agir, lançando mais um de seus poderosos rosnados que serviam quase como um Battle Cry motivador de tropas. Entretanto, a Pokémon estava sozinha, sem seu bando, então apenas ela se beneficiava do aumento da ofensividade. Já Bloom, não se importava tanto com esses sons, apenas usando das suas forças psiônicas para dar um trato na adversária, ao passo que o Torchic simplesmente grunhia para a Electrike, contrabalanceando seu aumento de ataque com uma diminuição. É óbvio que a selvagem não havia gostado nada disso, então assim que se livrou da aura da Hatenna, aplicou seu Quick Attack sobre a própria psíquica, quase lançando a pequena para trás de Dante. Em resposta, Bloom atacou mais uma vez, deixando a adversária bem perto de uma derrota, ao mesmo tempo que o Torchic repetia sua estratégia...

— Ouso dizer que está a um passo da vitória, se nada der errado, é claro... — Comentou o aprendiz com seus olhos caídos, dando uma risada logo em seguida e terminando com um "sinal de positivo" com o dedo polegar em riste. O que Mísia faria agora, afinal?


Campo: Trilha de terra seca, cercada de uma grama amarelada pelo constante Sol. Há um jardim com flores de pétalas vermelhas ao redor e parecem bem vívidas com o calor que recebem.

Não era nem mesmo necessário as palavras de Nick para que Mísia compreendesse que o embate estava chegando ao fim. Electrike havia sido uma formidável desafiante, mas sucumbiria em breve aos poderes de Bloom e Dante, além das decisões estratégicas da própria garota, que iam muito além do instinto de defesa do Pokémon. Sendo assim, diante de um momento decisivo, a Coordenadora lançou todas suas cartas em uma tática totalmente ofensiva por parte dos seus dois companheiros. Restava saber se realmente isso ia ser o bastante para a vitória...

Como antes, Electrike foi a primeira a agir. Desesperada pelas dores no corpo e a pressão infligida pelos dois adversários, tentou lançar novamente uma onda eletromagnética sobre Bloom, mas sem sucesso. Em contrapartida, recebeu diretamente os golpes psíquicos e de fogo, que além e lançá-la de um lado para o outro do jardim, acertando a cabeça em placas e flores, a Pokémon também acabou incendiada pelo movimento do Torchic, que acabou destruindo algumas flores por ali, além de chamuscar o solo. Em resposta, após estabilizar-se novamente, a selvagem foi diretamente para cima da Hatenna, abrindo bem a mandíbula para cravar suas presas na psíquica, era o efetivo Bite, que varreu uma quantidade considerável a energia da psíquica e ainda a deixou hesitante, sem conseguir atacar.

Vendo sua companheira letárgica e sem ação, Dante pareceu desesperar-se um pouco. Ele arregalou os olhos e agitou as patinhas em leves saltos. Começou a correr, com medo de ainda ser alvo de algum movimento - apesar de não ser mais possível nesta rodada - e só quando sentiu-se mais seguro pela distância é que lançou um novo golpe lança-chamas. Dessa vez, apesar de não macular o jardim, o Pokémon conseguiu causar queimaduras na Electrike que, já em estado crítico, não aguentou os ferimentos e desmaiou... Enfim, era o fim do combate e ele foi "emoldurado" pelas palmas de Nick.

— Parabéns Mísia! Seu Torchic é realmente corajoso, ele também parece ser um tanto estratégico, então vale a pena "puxar" esse lado dele... — Comentou o garoto, com um sorriso amistoso no rosto. Em seguida, após os elogios, Nick observou a desmaiada Pokémon, questionando o que a garota faria à respeito... — Hmmm... Bem, agora que a batalha terminou, o que você pretende fazer com a Electrike? Ela é bem forte, talvez valha a pena capturá-la. Mas se não, talvez devêssemos ajudá-la de alguma forma antes de continuarmos, né? — Indagou o rapaz, levando uma mão ao rosto com um ar de pensativo. Já Bloom e Dante pareciam absortos da situação e comemoravam da sua forma. O pequeno corria ao redor da Hatenna, que simplesmente mantinha-se levemente saltitante e contente. Por sua vez, Stormy observava tudo com ares de mãe e pensava no momento em que agiria também sob os comandos de Mísia. Diante isso tudo, o que a garota faria?

