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— Eu sei que você quer, mas não surta. — Aconselhou a companheira, um encolher de ombros relaxado. Não esperou muito, aliás, e logo usou a mão contra a boca da outra para que pudesse, uhn, calá-la, antes de permitir que acabasse falando demais, inclusive... Assim que ela começou a falar um belíssimo "mat-"... — E fica quieta. 'Cê não sabe se eles ainda tão por aí. — Repreendeu em baixo tom, beliscando com discrição a bochecha da loira ao soltá-la.
— Ih, saberia nada. Falar pra você que eu nem lembro a última vez que a gente se falou direito. — Comentou, apoiando o queixo com sutileza sobre a tampa de seu eletrodoméstico, que pacientemente a guiava na direção da ilhazinha. — Vou é jogar meu pokézap fora, ninguém responde minhas mensagens em menos de sete anos mesmo. — Ranzinzou, baixinho, um certo "quê" desanimado despontando na voz. — Enfim... Relaxa, a gente dá um jeito. Só não surta antes da hora, viu? — Uma cotovelada discreta no braço da companheira. — Deixa pra pirar se eles tiverem lá na ilha. — Porque aí ela podia ter um bom motivo, razão e circunstância e, sinceramente, ninguém poderia culpá-la, independente do quão inocente era o papel que tentava interpretar.