Pokémon Mythology RPG
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cap. 01 - Country roads

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Dia 1
Antes de adentrar à próspera Rota 22, seu caminho escolhido naquele fim de tarde, Rick se deu ao direito de ter uma segunda noite de sono fora da prisão. A escuridão já dava seus primeiros sinais de vida, e ele sabia que Cartola, sua Murkrow inconveniente iria ficar mais contente viajando de noite, mas não se importou muito. Queria descansar um pouco mais, apenas para compensar os meses em que ficou preso. Ele retornou à pousada onde havia se hospedado na noite seguinte, e tentou ter uma noite decente, apenas para ser acordado diversas vezes por seu pokémon que ficava grasnando em protesto.

Assm, Rick acordou na manhã seguinte, no primeiro raiar do sol, totalmente exausto e emburrado. "Pelo menos a cama estava macia". Recolheu Cartola na pokébola, tomou um curto café da manhã, e direcionou-se para o sul da Cidade de Goldenrod, adentrando a Rota 22 às 6h30 da manhã. Renomada por sua paisagem que mescla a beleza natural de campinas e morros verdejantes com fragmentos da região metropolitana, a visão do horizonte à sua frente era um vislumbre para o rapaz. Rick passou um bom tempo andando entre moitas e a trilha de terra principal, à passos lentos, apenas observando a paisagem de campos verdes e córregos, abençoada por uma brisa fresca que vinha do oceano ao extremo leste, no sentido de quem sai de Goldenrod.

Fazia tempo que o jovem não via uma paisagem tão bela, principalmente considerando que havia passado os últimos meses em uma cela. Assim, decidiu também deixar Cartola respirar um pouco daquele ar renovado da manhã, e pegou a cápsulo de sua pokémon, deixando que ela saísse para o céu matinal em um feixo de energia.

- Vamos, dê uma volta. Eu sei que não é de noite, mas essa manhã está muito tranquila e agradável. Só não vá muito longe.

Cartolo deu três voltas no céu, sobre a cabeça de Rick, enquanto grasnava incessantemente, e então desceu para seu treinador, tentando bicar sua orelha, nitidamente atrás dos brincos dourados que o rapaz ruivo utilizava.

- Ô peste, aqui não! Sai pra lá!

Rick enxotou sua Murkrow com um movimento de seu braço, ouvindo em resposta um som emitido pela ave que o rapaz jurou ser uma espécime de risada. Após se divertir, Cartola levantou voo novamente e ficou sobrevoando a região por alguns minutos, sem sair muito do alcance de seu treinador. "Murkrows não são muito comuns nessa região, ainda mais nessa hora do dia. Vou deixá-la aproveitar a manhã só dessa vez, como recompensa por ter me feito companhia todos aqueles dias na prisão." O pensamento do jovem o fez lembrar de seu Rotom Phone, e imediatamente Rick sacou o objeto e o apontou com a função de pokédex aberta na direção de Cartola, de modo a ter um primeiro registro na agenda eletrônica.

- Depois disso,  o primeiro passo será procurar algum pokémon selvagem para treinar um pouco.  Nada muito ameaçador. Preciso saber o quão hábil Cartola é de fato...  - Disse para si mesmo, enquanto fazia o seu registro.
Fim



Ao meu primeiro narrador :

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Diga: Quão desconexo do mundo alguém pode estar quando todo o seu conhecimento se limita ao passado, à quinquilharias abandonadas na janela e à um sol quadrado?

Imagino que bastante ou, pelo menos, o suficiente. Suficiente para que coisas simples tratem de conquistar atenção, desejo e principalmente a mais pura e simples serenidade - tal qual a salitre brisa gentil vinda do mar distante, a dança das folhas que balançavam-se com delicadeza genuína nas pontas dos braços de árvores, a maciez das gramíneas abafada na sola dos sapatos.

