Ficha - Noah Castillo

Noah é um garoto tímido e retraído. Tem o físico magro. Usa roupas largas, normalmente usadas em tempos frios com poucas partes do seu corpo a mostra.
Sua postura é encurvada e suas mãos estão sempre na frente de seu corpo, normalmente escondendo seu rosto. Sua pele é branca como a neve, seus lábios são de um tom mais avermelhado comparado a pele, eles costumam a tremerem com frequência, sendo a causa do porquê ele coloca as mãos à frente do rosto.

Seus cabelos são escuros e lisos, uma franja esconde o seu olho direito. Uma mecha da franja fica sempre caindo e tapando seu olho esquerdo, fazendo com que Noah fique recolhendo essa mecha para trás da orelha.

Seus olhos esverdeados, são um inclinados para baixo e com olheiras um tanto nítidas, como se ele tivesse acabado de acordar de um sono péssimo. Uma coisa que ele costuma a ouvir das pessoas é seu cheiro peculiar; café (suas roupas sempre estão manchadas de café) e um cheiro adocicado de tomate, talvez ketchup.

Tem a tendência a gaguejar muito por conta de sua timidez, sempre que interagir com alguma pessoa, (ou Pokémon) Noah não consegue conter a tremedeira por conta de ser tão medroso. Em seu rosto é visível rugas de expressão acentuando seu olhar preocupado e um tanto curioso com os seus arredores.

Ele tende a evitar contatos sociais com as pessoas, mas principalmente com Pokémon. Não por odiá-los, mas sim por conta do seu histórico com eles. Ele usa suas roupas largas como "mecanismo de defesa" para evitar situações sociais.

Seu olhar costuma está sempre abaixou da linha de visão de quem ele fala, com o intuito de evitar ser "julgado" visualmente pela pessoa.

Porém, Noah esconde um lado gentil e amoroso que poucos conhecem. Noah nunca gritou ou brigou com alguém na vida, sempre tratou as poucas pessoas e Pokémon que conseguem contato com ele com o maior carinho. Mas isso é bem difícil de se acontecer.

Noah nasceu em Petalburg Town em Hoenn, e lá viveu até sua infância. Ele sempre se sentiu um tanto desorientado na vida, desde quando era criança. Sua mente sempre foi muito imersa em seus pensamentos negativos e quase sempre faziam com que ele se afastasse das pessoas com medo de ser o centro das atenções.

Uma vaga memória vem a sua mente sempre que pensa; "Quando foi que isso tudo começou" A memória infelizmente é muito nebulosa, por conta do trauma que lhe causou. Partes cruciais da memória acabaram sendo consumidas pela mente do Noah, como se evitasse com todas as forças a reviver aquele momento, então Noah vive apenas com as partes mais dolorosas dessa memória. Ainda curiosos para entender o que de fato aconteceu.

Mas é nítido o motivo dela ser tão dolorosa para ele;

Tudo começo com seus 8 anos de idade, Noah estava com seus pais na cozinha, ajudando a preparar o jantar da noite.

Seu pai estava cortando cenouras em pequenas rodelas, separando-as em uma tigela verde. Sua mãe estava mexendo com uma colher de pau o interior de uma panela no fogão.

Noah ficava maravilhado olhando a sincronia entre os dois, pareciam até que um estava "treinando" o outro e pediam mentalmente que um fizesse uma ação para ajudar no preparo do jantar.

"Papai, use Cortar Cenouras!" Pensou Noah, brincando com seu pensamento repentino.

Sua mãe o viu rindo sozinho e abriu um enorme sorriso junto a ele.

"Já que está tão animado assim" disse ela, enquanto mexia na panela" Que tal ajudar a mamãe abrindo a massa?" Ela apontou para uma massa que estava dentro de uma tigela sobre a mesa ao lado de Noah.

Ele não pensou duas vezes antes de fazer o que lhe foi pedido. Levantou-se do banco que estava e foi a pia lavar suas mãos. Retornou a bancada e colocou a mão na massa.

