- Descrição Física
- Personalidade
- Biografia
Ela sempre foi bastante ligada em sua aparência, mesmo que com os contratempos de sua jornada impedindo a menina de ter tanta dedicação quanto gostaria. Por isso, se acostumou com a rotina de aparar o cabelo por conta própria, mantendo um corte mais irregular. Improvisou por um bom tempo, mas aproveitou um curto período em que quis tirar “férias” para estudar e decidiu que iria buscar algum profissional para cortar seu cabelo adequadamente e até mudar um pouco a cor que costumava tingi-lo.
Junto dessa mudança, o que mais se destaca talvez sejam os óculos que acabou precisando começar a usar. Um grau natural que acabou surgindo, mesmo que só precise deles para situações em que lê algo distante (principalmente para não errar a leitura de placas de sinalização). A armação escolhida combina com seu rosto levemente arredondado e delicado, e com os olhos, que tem tons escuros em um degradê de púrpuro com azul.
Seu corpo, apesar de não ter diferenças muito visíveis em sua silhueta, está bem mais condicionado para tarefas que exijam esforço físico. Se antes ficava muito tempo parada, lendo ou ociosa, agora o simples fato de viajar a pé já fazia com que ficasse em forma. Ocorreu por osmose, mas quando Karen precisou dessa estamina extra, a facilidade repentina a surpreendeu positivamente.
Tem uma baixa estatura que se provou útil em diversas situações. Mesmo que, de vez em quando, ainda se sinta meio ridícula quando está ao lado do símio de dois metros e sua cabeça não parece chegar nem nos ombros dele. Por sorte, o Passimian anda abaixado em diversos momentos...
Seu vestuário é variado, mas gosta muito de usar roupas de frio, como cachecóis, casacos e até boinas. Mesmo assim, é calorenta, então dificilmente usa esse tipo de roupa fora de climas mais amenos. Quando em missões da sociedade, em que sabe que vai acabar se enrolando em alguma encrenca, prefere roupas mais práticas ou móveis.
É uma garota bastante extrovertida e simpática. Se considera alegre, e poderia se chamar de “engraçada”, mas não são raros os casos em que acaba sendo a piada, ao invés de quem a conta, mas sabe levar na brincadeira. Tem um gosto particular por trocadilhos com palavras, apesar da maioria deles ser deplorável.
Seu otimismo é algo natural que parece beirar a inocência. É sim uma menina bastante inocente, mas os momentos em que costuma zombar um pouco até de situações negativas mostra que ela sabe que não adiantaria ficar sofrendo diante de alguns tipos de problemas e demonstra uma certa força psicológica em lidar com situações tensas ou desagradáveis.
Tem o costume de usar alguns bordões e gírias que algumas pessoas estranham, mas é um hábito que não consegue largar, tendo ouvido e repetido desde cedo em sua casa, com seus pais e irmãos. Como reflexo do seu interesse desde cedo por leituras, também tem o hábito de, sempre que possível. lançar referências a obras de ficção que leu, mesmo que raramente acabem sendo captadas pelos meios em que passa ou as pessoas com quem conversa.
Não é muito corajosa, mesmo que acabe se forçando a fazer o que precisa, tendo em vários momentos se surpreendido e encontrado uma força interior capaz de quebrar algumas barreiras que apareceram em suas aventuras (e uma força exterior também, no formato de um símio com mais de 100 quilos, 2 metros e mais de 120 de Ataque Base, com pelos brancos e um coco em mãos). Com essas duas forças, costuma conseguir ultrapassar qualquer obstáculo que apareça em seu caminho.
Já que houve outra menção ao Arthur... Geralmente é bastante rígida e até meio rude com o Passimian. Sua relação é semelhante a de uma mãe que, a todo momento, puxa a orelha do filho bagunceiro. Baderneiro como é, o símio não se importa e até faz mais besteiras, criando esse looping infinito sobre se provocarem, reclamarem, resmungarem, rirem e começar tudo de novo. No final do dia, sempre mantém um forte laço com o lutador, constituindo uma dupla quase inseparável desde o primeiro dia de sua jornada. Após muitas brigas constantes que já passaram (e muitas outras que estão por vir), não são raros os momentos em que se encontram caminhando e cantarolando juntos, com Karen como vocal e Arthur batucando seu instrumento, Excocobur, compondo assim a trilha sonora que dita o ritmo dessa aventura...