Para Cartola, eis aí um contraste: Apesar de suas constantes visitas no parapeito da janela, a ave nunca havia lidado com o infortúnio de uma prisão (além de sua própria pokéball, é claro!). É verdade que a espécie de penas escuras deliciava-se quanto à liberdade oferecida pelo próprio vento, mas certamente nem de perto com o mesmo preciosismo delatado por cada um dos trejeitos e expressões de seu treinador.

Em seu íntimo, guardava-os com afeição solene.
Em seu público, externalizava o fato com tentativas não muito discretas de roubo das joias do rapaz.
...e ele poderia esperar outra coisa de uma ladrazinha de brilhantes?

Inclusive, devo dizer que foi justamente essa característica que nos desenrola ao ponto de mudança desse ambiente pacífico. Em meio ao voo livre, eventualmente alguma coisa capturou a atenção da ave que, serei sincera com você, não parou para pedir permissão. Com um repentino grasnado altíssimo que poderia ser tanto um "EUREKA" quanto um "MINE", a psitacídeo seguiu em rasante para sabe-se lá onde, deixando para trás um pobre Taliore que só tinha pernas para acompanhar.

...e não tanta velocidade quanto, eu imagino.

MAS! Não se preocupe, meu docinho, pois sua pokémon não foi tão longe assim.
Digo, ela foi. Mas te adianto que não demorou tanto para encontrá-la (ou você está tão fora de forma assim?): Alguma corrida e alguns metros foram suficientes para dar de encontro com a corvinho empoleirada em cima de uma placa de madeira, o corpo pendido para frente enquanto dava bicadas contra o anúncio de letras douradas vibrantes...

...o que provavelmente explica tudo.

Ainda que não explicasse para a inicial que, huh, não seria possível roubar uma placa, considerando que ela parecia bem esforçada na ideia de tentar.

Enquanto você ensina sua pokémon a respeito do fato (ou ajuda, vai saber), permita-me apresentar o conteúdo desse belo anúncio de tons dourados. Era uma sinalização muito bem feita, que trazia consigo o belíssimo desenho de dois Dragonair fazendo limitação nas bordas da placa. Em uma fonte grossa, lia-se as seguintes palavras:

"DUNGEONS & DRAGONITES
- PERÍODO DE EVENTO: 17:30h - 22h -
VOCÊ ESTÁ AQUI
[*]"

[*]

...seguido por um pequeno mapinha que, provavelmente, indicava como chegar ao local.

Ainda era cedo, é verdade (culpa sua, meu nobre senhor), mas... Nada impedia de dar uma olhadinha, eu acho.
Ou talvez impedisse.

Não sei, me diga você.

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Dia 1

Rick chegou um pouco ofegante até o destino do voo de Cartola. Percebeu que os meses em que passara na prisão haviam lhe custado um pouco de seu condicionamento, por isso iria ter cuidado em relação à quando praticar esse tipo de atividade novamente. Embora soubesse que Murkrows eram rápidos, o rasante de sua pokémon lhe deu um susto, pois num piscar de olhos, a ave já havia se distanciado consideravelmente. "Ta legal, ela é bem rápida quando quer".

Ao chegar arfando até a placa chamativa onde Cartola repousava sobre, levantou um dedo indicador na direção dos olhos de seu animal, em sinal de advertência:

- Não faça isso novamente, falei para não ir muito longe!

Cartola bateu as asas e bicou a ponta do dedo de Rick, deixando um filete vermelho escorrer. Em seguida, tornou a realizar sua entusiasmada tarefa de tentar roubar a placa inteira que se encontrava na frente do jovem ruivo. O rapaz sabia a origem de tal intenção, e abriu um sorriso de canto, simpatizando com o comportamento da criatura escura.

- Acho que você vai ter que abrir mão dessa "quinquilharia" - e colocou a mão sobre a beirada da placa - veja Cartola, isso é muito grande para você levar. Até um ser humano teria dificuldades. Mas agradeço o entusiasmo.

A Murkrow pareceu compreender o conselho, e ficou em silêncio por alguns segundos, até saltar para o ombro de seu treinador e se empoleirar enquanto fazia muito barulho com o seu bater de asas violento.

