“... too strong, too agressive...”

Após praticamente dois meses no continente de Hoenn eu estava preparado para iniciar uma jornada, já que durante esse bimestre eu estava empenhado em conseguir meu certificado para voar com minha Pokémon e agora que eu o possuía estava livre para fazer o que quiser na região e curiosamente o que eu mais queria no momento era conhecer Fortree, já que apesar de viver por dois meses no Centro Pokémon de lá eu não havia conhecido nada da cidade.

Saí então da escola, precisava vagar por Fortree, então tive a brilhante ideia de já testar as habilidades de voo que havia adquirido, então liberava minha bela Maitea, que rapidamente se punha em posição, aguardando que eu montasse nela para que voássemos, entretanto queria interagir mais calmamente com ela antes.

- Ei, respira um pouco antes de voar.

Era impressionante para mim e para qualquer um como interagir com os meus Pokémon sem uma observação externa diminuía a concisão das minhas interações e amoleciam o meu dialeto, era como assistir uma outra pessoa controlar a minha Pokémon, só que essa outra pessoa estaria no meu corpo.

Togekiss, mesmo repreendida continuava sorrindo, ela também sentia um certo alívio pelo modo como nossa interação havia se tornado mais suave, tanto por conta dos meus problemas com o voyeurismo quanto pelo nosso convívio intenso no decorrer de dois meses. Entretanto eu sabia que deveria manter o domínio, afinal não poderia conseguir subjugar o mundo caso não contivesse nem meus monstros.

- Vamos voar sim, mas quero que saiba o que busco.

A Pokémon parecia atenta, disposta a escutar minhas ordens. E convenhamos que apesar de nosso vínculo, o mínimo que um desses monstrinhos pode fornecer a seu treinador – que é na verdade seu dono – é atenção.

- Iremos circular a cidade para encontrarmos algo que chame a atenção para investigarmos. Está certo? Vamos iniciar perto da saída da cidade que fica mais ao leste.

Após eu dizer isso Maitea prontamente se pôs a esperar e eu montei nela, para em seguida levantarmos voo enquanto eu tentava achar algo digno de ser averiguado.

Oi narrador. Nessa rota eu queria treinar meus Pokémon, deixar eles nivelados, então não pretendo sair daqui por um tempo, quero achar qualquer coisa interessante e que me ajude na cidade, basicamente. Ah, meu último CP foi Cerulean, depois disso segui numa série de posts de atualização, até chegar em Fortree e ensinar Togekiss a voar comigo. Edit em 22/06: Kaze pediu pra reservar a rota.

A cidade era realmente bela, Fortree conseguia trazer novamente o equilíbrio entre o natural e o artificial, aquelas árvores-casa do centro davam o detalhe perfeito que evidenciava a harmonia presente no local, e ao contrário do que me fora passado durante o bimestre que estava lá existiam pessoas de verdade na cidade!

Podia observá-las vivendo suas vidas e ao mesmo tempo que o fazia também me questionava a respeito de como seria viver naquele local, como seria bom conviver com essa beleza, entretanto como o mundo é um lugar ótimo, logo tive que receber algo do destino que me impedisse de esquecer tudo e simplesmente apreciar.

Uma maldita esfera de fogo veio na minha direção. Sem mais, nem menos. Sem nenhum jantarzinho barato antes de partir pros finalmente. Eu estava – logicamente – insultado. Não pela pressa e desvalorização, como também pela subestimação que eu havia sofrido. Será que algum desses merdinhas tem como conhecer um dos maiores treinadores de Kanto?

Sinalizei para que Togekiss – que estava tão ultrajada quanto eu – descesse na direção do lugar, apesar de eu saber – e provavelmente ela também – que com certeza haveria uma luta séria e grave, afinal aquilo poderia ter acertado as árvores e queimado a cidade ou pior, poderia ter me acertado. Isso não iria ficar barato.

Oi. Vamos lá.

Ao que tudo indicava eu havia apenas perdido tempo, não havia nada naquele local que pudesse representar uma ameaça aos meus planos, ou isso poderia ser exatamente o que eles – e com eles eu me refiro as crianças – queiram que eu pense.

Uma pessoa de vez em quando precisa de um pouco de paranoia, aquele era o meu momento. Minha cabeça enchia-se de suposições, sendo a mais forte a que dizia que tudo aquilo era apenas uma encenação e que assim que eu me virasse ou voltasse a voar eu seria atacado.

Com isso em mente o meu primeiro passo em terra foi descer de Maitea, para que ela estivesse livre para se movimentar e consequentemente revidar um vindouro ataque. Olhei para ela e deixei que ela interpretasse meu olhar, mas sabia que como nós já estávamos sincronizados Togekiss entenderia a mensagem correta.

Me comprometia a assistir falsamente a batalha, quando na verdade eu apenas estava atento aos golpes, esperando – ou melhor, torcendo – para que me atacassem e incitassem uma briga de alguma forma.