Os dois são péssimos, inclusive.
Karen Okido passou sua infância e pré-adolescência sendo uma menina sem grandes ambições. Não apenas por simplicidade, mas por não ter algo que realmente amasse; uma paixão desde cedo que justificasse um empenho maior do que o normal em um passatempo ou hobby.
Isso se tornava ainda mais evidente quando a menina olhava para seus arredores e avistava seus irmãos, que eram todos no mínimo... Excêntricos. Além dos nomes esquisitos, no caso, já que essa característica em especial, era compartilhada entre todos. O que ela sentia falta era de algo mais “escrachado”; seus irmãos eram todos quase que cartunescos, estúpidos ou divertidos de sua própria maneira, e ela, por sua vez, se sentia bastante comum. Talvez até “sem sal”.
Todos esses irmãos, inclusive, seguiram suas vidas como treinadores, mesmo que em caminhos distintos. Foi difícil para a caçula Karen se despedir de cada um deles, na ordem do mais velho para o mais novo: Matte (Matecalut), Din (Dimanuctiu), Jake (Jakemanticis), Gio (Giomorjeno) e Tom (Tonchenko). A cada despedida, a incômoda sensação de que estava sendo deixada para trás mais uma vez: ainda sem um sonho, mais velha e não menos comum e sem graça.
Se tivesse que citar uma característica diferente, no máximo citaria o quão inocentemente confiante em livros e histórias de ficção era. O apelo de uma aventura envolvendo coragem, uma guerra com sacrifícios, um suspense amedrontador ou um amor dramático; todas essas histórias épicas e irreais faziam com que o tempo sozinha não fosse completamente vazio naquela pequena estante de livros de seu pai, que para a pequena Karen, mais se assemelhava a uma biblioteca imensa.
De página em página, Karen chegou em sua adolescência sem grandes mudanças. Não era a mais atlética, a mais inteligente, a mais esforçada. Costumava viver no simples e no passável, sem necessidade de muito mais do que isso. Talvez por comodismo, a literatura ainda era quem mais a acompanhava. Era a menina que, mesmo não sendo introvertida, preferia ficar no canto de sua turma, sempre folheando algum livro. Gostava principalmente das histórias mais antigas, mas não excessivamente eruditas. Dava preferência por versões mais casuais e modernas de textos e, se não encontrasse uma versão assim, não seria raro vê-la pescando alguma palavra em um dicionário ou se questionando sobre a razão de complicar tanto algumas frases que seriam simples de dizer se o autor quisesse descomplicar.
Era como uma estranha em sua sala de aula. Não partilhava nem compreendia os sonhos de seus colegas em relação a Pokémon ou o que fosse próximo disso, e essa apatia destacava a menina como uma aluna deslocada; alguém sem muito assunto para partilhar com o resto da sala. Não ficava chateada, mas se sentia entediada, já que mantinha uma postura mais quieta, o que acabava atraindo alguns olhares de estranhamento na escola. A figura de menina que não se importa com seus arredores e prefere ler emanava uma aura arrogante que não era proposital, mas ainda sim, quase inevitável.
Era uma surpresa para seus colegas que, quando se aproximassem, descobririam que se tratava de uma menina bastante educada, simpática e até extrovertida. Karemachena (Karen. Ela sempre escondeu seu nome) não era nem um pouco tímida e se comunicava bem até demais: se deixassem, era uma grande tagarela. Às vezes, tropeçava um pouco em seus pensamentos em voz alta e incentivava alguns momentos bastante engraçados ou estúpidos, uma marca que não deixou de carregar até hoje.
Mesmo assim, as conversas nunca resistiam muito tempo, morrendo eventualmente pela falta de assuntos em comum.
Quando terminou seus estudos e conseguiu a tão sonhada "liberdade adulta", notou que não sabia o que queria da vida. Na verdade, talvez sempre soubesse disso, mas deixava para decidir depois o que fazer. Na sua cabeça, nunca chegou em nenhuma grande conclusão; iria ajudar seus pais na fazenda, viver observando seus cinco irmãos mais velhos, viajando e visitando periodicamente a sua casa. Conversariam, mas logo iriam embora. Não paravam em casa, enquanto Karen não sairia dela.