- Só não saía voando assim novamente, por favor.

Cartola aquietou-se, e sua linguagem corporal deu à entender à Rick que ela tentaria se acalmar e não faria mais aquilo, embora o jovem soubesse internamente que não seria fácil assim e duvidasse de qualquer tentativa de sua Murkrow de se mostrar comportada .

Dessa forma tornou a ler o anúncio chamativo, e após olhar a localização do evento marcada no mapa, Rickon Taliore refletiu sobre do que poderia se tratar aquilo. Dado seu conhecimento de mundo e a apresentação da placa, claramente envolveria pokémons do tipo dragão, mas sabia que eles não eram comuns naquela região. Portanto, a estranheza guiou seus primeiros pensamentos. A seguir dava-se a entender que haveria alguma caverna para se esgueirar ou ruína abandonada. Isso parecia interessante.

A única certeza que Rick tinha é que se envolvia pokémons e exploração, envolveria treinadores. Pessoas podem ser más ou boas, e há treinadores de todos os tipos. O rapaz não sabia o quão recente era a sinalização, mas entusiastas de pokémon andavam muito ativos nos últimos tempos, então com o entardecer do dia, talvez a região se tornasse mais movimentada. O rapaz ficou interessado, e uma vez que já estava descendo a Rota 22 e ainda havia tempo de sobra até o horário do evento, decidiu avançar com calma até o local indicado no mapa, para lá averiguar sobre a finalidade da acontecimento. Claramente não iria chegar de mãos vazias: ao passo que seguiria a trilha, iria fazer pequenas pausas para adentrar na natureza para procurar berries para abastecer seu estoque de suprimentos, caso tivesse eventuais confrontos pela frente e tivesse que usar sua única poção. Todo cuidado era pouco mediante o que se desconhece à frente.

Assim o jovem ruivo seguiu lentamente em rumo ao local do evento, serpenteando a região renomada. Decidiu dar o voto de confiança para Cartola e deixá-la em seu ombro, pois ela parecia ter se aquietado e estava reproduzindo um leve assovio, que finalmente agradava os ouvidos de Rick.
Continua...

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off :


Trago aqui para vossa senhoria o breve desenrolar de pensamentos de Cartola, que se procederam assim que o ruivo finalmente pôs-se à frente da vítima amadeirada das bicadas e arranhões da ave:

"ih, sai fora, tô ocupada aqui, zé"
"ABRIR MÃO??? Tá doidão, OLHA COMO BRILHA"
"que não vai dar o que, TA SAINDO DA JAULA A CORVA"
"PRIIIIIRL"
"....serase é grande mesmo"
"aposto que o Marco ia conseguir pegar"
"Rick, eu vou te trocar por um bração, um bração ia me ajudar"
"...vou voltar aqui pra buscar, você vai ver"


Não que o rapaz parecesse ter entendido qualquer um dos protestos, idealizações e planos que claramente eram arquitetados pela passarinha, mas acredito que esse é um detalhe não-tão-importante no momento. Ou pelo menos é o que quero crer, considerando que é bem difícil pensar a respeito de como uma pequena Murkrow seria capaz de roubar uma placa SOZINHA.

...Ao mesmo tempo, considerando que é uma Pokémon, talvez duvidar dessa capacidade seja ingenuidade minha.

...

Sabe, compreendo a ideia de que talvez o lugar pudesse ser longe demais mas, em realidade, não era bem assim. Claro, havia um chão considerável se fosse levar em consideração a localização quanto à cidade de Goldenrod, mas o tempo necessário caiu de maneira exponencial quando, mesmo que sem querer, nosso querido protagonista se embrenhou nas vísceras da Rota 22 com a simples desculpa de procurar alguma coisa (além de, é claro, curtir a natureza que a liberdade da cadeia lhe permitia gozar).

Me pergunto quantas sinalizações existiam espalhadas ao longo do caminho que não foram vistas pela dupla.

