SENSATA, não falei? Eu gosto dos posicionamentos de Kathryne porque eles são muito mais racionais que os meus. Com o aval da treinadora, tirei o dedo do botão de cancelamento e vi o que nos aguardava. Não demorou muito para a surpresa chegar, mas antes disso eu apoiei minhas costas na parede e observei o movimento cansativo das ruas.
Será que eu seria assim um dia? Fechei os olhos e me imaginei num vestido um pouco mais colado, um salto alto e uma bolsa de lado. Indo para uma balada! Vi-me cercada de amigas antigas, do colegial. Ouvi a música eletrônica balançar minha cabeça e nessa progessão, minha imaginação foi para o inevitável cansaço.
No fim da noite eu só pensaria em tirar os sapatos e me jogar na cama. Pergunto-me qual o prazer de uma vida que tem seu auge em desfazê-la. Sem resposta, recorro a Kathryne mais uma vez:
- Será que a gente vai ser assim um dia? - Apontei para frente, indicando absolutamente QUALQUER pessoa ao meio da agitação.
Talvez a moça não tivesse nem tempo para responder, já que ao fundo, todo esse movimento começava a ser perturbada. Já perturbou uma multidão de andarilhos? Pois bem; o que eles mais querem (certamente) é seguir o fluxo. Quando não podem, se irritam e se empurram, num ato bastante destrutivo.
Os gritos, reclamações e separações me fizeram olhar estrada acima. Quando vi um homem vigoroso e excêntrico pintar a cena um UMA RENA, eu já abaixei a cabeça e comecei a proferir baixinho:
- Não seja Adalberto, não seja Adalberto, não seja Adalbeto, não seja Adalberto...
E era.
Eu devia ter olhado a descrição do motorista antes. Daria para ver a situação atípica ao perceber que a capacidade de seu 'carro' era de uma a dez pessoas. Talvez doze. Como não vi isso antes, acabei tomando esse tombo. Para piorar, o homem ainda vinha atrás de mim falando meu nome em voz alta. Eu juro que quase disse que não. Imagina só! "Sou Winnie não, moço. Deve ser a moça de cabelo rosa que está mais para baixo".
Mas se eu falasse isso, eu ia fazer o que depois disso? Sair correndo? Me esconder? Chamar outro Uber? Ir a pé????? Vi que o homem já incomodava mais do que devia, talvez fosse melhor eu só subir logo e acabar com o sofrimento dos outros, tirando aquele monte de rena dali. Olhei para Kathryne e lhe joguei um olhar de "não me odeia PELO AMOR DE DEUS", afinal de contas a insistência no Uber foi minha.
Foi com esse olhar de gato-pidão que andei até uma das renas e pulei em suas costas. Eu PRECISAVA que Kathryne não me odiasse por isso pelo resto de nossas vidas. Era um motivo tão tosco! Eu tinha que ter a chance de dar um motivo melhor, né?! Já alojada em uma das renas, eu conclui que soltar comentários idiotas seria o melhor remédio:
- O nota baixa deve ser pelo jantar que ele vai oferecer... Porque se não a nota dele seria 0, não 2 - Dei uma leve pausa - Olha o lado bom, pelo menos a gente descobre como é por dentro da Chaminé do cinema. Se pa a gente nem paga entrada.
Será que eu seria assim um dia? Fechei os olhos e me imaginei num vestido um pouco mais colado, um salto alto e uma bolsa de lado. Indo para uma balada! Vi-me cercada de amigas antigas, do colegial. Ouvi a música eletrônica balançar minha cabeça e nessa progessão, minha imaginação foi para o inevitável cansaço.
No fim da noite eu só pensaria em tirar os sapatos e me jogar na cama. Pergunto-me qual o prazer de uma vida que tem seu auge em desfazê-la. Sem resposta, recorro a Kathryne mais uma vez:
- Será que a gente vai ser assim um dia? - Apontei para frente, indicando absolutamente QUALQUER pessoa ao meio da agitação.
Talvez a moça não tivesse nem tempo para responder, já que ao fundo, todo esse movimento começava a ser perturbada. Já perturbou uma multidão de andarilhos? Pois bem; o que eles mais querem (certamente) é seguir o fluxo. Quando não podem, se irritam e se empurram, num ato bastante destrutivo.
Os gritos, reclamações e separações me fizeram olhar estrada acima. Quando vi um homem vigoroso e excêntrico pintar a cena um UMA RENA, eu já abaixei a cabeça e comecei a proferir baixinho:
- Não seja Adalberto, não seja Adalberto, não seja Adalbeto, não seja Adalberto...
E era.
Eu devia ter olhado a descrição do motorista antes. Daria para ver a situação atípica ao perceber que a capacidade de seu 'carro' era de uma a dez pessoas. Talvez doze. Como não vi isso antes, acabei tomando esse tombo. Para piorar, o homem ainda vinha atrás de mim falando meu nome em voz alta. Eu juro que quase disse que não. Imagina só! "Sou Winnie não, moço. Deve ser a moça de cabelo rosa que está mais para baixo".
Mas se eu falasse isso, eu ia fazer o que depois disso? Sair correndo? Me esconder? Chamar outro Uber? Ir a pé????? Vi que o homem já incomodava mais do que devia, talvez fosse melhor eu só subir logo e acabar com o sofrimento dos outros, tirando aquele monte de rena dali. Olhei para Kathryne e lhe joguei um olhar de "não me odeia PELO AMOR DE DEUS", afinal de contas a insistência no Uber foi minha.
Foi com esse olhar de gato-pidão que andei até uma das renas e pulei em suas costas. Eu PRECISAVA que Kathryne não me odiasse por isso pelo resto de nossas vidas. Era um motivo tão tosco! Eu tinha que ter a chance de dar um motivo melhor, né?! Já alojada em uma das renas, eu conclui que soltar comentários idiotas seria o melhor remédio:
- O nota baixa deve ser pelo jantar que ele vai oferecer... Porque se não a nota dele seria 0, não 2 - Dei uma leve pausa - Olha o lado bom, pelo menos a gente descobre como é por dentro da Chaminé do cinema. Se pa a gente nem paga entrada.
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O Mahiro é o melhor do mundo <3