ORANGE ARCHIPELAGO DUNGEON #1 - AYZEN & VICTORIA

Arquipélago Laranja

Off: Nem é tão chique assim... Só fui sorteando alguns pokés pra aparecer e organizando as recompensas rsrsrs
Fica bem mais fácil minha vida depois.

Depois de acordarem tranquilamente, ou melhor, serem acordados repentinamente, os dois começavam seus preparativos para aquele, que poderia ser um longo dia. Winnie tomou seus remédios e foi dormir mais um pouco, para tentar se recuperar da noite anterior. Ayzen preferia tomar um banho a ter que ficar mais um minuto naquela poltrona maldita. Uma hora depois, os dois estavam prontos, ou quase, e se encontravam com os dois homens que os esperavam.

A caminhada acabou sendo até tranquila. Visitaram alguns locais naturalmente belos, sem nenhuma intervenção do homem. E após o tour de conhecimento, estavam liberados para cumprir seus afazeres de escolhidos. Era um barco bem pequeno aquele que os levaria para aquela misteriosa aventura. Mas para a felicidade de Winnie, não precisariam remar. - O barco tem motor. E não se preocupem, eu vou acompanha-los. – Dizia o guia com um sorriso forçado depois de ouvir o comentário de Winnie, mas por educação, ele apenas ignorou. - Depois de recuperados, os itens pertencem aos escolhidos. – Ele continuava tirando as dúvidas enquanto puxava a corda do motor.

O ancião ficava no deck, apenas observando os três se prepararem para partir. Mas ele não parecia muito animado, sua expressão parecia temerosa. Ele tentava não transparecer, mas era impossível. Por fim, apenas acenava e se virava para retornar à vila.

O que poderia estar incomodando o velho? Talvez a falta de experiência dos dois? Ou seria a possibilidade de serem realmente as primeiras mortes a acontecer no festival? Seja lá o que fosse ficaria para a volta, ou não...

Depois de três tentativas, o guia finalmente conseguia dar partida no motor. O barco era bem velho, mas parecia funcionar bem. Ele não disse mais nada, talvez estivesse irritado com as piadas e risadas, mas tentava apenas se concentrar no trajeto.

Fora uma viagem rápida, apesar de as ilhas parecerem bem distantes umas das outras. O barco pequeno era bem ágil e fácil de manobrar entre os rochedos e icebergs que rodeavam a primeira ilha. A medida em que se aproximavam, o clima ficava cada vez mais frio. E os dois escolhidos se aconchegavam debaixo da manta. O problema era que aquilo não os ajudaria muito no trajeto a pé, já que teriam que andar bem juntinhos.

Apesar de terem chegado rápido, a geada forte ao redor da ilha, dificultava a visibilidade, aumentando a dificuldade para conseguir atracar no pequeno deck de madeira abandonado que havia ali. - Tomem cuidado ao desembarcar. O gelo pode ser bem escorregadio. – O guia finalmente dizia algo. Ele apontava para a madeira do deck, que estava coberta por uma fina camada de gelo. Depois disso, ele saia do barco e o amarrava em uma das vigas do deck. Ele também não estava agasalhado, e parecia bem incomodado com o frio, apesar de não reclamar.

- Não posso seguir com vocês. – Ele dizia secamente. Mas era óbvio que precisaria dar mais algumas instruções. Ele suspirou e continuou. - O altar da ilha de inverno, fica no alto da montanha. – Ele apontava para a única montanha na ilha. Não era muito grande, mas estava coberta de neve. - Não tem nenhuma trilha visível, já que a neve cobriu tudo. Mas vou deixar isso para ajudar vocês. – Ele abriu sua própria mochila, e retirou de lá três casacos. Um ele vestiu, e os outros dois ele deu aos escolhidos. Além disso, ele os entregava um sinalizador. - Usem apenas se não tiverem outra opção.