Pra resumir, tudo o que encontrou foram alguns Pidgeys selvagens que saíram voando embora rápido demais para que se pudesse acompanhar. Ouso dizer que Cartola até poderia ter tido o ímpeto de correr atrás para impedir que seus breves encontros se perdessem no nada - entretanto, porém, contudo e todavia, a noturna estava ocupada demais entre curtos assovios e bicadas ocasionais nos brincos do rapaz.

Então, chegaram - considerando todo o rolê narrado anteriormente, dou-me ao luxo de pontuar que, se quisesse dar uma espiadinha em seu relógio, ainda eram 10 da manhã. Isso era evidenciado principalmente pela falta de movimento do ambiente além de, é claro, a falta de vida que um lugar como D&Dnites poderia sugerir em primeiro momento.

Ao mesmo tempo, era bem óbvio o local para onde deveriam ir.

Próximo à floresta Ilex, era possível enxergar algumas tendas cuidadosamente montadas. A parte mais externa trazia um grande portão de aço junto de uma bilheteria construída de pedras e madeira: Grande e vistosa, a placa acima do portão lia-se "Dungeons & Dragonites", com a mesma decoração e fonte que foram encontradas no pequeno anúncio de outrora. Todo o perímetro era (ou parecia ser) envolto por uma muretinha baixa, cerca de 50 centímetros de altura, construída com pedras pontiagudas da maneira mais rústica possível.

Como dizia, era um lugar meio morto - sem barulho, sem vai-e-vem, sem nada.
ENTRETANTO: Era possível enxergar um pequenininho movimento do lado de dentro, pouquíssimas pessoas (funcionários?) carregando grandes baús e materiais pra lá e pra cá.

Além disso, um rapaz entediado estava escorado do lado de fora da tal muretinha, perto da bilheteria, dando o que só posso imaginar que fosse uma bela pausa para fumar (ei, isso devia ser permitido tão perto de uma floresta???), considerando que era exatamente isso que ele estava fazendo.

Qual vai ser? Vai ir, vai voltar? Vai tirar alguma opção completamente nova da cartola (HÁ!)?

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Dia 1

O lugar anunciado não se parecia em nada com o que Rick a princípio tinha em mente. Mesmo já tendo se passado algumas horas, estava tudo muito quieto na região, principalmente considerando que o rapaz não avistou nenhuma alma no meio do caminho. Enquanto observava de longe o pequeno movimento de dentro da tenda, ele abaixou e apanhou algumas avelãs perdidas pelo gramado, as quais deu para a empoleirada Cartola comer em sua mão.

Enquanto a ave bicava e engolia satisfeita o lanchinho - inclusive volta e meia beliscando os dedos de seu treinador e tentando remover ardilosamente seus anéis de ferro que reluziam com o sol - a atenção do jovem ruivo prendeu-se ao rapaz solitário, a única pessoa que ele podia ver nitidamente naquele lugar.

Não parecia nada chamativo o estabelecimento, e Rick pensou que deveria se tratar de uma atração amadora pelas muretas de pedras pontiagudas que tinham um aspecto bem precário... Ou pelo menos um lugar que estava em desuso há um bom tempo. "E se tem uma bilheteria, provavelmente tem que pagar para adentrar nisso ai ou utilizar os seus serviços..."

- De qualquer forma, perguntar do que se trata não faz mal algum - disse para si mesmo, saindo com cuidado do meio da mata, depois que Cartola comeu as avelãs.

Informação sempre é bem-vinda, e se o local não lhe despertasse o interesse, o jovem certamente poderia simplesmente dar meia-volta e tornar a explorar mais a rota local. Assim, Rick aproximou-se despretensiosamente do rapaz que fumava. Ele ergue seu braço esquerdo por baixo de seu poncho que balançava conforme caminhava, e acenou na direção do suposto funcionário.

- Bom dia amigo, como estão as coisas por essa manhã? Estava atravessando a rota e percebi a presença deste estabelecimento aqui perto da floresta. Do que se trata?

