Estava ficando claro que a conversa de Alberto com aquele homem estavam dando poucos frutos, ainda mais pela lerdeza dos pensamentos de Emmanuel, que demorava para relacionar algumas frases e parecia não perceber os sentidos escondidos nas palavras. Mas nada mais difícil que tentar dialogar com um pokémon selvagem. Pelo menos ele entendia o que ele falava, mesmo que demore para receber a resposta.
Emmanuel diz que também chegou a ir ao Holi Park, mas foi para lá apenas pela curtição e a música, enquanto tentava, sem sucesso, receber a confirmação de seu ironicamente chamado Slowpoke, Veloz.
- É, a música daquele evento não é exatamente meu gosto pessoal, mas não chegou a me deixar incomodado, foi uma boa experiência como um todo.
Nosso herói, mesmo não sabendo ao certo o que queria fazer, decide ir direto ao assunto, revelando uma de suas reais intenções na cidade:
- Olha, camarada, eu não conheço a cidade, você que é um habitante, deve saber algum lugar por aqui que tenha pokémons e treinadores, nem que seja mais próximo da periferia da cidade. E então, teria alguma informação a este respeito?
Alberto Byia começava a perder as estribeiras, mas ainda longe de perder a paciência. Via que a conversa com o Hippie Emmanuel gerava frutos próximos de zero, então decidia or direto ao ponto, perguntando de vez o que ele queria saber: de batalhas!
O sujeito sorriu despreocupado, logo se dirigindo ao homem mais experiente:
- Ah, tu quer saber de batalhas é coroa? Por que não me falou antes cara? Então, ali mesmo tem um maluco treinando com um Mienfoo, como tu pode ver.. além disso, Forina ainda tá cheia de treinadores por causa do Holi Park, tu deve achar essa galera por aí ué...
- Agora, se tu tá falando de Pokémon selvagens, aí eu te indico mesmo é o Forina Valley: lá tem bastante coisa interessante, segundo o que dizem por aí, né não Veloz?
Mais uma vez, o rapaz falava com o Slowpoke que ainda mantinha seus olhos em Byia, e mais uma vez o aquático sequer fazia menção de responder...
Na realidade, Alberto recebeu como resposta o que ele mais ou menos já sabia, algo que estava subentendido em sua mente: Forina estava cheia de treinadores, seria fácil encontrar outros treinadores se ele explorasse a cidade mais. Ele não devia ter andando mais que 10 minutos e já encontrou logo cedo dois treinadores. Não era difícil prever que haveriam muito mais desses ao longo do dia. Mas uma coisa interessou aquele homem: Forina Valley.
Alberto havia ouvido esse nome antes de outros treinadores no Centro Pokémon. Pelo visto era algum local com ótimos pokémons selvagens, mas ao mesmo tempo bem difícil. Seria com certeza um local muito bom para visitar, mas não naquele momento, despreparado. Satisfeito com a conversa com o estranho Emmanuel e seu Slowpoke Veloz, ele decide se despedir dele.
- Forina Valley, huh? Interessante, já tinha ouvido falar, quem sabe amanhã eu não vá para lá? Vou indo agora. Obrigado pela ajuda, Emmanuel, você parece um rapaz muito bom, espero que consiga resolver esse seu problema aí, se precisar de alguma ajuda, é só me ligar, aqui meu telefone - Alberto escreve o número de sua Pokégear em um papel e dá para o homem - Se cuida!
Até o momento, não havia muito o que fazer com aquele homem e seu Slowpoke, mas nosso herói tinha a leve impressão de que ele talvez precisasse de ajuda eventualmente, então seria bom algum contato com ele, para ajuda-lo, caso necessário.
Então, sem muitas opções sobrando naquele local, ele decide conversar com o outro treinador, e quem sabe pedir para não apanhar muito, já que, como um monotreinador normal, aquele era o único tipo super efetivo contra ele.
- Sério mesmo? Apenas pokémons lutadores são super efetivos? Essa jornada vai ser moleza então, sou neutro com todos os outros!
Em teoria, sim, mas o seu dano é ridículo em pokémons Rock e Steel, além de nem poder atacar fantasmas.
- Tem pokémons fantasmas? Mas eles eram daquele jeito antes de morrer ou eram outro e viraram fantasmas na morte? Isso não faz sentido algum!
Veja bem, a verdade não pode ser revelada, mas tem umas teorias que você pode procura em alguns locais que diz que... Deixa quieto, você já está bem próximo do treinador com o Mienfoo, melhor continuar o papo outra hora, pensa em alguma coisa para falar!