Assim, eles estavam livres para partir, isso, se não tivessem mais nenhuma dúvida. Só de olhar para aquela ilha, a situação já parecia bastante perigosa. Talvez, um pokémon pudesse mantê-los aquecidos. Só que o que eles não sabiam, era que nenhuma habilidade ou movimento poderia mudar o clima daquele lugar, era como se aquilo fosse criado por um poder ainda maior.

Arquipélago Laranja

Off:

Os dois não deixavam de notar o comportamento estranho do ancião ao ser deixado na ilha Shamouti. Mas não tinha muito o que fazer, já que tinham partido sem descobrir o motivo de sua frustração. Mas o guia também não parecia lá muito animado, mas este por estar meio ofendido com o que Winnie havia dito, e por Ayzen ter rido. Pelo menos, depois do pedido de desculpas, ele conseguiu até mesmo pensar em emprestar um agasalho aos dois, só que quando a rosada o questionou sobre a procedência do pelo quentinho que cobria o casaco, ele a encarou de um jeito sínico, e disse secamente: - E isso importa? – Aquilo foi o suficiente para que ela aceitasse a cortesia sem mais reclamações. Talvez fosse possível ouvir um “esse povinho da cidade...” antes de se afastarem dele.

Apesar dos arrependimentos, ainda faltava coragem para desistir e deixar aquele povo na mão. Ayzen até havia pensado um pouco sobre o assunto, mas agora era tarde demais. Quais seriam as consequências? Não dava para saber, mas talvez, só de ficar pensando naquilo, os espíritos poderiam puni-los em um futuro próximo. Mas era melhor focar no que estava na frente deles, e foi nisso que os dois pensaram.

Ayzen rapidamente liberou seu Ninetales. Sua habilidade era perfeita para aquela situação, já que ele tinha a capacidade natural de trazer um brilho mais intenso ao sol. Funcionou? Não, nenhum pouco, o que deixou o pokémon meio desconfiado. Ele farejou seu pelo, passou o focinho na neve, e finalmente percebeu que aquele não era um pesadelo estranho. Mas sem ter muito o que fazer, apenas se aproximou de seu treinador, que nitidamente estava tremendo de frio, e começou a liberar curtas ondas de calor. Pronto, pelo menos ainda podia ser útil.

Winnie tinha escolhido uma estratégia diferenciada. Pra que andar se podia ser carregada? Pensando nisso, sacou a esfera de Loki, e o liberou com toda sua pelagem macia e quentinha. No princípio ele estranhou o casaco que ela usava, mas com o comentário do guia, até mesmo ele não teve muito o que questionar. Preferia Winnie viva do que congelada. Assim, a moça subiu nas costas do urso e o pediu para seguir montanha acima. Para ele talvez nem fizesse tanta diferença, já que ele era bem forte e ela bem leve. O único problema na verdade, era aquela infeliz bolota flamejante, que ficava o queimando mesmo naquele frio. Mas algo me dizia que ele poderia ser meio masoquista....

Assim, o quarteto seguia em direção à montanha, passando por um caminho enterrado pela neve. A vegetação ao redor era típica de lugares frios, o que deixava claro que aquela nunca tinha sido uma ilha tropical, ou pelo menos estava assim a muito, muito tempo. Tempo o suficiente para até mesmo mudar o ecossistema local.

Eles caminhavam devagar, já que Ayzen estava a pé e Loki não queria se separar muito dos outros dois. Se eles se perdessem ali, poderia ser bem perigoso. A neve fina que caia do céu não chegava a incomodar tanto, mas dificultava um pouco a visibilidade, já que impedia de conseguirem ver muito à frente. Apesar disso, conseguiam ver muito bem o que estava próximo, tanto que acabaram percebendo que estavam chegando em um riacho que parecia descer a montanha.

