Seaside Serenade

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Bill explicava como uma possível fuga ou a eliminação de resíduos para cursos de água naturais poderia ser a forma de como os selvagens entravam em contacto com algum componente da água e assim também acabavam com os mesmos sintomas que os pokémon domesticados. E isso fazia todo o sentido! Principalmente quando encontrava uma notícia documentando a aquisição de uma nascente de água por parte de uma companhia e já acusando alguns dos riscos ambientais que isso poderia trazer.

- Sim, sim! Veja aqui! Parece que recentemente uma empresa comprou uma nascente de água para estabelecer uma fábrica lá! E... Acho que já tinham sido avisados dos problemas ambientais que podiam causar então acho que não podem dizer que "foi sem querer". - acrescentei ao mostrar a notícia ao pesquisador.

Esta "descobera" colocava o colega elétrico e logo fazia mais um teste utilizando a saliva do Chatot para criar uma reação com um líquido em um frasquinho, levando à criação de um líquido negro. Eu realmente entendia a urgência com que Bill agia fazendo aqueles testes e me pedia para ir até à fábrica coletar um pouco do produto para ver se aconteia uma reação similar e assim confirmar a teoria.

- Bem... Eu não sei se sozinho vou conseguir muita colaboração dessa galera, seria bem melhor se tivesse ajuda de uns policiais mas eu duvido muito que eles vão prestar muita atenção sem termos provas concretas que relacionam os dois. - comentei soltando um suspiro e coçando a parte de trás da cabeça já imaginando a dor de cabeça que ia ser convencer eles - Mas eu vou lá... Alguma coisa tem de ser feita! Isto é extremamente urgente para deixar passar. Seja como for, se por acaso conseguirem alguma colaboração dos policiai eu agradeceria imenso. - adicionei enquanto pegava os frascos que Bill havia preparado e os guardava em um pequeno bolso vazio da minha mochila.

Finalizei de me preparar e garantir que tinha tudo o que precisava e então me despedia dos dois, chamando Uriel para me dar mais uma carona enquanto seguiamos para a periferia da cidade na direção da tal nova fábrica.

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Longe do centro da cidade, esta galera realmente havia arrumado um lugarzinho bem calmo e sem grandes testemunhas para fazer quaisquer experimentos que quisessem sem serem incomodados ou causar grandes suspeitas. Era sem dúvida um plano muito bem estruturado e começo a ter grandes dúvidas quanto à "inocência" destes caras. Tudo estava alinhado perfeitamente para a forma como as coisas se estavam desenrolando e era impossível eles não terem realmente identificado este efeito secundário após a ingestão da bebida! E ainda pior... De alguma forma permitir a contaminação das águas naturais! Isto tem muito que se lhe diga...

Obviamente eu não poderia simplesmente chegar ali na frente da fábrica e dizer que queria realizar alguns testes na bebida, principalmente sem ter documentos me identifiquem como alguma organização de fiscalização ou assim e com certeza não seria uma fiscalização muito bem recebida por eles e as coisas poderiam escalar muito rapidamente. Já tentar me infiltrar... A ideia também não parece muito boa... Ainda há muito movimento na fábrica e seria muito difícil tentar algo assim.

Mas talvez... Hmmm... Talvez eu possa fazer outra coisa. Pedi a Uriel que se pousasse a alguns metros da fábrica e procurei uma das minhas cordas mais elásticas, principalmente de cores brancas e bejes, para prender uma pequena câmara ao peito da pomba:

- Uriel, minha querida... Vou querer que sobrevoe o local e explore um pouco os arredores da fábrica para ver se encontra alguma tubulação que conduza os resíduos da fábrica para a nascente ou se há alguma coisa que prove que eles não estejam a ser cuidadosos com a forma como manuseiam os resíduos. Tente manter-se segura e não seja imprudente. Me encontre aqui depois. - primeiro expliquei o que a alada faria enquanto eu simplesmente segui o caminho em direção à entrada principal da fábrica.

O meu objetivo... Iria fingir ser o representante de alguma empresa que gostaria de fazer uma parceria com eles para divulgação do produto noutras áreas da região e que gostaria de algumas amostras da bebida para provar e mostrar a alguns outros investidores para então desenvolver o plano de divulgação e realizar os contratos necessários para o acordo entre ambas as empresas, assim sendo, me aprensentaria no portão da fábrica:

- Olá, muito bom dia! A empresa para a qual trabalho estava muito interessada em fazer parceria com vocês com o objetivo de expandir a divulgação da vossa bebida para o resto da região e quem outras regiões futuramente, contudo, alguns dos nossos investidores e chefes gostariam de experimentar a bebida antes de avançar com a construção dos planos de expansão. Sendo assim... Seria possível obter algumas amostras da bebida para lhes levar? - explicava com um tom alegre e simpático, usando as minhas mãos para me exprimir enquanto falava.

