#04 Rumo ao Ginásio

Dessa vez os golpes foram ao meu favor. Kitsune conseguiu causar queimaduras naquele pássaro, o que era algo muito bom. Acenei com a cabeça para minha pequena raposa, que me encarava em busca de respostas, se o que ela havia feito tinha me agradado. E como tinha! Lhe dei um sorriso antes de falar.

Muito bem, Kitsune! Agora quero que continue usando Ember nele, vamos tentar finalizar essa ave o mais rápido possível!

[spoiler=OFF]Gente isso saiu melhor do que eu queria./spoiler]

Seguindo as ordens de Raphael, a águia alçou voo e preparou um rasante poderoso, porém, ainda continuava confuso, não conseguindo localizar corretamente seu alvo e errando o golpe, acertando com o força.. o chão. Neste momento, Kitsune aproveitou e disparou uma rajada de fogo no corpo de Swellow, que causou mais danos na pokemon.

Valor não conseguiu reagir e engrenar um novo ataque, devido à sua confusão. Sendo assim, a raposa terminou a batalha, tendo em vista que as queimaduras no corpo do pássaro deram um final triste para o embate.

Raphael rangiu os dentes e se irou, mas não descontou tal sentimento no seu parceiro, recolheu-o e agradeceu pela força. Logo depois, retirou um pokemon já conhecido por Holloway e sua Vulpix, que inclusive se inspirou ao enxergar tal criatura. Era um Growlithe, um tanto diferente, era maior que os demais e tinha uma cicatriz em seu olho esquerdo, fora a aparência mais agressiva.

- Dreyar, vamos acabar com eles!


Campo: Clareira no meio da floresta, grama baixa e nenhum obstáculo na arena.

Off: Cara, desculpa a demora pra postar, mas ta dificil mesmo, pode parecer brincadeira, mas não é. Quando não é aula, eu fico com inflamação no ouvido hahaha e ainda tem o Dark Souls, puta jogo viciante. Mas desculpa mesmo, ta dificil postar pra mim. (tanto que minha propria rota ta bem atrasada)

- Dreyar, tente esquivar-se do raio da confusão e ataque Bite! Duas vezes!

Os pokemon se encararam. Kitsune transformou seu olhar intimidado em um olhar flamejante, vitalício. Mostrando ser capaz de superar seus medos para impressionar seu mestre. Sendo assim, conjurou seu raio da confusão novamente, atingindo o cão flamejante e deixando-o tonteado, abrindo brechas para novos ataques.

Growlithe até tentou avançar e morder Vulpix, porém acabou errando o alvo, por sua visão estar turva. Neste momento, a raposa aproveitou para aplicar seu payback, com o dano total. Dreyar mordeu novamente, desta vez acertando Kitsune e deixando-a bastante debilitada.


Campo: Clareira no meio da floresta, grama baixa e nenhum obstáculo na arena.

Off: Nossa mas que bobagem ASOUEHUASOEUO isso é pra provar que seu Vulpix evoluiu u.u eu hein

- Dreyar, bite! Se ele resistir, o que provavelmente não vai acontecer, outra mordida!

Os comandos de Raphael eram ferozes, assim como o olhar de seu cão. O menino do boné estava irritado, fazia seu pokemon lutar como um bárbaro, talvez fosse seu instinto de batalha. Certamente, o combate afetava o psicológico de ambos treinadores e seus parceiros. Kitsune buscava determinação em sua alma ao mesmo tempo que confrontava o intimidador olhar de Growlithe.

Uma ordem inusitada para a raposa marcou o turno que viria. Peter pediu para sua parceira sofrer um ataque, ou esperar uma ação de seu oponente, mesmo estando enfraquecida. Estaria o menino contando com a sorte ou subestimando seu adversário, revelando achar que ele fosse incapaz de conseguir agir mesmo estando confuso? Apenas o próprio rapaz poderia responder esta pergunta.

De qualquer forma, a atitude de Holloway irritou tanto Raphael quanto Dreyar.

Growlithe uivou, rosnou, suas patas forçavam contra o chão, fazendo seus músculos tremerem. Kitsune, ao encarar de frente aquele olhar intimidador - que era beneficiado por uma cicatriz - entrou em choque, não sabendo como reagir e o que fazer. Estava claro que a sua vontade era de se esconder atrás das pernas de Peter, mas não podia fazer isso agora. Dreyar correu, feroz, astuto, aproximando-se da raposa e mordendo o lombo perto de sua nuca, fazendo-a gritar de dor - um grito que, talvez, a floresta toda tenha escutado. Antes de terminar, ele arrastou-a, com sua própria força, e atirou-a para perto do menino.

Kitsune estava jogada naquela grama, com seu corpo sujo de terra, na frente de seu treinador. Teria ali acabado a luta? De maneira tão cruel assim? A raiva que foi instigada pelo insulto do rapaz teria deixado Dreyar tão forte a ponto de acabar com o combate apenas com aquela técnica? A única certeza que Peter tinha era a que o cão do tipo fogo estava transbordando ira, assim como seu mestre.

No demais, a raposa não demonstrava reação, o nocaute parecia cada vez mais ser a realidade. Angel abaixou a cabeça e pensou em tudo que fizera ali, talvez o erro dela teria sido o de envolver seu mais novo amigo em seus problemas ao invés de ela mesmo ir resolve-los. A única ação que a menina pode tomar, foi a de levar os dedos até seus olhos e enxugar as lágrimas, não por perder a aposta, mas por ver um bichinho tão dócil quanto Kitsune, sofrer.