- E aí, beleza? To vendo que está treinando aí com seu pokémon. Eu me chamo Alberto e sou da cidade de New Bark. E você seria?
Alberto Byia gostava da ideia sobre o Forina Valley e pensava em visitar o local no dia seguinte. Emmanuel, contudo, já não interessava mais, então Alberto Gava seu número ao rapaz, já que ele poderia precisar de ajuda mais tarde.
E talvez precisasse mesmo.
- Valeu coroa, qualquer coisa te ligo sim. Pega aí meu número, qualquer coisa me liga também valeu?
O rapaz apertava a mão de Alberto e dava as costas, começando a caminhar na direção do rapaz com o Mienfoo. Quando dava o primeiro passo, ouvia um "Sloow": olhando para trás percebia que o Pokémon finalmente olhava para Emmanuel para concordar com ele aquilo que foi postado uns 6 posts atrás.
Caminhou até o treinador, que rapidamente o respondeu sem problemas:
- Ah, e aí! É, estamos treinando.. Me chamo Jason, este é o meu Pokémon, somos daqui mesmo de Forina.. que faz por aqui cara? Procurando alguém pra jogar damas oh Xadrez? Haha
Alberto não era exatamente a melhor das pessoas. Na verdade era até uma das piores. Não que ele seja uma escória humana, o fundo do barril, uma âncora que impede a humanidade de melhorar, o que alguns podem até discutir se deveria ser considerado ou não, mas isso não vinha ao caso. Mas ele tinha algum problema com ser chamado de velho.
Ele se considerava novo, mesmo não sendo. Creio eu que, no dia que nosso herói vier a perder os cabelos, ele usaria uma peruca, para tentar esconder a sua vergonha por ser um idoso. Mas não se deve ter vergonha de ficar velho, se deve ter vergonha de ter 40 anos de idade e não saber nada sobre as criaturas que são capazes de dar sumiço na sua casa sem mais nem menos. Isso é algo que eu me esconderia de vergonha. Mas isso não parecia ainda afetar muito a vida dele.
"A primeira impressão é sempre a que conta", disse sua finada mãe, quando ele foi em sua primeira entrevista de emprego. Alberto segue essa regra bem de perto, apesar de ele mesmo quase nunca deixar uma boa primeira impressão. Era difícil não julgar o monotreinador logo de cara, já que ele era bem longe de ser um modelo padrão da raça humana.
De qualquer forma, o que toda essa encheção de linguiça quis dizer é que Alberto já não ia com a cara daquele treinador. Compara-lo com aqueles velhos, acabados, sem mais motivos de viver além de jogar xadrez em uma praça com outros iguais a eles, sendo catalogados como um objeto imóvel, que basicamente faz parte de um cenário, era uma ofensa á nosso herói.
Porém, Alberto não fazia bem o estilo que busca brigas, na verdade ele é o oposto disso, ele se intitula como um amante, não um guerreiro, o que é na verdade só um nome bonito para um covarde. Mas não faz tanto mal querer viver para contar a história, afinal, ele nem mais moral para perder tem.
Então, contendo toda a sua fúria, Alberto ri, e fala como quem leva a piada numa boa:
- Haha, não, não. Por mais que eu não seja mais jovem, ainda tenho alguns anos para pensar nas jogadas. Eu sou um treinador, como você. Mas não sou daqui de Forina, vim aqui por causa do evento que teve na cidade, deve ter ouvido falar do Holi Park, não? Mas não estou aqui para falar dele, eu na verdade estava andando pela cidade e vi você aí treinando intensamente com seu pokémon, e isso me deixou com uma dúvida: Se você está treinando logo cedo, deve haver muitos treinadores para batalhar por aqui, não? Gostaria de saber se vocês tem algum local de encontro, aonde podem socializar com outros colegas treinadores.
Vocês, leitores, devem estar se perguntando: "Por que o senhor está pegando tão pesado com o nosso querido protagonista de pelos faciais fartos?", na verdade, o post acabaria sendo minúsculo se eu só falasse o que era importante, então aproveitei o fato de ele estar ao lado de outra pessoa para incomoda-lo sem que possa retribuir, e até que meu desgosto de estar relacionado com esse homem rendeu bastante texto, e ainda estou na ponta do iceberg do que eu tenho para falar.
Nosso herói continha a si mesmo no modo de falar com aquele rapaz. E fazia bem, é claro. Era um garoto, um moleque, que nada sabia da vida, e ofender pessoas era algo que fazia com naturalidade, muitas vezes mesmo sem pensar. Não era assim que acontecia com os jovens da atualidade?
