Criando Mega Vinculos!

A exuberante visão das Cataratas de Tohjo, uma soma perfeita entre o ambiente montanhoso seguido do rupestre predominante da região próxima ao Mt. Silver, seguindo pelas águas oriundas do interior da montanha em conjunto com o derretimento das geleiras, formando uma queda d’água tão intimidadora quanto bela. Todo o conjunto delas deixando aquele rio extremamente rico em minerais e nutrientes é o motor perfeito para nutrir os pastos e florestas que se seguem abaixo, onde a pequena New Bark e adjacências fazem uso extrativista com total respeito e gratidão. É nesse ambiente que Rafael, o jovem criador, busca uma pessoa importante e misteriosa: Steven Stone, herdeiro e especialista em rochas exóticas, como àquelas duas que portava no momento.

Ao seu lado, seus fiéis companheiros: a grande Salamence Ártemis servia de babá e segurança de Tao e Ace, ambas ainda em suas disputas pessoais, como quem salta mais alto, quem corre mais rápido… ou quem chama mais a atenção de Rafael! Assim, eles davam os primeiros passos em direção ao interior das montanhas, em busca do especialista. Do alto das asas dracônicas era possível ver um pequeno acampamento de duas ou três barracas. Junto delas, um homem e uma mulher preparavam algo em uma cozinha improvisada numa fogueira. O cheiro era bom, mas a possibilidade de conseguir informações era ainda mais preciosa. O clima era quente e nublado, o que ajudava com o fato de estarem em campo aberto.    

Uma abordagem direta montado em um dragão grande e ameaçador, vindo dos céus, para um singelo acampamento de um casal de meia idade, o que poderia dar errado? Recolhendo suas duas coelhinhas, claro que Ace fez uma pequena birra, já que adorava ficar ao ar livre. Tao olhou com aquela famosa “carinha de pidona”, mas o fim acatou a orientação de seu mestre. Assim, ouvindo os comandos, Ártemis pensou bem em como se aproximar de forma calma e leve. Acontece que mesmo de forma calma e leve, a aterrissagem de um dragão ainda gera uma comoção. O deslocamento de ar gerado pela aproximação de Salamence fez tudo balançar, incluindo as barracas! O casal teve de virar o rosto e cobrir os olhos para não ter alguns grãos de poeira jogados em lugares incômodos! - Ora, ora… - o homem comenta, admirado, ao ver aquela cena incomum. Um jovem sobre um Pokémon poderoso como aquele, se oferecendo para se juntar à refeição. Ok, foi de um modo completamente abrupto e sem ser convidado? Foi, mas esse não era bem um problema!





Ele então se levanta de onde estava e vai na direção de Rafa. É um homem de meia idade, pele mais clara, porém castigada pelo tempo, vestes simples e um ar bem pacato. - Não vejo problemas com isso, meu rapaz. O que acha, querida? - ele então se vira para a mulher. Esta por sua vez devia possuir uma idade equivalente ao homem, mas não aparentava. Usava também vestes mais simples, mas era acompanhada de adornos e adereços que a destacavam. Não era nada extravagante, muito pelo o contrário, mas ela parecia bem mais à vontade naquele ambiente. Com um sorriso de irritação no rosto, ela também se aproxima. - Claro que não! Mas espere um pouco mais de ajuda depois de jogar uma tonelada de poeira no meu guisado, rapazinho! - sabe aquele tom maternal de bronca? Era exatamente aquilo: uma mãe chateada, mas que sabia que o engano da criança não fora proposital.

Agora que havia se aproximado, o aroma exalado pela comida invadia as narinas tanto de Rafa quanto de Ártemis, e era fabuloso! Apesar de parecer simples, era um prato bem robusto, com um cheiro bem característico de curry - Bem, vejamos… podemos começar com sua barra de chocolate, mas ainda faltam algumas ervas e cogumelos. Descendo esta formação está uma pequena d’água - ela aponta para um lado do acampamento, um pequeno declive - Nossa filha foi buscar alguns peixes, poderia ajudá-la e aproveitar para buscar mais estes itens? - a mulher não demorou nem um segundo para já ir denotando tarefas, como uma perfeita chefe! Restava Rafa não obteve respostas para sua pergunta acerca de Steven, mas também pudera. Já diriam os sábios populares: “quem quer rir, tem que fazer rir!”          

Não havia muita coisa a se fazer depois de uma bronca maternal como aquela, né? A mulher mantinha um sorriso no rosto, e não conteve a risada com o “moça” proferido por Rafael. - Haha! Ah, querido, você acaba de fazer o meu dia! - pelo visto faz tanto tempo que ela não escuta o adjetivo moça sendo usado direcionado a ela que isso disparou algo muito satisfatório a ela, o que era bom! Com isso, o criador tomou os primeiros passos na direção pra onde a “moça” indicou!

