As desventuras de Shuckle & Wooper #2

A parte boa de ter pokémons que servem pra praticamente qualquer situação é que... Eles servem pra praticamente qualquer situação.

A parte ruim de ter pokémons que servem pra praticamente qualquer situação é que... A qualquer momento você pode ter que sair correndo atrás de um fortão maluco que ouviu alguma coisa e resolveu que não podia ir andando como uma pessoa normal, até porque ele simplesmente não era uma pessoa normal.

— EI! CALMA AÍ, GRIMM! — Gritou quando o bendito começou a se afastar... E sem muito sucesso. A ruiva respirou fundo, olhou para Karinna que já tinha subido - e relaxou quando percebeu que ela não tinha ido longe e que também pareceu perceber o surto psicótico de seu noturno. Sem demora, verificou o trabalho de sepultamento de corpos/helicópteros uma última vez... E, se dando por satisfeita, retornou seus pokémons e criou coragem pra correr atrás de Grimmsnarl.

Vamo lá, qual vai ser a treta da vez?

Ruim, péssimo, horrível, horroroso, me faz mal.

Seguinte, se já estava quase na fé de que os Tentacruéis (talvez algo maior) e o oceano já tinham dado cabo dos policiais babacas que as meteram naquela furada (sim, a culpa era TODINHA DELES, nada a ver com ter entrado pra organização ou algo do tipo), perceber o que diabos estava por baixo das algas que Grimm havia rastreado serviu como um belíssimo banho de água gelada que fodeu com todos os seus ossos e a fez ter vontade de gritar. Não pelo fato de que provavelmente seriam obrigadas a lidar com o capitão, mas também pela possibilidade palpável de que os Rangers talvez tivessem escapado das garras naturezas e, pra piorar, ainda existia uma chance de que não houvessem achado a tal caixa preta por eles terem pego primeiro.

Filhos da puta.

— ...Era o que faltava. — Rosnou em um sussurro consigo mesma, enfiando o rosto entre as mãos e arrastando as unhas sobre a pele, deixando um rastro ardido de marcas vermelhas sob a pele alva e a mancha musgo que banhava sua bochecha. — Inferno. — Resmungou, apertando as pálpebras e respirando fundo uma, duas, três vezes. A primeira (quer dizer, a segunda) reação que teve foi se voltar imediatamente na direção da loira, estendendo a mão em um sinal de "PARE", colocando o indicador na frente dos lábios para exigir silêncio e se voltando na direção do caído bagre do mar.

— Veja se ouve mais alguma coisa. Pode ser que tenham mais três. — Pediu ao faérico, voltando a atenção para o homem... Bem na hora que Karinna chegava e já fazia suas sugestões amigáveis. — Não. Talvez ele saiba de alguma coisa. — Foi o sussurro que respondeu, esfregando o rosto mais uma vez - agora meio arrependida por ter simplesmente metido a unha nele em um pequeno surto de INCONFORMIDADE -. — Balt, veja se consegue acordar ele com uma água na cara ou um choquinho. Não muito forte, não é pra machucar. — Pediu - até porque, não queria chegar perto dele. Vai que o bicho surtava e achava que estavam tentando matar?

Não que fosse lá uma realidade muito mentirosa, mas vamos com calma, né?

Tá, pelo menos o élfico não conseguia ouvir mais ninguém... O que podia ser tanto um bom quanto um péssimo sinal e, levando em consideração tudo que estava acontecendo, não botava lá muita fé de que era algum golpe de sorte. Também foi uma decepção que Balthazar não deu conta do recado, levando em consideração que não queria de jeito nenhum se aproximar do bendito...

Enfim, indignadíssima que gente afogada respira, lá vai Natalie Chase tendo que fazer a desgraça de um "POFTPOFT" no meio do peito de alguém com as mãos pra ver se o desgraçado cospe água, se é que engoliu. Vamos lá de massagem cardíaca, sempre útil pra quando você tem alguém MORTO no meio de uma viagem. Mas, eu admito: Primeiro, ela mandou Grimmsnarl pra ver se o faérico não conseguia fazer o trabalho sem que tivesse que se intrometer... Mas, se não desse, vamo lá. Fazer o quê.

— Se você queria que fritasse de vez, era melhor só não fazer nada, criatura. — Reclamou com a loira, enquanto seu queridíssimo fantasma elétrico apenas balançou a mangueira com certa animação, jogando alguns pingos de água na cabeça de Bley. — Cê tá sendo uma péssima influência pro Balt. — Pontuou, dando língua e apoiando a mão na cintura. Enfim... Além disso, a parte boa é que o velho não só cuspiu um montão de água (será que era do mar ou do corpo? Hmm), como também a forcinha de Grimmsnarl já abriu caminho pra cavar uma cova.

O importante não é a anemia, é que não morreu ainda, reza a lenda da história do conto de fadas.

— Ah! Já chega, pode deixar, Grimm! — Pediu ao faérico, apoiando a mão com discrição naquele bração branco. O élfico ergueu uma das sobrancelhas (?) e acabou só dando de ombros, afastando as mãos e cutucando o velhote com a ponta do pé peludo, preguiçoso, o balançando sem muito cuidado. — Alô? Terra chamando... Velhinho? — Chamou, meio incerta. Ele tinha dado nome? Nem lembrava, na real.