Dots assistia a cena sem entender muito bem o que acontecia, quando viu a raposa debilitada no chão, ficou pasmo. Seus olhos transbordaram em fúria e, sua primeira reação, foi avançar ferozmente contra Dreyar. Mas, antes que conseguisse dar dois passos, foi impedido por Havel, que segurou-o com seus chicotes de vinha e também fitou o cão de Raphael com olhos raivosos.

O clima ficava cada vez mais tenso e pesado, até mesmo Dots, a sensação do momento, fora afetado, ou Tanoshi, que parecia estar zen, também mostrou-se irritado. Mas, algo roubou a atenção de todos ali presentes. Kazuya, o Poliwhril de Angel, apontou seu dedo para Kitsune, ao mesmo tempo que Havel grunhiu e apontou sua cabeça para sua parceira.

Impressionando a todos que estavam ali, Kitsune levantou, mas não de forma comum, ela gemia de dor, ofegava, e suas patas tremiam para manter seu corpo erguido. A raposa não fazia aquilo porque era fraca, por mais que sua mente insistisse em rebaixa-la, devido à sua insegurança. Mas mostrava o quão determinada estava para provar ao seu mestre que havia ficado mais forte, que podia lutar sozinha sem a superproteção de Peter, por mais que, muitas vezes, ela queira se esconder perto dele.

Com o restante de suas forças, Kitsune comeu a fruta na qual seu treinador havia lhe dado antes do combate começar, recuperando suas energias e regenerando alguns ferimentos. Suas seis caudas se reergueram, demonstrando que estava de volta pro combate, e mais furiosa do que nunca. Agradeceu, com um gesto com cabeça, seus parceiros e seu mestre e avançou contra Growlithe, aplicando um poderoso Payback no mesmo, atirando-o contra uma árvore e machucando-o muito.

Dreyar tentou contra-atacar, avançando com mais uma mordida, porém, o impacto do ataque recente foi forte, e, somado com a confusão, o fez errar seu alvo, abrindo brechas para outro Payback, este que foi capaz de encerrar a luta, nocauteando o Growlithe de Raphael e declarando a vitória para Kitsune.

Raphael não acreditou no que aconteceu, reclamou aos montes em um tom que apenas ele podia ouvir e recolheu seu pokemon. Logo depois, fugiu dali, gritando que retornaria outro dia e que Angel seria dele.

Dots escapou das vinhas de Ivysaur e correu até Kitsune, pulando envolta dela, ao mesmo tempo em que ela olhava para seu treinador e assentia positivamente com a cabeça e se atirava no chão. Tanoshi se aproximou também e soltou bolhas para brincar com Seedot, enquanto Havel se confortava ao ver todos felizes, junto com Poliwhirl. Angel não teve outra reação a não ser de correr até Peter e abraça-lo forte.

- Muito obrigada. E me desculpe também, eu não devia te envolver nisso. - Falou, com a voz um pouco rouca, enquanto soltava o menino e enxugava os olhos. - Acho que terei que sair da cidade em breve, tenho esses seguidores malucos. Seguirei uma carreira de treinadora, assim como você. Se me permite, posso pegar sua Vulpix no colo, um pouco?

Só leia depois da narração:

A menina concordou com a cabeça e se juntou novamente com seu Poliwhirl, aguardando a ação de Peter, que comemorava a vitoria com seus pokemon. Kitsune estava muito feliz no colo de seu treinador, enquanto Dots e Tanoshi se divertiam com as bolhas do caranguejo. Havel esperava o que seu mestre faria, e logo ouvira a decisão de ir até a parte rochosa da rota, local traçado pro eles desde o início da aventura.

Não demorou muito tempo para o grupo chegar no rochedo. A região tinha um clima quente, porém com bastante vento, e sem muitas possíveis sombras para se refrescar. Ou seja, os treinadores caminhariam no sol o durante o treino inteiro. Claro que haviam algumas rochas maiores que formavam alguma sombra, mas eram difíceis de acessar ou estavam longe.

Restava saber o que o treinador faria ali. E fora o que Angel perguntara. O que Peter faria?

Off: Desculpa a demora. Mas como consta no meu topico de narrações, eu raramente posto nos finais de semana.

Quanto mais se aproximaram do local, mais deram de cara com a região rochosa. Não apenas isso, mas, com o tempo, sentiram um ar refrescante, mais agradável para o casal. Quando perceberam, estavam em um rochedo. Pedras grandes formavam sombras agradáveis, e um declive que dava acesso ao mar. Angel se admirou com a vista, o som das ondas, com os diversos Wingull sobrevoando pela beira daquela ponta de oceano.

Não apenas a menina, mas todos os pokémon se apaixonaram pelo ambiente. Dots saiu correndo até o declive, como esperado, e ficou perto do mar. Não demorou muito tempo e ele já estava acompanhado de Angel e Kazuya.

Peter foi procurar algum pokemon para treinar, chamando Dots, enquanto a menina ficava desfrutando da bela vista. O menino encontrou uma criatura estranha, que estava dormindo, aparentemente. Havel o encarou e aguardou reação de seu treinador, enquanto Seedot tentava se aproximar inocentemente.