Uma fina camada de gelo cobria o riacho, e por baixo dela era possível ver a água correndo incessantemente em direção ao mar. Além disso, era possível ver que havia algumas aberturas no gelo, e de uma delas um pokémon surgia. Era uma foquinha esbranquiçada, com uma grande concha azul presa em sua nadadeira. Ela encarou o grupo que surgia em sua visão e sacudia a nadadeira, liberando a concha, que também parecia ser um pokémon, já que se movia. Assim, os dois olharam bem para os intrusos, e colocaram suas línguas para fora. Estranho não?

Arquipélago Laranja

Off:

Estranhamente, Loki começava a sonambular. Não parecia que ele estava entrando em estado de hibernação simplesmente por estar em um local gelado, a ilha parecia causar um efeito nele que o fazia literalmente “bugar”. Era como se ali existisse apenas uma estação, o inverno. E talvez por isso o Ursaring entendesse que estava na hora de cair no sono, ou pelo menos sua natureza o queria forçar àquilo.

Percebendo o que estava acontecendo, e o perigo que aquilo poderia proporcionar, Winnie agiu rapidamente. Depois de forçar seu pokémon a cair na real, ela o deu uma pequena frutinha, que tinha efeitos bastante efetivos contra o sono.

Ayzen nem precisou se preocupar muito, já que sua amiga conseguia resolver o problema com bastante perfeição. Assim, ele apenas tinha uma ideia para complementar a estratégia de aquecimento, trazendo sua Froslass (sério isso?) para ajudar a aquecer o grupo. A fantasma de gelo, gostava daquele clima, e ficava bastante decepcionada quando era pedido para que ajudasse a aquecer. Ela fez uma careta, e invocou seu fogo fátuo. Apesar de não ser muito quente, ele ainda podia causar um pouco de calor, só que corria um grande risco de deixar queimaduras sérias em seus companheiros. Assim, ela teve que manter sua mente concentrada na função.

Com isso, os dois pequenos e fofos pokémon selvagens que estavam sobre o riacho congelado foram ignorados completamente. Shellder se prendia mais uma vez no corpo de sua amiga, e as duas voltavam a seus afazeres diários. A procura por comida.

O grupo continuava caminhando, e dessa vez seguiam a margem do riacho em direção oposta à da água. Como o riacho descia a montanha, assim poderia mais fácil manterem-se na direção correta. Fora o som dos passos abafados pela neve, e da água correndo debaixo do gelo, ali estava um completo silencio. Será que isso era bom? Ainda não dava para saber.

Depois de mais alguns minutos da difícil caminhada pela neve, o terreno parecia começar a ficar mais íngreme. Com isso, a camada de neve no chão diminuía, mas o ar ficava mais pesado e a neve que caía do céu parecia ficar mais grossa e pesada. Não parecia, mas eles já tinham subido um bocado. O problema era que nem mesmo os pokémon estavam mais conseguindo aquece-los completamente.

Por causa do aumento da tempestade, a visibilidade começava a piorar, e o som dos ventos abafava o som da água corrente. Talvez estivesse chegando a hora em que ele perderiam o auxílio do riacho para se guiarem. Mas para a sorte deles, um novo som surgia devagar. Em algum lugar à esquerda, o som de água caindo com força começava a sobrepujar o som das rajadas de vento gelado. Uma cachoeira. Aquilo era uma indicação de que uma parede de pedra os separava de seu destino, mas também os ajudava a se guiarem naquela branquidão. Agora, só precisavam decidir o que fazer.

Se decidissem seguir em direção à cachoeira, encontrariam uma parede de pedra escorregadia e irregular. Com bastante habilidade, talvez fosse possível escala-la, apesar de sem bem fácil cair por causa do vento. Mas também poderiam tentar voar até o topo, mesmo correndo o risco de serem jogados contra a rocha pela força do vento. Mas também, tinha uma outra alternativa, subir a cachoeira...

Se decidissem ir pelo outro lado, o caminho continuaria com uma subida mais lenta.

Winnie:
-1 Chesto Berry [x01]