Resumo escreveu:
Bloom recebeu 2.105 EXP, +7 de felicidade e subiu para o Nível 18!

Dante recebeu 2.105 EXP, +25 de feliciade e subiu para o Nível 13!
Dante pode aprender Ember, Quick Attack, Flame Charge e Detect. Deseja esquecer algum movimento?

Campo: Trilha de terra seca, cercada de uma grama amarelada pelo constante Sol. Há um jardim com flores de pétalas vermelhas ao redor e parecem bem vívidas com o calor que recebem.

A batalha enfim encerrava-se, mas os questionamentos e a busca por compreender seus sentimentos em relação aos embates, ainda lutavam internamente no coração de Mísia. Provavelmente não seria agora que ela tomaria uma decisão sobre sua visão acerca de batalhas e nem seria a última vez que se veria em meio a um conflito destes, inclusive contra selvagens. Mas enfim... Havia muito caminho pela frente até que a jovem alcançasse seu objetivo no Forina Valley, então não podia perder muito tempo...

Enquanto Bloom e Dante interagiam entre si, Artemísia tratou de se aproximar da Hatenna para elogiar seu desempenho, afinal a Pokémon havia dado tudo de si para proteger a integridade do Torchic, até mesmo sofrer danos que não era direcionados para ela, tudo isso para agradar os desejos de sua treinadora. Ou melhor, os sentimentos da garota, que podiam ser sentidos graças a sua habilidade natural. Mas engana-se quem acha que foi pura obrigação, ao ouvir o elogio da sua treinadora, a Pokémon encheu seu coração de alegria e criou laços mais fortes com a jovem (+2 Happiness), sendo trazida de volta para sua cápsula logo em seguida. Já Dante não tinha a mesma noção emocional que sua companheira e parecia um pouco nervoso... Enfim, ainda estava em um período conturbado do crescimento.

Por fim, restava responder Nick sobre o que fazer com a Electrike selvagem. Capturá-la não era de interesse de Mísia e não parecia ser também o interesse do rapaz, mas este não sentia-se confortável de simplesmente deixar a Pokémon por ali, sugerindo tratar dela antes de enfim partir. Artemísia concordava e comentava sobre a possibilidade de haverem berries curativas por perto que lhe pudessem ser dadas — É uma possibilidade, mas acho que só mais a frente... Também há um riacho na cabana que eu falei mais cedo, posso carregar a Pokémon até lá e então deixamos que se recupere...  — Sugeriu o jovem treinador, já abaixando próximo da Electrike para pegá-la no colo

— Só há um problema... Se formos atacados, você terá que nos defender até eu conseguir tomar uma ação com as mãos ocupadas.. — Explicou o rapaz, deixando as decisões para Mísia. Se estivesse tudo certo, ele pegaria o Pokémon e sairiam dali em direção à trilha que levava até a cabana comentada. O que a Coordenadora decidiria?

Resumo escreveu:
Dante pode aprendeu Quick Attack e Flame Charge!

Mísia e Nick haviam chegado a um acordo do que fazer. Levariam a Electrike até a Cabana marcada no mapa para que pudessem tratar dela antes de liberá-la novamente no Bioma. Sendo assim, o aprendiz pegou a canídea elétrica no colo e a ergueu, deixando que a garota seguisse na frente para guiar o grupo. De acordo com o mapa o destino da dupla não era muito longe... Eles teriam que seguir pela trilha de terra seca por alguns metros, fazendo algumas curvas à direita e esquerda, seguindo a tortuosidade do penhasco que levava ao vale. Felizmente, durante todo esse trajeto não houve qualquer ataque de selvagens, então a chegada até a Cabana foi relativamente tranquila. ó havia um problema, eles não estavam sozinhos por lá...