O rapaz respondeu a Alberto de maneira franca, meio que sem rodeios, logo depois de dar um comando a seu Pokémon.
- Descansar, Mi. - ao que o lutador ali parava seus movimentos e começava uma série de alongamentos nos músculos dos braços, pernas e costas - você é um treinador,? Poxa cara, bacana! Então, não temos tantos treinadores assim em Forina, mas tenho alguns amigos, posso te passar uns contatos e tal.. Mas diz aí, "socializar"? Você quer conversar com os caras, é isso? Por que se estiver querendo treino, bom, a gente pode te ajudar! hehe
Novamente reafirmando, Alberto era covarde. Vai saber quantas artes marciais aquele cara sabia lutar? Claro que violência generalizada nunca era o melhor caminho para aquele treinador, já que ele sabe que iria apanhar feio.
Mas, pelo visto, aquele rapaz, mesmo sendo muito boca aberta, parecia ser "maneiro", "cool", como dizem os jovens de hoje em dia. Se ele fosse um pouco mais inocente, serviria fácil fácil para qualquer shonnen por aí. Vai saber se este mesmo não tem seu próprio narrador, narrando sua jornada para ser o melhor de todos, um mestre pokémon?
Brincadeira, tava só "tirando uma" com a cara do nosso herói para ver se ele se assusta. Esse daí não passa de um NPC que você provavelmente nunca mais vai ver depois que sair dessa rota. Agora deve estar imaginando: "Todo mundo que eu interajo não tem vontade própria, é apenas a vontade de um ser onipresente e onipotente, cujo único objetivo é me dar uma aventura?", basicamente, sim. Mas calma, não precisa ficar tão paranoico ou depressivo, pense que todos são como grãos de areia em uma praia. Nós, narradores, somos como as ondas do mar, pois pegamos esses grãos de areia e fazemos eles interagirem. Basicamente pense nisso como "Vontade do Destino", e você por algum motivo tem a capacidade de interagir com o Destino e até muda-lo na medida do possível.
Mas porque estou dando uma explicação filosófica tão extensa? Deveria ter deixado você com a maldição da incerteza! Fazer o quê, não é mesmo? De qualquer forma, esse tal de Jason indiretamente te desafiou para uma batalha, como pode ver. Era claro que Alberto gostaria de derrotar aquele cara em um duelo, já que ele o havia desrespeitado anteriormente. Mas ele precisava ser sutil, não deixar na cara que era isso que ele queria desde o início daquela conversa.
- Olha, agora que você falou, pelos meus cálculos hoje vai ser um dia longo. Acho que seria bom aquecer um pouco a equipe para ela ficar preparada pro resto do dia, então eu aceito esse seu "treino".
Mas havia um pequeno problema atualmente com a equipe de Alberto: ele claramente tinha pokémons mais fortes que outros. Sua Zigzagoon, Neha, e seu Turtwig, Geb, não haviam ainda experimentado uma batalha, enquanto Kúlkan já havia tido uma boa quantidade delas. O Teddiursa Nid não iria obedece-lo, então haviam poucas escolhas para uma possível batalha contra um pokémon lutador.
OFF :
Obrigado pelo elogio, mas você não está atrás não também o/
Alberto Byia e seu alter ego precisavam decidir sobre a possibilidade daquela batalha ocorrer ou não. Claramente havia o desejo pelo desenvolvimento da equipe, mas em contraposição, o oponente nao era dos mais desejados, justamente pelo tipo de monstro que estava treinando: um lutador.
Para um monotreinador "normal" - pun intended - seria o pior convite possível.
Mas enfrentar problemas simples talvez não trouxesse desenvolvimento pessoal, não é mesmo? Então, finalmente, a equipe de Alberto lutaria contra alguém em que eles eram preferencialmente fracos.
- Beleza! Uma batalha de 1 x 1, combinado? Mi, descansou? Ótimo, porque agora vamos ter uma dura batalha aqui. Contra quem vamos lutar, hein cara? - o rapaz alternava o destinatário de suas palavras, sendo o último o próprio Alberto. Qual Pokémon ele escolheria para aquela batalha, que prometia não ser nada fácil?
Chegava o momento de Alberto escolher seu pokémon. Era uma batalha um contra um, então não haveria tempo para testar se um pokémon era melhor naquela situação que o outro. Era mano-a-mano, seria preciso usar o que ele tinha de melhor. E, como qualquer bom protagonista, seu melhor estava com ele o tempo todo. Pois quem precisava de um arma secreta, uma carta na manga, quando se pode deixar exposto a todos a sua carta trunfo?