Encontrar ervas e cogumelos comestíveis não seria problema algum para um criador da estirpe de Rafa. Os anos dedicados à fazenda deram todo o conhecimento teórico e prático que ele necessitava. Mesmo em um ambiente diferente ou até mesmo oposto à campina de suas terras. Aliás, falando em ambiente diferente, com toda a cautela do mundo, ia descendo pela trilha rochosa. Em alguns momentos ela era realmente bem íngreme, fazendo o jovem ter que se abaixar para alcançar o patamar abaixo, já que um salto era arriscado. Passo a passo, o som de uma queda d’água ficava maior. Ele ainda não estava na região das grandes cataratas, logo seu forte som era apenas um plano de fundo constante e distante. Não, aqui o som era de uma cascata, leve e suave. Rafa não possuía, no entanto, o conhecimento geológico para admirar a diversidade que ali se encontrava, mas como um bom narrador bicho grilo metido a naturalista, vamos explanar um pouco.

O terreno possuía uma coloração acinzentada puxada para o prata, dando motivo para chamar a montanha suprema dessa cadeia de Mt. Silver. Um pequeno pó de silte, estágio fragmentado da areia, cobria boa parte da superfície rochosa, dando essa característica escorregadia para aqueles sem o calçado apropriado. Aos olhos de um turista ou viajante qualquer, era apenas um tipo de rocha branca. Aos olhos de um entusiasta ou estudante, era um exemplo claro de ecótono, a ligação era dois tipos de biomas diferentes. O cenário rupestre, predominantemente de rochas com vegetação rasteira e arbustivas. Aliás, estas plantas possuem um grande diferencial: a riqueza de nutrientes e umidade, dando um vislumbre único do mais vivo dos verdes. Acontece que não há espaço para o crescimento e fixação das raízes de espécies maiores, logo somente samambaias, bromélias, orquídeas e cactos conseguem florescer por aqui junto das gramíneas.

Enquanto Rafael ia passo a passo, o mesmo não poderia ser dito de Zheng! Este arriscava saltos, ia até pontos mais abaixo a fim de certificar por onde seu mestre passaria, e às vezes indicava pontos mais seguros para fazer a travessia. Não era preciso dizer nada às vezes, eles simplesmente se entendiam. E assim, a dupla foi descendo até chegar a um ponto onde a descida encontra um platô, onde a queda d’água se torna uma suave corredeira. E ali, em meio à vegetação, o som das águas se misturava com uma voz entoando um canto tranquilo.



Se tratava de uma jovem de pele pouco retinta, com longos cabelos pretos, para os quais passava uma escova de forma delicada e ritmada. O corpo estava claramente molhado, os cabelos também. Ela usava um biquíni no torso e um short jeans na parte inferior. Distraída, não notou a chegada de Rafa e Zheng, mas outra figura estava por ali: um Liepard, que assim que percebeu a presença de visitantes (ou invasores) se colocou em posição de prontidão, mostrando as garras, e com seu grunhido característico, chamou a atenção de sua mestra! - O que foi, Rajah? - interrompendo sua canção, ela se vira e seus grandes olhos pretos encontram a figura de Rafa! - Posso ajudá-lo? - era uma questão leve, mas com um certo tom de reprovação. Será se ela pensa que Rafa é um tipo de stalker???       ,

Um conflito parecia que iria se formar ali mesmo, mas Rafael tratou de acalmar seu parceiro Zheng pela sua aura, e este recuou. Vendo que sua mestra não iria indicar nada relativo a um ataque, o Liepard também recuou, apenas sentando e observando fixamente o movimento dos dois recém chegados. Ao ouvir a explicação daquele rapaz, a jovem levantou-se, limpando a parte de trás de seu short. - Heh, se minha mãe te escuta chamá-la de senhorita, você a ganhará completamente! - a moça então abre um sorriso e se vira para o criador. De fato Daiane não tinha com o que se preocupar, não só pela fidelidade de Rafael, mas também pela grande aliança na mão direita da moça. Mas de fato, sua beleza era estonteante!

Terminando de ajeitar os cabelos, ela continua a falar com Rafa, se aproximando aos poucos. - Bom, uma ajuda é muito bem vinda! Não tive muita sorte com peixes, sabe? - ela então mostra um tipo de cesto de linho com um singelo peixe de porte pequeno. Repousando as mãos na cintura e soltando os ombros, ela também toma sua vara de pescar e se junta a Rafael na tentativa de pescaria. - Me chamo Jasmine, mas meus amigos me chamam de Jas! E você? - agora, com tudo mais calmo e explicado, acontece as devidas explicações. Mas Rafael percebe uma coisa bem diferente: Jasmine parece ter percebido algo no peito do rapaz, e o fita com curiosidade. - Sabe, esse seu broche aqui… - ela aponta para o broche na forma de Lycanroc - É o símbolo daquela sociedade The Wolves, né? - quem diria? Jasmine conhecia a The Wolves! Será se ela já cruzou com outro membro no passado?