Grizzly
Unprepared
Unprepared
No momento em que um buraco escuro surgiu em um muro de uma das construções próximas à nossa área de treinamento, já era tarde de mais. Eu e meu companheiro já nos encontrávamos sendo puxados para dentro do vazio negro e bizarro que simplesmente apareceu para sugar qualquer coisa que se via pelo local. Não pude fazer qualquer coisa para evitar, visto que quando recobrei os sentidos após um momento de calma segundos atrás eu já estava praticamente entrando na anomalia.
Quis aproximar Aron do meu corpo, para que ao menos fôssemos levados juntos para o estranho vazio, mas antes que fizesse tal coisa, já havíamos entrado. Meu corpo parecia estar sendo comprimido, e eu não podia dizer o contrário do meu Pokémon. Algo muito incrível e inexplicável estava acontecendo ali, mas não era hora de se preocupar com a origem do acontecimento. Tudo o que pensava naquele instante se baseava em nossa segurança e como faríamos para voltar para as ruas de Rustboro, onde estávamos anteriormente.
Objetos divergentes pareciam cair conosco infinitamente, e quando finalmente colidimos com o que parecia ser o chão, tive uma surpresa: chocamos nossos corpos em uma enorme poça de água. “Mas afinal, o que aquilo fazia por ali? E onde diabos nós estávamos?” – Meus pensamentos foram subitamente interrompidos por um curto transe: havia perdido a consciência enquanto afundava num lugar diferente, que aparentava ser submerso.
Quando abri meus olhos novamente, entrei em pânico, imediatamente nadando para cima para poder respirar. Mexia meu corpo freneticamente enquanto olhava à minha volta. Aron, como de costume, brincava a todo vapor com a incrível notícia de que seu corpo pesado e metálico não afundaria para as profundezas. No entanto, as paredes de madeira me concebiam uma leve sensação de conforto e nostalgia. Elas me lembravam das paredes do chalé em que minha mãe deu a luz. Claro, não teria como me lembrar delas visto que eu era apenas um recém-nascido, mas sempre que minha mãe me contava sobre o meu local de nascimento, ela descrevia cada detalhe, e a imagem do interior do chalé surgia em minha cabeça.
Afinal, nasci repentinamente enquanto meus pais estavam num acampamento próximo a Rustboro e ao Túnel de Rusturf.
Apesar do pequeno momento de alegria, a sensação agradável foi quebrada com a minha insegurança. Onde estávamos? Tentei tocar o chão com os meus pés, e o teto com as minhas mãos, somente para ter uma ideia mais clara sobre as dimensões da aparente caixa de madeira em que estávamos presos, acompanhados por litros de água.
-Aron, fique aqui em cima por enquanto, vou ver se encontro algo. – E mergulhei, iniciando a minha busca por respostas.