As desventuras de Shuckle & Wooper #2

Claro que não podia ser mais perfeito: Não só os benditos estavam indo justamente pra onde deveriam, como também (pelo que a língua solta de Roger e seus conhecimentos indicavam) pareciam estar indo investigar o lance todo do helicóptero que, aparentemente, foi pro saco. Era difícil dizer se estavam se movimentando por algum tipo de testemunha ou alguma denúncia que podia ter sido a causa do desaparecimento dos novatos mas, é, talvez no fim estivesse errada sobre ter ou não que, uh, "se livrar" de alguém no meio daquela missão.

— Não sabia que Rangers também saíam em grupos assim pra caçar pokémon! — Comentou a ruiva, espiando com certa curiosidade ao finalmente poder se colocar pra dentro do barco... O que, admito, foi mais um "sentar na borda" que qualquer outra coisa. Rotom já era responsável o suficiente por auxiliar, mas... No fim das contas, resolveu simplesmente levantar e encostar o corpo contra a grade do barquinho. — Ou estão indo pra estudar? Acho que também é uma opção, né. — Ponderou, pensativa, desviando o olhar para o céu por alguns segundos como se pesasse a possibilidade em uma balança imaginária.

A parte ruim: O "capitão" não parecia muito disposto de simplesmente deixá-las entrar.
A parte boa: O belíssimo projeto de Barbie que parecia sua irmã aparentemente tinha conseguido encantar aquele projeto de guardinha. Devia ter deixado ela ficar de biquíni e, se desse mole, até de fio dental.

— ...Ah! Sério? Não vai incomodar? — Foi a pergunta educada que veio em reação ao "não se preocupe"; Não tinha motivo recusar, mas não precisava simplesmente jogar isso na cara dele. — Obrigada, rapazes! É muita gentileza. — Agradeceu, apoiando de leve a mão sobre o peito e inclinando a cabeça em uma mesura pequena, tímida, um gesto silencioso de gratidão.

...mas não gostava, admitia, daquele olhar fixo e um tanto quanto "censurante" de Marcus para cima não só de si, como também de Bley. Ou ele era implicante ou era o mais inteligente o que, de qualquer das formas, era uma pena; De todos os três, aquele ali parecia ser justamente o mais interessante. Fazer o quê... Talvez, no fim das contas, gostasse um pouco mais de homens altos, sabe como é.

Enfim, já foi mencionado como a moça achava hilário ver a irmã bancando a envergonhada?
Parecia até uma adolescente boba!
...e a parte mais engraçada é que ela ficava justamente assim quando se tratava de Daisuke.

Um olhar fixo no dela e um sorrisinho pequeno foi tudo o que pôde responder, porém.

— ...É! Eu adoraria saber o que vocês ouviram, também! — Comentou, abrindo um sorriso interessado. — Eu ouvi dizer que tem uns coqueiros gigaaaaantes lá que simplesmente começam a se mexer do nada! Bom, tá, isso não é exatamente pokémon... Mas acho que bem que poderia ser um! — Explicou, ajeitando com delicadeza uma das madeixas molhadas por detrás da orelha, observando o fantasminha camarada pousar no chão do barco e ficar lá, batendo as roupas que não existiam dentro de sua maquininha. — Quer dizer, normalmente, quando isso acontece, é obra de algum, né? Que que 'cês acham?

6

Não é por mal, Tony; Mas você precisa entender que não dá muito certo ser tímido quando sua pessoa de desejo está em uma missão e em uma falsa situação de galanteio. Claro, não tem como o seu pobre coitado ser saber disso mas, veja, a parte boa é que não demorou muito pra atenção da ruiva se voltar mais pro seu lado quando você chegou um pouco mais perto, os orbes cinzentos se aprofundando nas íris alheias.

Ela sorriu; E isso, por si só, já era uma abertura para você.