Agora essa era o que me faltava. Aparentemente a favela de Fortree era um show de horrores, não pelos maus tratos com os Pokémon, mas pelo português grotesco. E eu estava achando que Hoenn era um continente com infraestrutura melhor.

Aquela combinação era algo que não poderia ser ignorada. Não bastava atacar o idioma, tentavam me ameaçar como se eu fosse algum estúpido jovenzinho suburbano. Eu não preciso ser conivente com isso. Nunca. O melhor que poderia fazer, e curiosamente o que eu queria fazer era desafia-los, confrontá-los, humilhá-los.

- O que eu faço aqui não te interessa, seu merda.

Respondia então o menor deles, com um evidente desprezo no tom, que era o máximo que conseguia transparecer sem soar exagerado. Em seguida retruquei o segundo membro do trio.

- Vem tentar, porra.

Dizia, dessa vez mais agressivo do que antes, punhos cerrados e com mãos no bolso, o que para eles poderia indicar um recuo, mas eu só estava pegando as esferas que usaria na futura batalha. Já que o surgimento de uma era iminente.

Ótimo, após ter feito o meu melhor para que me desafiassem a uma batalha eu havia conseguido o que eu queria. Mas tudo ficara ainda melhor, já que não seria um embate singular e sim em trio, o que aumentava minhas possibilidades e poder disponíveis.

Rapidamente articulei o que faria a seguir e então deixei que mais dois de meus monstros se projetassem no terreninho que usaríamos como campo. Graças a nossa sincronia meu trio de Pokémon ficaram tão organizados que passavam a impressão de terem sido treinados e ensaiados para aquilo.

Era possível observar um enorme monstro com corpo alongado e prateado, ele reluzia à medida que a luz entrava em contato com seu corpo, era obviamente feito de um metal maciço e puro, ele tinha uma expressão furiosa e ao mesmo tempo serena em sua face. Na sua cabeça, que possuía uma forma peculiar e cheia de acidentes estava uma primata alaranjada com uma cauda que queimava em sua ponta. Voando em cima dela estava um pombo enorme, que possuía como características marcantes apenas os três montes – um branco, um vermelho e um azul – em sua cabeça, a sela em sua costa e uma enorme cicatriz em sua asa direita.

Eu havia liberado Rust, meu Steelix e Nymeria, minha Monferno, que se uniram a Maitea que já estava desde o princípio fora de sua esfera e atenta a movimento. Tinha em mente que a batalha seria fácil, tendo em vista que meus oponentes (um frango com garras afiadas, um lagarto com folhas e um anfíbio estranho, que também eram conhecidos como os inicias da região ou nominalmente e respectivamente por Combusken, Grovyle e Marshtomp) eram aparentemente pouco capacitados, tendo em vista que os atributos de Steelix e Togekiss conseguiam superar os deles sem dificuldade.

Começava então a articular o que faria a seguir – ou melhor, como atacaria – já que eles fizeram o favor de liberar logo os Pokémon acho que eu tenho o direito de iniciar o ataque. Primeiro precisava decidir entre um ataque focado e uniformizado contra um por vez ou se deveria selecionar um dos integrantes do meu trio para um confronto único contra apenas um oponente, isso no meu ver retiraria todo o sentido da batalha ser em trio, já que poderia ser facilmente três batalhas de um contra um então chegava logo a conclusão de que a cada turno meu trio possuiria um alvo.

- Certo, se preparem. Tudo bem? Quero que foquem em Grovyle inicialmente. Maitea deverá usar um Air Slash para desestabiliza-lo e então quero que Rust e Nym utlizem uma combinação, utilizarão o Rock Blast e enquanto as rochas vão na direção do lagarto usarão o Flamethrower para aquecê-las, entendido? Ah, antes que eu esqueça. Permaneçam nessa posição, a enorme defesa de Steelix o protegerá dos ataques, não se preocupem.

Aquele seria meu primeiro turno, meu alvo era simples, apesar de ser rápido, por isso era crucial um poderoso Air Slash para deixa-lo fraco e cansado desde já, para que ele não tenha forças o suficiente para desviar de uma poderosa combinação que poderia se provar bastante útil.

- Agora vamos mudar o alvo, atacaremos Combusken. Nymeria inciará com seu Mach Punch a todo vapor e deverá voltar ao Rust, enquanto ela estiver voltando Maitea usará mais um Air Slash e então Steelix se aproveitará para utilizar um poderoso Thunder Fang e finalizar o turno.

Após isso esperava ter apenas Marshtomp como preocupação, já que no mínimo eu teria machucado muito os Pokémon que estavam na minha mira, então seguiria a batalha atando o inicial restante e no quarto turno eu apenas finalizaria o que ainda estivesse de pé.  


Off: Resolvi atacar direto, já que eles liberaram os Pokémon primeiro, acho que fiz estratégias muito trabalhosas, então se tiver alguma dúvida só mandar mp, falar no chat ou no skype. Boa sorte narrando os seis bichos brigando, vai dar trabalho.