#008

Raiden não perdeu tempo e iluminou o teto da caverna, rapidamente olhei na direção do feixe de luz e demos de cara com uma estrutura negra com olhos. Era confuso e eu não conseguia identificar o que surgia. Em primeiro momento, não nos atacou, mas eu sentia que algo poderia acontecer se fosse descuidada.

Peguei minha pokédex e analisei a criatura que surgia, sem movimentos bruscos. Fiquei aguardando ansiosa a análise.

Era a primeira vez que eu me deparava com Unowns, eram vários e medonhos. Enquanto eu analisava a Dex, eles saíram do teto da caverna e passaram a circular ao meu redor e ao redor de Raiden. Eu não tinha conhecimentos sobre as particularidades dessa espécie, eram poucas as informações que eu detinha.

Aquela espécie além de ser rara, tinha poderes únicos quando em grupo,  e eu presenciava esse evento. Dificilmente isso voltaria a acontecer em minha vida. Eu sabia que aquelas criaturinhas, apesar de medonhas, podiam se comunicar telepaticamente e até por intermédio de ondas eletromagnéticas. Caso precisassem de algo de mim, ou quisessem me ferir ou me demonstrar algo, elas iriam.

Em toda aquela situação eu me sentia sem saber o que fazer, eu realmente admirava a beleza e a raridade daquele momento, mas também sentia receio por uma ação negativa por parte deles. Confessaria fácil que ter um destes em minha equipe acrescentaria muito em minha trajetória, mas só pelo fato de estar perante eles acrescentava e muito.

Resolvi ficar ali, estática, por alguns instantes. Iria esperar alguma ação vinda das criaturas fantásticas que estavam ali na minha frente.

 Pandora decidiu permanecer ali sem reagir ou demonstrar vontade de batalhar, os psíquicos abriram o caminho na direção de Pandora e Raiden, alguns se juntaram e permaneciam parados no ar, ao olhá-los da esquerda para direita, podia-se perceber uma mensagem:

O movimento daqueles raros pokémon realizava uma coreografia lindíssima, envolta de mistério e poderes únicos. Enquanto nos rodeavam, piscavam e emitiam sons estranhos, parecia que se comunicavam entre eles. Isso me excitava, causava furor não só em mim, mas em Raiden, que olhava estático ao espetáculo.

Então, aquelas estranhas e raras criaturas abriram espaço na caverna e se apresentaram a nós de forma a construírem palavras com o entorno de seus corpos. Eu conseguia entender "Olá!", meu coração encheu-se de carisma naquele instante, me senti extremamente privilegiada, e então tentei conversar com as criaturinhas:

- Oi! Eu me chamo Pandora, estou viajando pelo continente para estudar e conhecer pokémon e seus comportamentos. Esse é meu companheiro Raiden. Posso ajudar vocês em algo?

Os Unowns mobilizaram-se para me responder, no primeiro momento, me chamaram escreveram meu nome no ar, era inusitado ver aquilo, o que fazia daquela situação ainda mais especial pra mim. Logo em seguida, os pokémon montaram uma segunda palavra que chamou minha atenção: "Caçador!".

Sem dúvida era um aviso, e a suspeita se concretizou quando escutei passos em minha direção. Olhei para Raiden, meu companheiro ficou apreensivo. Minha mente logo remeteu o aviso ao incidente com Sandshrew, seria esse caçador quem havia ferido o pequeno pokémon selvagem daquela forma?

Se vinha um caçador, ele não podia encontrar os Unowns! Então olhei para aquelas criaturinhas e fazendo movimentos sinalizando para que se escondessem, disse:

- Saiam! Se escondam! Deixe que eu tomo conta disso, não se exponham dessa forma!

Enquanto esperava que os pequenos em forma de símbolos se escondessem, mantinha o olhar na direção que vinha o som dos passos. A escuridão atrapalhava ver quem vinha, mas não demoraria a aparecer.

Em pouco tempo, um homem apareceu, aparentava ser mais velho do que eu, e estava acompanhado de um pokémon quadrúpede, de longe, eu não conseguia reconhecer a espécie da criatura, e seria muito indelicado de minha parte apontar a Dex logo de imediato para certificar qual era a criatura que acompanhava o estranho. Seria ele o caçador anunciado pelos pokémon? Parecia que sim. Ele era rude, e olhava estranho para Raiden. Questionou-me o que fazia ali na caverna, sem ao menos me conhecer, e nem se preocupar em ser minimamente gentil. Mas não demorei em dar-lhe resposta:

- Estou de passagem pela caverna! E quem é você? O que faz por aqui?

Blitzle

Sua crina brilha quando libera eletricidade. Eles se comunicam entre si por suas cristas iluminadas.

Tipo: Elétrico