Como de hábito, o jovem ruivo não tirou os olhos de dentro da tenda e do portão enquanto fazia sua abordagem. Agora que estava mais perto, mesmo conversando tentaria enxergar por si só se haveria mais algum movimento que não percebeu antes.
Continua...

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É verdade - simples daquele jeito, talvez o ambiente não chamasse qualquer atenção de qualquer pessoa que passasse por ali.
ENTRETANTO, também não estava na hora de abrir, né? O anúncio dizia 17h.
Vai saber o que as horas futuras poderiam reservar.

Foi com um revirar de olhos curto e discreto que o rapaz escorado reagiu à presença de Rick, ainda de longe, quando a reparou. Talvez pensasse "ah, na hora do meu cigarrinho?", o que seria extremamente válido, mas aí não tenho como te dizer com certeza. De qualquer jeito, ele se ocupou com um trago longuíssimo enquanto o ruivo de aproximava, jogando a cabeça levemente para trás e baforando uma fumaça fria que se espalhou e perdeu na brisa.

— Yo. — Curto, deu um aceninho vago com a mão que segurava a benção da nicotina. — A gente não tá aberto ainda não. — Foi a primeira coisa que saiu de sua boca. O homem mudou levemente a perna de apoio, o olhar correndo de cima a baixo sobre o seu não-convidado. — É uma caravana de evento. A gente tá passeando pelos continentes pra dar uma agitadinha por aí, e tudo o mais... — Outro trago no cigarro. A parte boa é que ele teve educação suficiente pra soprar a fumaça pro outro lado, ao invés de na cara de nosso ex-marinheiro. — Não conhece? É bem famosinha, até... — Outro olhar de cima a baixo - um sorriso pequeninho, meio debochado. — Parece um pouco com seu perfil. — ...só era difícil saber ao certo o motivo de dizer isso, mas...

...Tenho minhas suposições.
E acho que não eram muito educadas, também.

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Dia 1

Pessoas arrogantes nunca são um bom sinal, em qualquer que seja a situação ou ambiente. Olhar alguém de baixo à cima é uma das formas mais conhecidas de julgamento, e a tarefa reservava-se para pessoas com ego muito elevado, ou aqueles que deveriam por obrigação avaliar seus convidados (desejados ou não) por uma medida de segurança ou investimento. Contudo, Rick sabia que chamava a atenção, de fato: poncho, badulaques nos pulsos, brincos dourados, cabelos vermelhos como fogo, e acima de tudo seu tapa olho, que poderia ser intimidador para alguns espectadores. E agora ainda por cima estava com uma Murkrow empoleirada em seu ombro.

O jovem relevou um pouco a maneira como foi recebido, afinal estava ali de curiosidade, à princípio. Mas não pode deixar de perceber que o comportamento daquele rapaz à sua frente lembrava um pouco o de Tommen.

Rick gesticulou sua cabeça de lado, mas no mesmo segundo a inclinou para frente sutilmente, serrando um pouco os olhos em resposta à última combinação de comentário e sinal corporal do funcionário. Assim o ruivo respondeu com um sorriso de mesmo cunho do qual o homem havia lhe direcionado.

- Bom, se você refere-se ao tipo "treinador", pode até ser, meu caro... - E então olhou na direção dos funcionários que transportavam caixotes de um lado para o outro do lado de dentro - Peço perdão por desconhecer sobre o serviço de vocês. Passei os últimos meses ocupado com algo que demandou minha atenção... Algumas coisas são novas para mim.

- Mas se me permite perguntar, qual é o tipo de atração exatamente que vocês oferecem? Dado que está longe do horário de funcionamento, talvez eu dê um pulo aqui mais tarde. Peço perdão também por ter chego muito cedo. As vezes eu pulo da cama antes do que deveria, e como falei estava apenas de passagem e vim me informar sobre este local.
Continua...

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Por alguns segundos, o rapaz se reservou à observar o viajante em silêncio.