Esse, no caso, era Kúlkan. Na realidade, a sorte de Alberto fora ter conseguido aquele papagaio. Mesmo sendo bocudo ás vezes, aquele pokémon era o que todo monotreinador de tipos normais já quis, que é um pokémon que tem vantagem contra seu tipo nemesis, o lutador, também chamado de "Fightning Type".
Então, Alberto faz uma pequena apresentação de seu colega papagaio:
- Esse daqui no meu ombro será o seu adversário. Conheçam Kúlkan. Esse meu camaradinha consegue falar, ele é um doce de papagaio, mas já vou avisando que ele é bem orgulhoso e fala mais do que deve em batalha, então peço para não se ofender, porque eu não consigo controlar essa parte da personalidade dele.
O Chatot pula do ombro do treinador e plana até o chão, aonde seria o campo de batalha. Ele estufa o peito, pronto para batalhar. Ele entendeu toda a conversa, e não gostou que seu mestre foi chamado de velho, então fez questão de reclamar disso:
- MESTRE NÃO VELHO!! MESTRE MELHOR MESTRE!! KÚLKAN VENCE FUINHA KUNG FU!!
Era claro que ele era um baixinho irritado, já que seu oponente era quase o dobro do seu tamanho, mas mesmo assim ele batia de frente. Outra particularidade daquele pokémon era quando utilizava seu movimento principal, Chatter: Ao executar o movimento, o som que era criado poderia ser mudado, mas dar o mesmo efeito, então ele poderia tanto dar um grito alto quanto uma frase ou palavra. Isso era utilizado por aquele treinador das maneiras mais esdrúxulas possíveis, fazendo o papagaio causar dano auditivo no oponente até com um falsete alá "MC Melodia".
Naquele momento, Kúlkan já havia sido ensinado uma boa quantia de códigos, que equivaliam a coisas que Alberto havia ensinado a pobre criatura a utilizar como arma de destruição em massa. Na verdade isso estava bem mais para uma piada que tem sempre a mesma estrutura, mas sempre muda para acomodar referências cada vez mais obscuras ou ruins.
- Se me permite, posso começar? Kúlkan, comece com calma, use o movimento Chatter e depois, tente desviar voando dos ataques do oponente e então use Taunt para impedi-lo de usar movimentos de status. Código "Galopeira".
Entendendo o código, Kúlkan espera o momento certo para utilizar o movimento, e assim que, no calor da batalha, consegue espaço, ele grita, ao utilizar o movimento Chatter:
- GALOPEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEIRAAAAAAAA!!! NUNCA MAIS TE ESQUECEREEEEEEEEEEEEEI!!!
OFF :
Só vim avisar que a personalidade do Furfrou ainda não foi alterada, deve estar no OFF do primeiro post da rota.
e sim, eu já tenho uma lista das piadas envolvendo o Chatter.
Obviamente eu tinha me esquecido da personalidade do Furfrou u.u
Alberto tinha uma estratégia na manga: usar um Pokémon que seria justamente a contraposição da fraqueza de um tipo Normal. O garoto olhava para Alberto com feições de sorriso enquanto ouvia o homem ditar suas ordens. Assim que ele terminara, o rapaz também levantou sua voz com aparente pressa de comandar seu Pokémon.
Certo Mi, comece com Fake Out e depois vamos desferir um Pound!
Dito e feito: O Mienfoo desaparecia e golpeava Chatot enquanto a ave ainda repetia aquela estranha ordem de comando dada pelo treinador (Fake Out). Como resultado, Chatot ficou desorientado e caiu todo estrosobado para trás, ainda sem conseguir alçar vôo.
Indo rapidamente para o segundo turno, a ave provocava o lutador com algumas palavras que deixavam claro que o Pokémon não faria outra coisa senão tentar atacar diretamente o voador.
Em resposta, Mienfoo repetiu o movimento que Alberto via executar em treino: saltou e utilizou a própria perna para ricochetear naquela árvore próxima, se deslocando com velocidade até Kúlkan e desferindo um raivoso tapa bem na cabeça do pássaro (Pound).
- Beleza Mi, conforme o planejado. Agora é a hora de um Rock Tomb seguido de mais um Pound!
As coisas não tinham começado nada bem para nosso velhot.., digo, herói, e como ele poderia reverter este quadro?
Mienfoo Taunted +4 turnos
Trait: Inner Focus
lv.35 Mi M
36/36
lv. 12 Kúlkan M
26/40
Trait: Keen Eye
Chatot: Normal
Campo: Arredores de uma praça cimentada com uma árvore próxima.