— ...Sério??? Aquáticos raros? — Exclamou instantaneamente, por meio segundo esquecendo-se que os boatos eram uma fabricação das próprias mentiras. A animação poderia passar estranha para Bley, é claro, mas isso era simplesmente por ser realística demais. — ...Eu adoro aquáticos, sabia? Acho que é um, senão o, dos meus tipos favoritos! — Comentou por cima, ajeitando com delicadeza uma das madeixas por detrás da orelha, espiando com certo carinho o eletrodoméstico que relaxava no barco. — Será que a gente consegue um, Sú? — Voltou-se para a outra; E, bem, foi nesse momento, e só nele, que se deu conta de que... Provavelmente não existia nenhum.

E pôde até não demonstrar, mas o coração morreu um pouquinho por dentro.
Talvez o mesmo sentimento que a outra sentia, com aquele homem boboca grudado no ombro.

Tsc...

— Ai, não, não quero não, obrigada! — Foi sua resposta, imediatamente levando as mãos à boca e colocando os indicadores em formato de "X" na frente dos lábios, como uma proibição. — Olha, acho que vocês vão me achar meio careta, mas vovó disse pra nunca comer antes de nadar. E se eu enxergar uma sombrinha diferente que seja no meio da água, eu te garanto que me jogo sem pensar duas vezes pra ver se eu consigo um pokémon novo! — Riu, tímida; Você já deve saber, mas a verdadeira razão era que não pretendia comer absolutamente nada estranho em um barco cheio de homem que não conhecia. Principalmente que a coitada da Karinna se viu compelida à aceitar... — No máximo, aceito pra comer por lá quando a gente descansar um pouquinho! — Acrescentou, apoiando as próprias mãos nas coxas e inclinando o corpo um pouco pra frente, relaxada.

— Pois é. — Concordou com a afirmação da companheira, sem titubear. — Meu Rotom é quem mais tem experiência, por assim dizer... Mas a gente nunca se meteu em mar aberto desse jeito, então eu não sei bem quão seguro é. — Comentou, esfregando as coxas com delicadeza, movendo as pernas e as cruzando devagar. Tá; Talvez Bley fosse a mais experiente na arte de pagar de sedutora, mas não podia só deixar a maré levar, de certa forma. — Te falar, Sú, ainda bem que a gente mudou de ideia antes de perceber que era longe demais quando a gente já tivesse sei lá quantos quilômetros da costa! — Disse para a outra em resposta à tal distância, um riso besta escapando da garganta; Talvez, se houvesse trazido Ariel, seria uma missão mais fácil e...

...ai, Arielzinho.

— ...E você? — A atenção, enfim, voltou-se para Tony; Um sorriso manso brincou nos lábios, tentando ignorar pelo menos um pouquinho a matraca do Roger. Quem sabe se o outro não tinha algo mais interessante a dizer? — Faz muito tempo que é Ranger? — Quis saber. — Deve ser um sufoco ficar correndo pra lá e pra cá, resolvendo bucha dos outros!

[quote="Karinna"]

Silver Ocean

Acho meio difícil conseguir colocar em palavras o nervosismo que começava a tomar conta do consciente. Quer dizer, está tudo indo uma bela maravilha e pelo que parece os rapazes estão caindo muito bem no nosso plano, mas… Sou eu, né. Eu e Wooper. A merda sente o nosso cheiro e vem atrás sem sequer pestanejar. Só parar para pensar que há alguns meses não só sentimos a fúria do PRÓPRIO Arceus como também de uma civilização perdida pelo tempo. Esperar pelo pior ao menos é uma grande qualidade na Organização que fazemos parte.

- Nossa, um dos mais fortes? - que meeeeerda; ao menos consegui abrir um sorriso para o loiro - Um dia queria treinar bastante meus monstrinhos, mas sou preguiçosa.

O olhar direcionou-se para a ruiva, que parecia dar atenção para Tony, o tímido. Não iria interrompê-la, né? Pra quem fisgou Luch em um pulo, minha irmãzinha deve ter algum truque nas suas mangas. Ajeitei a coluna, já tentando abstrair que Roger novamente colocou o braço em mim… Ossos do ofício, né? O que posso fazer?