Era difícil saber ao certo o motivo: Se avaliando, julgando, desejando que saísse dali pra poder curtir seu cigarrinho em paz, ponderando sobre seu jeito, simplesmente ouvindo o que ele tinha a dizer. Essas são só as primeiras opções que vieram à cabeça e, sinceramente, poderiam existir umas centenas a mais. O fato é que se manteve calado por um tempo, envenenando-se de nicotina, enquanto ou escolhia palavras ou só não desejava se pronunciar.

— ...Nah. Bem, talvez. — Um riso curtíssimo, um balanço de cabeça vago. — É mais que você parece uma caricatura, mesmo. — Outro olhar de cima a baixo. Direto desse jeito, as palavras deixaram bem claro ao que se referia - e claramente não estava falando à respeito de sua recém-escolhida classe. — Mas isso nunca é ruim aqui dentro. — Oh. Talvez não fosse tão mal-educado assim, então. Quer dizer: Claro que ainda podia ser. Mas você consegue me dizer se ele estava sendo sincero, tendo absolutamente zero tato, ou simplesmente zombando da sua cara?

Eu não.

— Então, novato, huh... — Suave, a atenção se desviou na direção de Cartola. A ave, por sua vez, não gostou (considerando que estava em um momento muito íntimo passando o bico e a linguinha na argolinha do rapaz): Balançou as asas com grosseria, dando uns tabefes meio violentos e acidentais na cara de Rickson, emitindo um grasnado inquieto. Independente do fato, o homem simplesmente riu. — A gente tem muita coisa, mas em geral as coisas variam. Nosso tema é bem centrado em lendas e mistérios antigos, ou simplesmente mitologias e religiões ascendentes. — Uma pausa breve e, então, olhou em direção à bilheteria. — Sabe, normalmente a gente só abre as vendas um pouco antes da hora, mas... — Outro trago na cigarro. Suave, pendeu a cabeça outra vez e assoprou-o ao céu. — ...Fui com a tua cara. — ... ... ...por quê? Só Arceus sabe. — E, já que você nunca ouviu falar, seguinte... — Mudou outra vez o apoio da perna, o olhar passeando pelo seu. — Se tu me passar milão, eu te dou o ingresso e um Ovo Especial. — Um sorriso simples - os dedos bateram o corpo do cigarro sobre o murinho, livrando-se de algumas cinzas acumuladas. — Se você for bom, vai conseguir recuperar depois. Ou compensar. Quem sabe? — Um dar de ombros curto. — E aí, tá afim?

...
Bem, era uma proposta sólida - ou, pelo menos, era o que parecia.
Mas a decisão é sua, marinheiro.
...Você é de água doce?

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Dia 1

O ruivo não era um especialista em leitura corporal ou na arte de avaliar o caráter dos outros. Se o homem à sua frente deixou à entender que tirou um sarro dele, ou de certa forma amenizou a maneira como se dirigiu à Rick falando que a maneira como o rapaz se veste não era de todo ruim, salvo certos ambientes... O jovem Taliore não saberia dizer. Ele sabia que era excêntrico, e por algum motivo sua cicatriz no olho direito começou a coçar.

Seus pensamentos entretanto foram interrompidos pelas batidas de asas de Cartola, o que fez Rick quase engolir algumas penas, levando-o a fazer um sinal para a ave aquietar-se. "Ela agitou-se quando esse cara olhou na direção dela... Talvez ela não tenha gostado dele. Isso pode não ser coisa boa. Mas até ai, ela mal gostava do Marco, segundo ele mesmo. Hm..."

Assim voltou sua atenção ao diálogo do rapaz fumante, e não pode deixar de ficar interessado quando ele, embora fez questão de esconder informações concretas, mencionou que suas atrações trabalhavam com lendas e mistérios antigos. Instantaneamente à mente de Rick deu um salto ao passado, há cinco meses atrás. As formas alfabéticas dos unown reverberaram em sua memória, junto com a luz vermelha e o choro de sua desaparecida irmã de fundo. Não havia como saber ao certo se ele iria descobrir alguma coisa sobre esses pokémons misteriosos ali dentro, pois a mitologia pokémon é extremamente vasta, e o rapaz à sua frente claramente não iria entregar de bandeja o tema da vez. De toda forma, esse tal de "Dungeons & Dragonites" agora lhe pareceu promissor.