Seus dedos, por mais que pequenos, eram longos e um pouco pontiagudo, seu pai dissera que eram dedos perfeitos de um pianista. Sempre que olhava para seus dedos, se imaginava tocando um piano. Noah então começou a mexer na massa, com movimentos rítmicos que se assemelhavam ao teclar de um pianista.

Então, a memória parece se moldar tão rapidamente, que a mente do Noah não consegue discernir o que realmente aconteceu.
E quando volta a ter noção dos seus arredores. Noah está no meio de uma floresta densa. Suas roupas estão rasgadas. O vento frio afugentava seus cabelos curtos.

Noah olhava desesperado para os lados, mas tudo que via era mais arvores tapando sua visão.

Ele gritava pela mãe e pelo pai. Sem respostas.

Foi então que um farfalhar em cima das arvores chamou sua atenção. Os pelos de sua nuca arrepiaram. Ele nunca estiver sozinho antes, nem mesmo quando os pais tinham que sair para resolverem alguma coisa de “adulto”.

Ter isso tudo como primeira experiência de sua autonomia como um ser humano. Era perigoso demais.

Era amedrontador demais.

Ele percebeu que o que se movimentava sobre ele era uma criatura que possuía 6 patas listradas, seu corpo era pequeno com uma pelugem esverdeada rala, havia umas partes escuras do seu pelo sobre sua parte traseira parecia forma uma carinha triste, seus olhos pretos e presas vermelhas pareciam cintilar na noite escura.

A criatura continuou encarando Noah, balançando-se minimamente com um fio transparente que saia de sua parte traseira ligado ao topo desconhecido da árvore. Era complicado discernir o que a criatura queria com o seu olhar penetrante, tudo que Noah podia fazer era tremer, ficar assustado, e esperar.

De repente, como um movimento ensaiado, diversas outras arvores fizeram o mesmo farfalhar, e outras criaturas iguais surgiram daquelas arvores, e o observavam atentamente.

Noah teve poucos encontros com Pokémon na sua vida, por incrível que pareça, até mesmo na sua casa não havia NENHUM Pokémon. Nem seu pai, nem sua mãe, possuíam Pokémon. Sempre que Noah sentia curiosidade em saber o motivo deles não terem Pokémon, ele recebia apenas um olhar ressentido de seus pais, e poucas palavras tão enigmáticas quanto.

Aquela cena para qualquer pessoa era amedrontadora.
Para Noah, era desesperadora.

Sem aviso prévio, uma das criaturas saltou de cima de uma dessas arvores em sua direção. E novamente a memória fica difícil de entender.
Quando se deu conta de seus arredores, ele estava chorando abraçado a sua mãe com bastante força, com medo de acabar se perdendo novamente.

Depois daquele dia, Noah mudou.

Já se fazem 10 anos desde aquele dia. Noah não mora mais em Petalburg com os pais, tudo por conta de seu trauma. Ele não conseguia nem ao menos sair de casa com medo de um Spinarak (fizeram questão de deixa-lo informado sobre qual Pokémon era) ou outro Pokémon do tipo Inseto pular nele novamente.

Porém aquilo infelizmente tornou seu contato com Pokémon de zero para nulo, por mais que seu medo seja apenas por Pokémon do tipo Inseto. Noah usa intencionalmente de seu trauma como combustível para evitar os Pokémon como um todo.

De certa forma, ele, assim como os seus pais, tem seus motivos para não terem Pokémon. Por mais que para o Noah, ainda é um mistério o porquê dos seus pais evitarem ter um Pokémon.

Noah foi morar com a tia, Miranda Castillo, que também evitava Pokémon. Assim como seu irmão.

Os dois cuidam de uma pequena fazenda de Apricorn em Violet City, produzindo PokeBolas caseiras que as pessoas da pequena cidade costumam a usar.

Só que o Noah, nunca usou uma na vida.

E assim ele adoraria que continuasse...