— Blaze, use Flamethrower e varra eles do mapa!  — Dizia um rapaz de cabelos espetados, uma calça preta, botas e luvas marrons e uma camisa regata, mas curiosamente de gola alta, toda na cor vermelha. Ele comandava um Charmeleon no que parecia ser uma batalha em horda contra cinco Zigzagoon. O rapaz também não parecia ter muito cuidado com o cenário em si, chamuscando parte da lateral da cabana de madeira, nocauteando dois selvagens e fazendo os outros três escaparem para a Floresta, com os pelos em chamas  — Hahaha! Covardes, fugiram! Você é demais, acabou com eles Blaze!  — Gargalhou o jovem, parabenizando seu esquentadinho Charmeleon. Eles nem haviam notado a chegada de Mísia e Nick.

— Hm, Perdão, boa tarde. Você é o dono desta cabana? — Dizia Nick, com seu olhar semi cerrado e uma expressão de constante tranquilidade, aproximando-se lentamente do jovem para questionar sua relação com aquela casa — Vimos no Mapa que havia essa Cabana aqui e não indicava um dono, então gostaríamos de tratar dessa Electrike e descansar um pouco. Será que há problema? — Mais uma vez, questionou o aprendiz, tentando ser o mais político possível. Contudo o jovem não parecia disposto a conversas — Ei, dá o fora! E deixa a Electrike aí que eu vou capturar, será que vocês não tem Bolas pra isso?  — Ordenou o estranho treinador, em um tom ameaçador, imitado pelo seu Charmeleon. Como Mísia reagiria a tudo isso?

Após o encontro incômodo com o abusado treinador e seu Charmeleon, os ânimos definitivamente se exaltaram no local. Nick até tentou apaziguar a situação com uma conversa tranquila e civilizada, mas o jovem que já se encontrava por lá, tratou de demonstrar que não queria paz e estava preparado para enfrentar a dupla que chegava, tendo até mesmo a "cara de pau" de dizer que capturaria a Electrike que agora estava nos braços do aprendiz. Era evidente que Mísia não ficaria quieta diante dessa situação e, ao notar que o diálogo não parecia ir para frente, resolveu colocar o garoto em seu devido lugar, apesar de só ter deixado ele mais "irritadinho" do que antes. Bem, pelo menos era a aparência inicial do jovem, que logo em seguida colocou as mãos na cintura e gargalhou como um lunático, sendo acompanhado pelo seu Pokémon.

— Só deve ser uma piada você achar que pode falar assim comigo. Eu que mando por aqui, simplesmente não podem comigo!  — Gritava o cara de roupas estranhas, cerrando os punhos em tom ameaçador, enquanto seu Pokémon enchia a boca com chamas avermelhadas, pronto para lançar em qualquer um assim que recebesse a ordem. Nick, diante disso tudo, sacudiu a cabeça negativamente e resolveu dar apenas atenção à Mísia, ignorando um pouco o exaltado treinador — O que mais tem por aí são treinadores assim, que acham ser donos de tudo e de todos simplesmente porque nunca perderam... Às vezes é importante colocar um pouco de juízo à força na cabeça dessas crianças, mas se você preferir podemos ir para outro lugar Mísia... — Afirmava o aprendiz, ao passo que o treinador do Charmeleon, sentia-se ainda mais desafiado por estar sendo ignorado.

— Calem a boca! Já disse, larga a Electrike e mete o pé! Se não gostou, vai virar churrasco! Blaze, use Flamethrower nesses dois! — Ordenava o lunático rapaz, apontando Nick e Mísia. Imediatamente o aprendiz segurou a Electrike com mais forças contra o próprio peito e saltou para o lado, desvaindo das chamas. Já Mísia, mesmo não necessariamente desviando, não era acertada por pouco. Ao que parecia, o jovenzinho não tinha qualquer escrúpulos e não estava brincando quando considerava que não eram páreos para ele. Como Artemísia reagiria a essa situação?