Notou que estava apenas existindo; não vivendo.
Numa conversa banal com sua mãe, chegou na até então inusitada ideia de sair em uma jornada. Karen nunca viu muito sentido nisso; treinar Pokémon? Viver perambulando por aí? Nunca se imaginou assim. Ainda não se imaginava assim.
Mas, talvez, sair de sua zona de conforto seria um primeiro passo importante. Não para se tornar uma líder de ginásio ou algum similar igualmente ambicioso. Ela só queria tentar algo novo; se encontrar. Talvez, conhecendo melhor as vastas opções do mundo em que habitava, saberia dizer melhor o que gostava, ou que não gostava.
Talvez conseguisse viver algo semelhante a todas aquelas aventuras e histórias que com muito custo aprendeu que eram apenas ficções em sua infância. Talvez pudesse viver algo que preenchesse os livros daquela ex-enorme biblioteca, agora uma simples estante de livros para a já (levemente) amadurecida Karen.
Sendo uma decisão de última hora, não tinha nada pronto. Não que isso fosse impedir a menina de cabelos rosas de começar uma aventura. Visitou seu tio distante, especialista em Lutadores. O homem tinha uma Pokébola antiga, em que havia abrigado um Pokémon de uma região muito distante: Um Passimian de Alola.
O símio gigante tinha personalidade forte e era cabeça dura. Karen descobriu ser igual. Talvez por isso, tivesse (e até hoje tem) uma rixa com o Pokémon. Eventualmente, o Lutador viria a ser nomeado Arthur, baseado na lenda que tanto gostava de ler quando mais nova. Enxergava o Pokémon como um cavaleiro ou um rei. No futuro, iria descobrir que Arthur não passava de um bobo da corte.
Arthur foi o primeiro de muitos; mas ainda é o mais importante para Karen. Não existiram muitos momentos em que não estiveram juntos. O Passimian se recusa a ficar em sua Pokébola, e a garota, apesar dos resmungos, sempre respeitou essa decisão dele.
Em suas primeiras desventuras, a dupla conseguiu alguns ovos de Pokémon! Eram os primeiros de muitos. Ganhou presentes de amigos que o convidariam para uma sociedade. Muitos presentes, na verdade. Capturou alguns, trocou outros. Nesse vai e vem, antes que percebesse, aumentou e muito o seu time. A tal ponto que, para olhos mais desatentos de fora, uma olhada naquela turma ao redor e Karen poderia ser erroneamente julgada como uma treinadora experiente!
Essa talvez seja a maior dificuldade de processar, dentre tantas coisas que aconteceram até então. Quando ouviu da boca de um colega de sociedade que estava se tornando uma treinadora forte, Karen teve um minuto para tentar contemplar o que passou até ali. Para ela, era apenas um resultado de inúmeras circunstâncias e coincidências. Os Pokémon gostavam de lutar, e ela tinha coisas para resolver. Mesmo seguindo esse fluxo de situações, não tinha parado para olhar ao redor e perceber até onde já tinha chegado. Passou por situações de medo, tristeza e surpresa. Passou por momentos divertidos e de alegria. No fundo, sentia que agora tinha um propósito, mas ainda não se enxerga da mesma forma que os “treinadores profissionais”.
Para Karen, a Karen ainda é uma menina do interior, cujo nome NÃO É Karemachena. Uma menina de interior que não quis gastar a juventude se apoiando em uma enxada e cultivando berries para seus pais. Mas, ao mesmo tempo, uma que ainda não se vê como treinadora além do amadorismo e da sombra de alguns Pokémon durões. Não que pense muito afundo nisso: ela gosta do modo casual como perambula por ai e a sensação de que tem suas próprias histórias para contar e preencher alguns livros épicos (ou cômicos) lhe parece mais do que suficiente.
Pode não ter tantos assuntos com amigos sobre Pokémon, ou ainda se perder em alguns assuntos quando conversa sobre essas coisas... Mesmo sem um parecer definitivo, sente que já consegue começar a enxergar onde quer chegar. Mesmo que ainda não saiba colocar esse sentimento em palavras.