Rick ponderou um pouco e cruzou seus braços quando a figura debochada lhe ofereceu à proposta. Ficou nitidamente pensativo, enquanto Cartola voltava a lhe bicar à orelha atrás de seus brincos, mas Rick não lhe deu atenção. O jovem Taliore estava diante da possibilidade de informação, e ainda ganharia um ovo pokémon. Embora parecesse bom demais para ser verdade, pokémons chocados por ovos tendiam à ser mais leais, e ele precisaria de aliados fortes em sua jornada. Não poderia recusar receber um pokémon assim de bandeja... Mas também achava arriscado demais gastar todo o seu dinheiro para ter a chance de obter conhecimento de cunho desconhecido e um ovo.

A cautela era sua maior aliada, e se falhasse no desafio (se haveria algum, ele não tinha certeza), perderia todo o seu dinheiro e poderia passar por apuros. Sua obsessão pelos unown estava conflitando com seu lado cuidadoso, mesmo que no fim ele pudesse não encontrar o que esperava lá dentro (havia grandes chances, e Rick sabia disso). Tinha certeza que se pedisse mais informações seu anfitrião não iria lhe responder, pois afinal de contas, ele não mencionou exatamente como funcionava à atração... Mas talvez, esse pudesse ser o charme do evento. Rick sorriu.

- Eu tenho uma proposta, meu caro recepcionista - Pronunciou-se o jovem ruivo - Mil pokédolares é tudo o que eu tenho, e ficaria muito arriscado para mim investir de maneira cega em um evento do qual desconheço mais informações. Por isso, estou disposto à pagar oitocentos pokédolares para participar, e caso eu recupere o dinheiro perdido, ou até mais, como você mencionou essa possibilidade, eu estou disposto à receber apenas metade da recompensa, para compensar os duzentos que não paguei de entrada. Se concordar com os termos, considere negócio fechado!

E assim Rickon Taliore estendeu assertivamente sua mão para o homem. A possibilidade de sanar sua obsessão, depois de meses sem poder mexer um músculo em favor de suas investigações, falou mais alto. Ele decidiu que deveria arriscar, e no fim receberia um ovo pokémon; De qual espécime? Muito difícil estipular, e sinceramente, o rapaz gostava do mistério.
Continua...

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Enquanto Rick fritava seus miolos de um lado, o homem torrava os pulmões de outro e, no fim de tudo, Cartola bicava as joias/bijuterias de seu treinador. Apesar desse momento de silêncio pensativo, o desfecho de tudo aquilo não foi muito diferente do que poderiam imaginar: A contraproposta oferecida pelo ruivo, porém, arrancou uma risada engasgada do tal "recepcionista", como etiquetado pelo próprio visitante - riso este que foi prolongado e continuado por tosses resultantes da fumaça que entrou e, daquela vez, não saiu.

Não sei te dizer o que ele achou tão divertido, mas mais uma vez, olhou-o de cima a baixo. O cigarro, que à essa altura era só uma bituquinha, amassou contra a pedra do murinho e desencostou, dando as costas e caminhando pacientemente na direção da bilheteria, que foi onde parou. Ali, deu um assobio simples e, depois de algum tempo, duas vinhas emergiram carregando uma incubadora que depositaram com todo o cuidado do mundo à frente do homem.

Então, ele se aproximou de Rick mais uma vez, com o pacote em mãos.
Espero que não tenha pensado que ele riu da sua oferta e vazou, viu?

— Você tem pança pra quem tá recebendo um favor. — Debochou, estendendo a incubadora para o ruivo. Dentro, um lindo ovinho marrom - com uma estrela branca em seu topo - repousava, além de um bilhete dourado grudado com fita adesiva na tampa do objeto. Não preciso nem dizer que Cartola logo se atentou ao último citado, né? Melhor pegar logo antes que ela RASGUE em um ataque violento.

...Mas é só uma sugestão.

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