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Obviamente seria muito ingénuo achar que conseguiria acesso tão facilmente ao local e logo fui recebido por algumas questões bem comuns feitas por porteiros neste tipo de situações. E... Tinha de arrumar alguma desculpa boa, já que pela forma como falou não parecia lá muito simpático ou disposto a me ajudar:

- Bem... A empresa é na verdade do meu pai! Espere aí! - exclamei ao pegar um cartão da empresa do meu pai, já não o via nem pisava lá os pés ao ano e eu nunca sequer pensei em usar o nome dele desta forma depois de ter fugido de casa, contudo, tempos desesperados exigem estratégias desesperadas e tinha de tentar alguma coisa - Aqui está. - mostrei-lhe o cartão - Eu não cheguei a tentar marcar nenhum horário porque ainda não temos o projeto finalizado e os nossos investidores gostariam simplesmente de testar o produto para ver se é algo que podem investir com confiança. Por isso, eu não queria gastar o tempo de ninguém com alguma reunião que pode não dar em nada se não tivermos fundos suficientes para aquilo que queremos propôr. Entendeu? - tentei clarificar a minha história e justificar o facto de não ter marcado nenhum horário para reunião.

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O homem realmente não parecia minimamente interessado em me ajudar. Realmente eles arrumam sempre os piores tipos de pessoas para este tipo de trabalhos... Deve ser requisito. Suspirei ao ver que provavelmnete não ia conseguir nada daquela forma, contudo, ainda poderia gastar um pouco mais de tempo enquanto Uriel sobrevoava o local um pouco mais e coletando imagens que poderiam ser usadas como provas eventualmente.

- Bem... Sim, é verdade.  Só achei que vindo aqui diretamente conseguia um pouco de mais atenção por parte dos seus superiores... Você sabe... Coisas de negócios, né. Para além de ter sido um pedido dos meus próprios chefes. Mas... Eu entendo... - falei  aceitando os factos que o homem me colocava - Mas o negócio parece estar bombando! Parecem estar com imensa saída! É um produto de extremo sucesso, devo dizer! Não me admira os meus superiores estarem tão interessados em fazer uma parceria com a vossa empresa! Só vejo lucros e sucesso se as duas colaborassem. - comentei elogiando a empresa e o seu sucesso não fosse despertar algum interesse no homem - Eu faria questão de mencionar você por ter ajudado a facilitar a parceira quando a gente estivesse discutindo os planos, ein! Hahahaha! - soltei uma gargalhada amigável enquanto me preparava para virar de costas - Mas bem... Não posso te forçar e nem quero que acabe em problemas... Obrigado pela sua ajuda, seja como for. - acenava para então ir me afastando da entrada.

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Infelizmente a tentativa de manipulação não funcionou lá da maneira esperada e apesar de ter conseguido uma resposta mais agradável ainda não tinha conseguido um exemplar da bebida. Sinceramente... Estão distribuindo tanto essa porra que não sei porque estão fazendo tanta frescurinha para me dar uma... Mas bem... Talvez fossem só indicações dos superiores mesmo e, provavelmente, o pobre porteiro nem sabe de tudo que realmente se passa ali dentro e dos efeitos da bebida.

- Não se preocupe... Acho que nem deve valer a pena se eles são tão relutantes a marcar uma reunião. Talvez tenha de pedir aos chefões da minha empresa para serem eles mesmos a tentar comunicação... - terminei ao me despedir do homem e vendo Togekiss seguir para um espaço em algumas árvores muito bem escondida.

Sabendo que provavelmente conseguiria uma bebida facilmente ao procurar em algum posto de distribuição da cidade, me afastei da entrada da fábrica e depois fui na direção do local onde a pomba se tinha escondido, procurando eu mesmo me mover por entre as árvores e arbustos do local para não chamar tanto à atenção. Ao chegar à beira de Uriel iria checar as filmagens e ver se a ela tinha conseguido captar alguma coisa suspeita, se sim, já era meio caminho andando caso e só faltaria provar realmente que a bebida era a causa do mutismo.

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