- Nossa, o tempo pas-

E, nossa, a confusão que se causou em um milissegundo foi o suficiente para eu perder a compostura por completo: na mudança de expressão de Marcus, já mudei a expressão no rosto, com o corpo levantando quase que involuntariamente para proteger a irmã mais nova. Antes que pudesse fazê-lo, o barco nos jogou para a direita, só não causando um acidente feio pela velocidade monstruosa de Bombril e Gyoza em nos acudirem.

- Q-que isso?

Day Care escreveu:

- Tyrunt: 12 posts.
- Spiritomb: 103 posts.

"I'm still a believer but I don't know why; I've never been a natural all I do is try, try, try..."

Veja: Não era estúpida. Pelo menos, não o tempo todo; Então, digo com segurança que foi por isso que reparou instantaneamente no "bate-e-volta" de "olha-não-olha-o-mapa" realizado por Marcus e Roger. Quer dizer, não tinha certeza se era só paranoia sua, levando em consideração que Karinna não parecia ter dado a mínima, mas... Aquele era um detalhe que a deixava, para dizer o mínimo, desconfiada, entende?

...como se quisessem as tirar dos arredores.
Ou ele simplesmente não sabia calcular?

— Você acha? — Perguntou, o amargo na garganta subindo diante do comentário do rapaz sobre prender criminosos. Então, Tony... Haha... — Mas... Não é, tipo, perigoso demais? — Perguntou em baixo tom, sem jeito, como se segredasse ao rapaz - um volume baixinho o suficiente, como se tivesse medo que os ouvidos da organização estivessem por ali. — Você não tem medo? — Quis saber, aproximando-se um pouquinho mais do rapaz, suave, meio tímida; Não necessariamente invadindo seu espaço pessoal, mas... Sabe? Sim, proximidade.

— Ah, Tony, — Lembrou de dizer. — você se incomoda se eu der uma olhadinha no seu mapa? Eu queria ter uma noçãozinha melhor de como são as coisas lá pelas ilhas... Mas talvez eu devesse ter procurado antes, né? — Pediu, um riso sem graça - uma isca discreta que, se tudo desse certo, poderia pelo menos verificar o território que deveriam buscar. Fazer o quê se precisavam contar com policiais para o projeto?

...Ah, mas então, lembra aquele lance de "não invadir o espaço pessoal"?
Então, até era o plano; Só que ele meio que foi por água abaixo - primeiro com o aviso de Marcus mas, bem, infelizmente, não teve reação o suficiente para evitar o que estava por vir e... Abandonou completamente a distância quando o solavanco do barco praticamente a arremessou pra cima do coitado do moreno. Em sua defesa: Não era culpa sua.

— ...Ugh! — Gemeu, sentindo o ardor dos machucados repentinamente correndo pelo corpo e fisgando-lhe os músculos diante do baque repentino. Rotom foi o primeiro que imediatamente veio pra perto para ver se estava inteira e, considerando que o aquático de bobo não tinha nada, o espertinho ainda resolveu levitar assim que ouviu o berro de Marcus para que se segurassem, então, é... Basicamente, a única não-vítima daquela embarcação. — Ai, eu, desculpa! — Disse apressada, em baixa voz, afastando-se sem jeito e encolhendo os ombros, as pálpebras apertando para tentar ignorar o incômodo que se espalhou pelos membros. A única coisa que arrancou seu breve sorriso foi a mangueira de Balthazar, que a cutucou na bochecha e molhou um pouquinho seus cabelos para ver se estava viva. — ...Tô bem, amor. Tô bem. — Garantiu ao fantasma. — Que que foi isso? — Quis saber, pendendo o corpo um pouco para o lado, a cabeça escapando para fora do barco, os orbes acinzentados vigiando as águas oceânicas nas quais velejavam.

Um pokémon, talvez?